Terapia de Gênero

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GID: Diagnóstico
ou Auto-Diagnóstico?
Gendercare Gender Clinic
Wal Torres,MS,PhD
Copyright 2001-2005 Gendercare
Os Transtornos de Identidade de Gênero
• Segundo o CID-10 da OMS rubrica F.64, assim se
classificam, como problemas de saúde, os transtornos de
identidade de gênero (gender identity disorders-GID):
• Transexualismo (F.64.0 e F.64.2);
• Transformismo ou Crossdressing (F.64.1);
• Travestismo ou Transgenderismo (F.64.8), incluído entre
os casos não bem especificados (GIDNOS)
• Salienta-se que transtorno de identidade de gênero é um
fenômeno que onticamente nada tem a ver com
homossexualidade, já que pessoas GID podem ter gostos
hetero, bi ou homossexuais.
• Enquanto os Transtornos de Identidade de Gênero são
reconhecidamente problemas de saúde, qualquer
Orientação Sexual, seja hetero, homo ou bissexual não
constitue, de nenhuma forma, um problema de saúde, mas
uma questão de gosto.
O que é a terapia de gênero
• Inclui o diagnóstico de Transtornos de Identidade de
Gênero (GID e GIDNOS), F.64 do CID-10 da OMS;
• Inclui o tratamento desses casos após diagnóstico,
incluindo transição e hormonioterapia (HRT);
• Inclui o acompanhamento terapêutico desses casos, durante
o período de diagnóstico e transição;
• A transição inclui cirurgias corretivas de caracteres
secundários e inclusive cirurgias de transgenitalização
(SRS), sempre que necessárias;
• Inclui o acompanhamento sexológico e psicoterapêutico
após cirurgia de transgenitalização (SRS).
• Aplica-se a casos tanto MtF (do masculino para o
feminino) como para os casos FtM (do feminino para o
masculino).
Trataremos aqui do Diagnóstico
tanto MtF como FtM
Auto-Diagnóstico
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Toda pessoa, ainda criança, ou mesmo adolescente, com alguma GID
transexual (F.64.0 ou F.64.2) ou travesti (F.64.8), sabe que é diferente das
outras pessoas, mesmo que não saiba bem como nem porque. Muitas vezes
essas pessoas se confundem com homossexuais, porque assim logo a família e
o meio as classificam;
Todas elas logo demonstram, por diferentes causas e em diferentes situações,
uma feminilidade inesperada (MtF) ou uma masculinidade inesperada (FtM).
Demonstram, se não social e abertamente, pelo menos para si mesmas;
Assim sendo a pessoa GID intimamente tem a consciência de ser “diferente”,
e de ser diferente quanto à sua identidade, e principalmente sobre o gênero de
sua identidade;
Sendo assim, o diagnóstico GID engloba um aspecto de auto-diagnóstico, que
apenas deve ser estimulado e melhor avaliado pelo terapeuta;
O terapeuta não diagnostica.... Ele apenas estimula o paciente a se autodiagnosticar, e o auxilia e orienta nessa auto-diagnose.
Instrumentos de ajuda
• Contamos com dois bons instrumentos de ajuda, para o
estímulo do auto-diagnóstico: A anamnese e o teste de
feminilidade ou masculinidade inesperada;
• A anamnese pode ser desenvolvida através de consultas
presenciais, em que o terapeuta, identificando-se com o
paciente, o leva a abrir seu coração e contar toda sua
história, que conterá fatos que levarão o terapeuta à
compreensão das motivações do paciente, e assim às
causas do auto-diagnóstico incluído nessa anamnese, e
verá se essas causas e esse auto-diagnóstico são
estruturados e coerentes ou não;
• Essa anamnese, de forma superior e proveitosa, pode ser
executado sem a presença do terapeuta, através de emails
pela internet.
• O segundo instrumento nessa avaliação é a aplicação de
testes específicos para a avaliação da formação de uma
feminilidade ou masculinidade em princípio inesperadas;
• A Gendercare desenvolveu os testes MFX e FMX
específicos para esse fim;
• Podem ser aplicados presencialmente ou online pela
internet, o que apresenta grandes facilidades e minimiza
interferências;
• Esses testes levam em conta faixas etárias do paciente, e
procuram estimular, não só a memória do paciente, mas
principalmente como se via, e se sentia em diferentes fases
da vida;
• Em outras palavras, esses instrumentos, de uma forma
sistemática e objetiva, induzem o paciente a se autodiagnosticar, mostrando a dinâmica do desenvolvimento
dessa feminilidade ou masculinidade inesperadas.
• De posse dos resultados da anamnese e do teste de
identidade inesperada, o terapeuta poderá verificar como o
paciente se mostra, e como na realidade se identifica;
• Em havendo um transtorno de identidade pode-se verificar
como o paciente se auto-diagnostica.
• Esse auto-diagnóstico deve ser respeitado pelo terapeuta,
sempre. A função do terapeuta será esclarecer para o
paciente seu auto-diagnóstico, e principalmente, em casos
limites, por exemplo entre travestismo e transexualismo,
ou entre transformismo e travestismo, mostrar para o
paciente os prós e os contras entre um e outro caminho, de
forma a auxiliar o paciente na conformação final, e na
síntese de sua auto-análise.
Traumas
Como já mencionamos em outras de nossas apresentações, a grande
maioria dos casos de travestismo e transformismo derivam de
traumas, e alguns casos de transexualismo;
Na anamnese se percebe a existência ou não de traumas derivados
principalmente:
A. De rejeição materna;
B. De violência paterna (física ou sexual);
C. De violência familiar (agressão da mãe pelo pai, e dos irmãos);
D. De agressão sexual posterior (pai, irmãos, primos, amigos, etc..);
E. Outros.
Esses casos de traumas geralmente geram no teste de identidade
inesperada, uma falta de estrutura e falta de estabilidade, ao longo
da vida da pessoa.
Etiologia biológica...
• A maioria dos casos de transexualismo têm uma etiologia biológica,
determinada por fatores genéticos e endócrinos, agravados muitas
vezes pelo estado emocional das mães durante a gestação;
• Esses casos sempre geram casos de transexualismo (e não travestismo
ou transformismo), sem gerarem problemas psíquicos posteriores,
como os casos devidos a traumas na infância. Isso faz com que seja
uma característica transexual, certa calma e passividade;
• ao passo que travestis geralmente são mais agressivos e podem ser
violentos. Fruto de contínua agressão moral e existencial, e
posteriormente social, a tudo eles revidam, como forma única de
defesa;
• A atitude de agressividade e de defesa indica traumas e possível
situação de travestismo, mais provavel que de transexualismo. Essa
regra não é obrigatória, mas apenas provavel;
• A anamnese e os testes de identidade inesperada evidenciam
facilmente estes casos e estas diferenças.
A atitude do terapeuta diante do
diagnóstico
• Reconhecer que o diagnóstico surge da realidade do paciente sempre, e nunca
das idéias teóricas e preconcebidas do avaliador, geralmente é difícil para todo
avaliador;
• Por isso todo avaliador de GID deve sempre aprender a se identificar com o
paciente. Só assim se poderá compreender plenamente o diagnóstico GID, suas
nuances e a diversidade de fenômenos;
• O terapeuta deve preparar-se adequadamente para lidar com GID. Não basta um
PhD em psicologia ou psiquiatria (como prescreve a HBIGDA), se este PhD
não estiver voltado para o PACIENTE GID E COM A IDENTIFICAÇÃO COM
ELE.
• PhD`s e MS`s obtidos em “pesquisas” realizadas à revelia dos pacientes,
baseados não nos pacientes e em como se vêm, mas em teorias vindas “desde
fora”do problema, dificultam ainda mais a situação desses avaliadores;
• Ninguém estuda uma cultura perfeitamente, a não ser que tenha estado imerso
nessa cultura. Uma experiência forte, iniciática, como GID no meio GID é
fundamental para que o terapeuta aprenda a reconhecer o auto-diagnóstico dos
pacientes GID.
Um exemplo vindo da Etnologia...
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Vejam este texto de Juana Elbein dos Santos,PhD em sua tese de doutorado
em etnologia na Sorbonne, nos anos 70 do século passado:
“O etnólogo, com raras exceções, não tem desenvolvimento iniciático, não
convive suficientemente com o grupo, suas observações são, na maioria das
vezes, efetuadas “desde fora”, vistas através de seu quadro de referências;
raramente ele fala a língua de seus pesquisados e frequentemente recebe
informações de seus tradutores que, por sua vez, conhecem mal a língua do
etnólogo.”
Na mesma tese, logo a seguir:
“Estar “iniciado”, aprender os elementos e os valores de uma cultura “desde
dentro”, mediante uma inter-relação dinâmica no seio do grupo, e ao mesmo
tempo poder abstrair dessa realidade empírica os mecanismos do conjunto e
seus significados dinâmicos, suas relações simbólicas, numa abstração
consciente “desde fora”, eis uma aspiração ambiciosa e uma combinação
pouco provável.”
Desenvolvimento Iniciático...
• As pessoas GID existem sempre num gueto existencial, cultural e
social, devido à ignorância da sociedade sobre quem são e porque são
como são. Muitos se prostituem, e vivem de forma sub-humana. Os
traumas abundam, desde a infância, permeando a adolescência,
culminando na maturidade.
• Que prática terapêutica poderá servir de um alívio a tensões tão
dilacerantes?
• Qualquer que ela seja, vinda do “desde fora”, é necessário que o
terapeuta passe antes por esse “desenvolvimento iniciático”.... uma
experiência dura, radical, persistente, no mínimo como Crossdresser,
aberta e publicamente, por meses ou mesmo anos, em seu meio social
original.... essa será a experiência de iniciação que propomos, para que
as condições estabelecidas por Elbein dos Santos possam ser
conseguidas por um terapeuta vindo “desde fora”.
A linguagem...
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Depois de uma experiência iniciática como a por nós proposta, será fácil
compreender a linguagem GID...
A violência decorrente de PTSD (post traumatic stress disorder), o choro
espontâneo, o desespero, as tentativas de auto exterminação...só após uma
verdadeira e sólida experiência iniciática poderão ser compreendidas pelo
terapeuta vindo “desde fora”.
E assim, na linguagem GID será possível estabelecer um programa terapêutico
que terá por base a identificação com o outro, por exemplo um psicodrama
existencial e social, e não teorias pré concebidas vindos “desde fora”,
analisando GID`s como se fossem macaquinhos de circo.
A linguagem GID é a linguagem da identificação com o outro em seu
desespero... como o Egito dos Faraós bem sabia desenvolver... a linguagem de
identificação com as forças vitais da natureza...
Mas sempre a melhor solução virá “desde dentro para fora”... mesmo que não
seja impossível “desde fora para dentro”.
Conclusão
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Psicólogo ou psiquiatra, sexólogo ou avaliador de casos de GID`s: quer aprender a tratar
desses casos, e não é pessoalmente GID?
1.Faça-se GID... tenha sua prática concreta de seu “desenvolvimento iniciático”, como
crossdresser, de forma pública e exposta às feras da sociedade, por pelo menos 6 meses a um
ano;
2.Aprenda a linguagem do sofrimento GID... sofrendo como GID;
3. Identifique-se com seus pacientes GID, usando técnicas psíquicas de identificação e
terapias de identificação;
4. Aprenda a lidar com eles, e retirar de dentro deles, a realidade deles, também já vivida,
pelo menos até certo ponto, por você;
Assim, usando de uma boa anamnese, e dos testes de identidade inesperada MFX e FMX da
Gendercare será fácil o diagnóstico... simples o tratamento.... e possível imaginar uma
possível cura, ou pelo menos o abrandamento radical do problema.
Mas lembre-se sempre... GID transexual geralmente tem uma etiologia biológica de
discordância de gênero entre cérebro e genitais, por causas genéticas, endócrinas e agravadas
pelo estado emocional das mães... Mas travestismo e transformismo derivam quase sempre de
traumas... E só a própria pessoa conhece em profundidade essas possíveis raízes de
problemas.
Identifique-se com ela e ajude-a a se diagnosticar.
Afinal, para isso você será um terapeuta de gênero.
Referências Bibliográficas
• Colapinto, J --- Sexo Trocado (2000) --- Ediouro, 2001;
• Elbein dos Santos, J --- Os Nagô e a Morte --- Editora
Vozes, 1975;
• Freitas, M.C. --- Meu Sexo Real --- Editora Vozes, 1998.
• Fim
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