Apresentação do PowerPoint

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O brincar como ferramenta de
avaliação e intervenção na
clínica analítico-comportamental
Definição do comportamento de brincar
Alvo de discordâncias entre os teóricos
Ênfase na espontaneidade e prazer do ato
Crucial para o desenvolvimento
Forma de comunicação
É utilizado em todas as culturas com objetivos de socialização,
transmissão de valores e desenvolvimento de autonomia
A criança aprende a controlar o ambiente e a fortalecer suas
habilidades sociais e de raciocínio
Intensifica contatos com o mundo, fazer e manter amizades,
desenvolver autonomia adequada.
Expressam-se sentimentos desejos e valores que não consegue
verbalmente
Definição do comportamento de brincar
Brincar é um comportamento que implica estímulos
discriminativos, modelos, instruções, e conseqüências.
A criança pode refinar seus comportamentos e aprender novos
a partir de seu repertório inicial.
Skinner distingue o jogo do brincar livre:
Jogar envolve contingências de reforçamento planejadas (regras préestabelecidas)
O brincar livre é menos controlado pelo ambiente social imediato.
A brincadeira é meio de construir rapport, reduzir demandas
verbais e ter amostras do desenvolvimento cognitivo da criança.
O brincar em terapia são procedimentos que utilizam
procedimentos lúdicos como mediadores da interação clientecriança.
Classificação do brincar
Brincar (BRC)
Fantasiar (FNT)
Fazer exercícios (FEX)
Conversar decorrente (CDE)
Conversar paralelo (CPA)
Conversar sobre brincar (CBR)
Conversar outros (COU)
Classificação do brincar
Brincar (BRC)
Episódios verbais de interação lúdica com conteúdos
restritos as falas do brinquedo, brincadeira ou jogos.
As falas referem-se a leitura do jogo, execução da atividade definida
pelo jogo, comentários sobre o andamento, a preparação e as peças da
brincadeira.
Critérios de inclusão:
interação deve ser lúdica.
Critérios de exclusão:
A ação não apresenta conteúdos de fantasia
A ação não se refere ao cotidiano da criança
Classificação do brincar
Fantasias (FNT)
Episódios verbais de interação lúdica com conteúdos
de fantasias.
As falas ou ações extrapolam os limites físicos dos brinquedos,
brincadeira ou jogo via representação de papeis, imaginação, simulação,
faz de contas e outros.
Critérios de inclusão:
interação deve ser lúdica.
Deve apresentar conteúdos de fantasias
Se o fantasiar fizer parte da atividade proposta categoriza-se fantasiar
(FNT) e não fazer atividade (ATV)
Critérios de exclusão:
As verbalizações não devem se referir ao cotidiano da criança
Classificação do brincar
Fazer exercícios (FEX)
Episódios verbais de interação onde a criança realiza
atividades propostas pelo terapeuta ou sob a supervisão
deste.
As atividades programadas podem ser de caligrafia, escrever estórias,
desenhar de acordo com um tema, fazer as tarefas da escola.
Critérios de exclusão:
Se o fantasiar fizer parte de um exercício categoriza-se (FNT) e não (FEX)
Se a conversa for conduzida para fazer relações entre a atividade e o
cotidiano da criança categoriza-se conversa decorrente (CDR)
Se o terapeuta conduzir diálogos sobre o cotidiano da criança, categorizase conversar paralelo (CPA)
Classificação do brincar
Conversar decorrente (CDE)
Episódios verbais sobre eventos dentro ou fora da sessão ou
abstratos / conceituais. Pode se dar durante a brincadeira ou
atividade ou interrompe-la por alguns instantes voltando a elas ou
não.
As falas referem-se a associações entre a brincadeira ou atividade e o
cotidiano da criança.
Critérios de exclusão:
Se o tema da conversa torna-se diferente daquele relacionado ao brincar
/ fazer atividade categoriza-se conversa paralela (CPA) se a díade ainda
estiverem brincando.
Categoriza-se conversar outros (COU) se a díade interrompeu a atividade
Classificação do brincar
Conversar paralelo (CPA)
Episódios verbais de interação onde o brincar / fazer atividades
são diferentes do dos temas tratados.
As ações ocorrem paralelamente a interação verbal. Por exemplo
conversar sobre a escola ou família enquanto se brinca de modelar.
Critérios de exclusão:
Se a díade interrompe a brincadeira para conversar sobre um outro
tema não relacionado categoriza-se conversar outros (COU)
Classificação do brincar
Conversar sobre brincar (CBR)
Episódios verbais de interação não lúdica com conteúdos
referentes ao brinquedo, brincadeira ou jogos.
As falas referem-se a comentários sobre a brincadeira encerrada, ao
planejamento de brincadeiras, sobre os brinquedos da sala e do cotidiano
da criança.
Critérios de exclusão:
Se a conversar sobre o cotidiano envolver interações com outras
crianças e adultos categorizar conversar paralelo (CPA ou conversar
outros (COU).
Classificação do brincar
Conversar outros (COU)
Episódios verbais de interação não lúdica com ações e
conteúdos referentes a qualquer tema exceto brinquedo,
brincadeira ou jogos.
As falas referem-se a comentários sobre a terapia, descrever-se, rotina
da semana e o cotidiano da criança entre outros.
Critérios de exclusão:
Se a conversar for decorrente da atividade ou brincadeira realizada
categorizar conversar decorrente (CDE).
Classificação do brincar e os diferentes
usos das categorias apresentadas
A escolha pode basear-se nos brinquedos disponíveis e
nos usos que podem ser feitos
Alguns brinquedos com regras menos estruturadas
favorecem a imaginação, em outros mais estruturados
favorecem a observação e manejo de comportamentos,
Relações com o cotidiano podem ser feitas ou pode-se
ensinar a criança a fazê-lo.
A escolha deve ocorrer em função de alguns fatores:
A construção de uma relação terapêutica favorável
Aos objetivos gerais e específicos de cada sessão
As estratégias de intervenção que se pretende usar
O brincar na construção de uma
relação terapêutica favorável
O brincar favorece a relação terapêutica porque:
São atividades altamente reforçadoras
Pode contribuir para o engajamento e efetividade da terapia
Os brincar é observado nas diferentes situações cotidianas da
criança
O clinico pode escolher brincadeiras cujo objetivo seja promover
o vínculo e não somente os objetivos de intervir nos problemas
que a levaram a terapia.
A brincadeira deve ser usada para atingir objetivos de avaliação
e intervenção e não somente para “entreter” a criança.
O brincar como estratégia de avaliação
A avaliação funcional é realizada durante todo o processo
terapêutico podendo ser por meio de:
A própria interação com a criança
Com os pais em sessões de orientações
Com vários membros da família em sessões conjuntas
Com outras pessoas significantes tais como professores, técnicos
As avaliações visam consolidar as hipóteses iniciais e avaliar as
intervenções
Outros aspectos a serem avaliados
O nível de desenvolvimento da criança inclusive seu nível de
alfabetização para comparar com o esperado para a faixa etária e
ajustar a escolha de brinquedos
O repertório inicial de comportamentos da criança incluindo
repertório para brincadeiras e para interações com adultos
O clinico pode manipular variáveis, por exemplo, ganhar ou
perder no jogo pra observar as reações da criança
Reações mais assertivas e criativas podem ser tomadas como
recursos da criança
Reações mais passivas ou agressivas podem indicar
necessidade de intervenção
Outros aspectos a serem avaliados
A escolha de quando e como brincar varia em função:
Objetivos do clinico em cada sessão
Nível de desenvolvimento da criança
Variações da preferência da criança pelas brincadeiras.
Os padrões de comportamento da criança frente as solicitações
e ações: repertórios verbais, padrões de esquivas etc.
As necessidades de se adequar as regras
Na interação lúdica a criança revela seus sentimentos,
pensamentos ,desejos, intenções, fantasias
A partir destes padrões e relatos a história de vida é conhecida
A brincadeira como estratégia de
intervenção
Alem de facilitar a coleta de dados o brincar é estratégia de
intervenção do clinico para melhoria dos comportamentos da criança.
Na clinica infantil não se pode pretender “encaixar” a atendimento ‘a
criança no modelo da clinica com adultos baseada nos relatos verbais.
O relato não é pré requisito para a terapia com crianças.
Ao mesmo tempo que observa e avalia o comportamento da criança
o clinico já intervém
O brincar favorece:
 o manejo de CRBs,
o ensino de outros e novos comportamentos,
é condição para aprendizagem,
rico de oportunidades para ensino de comportamentos alternativos através
dos procedimentos da Analise do Comportamento.
4 procedimentos:
1 - modelação
A relação com o clinico é interação e os comportamentos
do clinico podem funcionar como antecedentes para a
criança imitá-los
Modelação é dar modelos
O clinico deve atentar para o como se portar perante a
criança pois pode modificar contingências.
Por exemplo expressar sentimentos que validem os da
criança e apresentar reações diferentes dos dela em uma
situação de estimulação aversiva – perder no jogo.
4 procedimentos:
2 – Esvanecimento (fading)
O princípio do esvanecimento é o acréscimo ou retirada
gradual de estímulos antecedentes em uma contingência com
vistas a transferir controle de estímulos.
É um principio importante por minimizar a probabilidade da
esquiva perante temas ou interações mais aversivas, por serem
colocados gradualmente.
Por exemplo criança com dificuldades escolares que se
esquivam das tarefas podem aceitar jogos com letras, desenhos
com frases, posteriormente brincar no quadro negro, e depois
escrever no caderno. A resposta de aderir as atividades
escolares passa do estimulo brinquedo para o caderno.
4 procedimentos:
3 - modelagem
Pressupõe atenção as respostas adequadas da criança,
principalmente porque podem ocorrer em baixa freqüência ou
de uma mesma classe de respostas distante da resposta final
esperada.
Modelação é dar modelos, modelagem é reforçar
diferencialmente respostas que se aproximam da resposta final
O clinico precisa estar atento as conseqüências que
apresenta:
Elogios nem sempre são reforçadores além de serem artificiais
O clinico deve testar diferentes conseqüências tais como sorrisos,
exclamações, olhar atento, auto-revelação concordando com ela,
descrever de forma autentica seus sentimentos ou simplesmente
deixar as conseqüências intrínsecas agirem.
4 procedimentos:
4 – bloqueio de esquiva
O bloqueio da esquiva é conseqüência para as respostas de
esquivar-se da criança e Sd para a emissão de respostas
alternativas.
O bloqueio pode ser direto e claro ou criativo e sutil,
Exemplos de bloqueio de esquiva numa situação de jogo:
Não vale desistir, eu te ajudo, você vai conseguir
Re-explicar as regras, fazer desafios, usar a fantasia
O clínico deve atentar para o grau de dificuldade que deve
ser adequado
O clinico deve atentar se o bloqueio da esquiva produz R-ou R +
Considerações finais
Os principais objetivos do brincar em terapia podem ser
resumidos em:
Promover boas interações terapêuticas
Realizar avaliações funcionais
Estabelecer procedimentos de intervenção
Não há regra ou padrão fixo a respeito do tempo para o
brincar e para o conversar
Crianças precisam aprender a brincar
Isto se aproxima do contexto natural (amigos e colegas)
Crianças precisam aprender a conversar
Isto se constitui num repertório essencial para interlocução com principais
agentes sociais reforçadores: pais, professores e outros.
Del Pretti, Giovana e Meyer, Sonia B. O brincar
como ferramenta de avaliação e
intervenção. in Borges, Nicodemos B. Cassas,
Fernando A. e colaboradores. Clínica analíticocomportamental: aspectos teóricos e práticos.
Porto alegre: Artmed. 2012. Capítulo 27. Páginas
239 a 250
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