Falta nutriente, falta saúde Como já vimos, sabemos que os nutrientes, tais como vitaminas e minerais, não atuam somente na nutrição dos indivíduos, mas também desempenham papéis específicos fundamentais, colaborando para o bom funcionamento do corpo humano de uma maneira geral. Cada nutriente possui uma determinada função no organismo. Quando há deficiência de determinado nutriente, não há somente má nutrição, mas problemas relacionados com a função daquele nutriente. Estaremos discutindo as doenças relacionadas às vitaminas e minerais mais comuns e os alimentos fontes de cada nutriente que evitam o aparecimento de tais patologias. “A resposta para muitos eventos que acontecem em seu corpo está na sua alimentação.” Profª:Letícia Lazarini de Abreu Anemia Ferropriva É caracterizada pela deficiência de ferro no organismo. Cerca de 50% das gestantes e crianças brasileiras de seis meses a dois anos possuem esta anemia. O ferro é um mineral que está presente nas hemoglobinas - células sangüíneas que atuam no transporte de oxigênio no sangue. Sintomas da deficiência incluem cansaço generalizado, apatia, palidez e falta de ânimo para as atividades diárias. Ações do Ministério da Saúde para reduzir os casos de anemia incluem a obrigatoriedade da fortificação da farinha de trigo e de milho com ferro e ácido fólico e a distribuição em postos de saúde de suplemento de sulfato ferroso. Para evitar a anemia ferropriva é importante a ingestão de alimentos ricos em ferro como carne bovina, frango, peixe, ovos, feijão, lentilha e vegetais de folha verde escura como espinafre, agrião e rúcula. Raquitismo e Osteomalácia Essas duas doenças estão relacionadas com a deficiência de vitamina D, responsável pelo aumento da absorção de cálcio pelo organismo, fortalecendo ossos e dentes. Esta vitamina está presente em alguns alimentos de forma variável como leite, gema de ovo, fígado e óleos de peixe, porém a fonte mais importante de vitamina D ocorre através da luz solar. No organismo, a luz solar sintetiza vitamina D e por isso essas doenças ocorrem principalmente em pessoas que não tem contato com a luz solar. Beribéri É uma doença causada pela deficiência de tiamina ou vitamina B1. É rara porque são várias as fontes alimentares de tiamina, como carne bovina, aves, gema de ovo, peixe, leguminosas, pães e cereais enriquecidos, leite, frutas e hortaliças. Os sintomas são confusão mental, neuropatia, taquicardia e insuficiência cardíaca. É mais freqüente em alcoólatras e em pessoas que possuem uma dieta à base somente de cereais refinados que não são enriquecidos com tiamina. Escorbuto O escorbuto é a deficiência de vitamina C, uma doença rara, cujos sintomas são hiperceratose folicular, gengivas inchadas e inflamadas, pele seca, perda de cabelo, além de boca e olhos secos. Ocorre mais em alcoólatras, pessoas que não consomem frutas e vegetais, idosos com dietas muito limitadas e pessoas gravemente doentes. Os alimentos fonte de vitamina C são frutas cítricas como laranja, acerola, limão, abacaxi, além de tomate, morango, pimentão, repolho, goiaba, batata, kiwi e outras hortaliças. Pelagra Doença causada pela deficiência de niacina, tendo como sintomas: fraqueza, falta de apetite, dermatite, confusão mental e diarréia. Essa vitamina é constituinte de várias coenzimas que estão presentes em todas as células do corpo. É uma doença rara porque vários alimentos são fontes dessa vitamina como carnes, aves, peixes, vegetais, frutas, amendoim, leite, ovos e leguminosas como feijão e lentilha. Anemia Perniciosa Este tipo de anemia ocorre devido à deficiência de vitamina B12, uma vitamina do complexo B. Essa vitamina está presente em alimentos de origem animal como fígado, leite e derivados, ovos, peixes, carnes e por isso pode ocorrer em pessoas vegetarianas restritas ou quando há ausência de fator intrínseco – uma substância presente no estômago necessária para a absorção dessa vitamina. Deficiência de Vitamina A A deficiência de vitamina A está relacionada com afecções oculares, como a cegueira noturna, xeroftalmia (um quadro ocular grave) e, também, a alterações cutâneas e maior susceptibilidade a infecções. No mundo, a deficiência de vitamina A é um problema de saúde pública, atingindo cerca de 50 milhões de crianças, segundo dados da OMS. Os alimentos ricos em vitamina A compreendem vegetais de folha verde escura, frutas de cor amarelo-alaranjado e vermelho, como mamão, goiaba, além de batata, fígado, carnes, leite e derivados, batata-doce, cenoura, abóbora, gema de ovo, entre outros. “Se a alimentação for adequada, a saúde estará presente em todas as fases da vida” Em cada fase da vida há uma demanda energética e nutricional diferente, de acordo com a necessidade orgânica. Em estados de doença, a necessidade nutricional muda e requer um cuidado alimentar diferenciado. Infância Até os 6 meses de idade, é indiscutível a importância do aleitamento materno exclusivo pois fornece todos os nutrientes importantes para o bebê, além de anticorpos e outras substâncias fundamentais. Com o passar dos meses e anos, a criança vai conhecendo e experimentando todos os alimentos, sendo essencial que a mãe já comece a incentivar uma alimentação equilibrada à criança. A infância é a fase inicial onde ocorre a formação e crescimento. A alimentação nessa etapa é essencial para um crescimento e desenvolvimento adequados. Nesta fase é importante respeitar horários e refeições a serem realizadas. A criança deve comer cereais, verduras, legumes, carnes, leguminosas e frutas. Os pais não devem estimular o consumo de guloseimas e alimentos de baixo valor nutricional. Lembre-se que os filhos são o reflexo dos pais, e isso ocorre também na alimentação. “Se a alimentação for adequada, a saúde estará presente em todas as fases da vida” Em cada fase da vida há uma demanda energética e nutricional diferente, de acordo com a necessidade orgânica. Em estados de doença, a necessidade nutricional muda e requer um cuidado alimentar diferenciado. Adolescência Na adolescência ter uma dieta balanceada também é fundamental, pois as necessidades nutricionais nessa fase são maiores. É importante tomar cuidado, pois os adolescentes muitas vezes desejam ter um corpo magro e fazem qualquer coisa para consegui-lo, quase sempre sem orientação de um profissional da saúde, o que pode levar a deficiências nutricionais e transtornos alimentares como bulimia nervosa e anorexia nervosa, por exemplo. Os pais devem estar atentos e procurar sempre a ajuda de um profissional de saúde. Os adolescentes geralmente comem muitos lanches, sem verduras e ricos em gordura. O consumo de frituras, doces e refrigerantes pode ocorrer em excesso. Estes e outros maus hábitos alimentares são freqüentes nesta fase. Por isso é muito importante estimular uma alimentação saudável diariamente e explicar porque há esta necessidade. Além de ter uma alimentação equilibrada, com o consumo de todos os grupos alimentares, podemos enfatizar o consumo de cálcio, mineral importante para a formação do esqueleto, o ferro para o desenvolvimento muscular, esquelético e endócrino e o zinco, contribuindo para o crescimento e a maturação sexual do adolescente. Adultos A fase adulta é a fase da manutenção, sendo também muito importante ter uma alimentação adequada. Talvez essa seja a fase mais difícil, pois depende dos hábitos alimentares adquiridos, fatores culturais, financeiros, entre outros. Apesar de tudo isso, se deve pesar a importância de uma alimentação saudável tanto para o bom funcionamento orgânico, como prevenção de doenças e melhor saúde quando idoso. Idoso Nesta fase, a alimentação além de nutrir, poderá tratar determinadas doenças e proteger o organismo. Devem ser levados em conta alguns fatores, como: estado de saúde físico, mental e emocional, hábitos alimentares anteriores, alterações na capacidade de mastigar, deglutir, digerir e absorver os alimentos, etc. Pode acontecer também uma redução no paladar e do olfato. Conforme a pessoa vai envelhecendo, as suas necessidades de energia vão diminuindo, porém, por outro lado, a necessidade dos nutrientes vai aumentando. Por isso, deve-se priorizar alimentos de alto valor nutricional. Podemos perceber que muitos idosos deixam de comer alimentos mais consistentes, optando por outros de consistência pastosa, como sopas, chás, torradas, etc. É importante estimular a mastigação e o consumo de uma dieta completa e balanceada. Caso o idoso tenha algum tipo de doença é necessário ter um acompanhamento individual, com aporte nutricional adequado. No geral, é importante consumir alimentos de grupos variados, na consistência adequada, conforme a capacidade que o idoso tenha de mastigar os alimentos. Além disso, comer de forma fracionada, evitando assim a sensação de empaturramento. Outro ponto a ser ressaltado, é o consumo de água, muitos idosos não sentem sede ou não desejam beber líquidos devido a incontinência urinária, podendo correr riscos relacionados a desidratação e problemas renais. Para memorizar: Se a alimentação for adequada, a saúde estará presente em todas as fases da vida.