ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO – USP Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública DOENÇAS GASTROINTESTINAIS Disciplinas: ERM 306 e 307 Dietoterapia Refluxo gastroesofágico - Esofagite Objetivos Proteger a mucosa do esôfago Acelerar o esvaziamento gástrico Contribuir para o aumento da pressão do Esfíncter Esofágico Infeiror (EEI) Recomendações o Evitar alimentos gordurosos; o Preferir alimentos de consistência líquida ou semi-líquida – fase aguda o Fracionamento da dieta de 6 a 8 refeições de pequenos volumes; o Líquidos preferencialmente entre as refeições – evitar nas refeições principais para diminuir o volume ingerido; o Excluir alimentos que diminuem a pressão do EEI: café, mate, chá preto, bebidas alcoólicas. Recomendações gerais Não comer antes de dormir (espaço de duas horas) Comer em posição ereta Não se recostar ou deitar após a refeição Manter horários regulares para evitar aumento do volume das refeições Manter a cabeceira da cama elevada Gastrite e Úlceras Gastrointestinais Objetivos Recuperar e proteger a mucosa gastrintestinal Facilitar a digestão e aliviar a dor Promover um bom estado nutricional Recomendações o Consumir alimentos ricos em fibra (vegetais em geral): a fibra apresenta efeitos benéficos, reduzindo a concentração de ácidos biliares no estômago. o Evitar: bebidas alcoólicas, café, refrigerantes, pimenta. o Ambiente durante a alimentação: procurar fazer as refeições em ambiente tranquilo, comendo devagar e mastigando bem os alimentos. Doenças Inflamatórias Intestinais: Retocolite Ulcerativa Inespecífica e Doença de Crohn Objetivos Recuperar e/ou manter o estado nutricional Fornecer aporte adequado de nutrientes Contribuir para o alívio dos sintomas Recomendações o Proteínas: 1 – 1,5g/kg de peso ideal/dia; 2g para desnutridos; o Dieta hipolipídica, pois a gordura pode piorar a diarreia; o Fase aguda: isenta de lactose (sem leite e derivados); rica em fibras solúveis (aveia, frutas e leguminosas) e pobre em fibras insolúveis (farelo de trigo, verduras e cereais integrais); o Dieta antifermentativa: evitar alimentos relacionados com a formação de gases, como: brócolis, pimentão verde, pepino, leguminosas, frutos do mar, melancia, melão e ovo cozido ou frito. Doença Celíaca É uma doença auto-imune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten. A doença causa atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado, causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. Recomendações o Dieta isenta de glúten; o O Glúten é a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, cereais amplamente utilizados na composição de alimentos o É obrigatório, por Lei Federal (Lei nº 10.674, de 16/05/2003) que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten para resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca. Constipação intestinal Constipação é uma alteração do trânsito intestinal, mais especificamente do intestino grosso, caracterizada por diminuição do número de evacuações, com fezes endurecidas e esforço à defecação. As causas mais comuns são: repetida ausência de resposta imediata à necessidade de evacuar; dieta pobre em fibras; falta de exercícios físicos; baixa ingestão hídrica; neoplasias intestinais e hemorroidas. ALERTA ao uso de medicamentos (laxantes), pois estes podem acabar “viciando” a mucosa intestinal e quantidades crescentes são necessárias para provocar o efeito. Recomendações o Aumentar a frequência e a quantidade de ingestão do grupo dos vegetais, especialmente os folhosos; o O consumo de farelo de trigo e farelo de aveia, bem como grãos integrais, podem ser indicados como alternativas par aumentar o consumo de fibras. o Adequação da oferta hídrica pelo menos 8 copos/dia. Diarreia Aumento na frequência (normalmente acima de três vezes/dia) com fezes semi pastosas ou líquidas acompanhada por perdas excessiva de líquidos e eletrólitos. Recomendações o Oferta de líquidos e eletrólitos suficiente para repor as perdas. Água de côco – rica em potássio; o Evitar leite e derivados, pois pode haver intolerância; o Aumentar a oferta de fibras solúveis (frutas, aveia) para auxiliar no trânsito intestinal pela viscosidade que proporciona . o Evitar alimentos fontes de fibras insolúveis (verduras, farelo de trigo, cereais integrais), pois aceleram o trânsito intestinal ainda mais. o Adotar dieta antifermentativa (excluir alimentos como brócolis, ovos, feijão) o Probióticos para recuperação da flora bacteriana depois da fase aguda. Exemplo: lactobacilos, bifidobactérias.