UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA TUBARÃO-SC ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE INFECÇÕES E MORTALIDADE POR DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES DA CLÍNICA DE DOENÇAS RENAIS DE TUBARÃO, SANTA CATARINA. Autores:Diego Machado Silvano;Talita Aparecida Calegario Orientador: Prof. Dr. Marcos de Oliveira Machado INTRODUÇÃO • A doença renal crônica (DRC) tem recebido maior atenção dos profissionais de saúde devido ao importante papel desempenhado na morbimortalidade da população mundial, sendo considerada uma condição sem alternativas de melhoras rápidas, assim, causando problemas médicos, sociais e econômicos (MARTINS; CESARINO, 2005). INTRODUÇÃO • Para os portadores de DRC estão disponíveis os tratamentos dialíticos, como a hemodiálise. Em janeiro de 2005, nos 498 centros de diálise, estimava-se que 54.311 pacientes estavam em diálise. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA et al., 2007). INTRODUÇÃO Devido ao grande número de pacientes submetidos à esse processo algumas complicações se tornam presentes. Uma delas é a infecção, uma importante causa de morbidade e mortalidade de pacientes com DRC. Conforme registros do United States Renal Data System, infecção é a segunda maior causa de morte em pacientes com DRC em diálise, só perdendo para patologias cardiovasculares (BIERNAT et al., 2008). OBJETIVO Avaliar a relação entre infecção e mortalidade no processo de hemodiálise na Clínica de Doenças Renais de Tubarão-SC, bem como, conhecer o sítio na qual ocorre à contaminação proporcionando melhoria do processo, diminuindo ocorrências e suas conseqüências METODOLOGIA Tipo de estudo: analítico do tipo transversal dos prontuários de pacientes atendidos pela Clínica de Doenças Renais de Tubarão-SC Critérios de inclusão: • ser portador de DRC, • realização de hemodiálise e • óbito independente da causa. METODOLOGIA Os prontuários eram compilados no programa Microsoft Excel® quanto a dados individuais como sexo, idade, tempo de hemodiálise, sítio de infecção, antibiótico usado, diagnóstico inicial, causa de óbito. A partir das fichas foi criado um banco de dados com o Excel® e a análise estatística foi feita pelo programa estatístico SPSS® para as variáveis quantitativas e qualitativas. RESULTADOS E DISCUSSÃO • Foram estudados 186 pacientes que foram a óbito entre 2002 e 2009, tendo como critérios de inclusão: ser portador de DRC, realização de hemodiálise e óbito independente da causa. A média de idade da população foi 61,46 ± 13,81 anos, sendo 50,8% do sexo masculino. RESULTADOS E DISCUSSÃO 50 45 40 35 30 25 TMG 20 TMDI 15 10 5 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Gráfico 1: Taxa de mortalidade geral vs taxa de mortalidade por infecção nos pacientes com DRC. RESULTADOS E DISCUSSÃO 11% 21% Infecção 9% Hemorragia Falência Múltipla de Órgãos 4% 5% Cardiovascular Câncer Insuficiência Renal 27% Cerebrovascular 19% Outras 4% Gráfico 2: Causas de morte nos pacientes com DRC em hemodiálise. RESULTADOS E DISCUSSÃO 80 70 Meses 60 50 40 Tempo de diálise 30 20 10 0 Infecção (n=37) Outros (n=148) Grupos Gráfico 3: Tempo de hemodiálise dos pacientes que foram a óbito por um quadro infeccioso vs tempo de hemodiálise em pacientes que foram a óbito por outras causas. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5% Infecção Respiratória 6% Infecção Urinária 10% 38% 11% Infecção no Cateter Infecção Cutânea Infecção na FAV 30% Outros Gráfico 4: Principais sítios de infecção nos pacientes com DRC. CONCLUSÃO • As complicações infecciosas em pacientes com DRC submetidos ao tratamento hemodialítico representaram uma das principais causas de óbito em nosso estudo. O tempo de vida durante a hemodiálise foi menor nos pacientes com DRC associada a doença infecciosa. O sistema respiratório foi um dos principais sítios de entrada do agente infeccioso. Diante do exposto, concluímos que nossos dados podem fornecer dados epidemiológicos importante para a prevenção primária desses locais de infecção, aumentando a expectativa de vida desses pacientes e principalmente para a saúde pública local, uma vez que o fluxo de pacientes que utilizam os serviços da Clínica de doenças Renais de Tubarão cobre toda a região da AMUREL. REFERÊNCIAS • MARTINS, M. I; CESARINO, C. B. Qualidade de vida de pessoas com doença renal crônica em tratamento hemodialítico. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 13, n. 5, p. 670-676, 2005. • BIERNAT, J.C.; SANTOS, F.; SANTOS, A. M. G.; RAUBACH, A. A.; SAUZA, M. E. L.; DEMIN, M. S. S.; KOCHHAN, D.; BIERNAT, M. S. Jornal Brasileiro Nefrologia, v. 30, n. 2, p. 105-112, 2008. • COSTA, M. F. L.; BARRETO, S. M. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 12, n. 4, p. 189-201, out./dez. 2003. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v12n4/v12n4a03.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2009. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA et al. Perfil da Doença Renal Crônica: O Desafio Brasileiro. 2007. 3 p. Disponível em: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/saude/programas/0007/Doenca_Ren al_Cronica.pdf > Acesso em: 10 abril. 2009. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Censo de Diálise da SBN 2008 [internet]. [Acesso em: 18 out. 2008]. Disponível em: http://www.sbn.org.br/Censo/2008/censoSBN2008.pdf AGRADECIMENTOS • Ao Dr. Alfredo José Moreira Maia, médico chefe da Clínica de Doenças Renais de Tubarão, pela sua prestação e gentileza para a realização desse trabalho de pesquisa.