Sofia de Araújo Jácomo - R1 pediatria HRAS Orientador: Dr. Bruno Vaz www.paulomargotto.com.br Brasília, 17/8/2011 APESAR DA EXISTÊNCIA DE VACINAS EFICAZES AINDA SÃO UM PROBLEMA MUNDIAL DE SAÚDE PÚBLICA! • Vírus RNA – família Picornaviridae – gênero Hepatovírus • 27 nm; capsídio icosaédrico desprovido de envelope • Quatro genótipos isolados em humanos: I, II, III, IV, V, VI, VII (um único sorotipo) • O vírus é estável em baixo pH e temperatura moderada, mas é inativado pela alta temperatura, cloro e formol. HEPATITE A - Transmissão SANOLI HEPATITE A - Transmissão •Alimentos ou água contaminados •Contato pessoal íntimo • Parenteral: rara HEPATITE A - PATOGÊNESE • O grau de lesão hepática durante a infecção HAV depende de resposta imune do hospedeiro. • Dano hepatocelular e destruição não são resultado de um efeito citopático direto pelo HAV, mas um processo mediado por linfócitos CD8 + e células natural killer . • O período de incubação :15 a 50 dias. • HAV RNA pode ser detectado nas fezes, pelo menos, uma semana antes do início da evidência histológica e bioquímica da hepatite , e por pelo menos 33 dias após o início da doença • Em RN e crianças mais novas, HAV RNA pode ser detectado nas fezes por vários meses . • ASSINTOMÁTICA x SINTOMÁTICA • - IDADE: SINTOMAS 1 a 2 anos: 85 % assintomáticos 3 a 4 anos: 50 % assintomáticos > 5 anos : 20 % assintomáticos Adolescentes e adultos jovens: 3 – 20 % assintomáticos • Crianças: Geralmente aguda, auto-limitada • Durante o período prodrômico, aminotransferases são normalmente elevadas • Icterícia (hiperbilirrubinemia conjugada) geralmente ocorre uma semana após o início dos sintomas, juntamente com colúria e leve hepatomegalia . • Hepatite sintomática : aproximadamente 30 % das crianças infectadas < 6 anos, alguns dos quais tornam-se ictérico • Crianças mais velhas e adultos com infecção HAV são geralmente sintomáticas durante várias semanas: Cerca de 70 % apresenta icterícia, e 80 % têm hepatomegalia . Os sintomas podem durar até seis meses. ANICTÉRICA COLESTÁTICA sintomas inespecíficos: febre, mal estar, anorexia, vômitos, náuseas, dor ou desconforto abdominal , diarréia, hepatomegalia, esplenomegalia Icterícia, prurido, colúria, acolia Aumento de GGT, FAL, Bilirrubina ALT e AST pouco aumentadas A icterícia normalmente dura menos de 2 semanas BD , ALT e AST se normalizam em 2 a 3 meses HEPATITE A- Manifestações POLIFÁSICA Duas ou mais “recidivas” em 6 -10 sem Em até 10 % dos casos (0.14-6%) • Fulminante • Insuficiência hepática aguda -rápido desenvolvimento de lesão hepática aguda grave com função prejudicada e encefalopatia em uma pessoa que já teve um fígado normal ou tinha doença hepática compensada - fulminante: desenvolvimento de encefalopatia dentro de oito semanas do início dos sintomas em um paciente com um fígado anteriormente saudável Fulminante: < 1 % ; varia com a idade: 0,3 % < 14 anos, 0,1 % 15-39 anos, 0,4 % 40 a 59 anos 1,7 % > 60 anos - mais comum em pessoas com doença hepática subjacente, como a hepatite C - HAV é responsável por não mais do que 1% de insuficiência hepática aguda em crianças nos Estados Unidos, e até 60 % de insuficiência hepática na América Latina • rash evanescente (11 %) • artralgia (14 %) • Outras muito menos comuns : vasculite, artrite, neurite óptica, mielite transversa, encefalite, e supressão da medula óssea . HEPATITE A - DIAGNÓSTICO • Exames : • - ALT/AST: lesão • - GGT/FAL/ Bilirrubinas: colestase • - Albumina / TAP: função hepática HEPATITE A - DIAGNÓSTICO • ESPECÍFICO: - Sorologia – IgM / IgG - RNA HVA HEPATITE A - PREVENÇÃO • Melhoria das condições sanitárias • Cloração / Água sanitária (diluição 1:100): suficientes para inativar o vírus • O vírus sobrevive até 4 horas nas pontas dos dedos: HEPATITE A - VACINA • • - vírus inativado : 2 doses, com intervalo de 30 dias disponível nos (CRIE)/SUS para : pessoas com hepatopatias crônicas, suscetíveis receptores de transplantes alogênicos ou autólogos, após transplante de medula óssea - candidatos a receber transplantes autólogos de medula óssea, antes da coleta, e doadores de transplante alogênico de medula óssea - doenças que indicam esplenectomia • Repouso: relativo • Dieta: habitual para a idade : Nenhuma dieta especial teve um grande impacto sobre os resultados de pacientes com hepatite aguda A • Internação hospitalar: vômitos incoercíveis, distúrbios hidroeletrolíticos, coagulopatias e insuficiência hepática fulminante. FULMINANTE !!! Critérios propostos para identificar esses pacientes: - Ausência de doença hepática crônica conhecida - Evidência de lesão hepática - TAP> 15 e / ou INR> 1,5, com encefalopatia - TAP> 20 e / ou INR> 2,0, com ou sem encefalopatia Avaliado no prazo de oito semanas a partir do início da doença, e a coagulopatia (tempo de protrombina e / ou INR alargados) deve ser insensível à reposição da vitamina K. Esses pacientes necessitam de terapia de suporte agressivo, e devem ser transferidos para um centro capaz de realizar o transplante de fígado. HEPATITE B - VÍRUS • • • • • Vírus de DNA ; família Hepadnaviridae Medida: 42nm 07 genótipos: A, B, C, D, E, F, G e H Incubação: 45 a 180 dias (média de 60 a 90 dias) envoltório lipídico - expressa o antígeno de superfície • Núcleo central (core) – expressa outro antígeno, a proteína do core HEPATITE B - VÍRUS Fonte: hepcentro.com.br HEPATITE B - TRANSMISSÃO C O N C E N T R A Ç Ã O SANGUE EXUDATOS SÊMEN FLUÍDO VAGINAL SALIVA URINA FEZES SUOR LÁGRIMAS LEITE MATERNO PARENTERAL SEXUAL HORIZONTAL VERTICAL 95%- PARTO 5%- IU HEPATITE B - MANIFESTAÇÕES • Curso variável •Anictérica •Ictérica •Colestática •Extra- hepáticas 1% HEPATITE B – EXTRA SOROLOGIAS • HBsAg: presença do vírus Anti- HBs: evolução para CURA • HBcAg Anti- HBc : contato : IgM: HB Aguda IgG: HB Crônica ou “ Cicatriz sorológica” • HBeAg: replicação viral Anti- Hbe: baixa replicação viral Biologia molecular: DNA VHB: presença do vírus 1- Recuperando de uma infecção aguda 2- Imune há muito tempo e o teste não foi sensível o bastante para detectar níveis muito baixos de anti-HBs 3- Suscetível com HBc falso positivo 4- Pessoa cronicamente infectada com nível indetectável de HBsAg HEPATITE B • Progressão para infecção crônica: • Neonatos: 90% X Adultos: 1 a 5 % • Imaturidade do sistema imunológico do RN • Tolerância imunológica Passagem transplacentária do AgHBe materno: - ausência de resposta específica ou - tolerância das células T ao AgHBe e AgHBc • ANAMNESE - fatores de risco para co-infecção com HCV e / ou HIV, uso de álcool e história familiar de infecção por HBV, doenças hepáticas e câncer de fígado • EXAME FÍSICO - telangiectasias, eritema palmar, hepatoesplenomegalia, icterícia, ascite, edema, perda de peso, ginecomastia , parâmetros de crescimento • LABORATÓRIO: hemograma com plaquetas, AST, ALT, BT, FAL, albumina, tempo de protrombina, e testes para a replicação do VHB (HBeAg, antiHBe, HBV DNA), sorologias para hepatites • Triagem para HCC com um USG de fígado e alfa-fetoproteína sérica variável. • Biópsia hepática para os pacientes que satisfazem os critérios para hepatite crônica (isto é, HBsAg positivo por> 6 meses, soro HBV DNA> 10 (5) cópias / mL, a elevação persistente da ALT / AST) e que estão sendo considerados para o tratamento. (Consulte "biópsia hepática percutânea".) HEPATITE B - TRATAMENTO 1ª linha: IFN - citocina humana recombinante: efeitos antivirais, antiproliferativos e imunomoduladores - Dose: 6 MU/m2 3 vezes/ semana (máx. 10) - Duração : 6 meses Se não houver resposta – DNA-VHB detectável / ALT elevada 2ª linha : LAMIVUDINA (3TC) - Inibidor da transcriptase reversa - < efeitos colaterais / > indução de resistência - Dose: 3mg/kg/dia (máx.100 mg/dia ) - Duração: 6 meses após seroconversão ou indefinido? INTERFERON – EFEITOS COLATERAIS Não FEBREé uma boa opção para ARTRALGIA MIALGIA pacientes com desordem autoCEFALÉIA MUDANÇAS PERSONALIDADE imuneDE subjacente, transplante ANOREXIA de órgãos, doença hepática descompensada, ou doença NEUTROPENIA neuropsiquiátrica grave HEPATITE B V E R T I C A L HEPATITE B – PERINATAL • Quando a infecção é adquirida no período perinatal, o risco de cronicidade é de 70 a 90%. • Quase 40% das crianças de mães positivas para AgHBe (antígeno “e” da HVB-veja adiante) que não se infectaram ao nascer, se infectam antes de cinco anos, devido ao contato com a mãe HEPATITE B – PERINATAL • VHB pode ser transmitido ao RN: - Via Transplacentária A profilaxia pós nascimento com HBIG + vacina - Durante o parto eliminam o risco de transmissão viral através - Fecal pós-parto do aleitamento - Pelo colostro • É menos frequente no início da gravidez (10 a 30%) e mais frequente quando há exposição perinatal ao sangue materno • Risco de transmissão: Mães AgHBe positivas - 70 a 90% Mães AgHBe negativa - 0 a 19% • Estudos mostram que todas as crianças que se tornaram portadoras crônicas do VHB eram filhas de mulheres AgHBe positivas e quase todas as crianças tornaram-se infectadas no primeiro ano de vida. HEPATITE B - PROFILAXIA Indicações • Prevenção da infecção perinatal. • A vacinação nas primeiras 12 horas de vida é altamente eficaz na prevenção da transmissão vertical da hepatite B. A precocidade da aplicação é essencial para que seja evitada a transmissão vertical. Recém-nascidos com peso de nascimento < 2000g ou idade gestacional < 34 semanas • Recomenda-se o esquema de vacinação 0,1,2 e 6 meses (4 doses) Recém-nascidos de mães AgHBs positivas • Recomenda-se o uso da vacina + IGHAHB -dose de IGHAHB : 0,5 ml IM, preferencialmente até 12 horas de vida e, no máximo até 48 horas e, com 2 meses de vida, seja iniciada nova série de 3 doses -as doses da vacina são: vacina 0,5 ml IM. Iniciar até 7 dias do nascimento, preferencialmente até 12 horas de vida, em local diferente da IGHAHB e repetir com 1 e 6 meses de idade. HEPATITE