POSICIONAMENTO CIRÚRGICO Lucinete Duarte 11/10/2006 • A cirurgia é realizada em todas as partes da anatomia humana. O corpo tem que ser colocado em múltiplas posições para que o procedimento possa ser realizado com precisão e possam ser obtidos os resultados desejáveis. • A posição do paciente deve oferece exposição e acesso ótimos ao local operatório; manter o alinhamento corporal e as funções circulatórias e respiratórias. Proporcionar acesso para a administração de soluções intravenosas, agentes anestésicos, não comprometer as estruturas vasculares e a integridade da pele; e trazer o máximo de conforto para o paciente. • O bom posicionamento promove o bem estar e a segurança do paciente, enquanto atende as necessidades citadas. • Embora a escolha da posição do paciente usualmente seja determinada pela abordagem cirúrgica, a responsabilidade final do bem estar do paciente é dividida entre o cirurgião, o anestesista e a enfermeira, que monitoriza constantemente o estado fisiológico do paciente. • Anatomia Cirúrgica • A enfermeira perioperatória deve estar consciente das alterações anatômicas e fisiológicas associadas com a anestesia, posicionamento do paciente e o procedimento operatório. • Estas alterações frequentemente envolvem: • Sistema musculoesquelético; • Sistema nervoso; • Sistema cardiovascular; • Sistema respiratório • Sistema Musculoesquelético • Ele pode estar sujeito a estresse incomum e exagerado durante o procedimento operatório. A Amplitude normal do movimento é mantida no paciente em estado de alerta pelos receptores da dor e de pressão, que estão em contato com a maca, e pela compreensão de ligamentos, tendões e músculos. Quando agentes farmacológicos com anestésicos e relaxantes musculares deprimem os receptores da dor e pressão há perda do tônus, ocorre relaxamento muscular e os mecanismos de defesa normais não podem proteger contra danos articular, estiramento e esforço muscular. A posição escolhida deve oferecer alinhamento fisiológico, enquanto protege o paciente da pressão e de outros traumas. • • Sistema Nervoso • A depressão do sistema nervoso acompanha a administração de agentes anestésicos e muitas outras drogas. A grande depressão depende do tipo de anestesia regional ou do nível de anestesia geral. • Receptores de dor e de pressão podem ser afetados regional ou sistematicamente. O fato mais importante para a enfermeira lembrar é quando ocorre depressão do sistema nervoso, a comunicação do corpo e do sistema de comando tornam-se total ou parcialmente ineficazes. Mudanças no estado físico e ações compensatórias não são muito possíveis, mecanismos fisiológicos adaptativos, que salvam a vida, não funcionam; o estresse do posicionamento cirúrgico não é compensado automaticamente. A pressão nos nervos superficiais deve ser prevenida. O paciente em estado cardíaco ruim, hipovolemia, arteriosclerose ou obesidade terá risco maior para mudanças cardiovasculares durante a anestesia e posicionamento. • Sistema cardiovascular • É dramaticamente mais afetado pela anestesia e mudança de posição. Muitos pacientes são reposicionados por curtos períodos após anestesia geral. Exceto para trauma físico, maior risco os pacientes podem experimentar durante o posicionamento, é a hipotensão. Devido aos efeitos dos anestésicos usados, mecanismos compensatórios cardiovasculares normais são bloqueados. Esta falta de controle autoregulador com dilatação vascular e constrição para estabilizar a pressão arterial requer a monitorização frequente dos sinais vitais pelo anestesista durante o reposicionamento. Se ocorrer hipotensão, o enfermeiro perioperatório deve estar disponível para assistir o anestesista quando necessário e que qualquer mudança de posição deve ser retardada até que a pressão arterial se estabilize. • Sistema Respiratório • Pode ser comprometido com o posicionamento. O movimento do diafragma pode ser impedido por vísceras abdominal adversamente afetando a função pulmonar. Os pacientes obesos e aqueles com insuficiência respiratória podem ter dificuldades na respiração quando em decúbito dorsal (posição supina). Quaisquer pacientes que experimentam dispnéia devem ser apoiados com travesseiros durante a anestesia local regional ou medular (espinhal). Durante a anestesia geral estes pacientes serão colocados em ventilação mecânica pelo anestesista. • Considerações sobre Enfermagem Perioperatória • Histórico da Enfermagem • O histórico de enfermagem começa com a entrevista perioperatória. • Durante a entrevista, o enfermeiro circulante revisa o relatório e determina sua estatura, peso e condição física geral. A integridade da pele e amplitude de movimento de todas as extremidades são avaliadas. O posicionamento do paciente depende desta avaliação e dos procedimentos planejados. • Aspectos importantes dos cuidados para o paciente durante o posicionamento são prevenção de traumas e desconforto do paciente. • O histórico de enfermagem, desse modo, envolve o reconhecimento dos fatores de risco do paciente que afetam o posicionamento e os problemas potenciais (situações e pacientes vulneráveis). • As situações vulneráveis incluem as seguintes: 1 – Procedimentos cirúrgicos longos (2 h ou mais de pressão direta podem resultar em ruptura da integridade da pele) 2 – Cirurgia vascular (a perfusão sanguínea ótima já pode estar comprometida devido ao processo de doença do paciente e pelos efeitos da anestesia) 3 - Condições ósseas desmineralizantes como metástase maligna ou osteoporose colocam o paciente em situação de alto risco para fraturas. 4 – Sustentação excessiva de pressão para certas áreas do corpo por causa do procedimento cirúrgico ou retração aumenta o potencial de dano á integridade da pele. • Pacientes vulneráveis incluem os seguintes: 1 – Pacientes geriátricos, cuja camada de pele fina e o sistema circulatório os tornam mais propensos a rompimento da integridade da pele devido á pressão. 2 - Pacientes pediátricos, cujo tamanho e peso devem ser levados em consideração quando se selecionam os auxílios de posicionamento. 3 – Pacientes que são desnutridos, anêmicos, obesos, hipovolêmicos, paralíticos, arterioscleróticos, ou diabéticos são também propensos a rompimento da integridade da pele devido à pressão. 4 – Pacientes com próteses ou articulações artríticas requerem atenção especial. • Pacientes com edema, infecção, câncer ou condições de baixas reservas cardíacas ou respiratórias. • Diagnóstico de enfermagem • Os diagnósticos de enfermagem são formulados a partir dos dados coletados durante a avaliação pré-operatória. • Identificação dos Resultados • O resultado identificado para os diagnósticos de enfermagem concernentes com o posicionamento do paciente deve ser afirmado como: O paciente se livrará do trauma relacionado com o posicionamento. • Prescrição de Enfermagem • Cuidados de enfermagem específicos são planejados para atender o posicionamento de preferência para o procedimento e prevenir problemas individuais para o paciente. O plano de cuidados deve ser individualizado para problemas específicos do paciente, como diabetes, desnutrição ou paralisia. • Implementação • A enfermeira perioperatória deve se familiarizar com as funções normais, manutenção, variedade de uso e potencial de risco das mesas de operação, suas junções e outros mecanismos adjuntos para a posição do paciente e o procedimento operatório (como os dispositivos eletrocirúrgicos, brocas e procedimentos radiológicos). Mau funcionamento mecânico deve ser reconhecido e corrigido para segurança do paciente. • Garantir a segurança do paciente engloba mais que verificar as funções mecânicas do equipamento; também inclui cuidados diretos com o paciente. Se possível, a transferência do paciente deve ser feita quando este está consciente. • A inclinação e a fricção também podem danificar a integridade da pele. É importante elevar o paciente na posição antes de deslizá-lo ou puxá-lo para evitar uma inclinação forçada e fricção. A força de inclinação pode causar estiramento ou lacerações de pequeno capilares subcutâneos quando duas ou mais camadas de tecidos deslizam uma sobre as outras. Esta interrupção do fluxo sanguíneo pode contribuir para o desenvolvimento de úlceras cutâneas de pressão. • A integridade da pele deve ser avaliada antes e depois da operação para qualquer achado incomum, como vermelhidão, equimose, lesões, fictemas ou úlceras. As úlceras de pressão são quaisquer lesões causadas por pressão constante, resultante em danos da pele ao tecido subjacente. Estas úlceras geralmente ocorrem sobre proeminências ósseas e são estagiadas de acordo com os graus de tecidos danificados avaliados, como se segue: – Eritema esbranquiçado na pele intacta: Observe-se a esperada hiperemia reativa normal está presente em meio a três quartos de distância da área de pressão constante, e não deve ser confundida com o estágio 1 das úlceras de pressão. – Perda parcial de camadas da pele envolvendo a epiderme ou derme. Embora a úlcera seja superficial, tem uma aparência de abrasão, flictema ou ferida superficial. – – Perda de camada profunda, envolvendo danos ou necroses do tecido subcutâneo, que pode estenderse à camada da fáscia: estas úlceras parecem-se com feridas profundas e podem ou não envolver tecidos adjacentes. Perda de camada profunda da pele, danos que se estendem aos músculos, ossos ou estruturas de suporte, como os tendões ou a cápsula articular: Observe que regiões subjacentes e de cavidades também podem estar associadas com o estágio 4 das úlceras de pressão (Agency for Health care Policy and Research, 1992) Posição dorsal (supina) Posição trendelenburg reversa Posição litotomia(ginecológica) Posição fowler modificada(sentada) Posição lateral torácica Posição Tireóide/pescoço Posição ventral Posição lateral (Rins) Posição para oftalmologia/otorrino Posição semisentada(mama) Posição cardiovascular (Varizes) Hérnia inguinal endoscópica Posição de Kraske/proctológica (canivete) Posição da mesa de ortopedia(QUADRIL/FIXACÃO FEMURAL)