Acidente automobilístico

Propaganda
Acidente automobilístico
ANDESON
ROGÉRIO
DANIEL
LORETTA
LARISSA
ANA THAIS
Politraumatizado
Introdução
O trauma é reflexo da história da própria humanidade.Nos
dias de hoje,a saga do trauma é sinônimo de uma alarmante
estatística,representa a terceira causa de morte nos países
industrializados,superado apenas pelas doenças cárdio
vasculares e neoplasias em todas as faixas etárias, porém se
constitui na primeira causa de morte entre 1 e 44 anos de
idade.
A prevenção é o melhor tratamento,mas uma vez que há
falha neste nível,é imprescindível pensar no planejamento
do atendimento inicial à este paciente na cena do acidente;
assim como no hospital que realizará as primeiras condutas
diagnósticas e ou terapêuticas;na transferência do paciente
para um centro de tratamento definitivo,quando se fizer
necessário,e também na fase de reabilitação.
O POLITRAUMATIZADO
O traumatizado deve ser considerado como um paciente
prioritário,pela potencialidade de sua gravidade,pois pode
ter suas funções vitais deterioradas em curto período de
tempo,uma vez que o trauma grave freqüentemente produz
lesões em vários órgãos dependendo do mecanismo de
acidente e da região anatômica do organismo que foi
atingida.
ETÁPAS DO PICO DE
MORTE
1º) Primeiro pico de morte:
Segundos e até minutos após o acidente.São mortes
causadas por lacerações em tronco cerebral,medula
espinhal alta,lesões de aorta e ou grandes vasos com
sangramento profuso.
2º) Segundo pico de morte:
Minutos à algumas horas após o acidente.Estas mortes são
causadas principalmente por hematomas epi e
subdurais,hemopneumotórax,lesões de fígado,de baço e
fraturas pélvicas com sangramento intenso.Estes são
chamados pacientes potencialmente salváveis,isto é,seriam
salvos se beneficiados por um sistema de atendimento pré
hospitalar adequadamente planejado e regionalizado.
No segundo pico de morte é chamado ‘’HORA DE
OURO’’( GOLDEN HOUR) do traumatizado.
3º) Terceiro pico de morte:
Neste período é considerado dias ou semanas após o
trauma.São decorrentes de infecções ou falências
orgânicas.Esta fase está comprometida pela qualidade do
atendimento inicial prestado.
ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR
O atendimento pré- hospitalar compreende três etapas:
Atendimento na cena do acidente;
Transporte rápido e com segurança até o hospital;
Chegada no hospital.
Uma assistência adequada e qualificada é fundamental
para o paciente chegue ao hospital com
vida.Estatísticas norte americanas revelam que metade
dos acidentes e de números de óbitos registrados
revela que 50% dos óbitos poderia ser evitado se
tivesse um atendimento adequado.
ATENDIMENTO INICIAL
O traumatizado,como já foi mencionado,deve ser
considerado um paciente potencialmente grave,por isso,o
atendimento inicial se faz prioritário,seguindo uma
seqüência lógica centrada na estabilização dos sinais vitais
da vítima.Portanto a primeira abordagem deve ser realizada
em hospital especializado e equipado,para estabilização do
paciente,sob o ponto de vista de materiais e acima de
tudo,pessoal competente e qualificado para um atendimento
adequado.
ETAPAS PARA O ATENDIMENTO
INICIAL:
Planejamento;
Triagem;
Avaliação primária;
Restabelecimento dos sinais vitais;
Avaliação secundária;
Reavaliação;
Tratamento definitivo.
PLANEJAMENTO
A fase do planejamento é fundamental para o sucesso do
atendimento e deve existir,antes mesmo que o acidente
aconteça.A equipe do trauma,no ambiente pré-hospitalar e
hospitalar,deve estar preparado sob o ponto de vista de
equipamentos e acima de tudo recursos humanos
disponíveis.Na maioria das vezes não podemos prever
quando irá acontecer uma catástrofe ou mesmo um grande
acidente,envolvendo muitas vítimas,por isso o planejamento
inclui conhecer os recursos disponíveis para se obter
ajuda,principalmente no que diz respeito à equipe de saúde.
TRIAGEM
A triagem é baseada na necessidade de restabelecimento
dos sinais vitais da vítima e as condições do hospital que
irá proceder tal tratamento.Portanto a primeira triagem se
dá na cena do acidente e é de responsabilidade da equipe
de atendimento pré-hospitalar e mais tarde no ambiente
hospitalar:
Pré – hospitalar: Quando o numero de vítimas excede
as condições de transporte da cena do acidente até o
hospital,é de responsabilidade desta equipe triar os
pacientes que deverão receber o primeiro
atendimento,prioridade para transferência e qual hospital
mais indicado para tratar as lesões.
Quando o numero de vítimas superar as condições do
hospital para onde foi transportado,sob o ponto de vista de
recursos humanos e materiais,os pacientes deverão ser
triados,pela equipe do trauma,para serem submetidos ao
atendimento inicial e tratamento definitivo ou possível
transferência;
Mobilizar outros hospitais para o recebimento das vitimas
do acidente;
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem a
vida do paciente e,concomitantemente,estabelecer condutas para
a estabilização dos sinais vitais e tratamento desta anormalidades.
Este processo se constitui no ABCDE do atendimento ao
traumatizado,a saber:
A- Abordagem das vias aéreas,com imobilização de coluna
cervical;
B-Controle da respiração e ventilação;
C-Circulação e controle de hemorragias;
D-Avaliação neurológica;
E_Exposição completa do paciente e medidas para evitar
hipotermia.
A) VIAS AÉREAS COM CONTROLE
DA COLUNA CERVICAL:
A avaliação inicial deve identificar rapidamente sinais
sugestivos de obstrução de vias aéreas,através da inspeção
da cavidade oral e observação de alguns sinais que possam
indicar hipóxia e obstrução:
Agitação motora-sugere hipóxia;
Sonolência-sugere Hipercabia;
Cianose –sugestivo de hipóxia;
Sons anormais (roncos)-obstrução de faringe;
Disfonia-obstrução de laringe.
Concomitante á estabilização das vias aéreas deve-se
proceder o exame da integridade da coluna cervical,através
do exame físico,neurológico e sinais sugestivos de lesão
nesta estrutura,e associar os achados ou ausência de sinais
com mecanismo de trauma.As manobras realizadas não
podem converter uma fratura estável em uma lesão com
comprometimento neurológico.
Regra: Todo paciente com múltiplos
traumatismos,com lesões aparentes acima das
linhas claviculares e,especialmente,com alteração
do nível de consciência,deve ser considerado
como portador de lesão em coluna cervical.
B) RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO:
A permeabilidade das vias aéreas não garante uma
ventilação satisfatória do paciente,para isso é fundamental
um adequado funcionamento do tórax,pulmões e
diafragma.Algumas situações podem comprometer a
ventilação,a saber:
Pneumotórax Hipertensivo;
Contusão pulmonar;
Pneumotórax aberto;
Hemotórax maciço.
C) Circulação com controle de
hemorragias:
A hipovolemia com conseqüente choque hemorrágico é
a principal causa de morte em paciente
traumatizados.Alguns parâmetros são fundamental
importância na avaliação inicial e determinação da
hipovolemia:
Pulso;
Cor da pele;
Enchimento capilar;
Pressão arterial;
Pressão de pulso;
Sudorese.
D) AVALIAÇÃO DO ESTADO
NEUROLÓGICO:
Uma rápida avaliação do padrão neurológico deve determinar
o nível de consciência e a reatividade pupilar do
traumatizado.A escala de coma de Glasgow pode ser usado na
cena do acidente e em uma avaliação secundária:
Na avaliação inicial usamos o método proposto pelo ATLS:
A- Alerta:
V-Resposta ao estimulo verbal;
D-Responde a estimulo doloroso
I-Inconsciente.
E) EXPOSIÇÃO DO PACIENTE
COM CONTROLE DE
HIPOTERMIA:
O paciente traumatizado deve ser completamente despido
de suas vestes para facilitar o exame completo e a
determinação de lesões que podem representar risco de
morte.
A Proteção do paciente contra hipotermia é de suma
importância,pois cerca de 43% dos pacientes desenvolvem
este tipo de alteração durante a fase de atendimento
inicial,com redução de 1ºC a 3ºC,comprometendo o
tratamento por aumentar a perda de calor.
Alguns fatores que Predispõe o
traumatizado a desenvolver hipotermia:
1) Edema e hipoglicemia são fatores que
comprometem a produção de calor;
2) Trauma associado à intoxicação por álcool ou
drogas tem maior perda de calor;
3) Trauma craniano pode comprometer o centro
termorregulador;
4) Infusão de líquidos não aquecidos durante a fase
de restabelecimento dos sinais vitais;
5) Tempo de Exposição á ambiente frio ,molhado,e
outras condições que podem provocar
hipotermia;
6) Uso prolongado de roupas molhadas.
O tratamento do paciente hipotermico
deve sempre estar no ABCD:
1) Permeabilizar as vias aéreas;
2) Administrar oxigênio com mascara com fluxo de 12 à
15 litros/minuto;
3) Proceder as manobras para intubação se for
necessário;
4) Aquecer o paciente com aquecedores
elétricos,cobertores e aquecer o ambiente (sala de
trauma)
5) Administrar glicose hipertônica na evidência de
hipoglicemia;
6) Administrar líquidos aquecidos por via endovenosa;
7) Proceder lavagem gástrica com soro aquecido;
8) Se o paciente for submetido ao lavado peritonial
diagnóstico,este procedimento deve ser realizada com soro
aquecido.
Outro importante aspecto a ser pesquisado na avaliação
primária é o mecanismo do trauma,que muito facilita na
determinação das lesões.Sempre que houver condições
deve-se questionar com a vítima,familiares ou equipes de
atendimento pré-hospitalar qual foi o tipo de acidente.A
resposta obtida permite uma associação com possíveis
lesões,algumas estão descritas á seguir:
Mecanismos de Trauma e
Possíveis Lesões
IMPACTO FRONTAL
Lesão de coluna cervical;
Lesão de tórax;
Contusão cardíaca;
Pneumotórax;
Transsecção de aorta (desaceleração);
Lesão de fígado e/ou baço;
Lesão de joelho e/ou quadril;
Lesão de punho, cotovelo, joelho, quadril;
IMPACTO NA LATERAL DO
VEÍCULO
Fratura de coluna cervical;
Lesão contra lateral do tórax;
Lesão lateral do tórax;
Pneumotórax;
Ruptura traumática da aorta;
Ruptura diafragmática
Lesão de fígado ou baço (dependendo do lado do
impacto);Fratura de pélvis ou acetábulo;
EJEÇÃO PARA FORA DO
VEÍCULO:
Aumenta significativamente o padrão das
lesões, expondo o paciente a um maior risco de
morte pela associação de um grande número de
mecanismos de lesões.
BICICLETA OU PEDESTRES
Trauma de crânio;
Trauma torácico e abdominal;
 Fratura de extremidades.
FALTA DO CINTO DE SEGURANÇA
Lesão tóraco abdominal;
Lesões de crânio, face, coluna cervical;
Ejeção do veículo.
IMPACTO NA TRASEIRA DO
AUTOMÓVEL
Fratura de coluna cervical;
QUEDAS= considerar a altura, idade
da vítima, tipo de superfície e se
houve interrupção durante a queda.
Pé- fratura de calcâneo, tíbia, fíbula, joelho, fêmur e
bacia;
Deitado- dorsal= lesão renal e coluna
-
ventral= lesão toracoabdominal e face
De cabeça- lesão de crânio, coluna cervical e face
Sentado- lesão em col. toraco- lombo-sacral
ATROPELAMENTO= pesquisar tipo
de veículo e localização do impacto.
Lesões torocoabdominais e lesões de membros
inferiores.
ACIDENTES COM INCÊNDIOS
E/OU EXPLOSÕES
Riscos de inalação.
ACIDENTES DE TRABALHO= qual
o tipo de máquina? Características
do local?
Esmagamento de membros;
Amputações traumáticas;
Queimaduras;
Contaminação com riscos de infecção
QUEM PROCEDEU ao RESGATE=
pessoal especializado? Pessoal não
especializado?
Riscos de iatrogenias.
TRANSPORTE= qual o tipo de
transporte da cena do acidente até o
hospital?
Riscos de iatrogenias
RESTABELECIMENTO DOS
SINAIS VITAIS
O atendimento inicial deve estar baseado na sistemática
proposta da abordagem das vias aéreas,restabelecimento da
respiração,restabelecimento do padrão
hemodinâmico,avaliação neurológica e exposição completa do
paciente com controle dos riscos de hipotermia.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
A avaliação secundária não deve iniciar antes que a avaliação
primária e a fase de restabelecimento dos sinais vitais
esteja completa.Trata-se de um exame do corpo no
sentido céfalo-caudal,que objetiva a detecção de
lesões.Nesta fase realizamos:
1) Monitorização: pressão arterial,freqüência
cardíaca,pressão de pulso,volume e característica da
diurese e temperatura corporal;
2) Aplicação da escala de coma de Glasgow;
3) Exames laboratoriais;
4) Exames radiográficos;
5) Lavado peritoneal diagnóstico.
A avaliação secundária compreende as seguintes etapas:
1) História geral,tipo e causa do acidente;
2) Alergias;
3) Uso freqüente de medicamentos;
4) Uso de medicamentos em atendimento prestado em outra
unidade antes da transferência;
5) Doenças pré existentes;
6) Ultima refeição;
7) Exame físico,céfalo caudal.
REAVALIAÇÃO
Algumas lesões podem evoluir rapidamente causando
instabilidade respiratória,ventilatória,hemodinâmica e ou
neurológica.O atendimento inicial deve estar centrado na
detecção de lesões severas que podem de fato,deteriorar os
sinais vitais do paciente,que as veses não estão evidentes na
avaliação primária.O relato de dor é um importante dado para
determinação destas lesões,portanto o uso de analgésicos e
sedativos é contra indicado nesta fase,uma vez que podem
mascarar quadros neurológicos e outras lesões graves em
evolução.
TRANFERÊNCIA
TRARAMENTO DEFINITIVO
A decisão de transferir o paciente é médica,mas a
responsabilidade é de toda equipe que atendeu.Este
processo é permitido somente após a avaliação primária e
o restabelecimento dos sinais vitais.Deve estar baseada na
gravidade das lesões,na resposta à terapia adotada no
primeiro atendimento,no possível prognóstico da vitima e
nos recursos humanos,materiais tecnológicos,do
hospital,para estabelecer o tratamento definitivo.
A conduta que definitivamente irá tratar as lesões
traumáticas está centrada no aspecto fisiológico do
paciente,doenças pré existentes,mecanismo de
trauma,fatores que alteram o prognóstico e capacidade da
equipe.
BIBLIOGRAFIA:
TREVILATO,G.Guia prático de Primeiros Socorros.O que
Fazer em caso de Emergência.3º.ed.São Paulo.2001.
PAVELQUEIRES,Shirlene,Mast Nível Médio e
Avançado,Manobras avançadas de Suporte ao Trauma.1ª
ed.Ribeirão Preto:Copiadora Laguna,1998,174p,30cm.
Download