campo elétrico

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Efeitos Biológicos Associados à
Telefonia Celular:
Impactos sobre a Saúde e Recomendações.
Francisco de Assis F. Tejo (UFPB/CCT/DEE)
Audiência Pública na Câmara dos Deputados
Brasília, DF, 08 de novembro de 2001
1
Conteúdo do curso
1. Parte I
• Introdução
• O espectro eletromagnético
• Radiação ionizante X não ionizante
• A natureza dos campos eletromagnéticos
• Campos EMNI naturais X artificiais
• Polarização dielétrica
2
Introdução
•Há importantes considerações biomédicas associadas com exposição a longo prazo, a qualquer fator
ambiental passível de interação com sistemas biológicos (corpo, órgão, tecido e célula).
•No caso de campos EM, elas incluem efeitos especificamente devidos a: intermitência da exposição,
periodicidade da exposição recorrente, exposição
simultânea a múltiplos campos, idade no começo
da exposição e até mesmo considerações de
natureza étnica e geo-patológicas, que podem determinar a susceptibilidade de um indivíduo ao
fator ambiental considerado.
3
O Espectro Eletromagnético
Freqüência de um campo eletromagnético (EM) variável no
tempo, é o número de oscilações por segundo. É medida
em Hz (1 Hz = 1 ciclo por segundo).
Radiações ionizantes:
•UV,Raios X, Raios γ e radiação nuclear
•1016 - 1022 Hz (ou 300 - 0.0003 Å)
Radiações não-ionizantes:
•Luz visível: 1014 - 1016 Hz (300 - 0.0003 Å)
•MW: 0,3 - 300 GHz
•VHF: 30 - 300 MHz
•HF: 3 - 30 MHz
•MF: 300 - 3000 kHz
•LF: 30 - 300 kHz
•VLF: 3 - 30 kHz
•VF: 300 - 3000 Hz (voz)
•ELF: 30 - 300 Hz
4
Radiação Ionizante X Não Ionizante
•Uma radiação eletromagnética de freW=hν
qüência ν, tem associado com ela um
fóton de energia W=hν (eV), onde
h=6.626 x 10-34 Js é a constante de Planck.
•Microondas: 300 MHz  ν  300 GHz
1.24 x 10-6 eV  W  1.24 x 10-3 eV
•Energia de ionização: W=eφ, onde φ é o
primeiro potencial de ionização.
• Carbono:
eφ = 11,26 eV
• Hidrogênio: eφ = 13,59 eV
• Oxigênio:
eφ = 13,62 eV
• Nitrogênio:
eφ = 14,53 eV
Limiar biológico: 13.6 eV
ν  3,3x1015 Hz
λ  912 Å (UV)
5
A Natureza dos Campos EM (#1)
Uma partícula eletricamente carregada em movimento
(corrente elétrica), cria um campo elétrico e um campo
magnético, ambos variáveis com o tempo.
6
A Natureza dos Campos EM (#2)
Campo magnético
B ou H
B
Relações Campo Elétrico
Constitutivas
D ou E

D 

B

J 

E

H

E
E
Onda eletromagnética
E, H e k
Equações de Maxwell


  E  B / t
E
H
k
 

  H  J  D / t
7
Campos EMNI Naturais X Artificiais (#1)
ELF
MW
ELF
MW
ELF/MW
• Por mais de um século, a civilização tem sido exposta a campos EM
de ELF e a campos naturais.
• Explosão das estações de difusão de
rádio e TV, redes rádio-telefônicas,
telefones sem fio e celulares produziu uma densidade de energia de RF
e MW, no ambiente, milhões de vezes
mais elevada do que os níveis naturais (energia solar, tempestades, etc.),
na mesma região do espectro.
•Previsão: 1,3 bilhões de celulares
no mundo, em 2004 e 32 milhões,
no Brasil, atualmente !
8
Campos EMNI Naturais X Artificiais (#2)
• Dado o tempo relativamente curto de exposição aos CEMs de
origem tecnológica, não temos imunidade evolucionária, nem
contra seus efeitos adversos diretos contra nosso corpo, nem contra
interferências com processos EM naturais, tais como a Ressonância
de Schumann. [Polk, 1982], [König, 1974].
• O cérebro dos mamíferos contém uma rede PLL capaz de detectar
e reagir a sinais ELF [Ahissar et al., 1997] e, portanto, se comporta
como um receptor FM sintonizado. [Motluk, 1997]
Ressonância de Shumann
diária.
EEG (estado de alerta) típico, com
superposição dos picos de ressonância de Schumann.
9
Polarização Dielétrica (#1)
Material dielétrico: capacidade de armazenar energia elétrica, devido ao deslocamento (polarização) de cargas positivas
e negativas, sob o efeito de um campo elétrico aplicado e
contra as forças de atração atômica e molecular.
A polarização, função do tipo de dielétrico e da freqüência
do campo aplicado, é classificada como:
• De carga espacial (ELF,VLF,LF): ocorre quando o material
contém eletrons livres, cujos deslocamentos são restringidos
por heterogeneidades. Quando um campo elétrico é aplicado,
eletrons se acumulam nas interfaces e a separação das cargas
resulta na polarização do material. Este tipo de polarização é
característico dos materiais semicondutores, entre eles os materiais biológicos.
10
Polarização Dielétrica (#2)
• Dipolar ou rotacional: ocorre nas freqüências mais altas
(RF,MW) e também no nível molecular. Característica dos
materiais polares, é a base dos efeitos térmicos. As diretrizes da ICNIRP são estritamente baseadas neste mecanismo.
• Iônica (IR): ocorre nas freqüências do infra-vermelho, devido à separação de íons positivos e negativos na molécula.
• Eletrônica: ocorre nas freqüências próximas da região UV,
devido à separação entre o núcleo atômico positivo (fixado
na matriz do dielétrico) e a nuvem eletrônica, a qual é deslocada na direção oposta ao campo elétrico aplicado.
11
Parte II
•
•
•
•
•
Conceitos biológicos e biofísicos
Células e membranas celulares
Circuito linear equivalente a uma célula
Circuito fractal equivalente a uma célula
Relaxação dielétrica de tecidos biológicos
12
Conceitos Biológicos e Biofísicos (#1)
• Organismo vivo: complexo heterogêneo de tecidos biológicos, com propriedades condutivas, dielétricas e térmicas
bastante dissimilares.
• Efeitos térmicos, localmente contrabalançados pelos mecanismos passivo e ativo de termo-regulação.
• Interações não térmicas, em freqüências específicas, têm
sido verificadas nos níveis celular e molecular.
amino-ácidos
peptídeos
Células protídeos
heteroproteídeos
proteídeos
DNA e RNA
proteínas
13
Conceitos Biológicos e Biofísicos (#2)
• Peptídeos e proteínas: formados por ligações de aminoácidos, que incorporam grupos carboxilas (-COOH) e aminas (-NH2)
• Peptídeos e amino-ácidos(<< proteínas): ressoam na faixa de microondas.
Glicina, di-, tri- e alanil-glicina, @ 25° C e pH=6, ressoam
em 3.2 GHz, 1.2 GHz, 770 MHz e 960 MHz, respectivamente ( fress invers. proporc. tamanho da molécula !)
[Aaron et al., 1966]
•DNA e RNA: relaxação de LF, devido aos deslocamentos
iônicos, induzidos na superfície das moléculas pelo campo
elétrico.
14
Células e Membranas Celulares (#1)
Suspensão celular: partículas condutoras dispersas em um
meio dielétrico.
Ex.: sangue
 r'  56,  r''  15.9 a 3 GHz e 35° C.
• Dimensões celulares: 10 a 100 µm, diversas formas.
• Constituintes: proteínas+DNA/RNA+lipídios+glucídeos.
• Componentes: MC+LIC+mitocôndrias+núcleo.
• Membrana: dupla camada de fosfolipídeos semifluidos,
espess. aprox. 10 nm, c/ molécs. de proteína engastadas.
Função: proteção/controle ativo das trocas iônicas e moleculares entre o LIC e o LEC, através dos canais iônicos.
 LIC   LEC  dupla camada de cargas superficiais, isto é,
2
C

1

F
/
cm
m
a MC equivale a um capacitor
em || com um
resistor de fuga Rm  100 / cm 2 (fluxo de íons cruzando a MC).
15
Células e Membranas Celulares (#2)
Diagrama esquemático da membrana
celular, mostrando a
hélice-  do aparelho
transdutor de sinal, com
seus receptores em
forma de “Y”.
A superfície externa da MC e seus receptores e canais iônicos,
tem carga negativa, enquanto que o interior é positivamente carregado, estabelecendo um potencial de membrana. Um mensageiro positivo, penetrando por um receptor “Y” da hélice-  , inicia
um processo de amplificação, com um ganho da ordem de 105
a 106 , dando lugar a uma avalanche de mensageiros secundários
para o interior da célula.
16
Células e Membranas Celulares (#3)
Uma estrutura que auxilia a regular a atividade celular, é o canal
iônico gatilhado a tensão, que atua como um verdadeiro transistor, regulando as correntes iônicas para os diversos tipos de
ions da célula [Catterall, 1992]. O principal destes é o Ca   , onipresente, e que desempenha uma série de funções de comunicação e regulação celular. Ele atua primeiro como transdutor de
sinal e, em seguida, como mensageiro. [Bawin and Adey, 1976].
17
Células e Membranas Celulares (#4)
Junções de hiato são pontes de seis proteínas entre células contíguas, fundamentais para a comunicação intercelular, necessária para coordenar a sua regulação. A sua abertura e fechamento
é controlada pelo ion cálcio.
Como os sinais de RF/MW têm um maior acoplamento do que os
campos ELF, então é mais provável que eles alterem as funções
da junção de hiato, em intensidades muito menores do que com
ELF.
A alteração do ion cálcio na
glândula pineal é, então, um
mecanismo plausível para redução da melatonina.
Assim,estes dois efeitos sugerem fortemente o caráter
genotóxico da REM !
18
Circuito (linear) equivalente a uma célula
Modelo clássico: um modelo simplificado, representado
pelo circuito equivalente linear, abaixo, para descrever o
comportamento EM da célula e dos tecidos biológicos,
em função da freqüência. [Schwan, 1985]
19
Circuito (fractal) equivalente a uma célula
Modelo fractal: um novo modelo, representado pelo
circuito equivalente não linear, abaixo, para descrever o
comportamento EM da célula e dos tecidos biológicos,
levando em consideração todos os mecanismos
envolvidos nos processos de condução e polarização
dielétrica. [Tejo et al., 1997].
20
Relaxação Dielétrica de Tecidos Biológicos
Relaxação dielétrica: tempo (τ) necessário para que o material retorne
à sua desordem molecular. ( frel=1/τ)




•Diagramas de dispersão: variação de  e  com a
freqüência.
 : variação de Cext com f.
 : variação de Cm com f.
 : rotação de moléculas polares como água e proteínas.
 : rotação de amino-ácidos,
rotação parcial de grupos
laterais de proteínas e relaxação de água ligada à
proteína.
21
Parte III
•Formulação eletromagnética
•Formulação termodinâmica
•Atual cenário científico
22
Formulação Eletromagnética
   p   u    q  u  0
   q  u   0 in  ,
in  ,
onde  =k 02 e

n
y
 =  i
i 1
p =  r-1   r-1  , q =  r  r  ,
ij
 
Condições de contorno
sobre
 
~
nˆ  ( p    u )  0
n ij
i
para u = H E
 
nˆ  u  u0
n
z

sobre


j

x
 =   
   = 
  
Onde   M (E ) ,   E (M ) , para u  H (E )
23
Formulação Termodinâmica (#1)
O modelo de transferência de calor usado em uma simulação,
é a equação de transferência de calor biológico (TCB)
 c Tt  . T   cbW T  Tb   Qem ,
onde  e c são a densidade e o calor específico do tecido;
é o calor específico do sangue;  é a condutividade térbc
mica do tecido; Tb é a temperatura do sangue arterial; W é a
taxa de escoamento do sangue por volume unitário do tecido
2
(perfusão); Qem  12  E é a densidade de potência eletromagnética depositada no tecido;  é a condutividade elétrica do
tecido e E é o campo elétrico local no tecido.
24
Formulação Termodinâmica (#2)
Num modelo mais realístico, a perfusão (W) é uma função
não-linear da temperatura do tecido: verifica-se um aumento
significativo de W até 41-43° C em tecidos normais (pele e
músculo) e um decréscimo com a temperatura, na zona do
tumor.
Perfusão do sangue no músculo normal:
Wmus
0.45  3.55exp   T  45.02  , T  45.0

12




4.0, T  45.0
25
Formulação Termodinâmica (#3)
Perfusão do sangue na gordura:
W fat
0.36  0.36exp   T  45.02  , T  45.0

12.0




0.72, T  45.0
Perfusão no tumor:
Wtum
0.833, T  37.0

 0.833  (T  37.0) 4.8 / 5438,37.0  T  42.0
0.416, T  42.0

26
Formulação Termodinâmica (#4)
• Resultados recentes da literatura [Deuflhard et al., 1998]
mostram diferenças qualitativas significativas entre as
distribuições de temperatura previstas pelos modelos linear
(W constante com T) e não-linear (W função de T). Em
linhas gerais, a auto-regulação do tecido sadio, refletida
pelo modelo não-linear, reduz os hot spots causados por
máximos locais do campo eletromagnético absorvido. Em
conseqüência, pode haver um aumento de cerca de 0.5°C,
no tumor, também previsto pelo modelo não-linear.
• Devido à analogia com a hipertermia, este fenômeno pode
ocorrer na região do cérebro próxima à antena do telefone
celular, quando em operação, isto é, espera-se uma
temperatura significativamente mais elevada naquela
região.
27
Atual Cenário Científico (#1)
• Em resposta a uma base crescente de evidências
científicas, a existência de efeitos biológicos e
de saúde pública, associados com exposições a
campos EMs, está se tornando mais largamente
difundida e aceita.
• Um número cada vez maior de cientistas acredita,
agora, na existência de efeitos biológicos
atérmicos significativos, induzidos por campos
EMs não-ionizantes de baixa intensidade, ELF ou
RF/MW, não modulados ou com modulação
(AM, FM ou pulsada).
28
Atual Cenário Científico (#2)
• No dia 24 de julho de 1998, 28 cientistas, convocados pelo
“National Institute of Environmental Health Sciences”
(NIEHS), decidiram, por 19 a 9 votos, que os campos eletromagnéticos ELF são possíveis carcinogênicos.
Esta conclusão se deu após um ano de estudos, incluindo
três simpósios e uma reunião final intensiva de 10 dias, para
revisão e debate da literatura científica e médica disponível.
29
Atual Cenário Científico (#3)
•Em outubro de 1998, o “Workshop on Possible Biological
and Health Effects of Radio Frequency (RF/MW) Electromagnetic Fields”, na Universidade de Viena, aprovou a seguinte resolução:
Resolução de Viena: “Os participantes concordaram que os
efeitos biológicos de exposições de baixas intensidades estão cientificamente estabelecidos. Entretanto, o atual estado
de consenso científico é insuficiente para estabelecer padrões de exposição confiáveis. A evidência existente demanda um aumento no esforço de pesquisa sobre possíveis
impactos sanitários e sobre o estabelecimento adequado de
exposição e dose.” [Hyland, 2001]
30
Atual Cenário Científico (#4)
Em suma, os cientistas do campo do bioeletromagnetismo
estão convencidos que os campos EM artificiais induzem
efeitos biológicos. Alguns deles, verificados em laboratórios, são similares aos mecanismos bioquímicos reputados
como responsáveis por efeitos neurológicos como perda da
memória recente, enquanto que outros estão envolvidos no
desenvolvimento de doenças sérias como câncer, mal de
Alzheimer e mal de Parkinson.
31
Atual Cenário Científico (#5)
Descobertas científicas sobre efeitos biológicos induzidos por
Campos EMs, relacionados com uma seqüência de eventos,
acreditada como significativa no desenvolvimento do câncer.
Fonte:http://www.emf.com/emrsolution/emfissues/emfissuessummary.h
32
tml
Atual Cenário Científico (#6)
Dr. Neil Cherry (Lincoln University, NZ), em um
recente relatório, concluiu:
“Scientific studies at the cellular level, whole animal level
and involving human populations, show compelling and
comprehensive evidence that RF/MW exposure down to
very low levels, ... a minute fraction of present “safety
standards”, result in altered brain functions, sleep disruption, depression, chronic fatigue, headache, impaired memory and learning, adverse reproductive outcomes including miscarriage, still birth, cot death, prematurely and birth
deformities. Many other adverse health effects ... predominately cancer of many organs, especially brain cancer, leukemia, breast cancer and testicular cancer. ...”
33
Atual Cenário Científico (#7)
“ ... Hence, there is a strong evidence that ELF and RF/MW
is associated with accelerated aging (enhanced cell death
and cancer) and moods, depression, suicide, anger, rage and
violence, primarily through alteration of cellular calcium
ions and the melatonin/serotonin balance.”
Fonte:http://www.emf.com/emrsolution/emfissues/emfissuessummary.
html
34
Parte IV
•Efeitos do telefone móvel
•Sumário de descobertas científicas
•Necessidades e desafios
•Conclusões
•Recomendações
•Referências bibliográficas
35
Efeitos do Telefone Móvel (#1)
•Além da exposição a campos ELF, os usuários de
MT de todo o mundo estão agora expostos, diariamente, a campos de ELF/RF/MW, sob condições
de campo próximo (junto ao crâneo).
•Pode-se antever que o recente cenário de evolução
comportamental será vitalício: as emissões intermitentes na cabeça do usuário de MT contribuirão para aumentar ainda mais a sua exposição a um campo EM de fundo, já bastante complexo, produzido
por um agregado de múltiplas e distintas fontes de
campo EM, mesmo que seja em regime compartilhado !
36
Efeitos do Telefone Móvel (#2)
•Os telefones móveis celulares emitem radiação de
MW e ELF, respectivamente, na antena e no corpo
do aparelho. Ambos os tipos de emissão têm sido,
repetida e consistentemente, associadas com a indução de efeitos biológicos importantes.
•A seguir, um sumário, extraído da literatura, dos
efeitos biológicos e como eles podem levar a condições fisiológicas e potenciais doenças.
•O sumário não é exaustivo, sendo necessário muito
mais pesquisas no futuro, para expandir e refinar o
atual cenário científico.
37
Sumário de Descobertas Científicas (#1)
38
Sumário de Descobertas Científicas (#2)
Fonte:http://www.emf.com/emrsolution/emfissues/emfissuessummary.
html
39
Princípio do Espectro Eletromagnético
Tem sido observado que os efeitos biológicos e epidemiológicos, induzidos por ELF ou RF/MW são bastante similares: efluxo do Ca++, redução de melatonina, ruptura das fitas do DNA, aberrações cromossômicas,
leucemia, câncer de mama e cerebral, distúrbios neurológicos e abortamentos. Vignati e Giuliani (1997) mostram que, para uma exposição
a um campo unitário, Icap >> Icond, como mostrado abaixo.
40
Junção de hiato e aberrações cromossômicas
1. Fluxo da junção de hiato, em função da intensidade de
campo magnético de 50 Hz [Li et al., 1999].
2. Aberrações cromossômicas em células de hamster chinês
V79, expostas a 30 mW/ cm 2 , em 7.7 GHz, sob condições
isotérmicas (22  0.4 °C) sendo, portanto,
um efeito
atérmico. [Garaj-Vrhovac, Horvat and Koren, 1991].
(1)
(2)
41
Morte celular
Quando os cromossomos são danificados, as células assassinas
naturais do SI eliminam as células defeituosas. Alternativamente,
as células podem entrar em apoptose (suicídio programado).
Garaj-Vrhovac, Horvat e Koren encontraram uma diminuição na
taxa de sobrevivência e um aumento na mortalidade, segundo
uma relação de dose-resposta bem definida.
A diretriz ICNIRP para f>2 GHz
é de 1mW / cm 2 e de 5mW / cm 2 ,
respectivamente, para o público
em geral e para os trabalhadores.
Mesmo um nível 100 vezes menor do que o primeiro, durante 60
minutos, mata 28% das células e
8% delas, durante 30 minutos!
42
Necessidades e Desafios (#1)
• Modelagem precisa das fontes de energia EM (de estações rádio-base ou de telefones celulares) exógenas.
• Modelagem precisa dos mecanismos de ação do campo
exógeno sobre biossistemas, em três escalas físicas:
Macroescala: sistema biológico considerado como um
todo continuum, exposto a um campo EM exógeno (dosimetria tradicional);
Mesoescala: interação no nível do tecido biológico;
Microescala: determinação da distribuição de campo EM
induzido localmente na célula e seus compartimentos e as
conseqüentes modificações na atividade celular.
[D’Inzeo, 2000]
43
Necessidades e Desafios (#2)
• Modelagem precisa do aquecimento de tecidos in vivo, sob
excitação eletrodinâmica em nível térmico, levando em
conta os mecanismos passivos e ativos de termoregulação
do organismo, utilizando modelo não-linear da equação de
Transferência de Calor Biológico.
• Proposição, adaptação e revisão de normas e padrões,
visando o uso correto das tecnologias de RF/MW,
assegurando, em primeiro lugar, a proteção à saúde dos
usuários!
44
Conclusões (#1)
•As Diretrizes de Segurança atuais, baseadas apenas na consideração da SAR, não oferecem proteção contra os efeitos
especificamente atribuídos à freqüência da REM, uma vez
que elas limitam apenas a sua intensidade, em um nível suficiente para garantir que o aquecimento do tecido, pela absorção de energia EM, não exceda a capacidade termoregulatória do corpo, de tal modo que não venha a comprometer
a sua homeostasia térmica.
45
Conclusões (#2)
•Ao justificar a exclusão de qualquer efeito não-térmico na
formulação de suas Diretrizes de Segurança, a ICNIRP conclui:[ICNIRP, 1998]
.... ‘Overall, the literature on athermal effects of amplitude
modulated electromagnetic fields is so complex, the validity of the reported effects so poorly established, and the relevance of the effects to human health is so uncertain, that is
impossible to use this body of information as a basis for
setting limits on human exposure to these fields.’
46
Conclusões (#3)
•Deve-se ressaltar que isto não é equivalente a denegar a
existência de influências não-térmicas deste tipo de radiação, ou seu potencial de induzir reações sanitárias adversas – como é freqüentemente apregoado pela Indústria de
Telefonia Móvel – mas simplesmente que, na visão da
ICNIRP, tais efeitos não podem ser usados como uma base
para estabelecer limites de exposição.
• Com relação à complexidade dos efeitos atérmicos, a seguinte afirmação aparece no parágrafo que precede aquele
do qual foi extraída a citação acima:
.... ‘Interpretation of several observed biological effects (of
this kind of radiation) is complicated by the apparent existence of ‘windows’ of response in both power and frequency domains. There are no accepted models that adequately
47
Conclusões (#4)
explain this phenomenon, which challenges the traditional
concept of a monotonic relationship between the field
intensity and the severity of the resulting biological effects.’
Ora, uma ausência de uma tal relação (de dose-resposta) monotônica é esperada, pois tratam-se de organismos vivos,
o que significa que eles estão longe do equilíbrio térmico e,
portanto, longe do regime onde uma tal relação monotônica
se justificasse. Mantendo-se longe do equilíbrio térmico, sua
resposta a um campo EM externo depende, necessariamente,
do estado do organismo no instante da exposição – isto é, tratam-se de sistemas não-lineares, para os quais a exposição a
um baixo nível de REM não impõe, necessariamente, uma
resposta fraca, ou vice-versa e para os quais os fenômenos de
‘janelas’ são esperados! [Hyland, 1998]
48
Conclusões (#5)
•A REM dos telefones celulares, provavelmente,
aumentará a incidência de doenças neurológicas e
tumores cerebrais, nos próximos 10 a 20 anos.
•A REM de ERBs, provavelmente, aumentará a
incidência de abortamentos, câncer, doenças
neurológicas, cardíacas e morte.
•Os problemas apontados continuarão a se agravar,
a menos que sejam tomadas as medidas necessárias
para reverter esta tendência, tal como reduzir a potência (ou aumentar a distância) a níveis tecnicamente possíveis e só instalar novas ERBs em locais
que produzam exposições residenciais extremamente reduzidas.
49
Recomendações (#1)
Fazer um esforço nacional para uniformização de
procedimentos e métodos para estudos experimentais e epidemiológicos.
•Fazer gestões junto aos ministérios da Saúde, da
Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, no sentido de se estabelecer um Programa Nacional de
Bioeletromagnetismo, congregando profissionais
das diversas áreas envolvidas com o assunto.
•Assessorar os Poderes Públicos municipal, estadual e federal, visando a bio-compatibilidade eletromagnética entre o homem e a tecnologia.
50
Recomendações (#2)
•Propor às autoridades governamentais a adoção do Princípio da Precaução, até que se disponha de informação científica
mais robusta sobre o assunto.
•Propor revisões periódicas sobre as normas e padrões em vigor,
sempre que indicado por novos estudos.
•A indústria deve reprojetar os aparelhos celulares, de tal modo a
minimizar a exposição na cabeça do usuário.
•A indústria deve fornecer informações detalhadas sobre os riscos à
saúde e possíveis soluções, por meio da distribuição de brochuras,
manuais e publicidade na Internet, de tal modo que o consumidor
possa tomar sua própria decisão a respeito de tais riscos.
•As novas tecnologias de comunicação pessoal devem ser testadas,
antes da sua comercialização, com relação a possíveis efeitos
biológicos adversos à saúde, de tal modo que produtos
perigosos não possam ser comercializados.
51
Recomendações (#3)
•Realizar inspeções periódicas, pós-comercialização, dos
usuários de aparelhos analógicos e digitais, a fim de determinar se eles experimentam algum efeito adverso à
saúde, mantendo um banco de dados onde as pessoas possam se reportar quanto a quaisquer efeitos sanitários que
possam ser atribuídos ao uso desses aparelhos.
•O governo deve criar uma agência federal específica, que
coordene as ações com vistas à proteção da saúde dos usuários
de aparelhos de comunicação pessoal sem fio.
•O governo deve estabelecer um padrão de segurança adequado, que sirva de base para futuras decisões regulatórias, já
que a métrica de SAR, apenas, não é suficiente para avaliar
os efeitos biológicos em seres humanos.
52
Referências Bibliográficas (#1)
•
•
•
•
•
•
•
Polk, C., 1982: "Schumann Resonances". In: CRC Handbook of Atmospherics,
Ed: Hans Volland. Boca Raton, Florida: CRC Press, 111-177.
König HL. 1974, Behavioural changes in human subjects associated with ELF
electric fields. In Persinger MA, editor. ELF and VLF electromagnetic field
effects. New York, Plenum Press.
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