Gestão Por Valores SIMON L. DOLAN SALVADOR GARCIA Apresentação: Andréa Silva Andrade ONDE TUDO COMEÇOU Georges Elton Mayo – cientista social australiano – chefiou uma experiência em uma fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. Esta experiência caracterizou-se como um movimento de resposta contrária à Abordagem Clássica da Administração, considerada pelos trabalhadores e sindicatos como uma forma elegante de explorar o trabalho dos operários para benefício do patrono. Na época, a alta necessidade de se humanizar e democratizar a Administração nas frentes de trabalho das indústrias, aliado ao desenvolvimento das ciências humanas – psicologia e sociologia, dentre outras – e as conclusões da Experiência de Hawthorne fez brotar a Teoria das Relações Humanas. A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Reserch Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne e sua finalidade era determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários medida através da produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo, e estendeu-se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. Conclusões da Experiência de Hawthorne Nível de Produção é Resultante da Integração Social O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. Quanto maior a integração social do grupo, maior a disposição para trabalhar (4) Comportamento Social dos Empregados Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. Portanto, a administração não pode tratar os empregados um a um, mas sim como membros de grupos e sujeitos às influências sociais desses grupos. A Teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo máquina, proposto pela Teoria Clássica. Recompensas e Sanções Sociais Os precursores da Administração Científica, baseados no conceito de homo economicus, pelo qual o homem é motivado e incentivado por estímulos salariais, elaboravam planos de incentivo salarial, para elevar a eficiência e baixar os custos operacionais. Para a Teoria das Relações Humanas, a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem. Daí o conceito de homem social.(5) Grupos Informais Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios gerais de Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se concentravam nos aspectos informais da organização como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais. Esses definem suas regras de comportamento, formas de recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento. Relações Humanas As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia. - Organograma vertical (também chamado de clássico), é mais usado para representar claramente a hierarquia na empresa Nos últimos anos tem-se notado uma tendência de mudança nos organogramas das empresas, chamada de “downsizing” que é o “achatamento” do organograma. Esta técnica promove a redução dos níveis hierárquicos da empresa com o objetivo de aproximar os níveis da organização, reduzir mãode-obra e custos e agilizar processos decisórios. Em outras palavras, reduz a verticalização da estrutura organizacional. 9 – POSFÁCIO UMA VIAGEM PELA GPV: PASSADO, PRESENTE E FUTURO “É necessário idealizar um novo tipo de empresa com um novo tipo de homem sensível em mente e pensar numa liberdade responsável, ou seja, com o máximo potencial de criatividade, porque não há criatividade sem liberdade. E graças a essa sensibilidade, está espécie de homem poderá sentir a necessidade de promover e estimular fortemente valores morais, culturais, éticos e estéticos em nível pessoal e social, para que esses valores convirjam e não divirjam como tem sido o caso até o momento, com o admirável desenvolvimento material de nosso tempo...” (Pere Duran Farell, RIP, ex-Presidente da Natural Gás – Espanha) A ORIGEM DA GPV: uma sinergia baseada nas experiências e crenças dos autores GPV – nasceu há muitos anos – experiências complementares. Simon L. Dolan – anos 70 repensar os paradigmas básicos da gestão de pessoas e de organizações. Ele notou a constante pressão exercida pelos gestores seniores para aumentar a produtividade das empresas com ou sem questões mais abrangentes, tais como: Por que, de fato, trabalhamos? Qual é o propósito das organizações de trabalho? Dinheiro e benefícios são objetivos supremos em que todos os meios justificam os fins? Conclusão: Doutorado Minnesota – 90% sobreviveram ao seu primeiro ataque cardíaco – estresse no trabalho - matamos pessoas no trabalho – Sementes da GPV foram plantadas – estudo do estresse ocupacional de um modo mais científico. BIDIMENSIONAL - Eixo dos valores econômicos (valores práxis) ou valores de controle - tecnologia, prestígio, esforço laboral, obediência, eficácia e dinheiro. - Eixo dos valores criativo-emocionais (valores poiéticos) ou valores de desenvolvimento. Gerar, desenvolver, expressar – valores generativos – saúde ou sustentabilidade emocional da empresa como os valores éticos com enorme potencial de transformação. A criação de empresas - dependem dos dois. Poiéticos – novas possibilidades de ação – imaginação, a liberdade e o entusiasmo. Controle – manutenção do estatus quo – não se pode negligenciar a necessidade de controle e gestão – inocência poética. Levantou-se uma questão com base neste modelo bidimensional simples do bem estar: é possível criar uma cultura em que o bem-estar das pessoas não será prejudicado (ou minimamente afetado) e, ao mesmo tempo, que possibilite que elas contribuam para a produtividade da organização? ESTE É O FUNDAMENTO DA GPV. Simon Dolan – Salvador Garcia ( muitas afinidades comuns – testar e melhorar o ambiente de trabalho). Paradigmas médicos – Garcia - Organizações enfermas – La Dirección por Valores – best-seller. Em 2002 – Europen Conference Board – GPV sustentável e inovador – não seria uma moda passageira. Modelo bidimensional inicial - modelo triaxial da atualidade TRIAXIAL PRÁXIS, POIÉTICOS, ÉTICOS O TRIPLO SIGNIFICADO DO TRABALHO - Valor utilitário ou extrínseco – dinheiro ou prestígio - Valor intrínseco – aprendizado, estímulo, diversão ou a oportunidade de demonstrar o valor próprio. - Valor transcendente – sendo útil aos demais. 3 elementos – trabalho motivador – maiores satisfação da vida. TRÍADE – PRÁXIS, ÉTICA E POIETIC Valores Éticos - eixo central de um triângulo invertido. Com dois outros grupos importantes de valores girando nos dois lados: valores de práxis e valores poiéticos. Reconhecemos que o mundo não gira em torno do imperativo ético ou estado emocional criativo ou poietic, e sim do imperativo pragmático do dinheiro, do poder e de tecnologias que promovem eficácia. ATROFIA ÉTICO E POIÉTICO EM COMPARAÇÃO AO DE PRÁXIS. OS TRÊS GRUPOS DE VALORES SÃO NECESSÁRIOS – DEVEM ESTAR ALINHADOS COM A MISSÃO E A VISÃO DA ORGANIZAÇÃO DE MANEIRA PARTICIPATIVA. VISÃO SISTÊMICA DECLARAÇÕES DO AUTOR Tem dois tipos de problemas. O primeiro é que existem muitos líderes dentro das empresas que têm medo de mudar. Porque a mudança significa incerteza. E, às vezes, incerteza revela medos. O segundo é que existe gente que sabe que precisa mudar, mas não tem a competência gerencial para a mudança. Então, o que precisamos? Precisamos de líderes que sejam transformadores, que sejam valentes e, ao mesmo tempo, que tenham poderes para fazer alianças para ter as competências necessárias para a mudança. Porque todas as empresas que promoveram a mudança, utilizando este conceito, são empresas de muito sucesso. O profissional tem de ir atrás de quem fez e faz melhor, deve aprender a ouvir, a respeitar as diferenças, a ir além de seu modelo mental, ou seja, de seus valores pessoais. É preciso tomar consciência de valores antiquados que têm de mudar por serem anacrônicos e de valores tradicionais que devem ser preservados. Essa é uma decisão intrínseca. pois as pessoas não resistem à mudança, resistem a serem mudadas. Portanto, elas precisam ver claramente que os benefícios compensam o custo da mudança, pois quase toda mudança implica alguma perda. O Fator de sucesso mais importante para a GPV é o coerência entre o que os líderes corporativos dizem e acreditam e o que suas ações e decisões comunicam que eles acreditam, tanto no curto como no longo prazo. É fácil quebrar um paradigma quando isso não requer sair da zona de conforto, outras vezes para se manter nessa zona, as pessoas preferem continuar com modelos ultrapassados, o que envolve menor esforço e pensamento, então voltamos ao início dos tempos, onde o indivíduo assume uma tarefa e não uma Missão!