Nova abordagem Prática da Educação em Saúde Disciplina de Educação Nutricional: Profa. Léo EM MEIO A MUITAS CONTRADIÇÕES, ALGUMAS VISÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE EMERGEM: Uma etapa da assistência... estanque e delimitada Uma necessidade do cliente... Em aprender a prevenir e controlar Um componente de políticas e programas... como estratégia de cooptação, controle e intervenção Uma função do profissional... em dar informação ao paciente Uma tarefa... quase que exclusiva do profissional “de saúde pública” Tomando algumas idéias: “A educação em saúde figura como o elemento mais importante nos cuidados primários de saúde (...) está embutida em todos os cuidados de saúde ... é elemento chave para a participação, a co-responsabilidade e a auto-determinação das comunidades.” (Wendhausen, 1992). “A educação em saúde como processo de trabalho da enfermagem: “não enquanto medida coercitiva de controle social..., mas sim enquanto um instrumento que garanta aos indivíduos a compreensão de si mesmos enquanto cidadãos e enquanto membros participativos da sociedade, com direitos a adequadas condições de saúde e vida.” (Almeida, 1989) “A prática educativa deve estar voltada para a formação da cidadania, numa perspectiva democrática, e para o desenvolvimento da consciência sanitária, tanto da população quanto do profissional. (Cocco, 1991). “A educação é um saber-fazer que só acontece no convívio social... é atividade crítica e criadora e se desenvolve à medida que o ser humano se propõe a responder desafios. (Nascimento e Rezende, 1988) “A educação em saúde é um processo de amadurecimento que leva à adaptação às normas e padrões adequados, levando a população a perceber saúde como uma necessidade e implicando uma transformação total do homem e de seu projeto de vida. (Lescura, 1987) “A educação em saúde visa ao desenvolvimento, no indivíduo e na sociedade, de sistemas conceituais e de valores que estimulem padrões de vida saudável. (Melo apud Lescura, 1987) “A educação em saúde é troca de saberes baseada no diálogo, ‘um intercâmbio entre o saber científico e o popular em que cada um deles tem muito a ensinar e aprender.” (Vasconcelos, 1989) De onde surgem tais concepções e práticas? Qual o espaço que foi dado à educação no interior das práticas de saúde? Por quê este espaço foi assim constituído? SAÚDE EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO Educação e Saúde são práticas sociais articuladas Conjunto de ações que em situações de ensino no interior dos serviços tem o fim de mudar comportamentos, crenças e atitudes prejudiciais à saúde. Processo de construção da existência individual e coletiva num determinado contexto histórico e social. Utilizada como argumento para explicar a complexa rede de causas que determinam a desigualdade social do processo saúde e doença. Instrumento social de transformação e capacitação dos indivíduos para assumir papéis sociais Possuem dimensões técnicas e ideológicas, com reflexos para população e profissionais, podendo ser para ambos uma prática possível. As Instituições de Saúde Apresentam- se nas ESFERAS: - reprodução social - produção de um serviço - expressão política Seu SABER e PRÁTICA se constroem no CONFRONTO OU ARTICULAÇÃO ... Ciências Biológicas e da Saúde SABER E PRÁTICA Ciências Humanas e Sociais ALGUNS FLASHES DESTA HISTÓRIA. .. A educação em saúde sempre esteve ligada à proposta política das elites para o controle social, saneamento do espaço urbano, favorecimento dos interesses do capital estrangeiro e nacional, inclusive de campanhas americanas anti-comunistas O momento da ruptura com esta tradição acontece somente nos anos 70 Através da Educação Popular e Saúde ANTES DISSO: A educação sanitária surge como integrante de uma nova concepção de serviços de saúde, na década de 20: A SAÚDE PÚBLICA A cruzada educadora tem uma missão civilizadora e moralizante: a educação higiênica e moral das camadas populares regulamentar, controlar modos de vida e saberes estranhos a visão científica (neutralizada) de corpo e saúde OUTROS MOMENTOS MARCANTES: Período Áureo da educação sanitária: anos 50-70 forte relação com as políticas públicas (educação e saúde); a influência do modelo americano de saúde pública: interiorização, educação de adultos e do homem rural Novas perspectivas: fortes críticas a este modelo de educação em saúde, que cada vez mais se limita ao planejamento familiar; fim do milagre brasileiro, crise e tentativas de atenuar conflitos incorporando discurso e intelectuais da esquerda, institucionalizando experiências populares de educação e organização comunitária; críticas ao padrão privatista do sistema de saúde: busca de expansão e ampliação do acesso; -influência dos movimentos sociais, partidos políticos e Igreja. -discussão na formação profissional (saúde/educação) e suas formas de intervenção maior compromentimento com as causas populares. Um novo paradigma na conformação das funções essenciais da Saúde Pública, que concebe a saúde como produção social, englobando um espaço que extrapola o setor saúde e articula um conjunto de setores de gestão municipal e o estímulo à participação social. Processo de transformação dos modelos assistenciais Sanitarismo Médico assistencialista Individual curativo Médico privativista Paradigma sanitário: Paradigma clínico Globalidade Determinação social do processo saúde doença Coletivismo Conhecimento geral e especializado Inclusão de práticas alternativas Tecnologia adequada simples ou complexa Integralidade da atenção: promoção, prevenção, cura e reabilitação O SUS e a configuração de um novo modelo de atenção: três espaços de transformação ... o político-jurídico, o político-institucional e o político-operacional A saúde é o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, assim como uma importante dimensão da qualidade de vida. Fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos podem tanto favorecer como prejudicar a saúde”. São pré-requisitos para a saúde: - paz - habitação - educação - alimentação - renda -ecossistema estável - recursos sustentáveis - justiça social e equidade Marco de referência: responsabilidade internacional; ênfase em políticas relativas à saúde da mulher, à alimentação e nutrição, ao controle do tabaco e do álcool e a criação de ambientes favoráveis; desenvolvimento sustentável; respeito à biodiversidade; ampliação dos determinantes da saúde (fatores transnacionais, economia global, e o acesso aos meios de comunicação; a promoção da responsabilidade social: múltiplos espaços para a atuação no processo de promoção da saúde; o impulso à cultura da saúde (novos valores, crenças, atitudes e relações); mobilização para o compromisso social e político de fazer da saúde uma prioridade; alianças e coordenação, especialmente com os meios de comunicação Promoção da Saúde OTAWA – 1986 Adelaide, 1988 Sandsvall, 1991 Bogotá, 1992 Jacarta, 1997 Genebra, 1998 México, 2002 Cidade Saudável Toronto, 1984 - políticas públicas saudáveis - ação comunitária - habilidades pessoais - ambientes favoráveis à saúde - reorientação do sistema de saúde 5 estratégias A Educação • É um processo que visa capacitar o indivíduo para agir conscientemente diante de situações novas da vida, com aproveitamento de experiências anteriores, tendo sempre em vista a integridade, a continuidade e o progresso no âmbito social, segundo as necessidades de cada um, a fim de serem atendidos, integralmente, o individuo e a coletividade. A Educação em Saúde • Visa à autocapacitação dos indivíduos e dos vários grupos de uma sociedade para lidar com os problemas fundamentais da vida cotidiana, como nutrição, desenvolvimento biopsicológico e reprodução, dentro do contexto atual de uma sociedade em rápida mudança; • A educação nutricional torna-se parte essencial da educação para saúde, visto que a saúde física e mental dependem do estado de nutrição do individuo. Os Problemas Nutricionais do Terceiro Mundo • Têm como determinante principal o baixo poder aquisitivo, porém não podemos esquecer os outros fatores como os níveis educacional, cultural e social. Somente a educação não fornece resposta para o problema, mas sem educação não é possível enfrentar o desafio Atualmente a Educação Nutricional Como todo ensino, sofre uma crise que é objeto de inúmeras reflexões, questionamentos e debates por parte dos profissionais. Ela sofreu uma bifurcação em sua ideologia baseada nas pedagogias dominantes e não dominantes. Pedagogia utilizada: • Tradicional: supõe que a causa principal da alimentação inadequada é a ignorância acerca dos conhecimentos corretos para garantir uma boa alimentação. • Tecnicista:procura não interferir nas questões consideradas políticas, limitando-se a ensinar ao educador um conjunto de técnicas que facilitem o processo ensino-aprendizagem. Pedagogia não-dominante • A educação nutricional critica analisa a fome e a desnutrição e suas causas. • Discute o acesso à alimentação, os problemas existentes na sociedade que impedem este acesso, principalmente a organização social da produção. • Questiona as razões da má distribuição dos recursos, dos meios de produção, armazenamento e distribuição e dos interesses conflitantes da sociedade. Objetivo central do “educador crítico” • É fortalecer as forças sociais capazes de combater as causas básicas da fome, organização social da produção, relação de produção e muitas outras que delimitam as causas mediatas (acesso a terra, emprego, salário, acesso a alimentos, transporte, água, saneamento, serviço de saúde, de educação e outros) • A educação nutricional é um processo a médio e longo prazo, é importante que não se substitua o todo por uma de suas partes.