DOR PSICOLOGICA Sandra Odebrecht Vargas Nunes Professora Associada da UEL Impacto da dor crônica Dor crônica 20% de todos adultos 70% tem dor a despeito do tratamento 40% tratamentos alternativos e complementares produtividade e sofrimento humano Van Gogh - Old Man dor crônica e depressão A dor está presente em 30% a 60% dos pacientes com depressão 2/3 de dor persistente tem história de depressão maior dor lombar dor pélvica fibromialgia Dor torácica Edgar Degas melancholy Bases Neurobiológicas do tratamento da comorbidade Dor e depressão Neurotrnsmissores Serotonina ( HT) Noradrenalina ( NA) Dor e depressão DEPRESSÃO Humor deprimido Perda de interesse e prazer Alteração do peso Alteração do sono Agitação ou lentidão psicomotora Fadiga ou perda de energia Sentimento de culpa, incapacidade ou inutilidade Redução da capacidade de pensar e concentrar-se Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio A Depressão Afeta Mente e Corpo DSM-IV-TR 1 Sintomas emocionais : • Tristeza • Perda de interesse • Ansiedade • Preocupação • Estresse • Culpa • Ideação suicida 1.APA. 1 Sintomas físicos : • Baixa energia • Alterações de sono • Dores vagas e difusas • Cefaléia • Alterações no apetite • Alterações GI • Alterações psicomotoras DSM-IV-TR (Text Revision); 2000:349-352. 6 Neurotransmissores em dor e depressão Serotonina Ansiedade DOR Humor Impulsividade Sexo Apetite Agressão Noradrenalina Ansiedade DOR Humor Vigilância Motivação Serotonina (5-HT) e Noradrenalina (NA) São Importantes na Gênese da Depressão Domínios Funcionais de 5-HT e NA 1-5 Noradrenalina Serotonina Agressivida de Humor depressivo Ansiedade Dores Apetite Concentração Interesse Perda de energia Cognição Motivação Sexo 1 Berridge CW, et al. Brain Research Review. 2003;42:33-84. 2 Lucki I. Biol Psychiatry. 1998;44:151-162. 3 Verma S, et al. Int Rev Psychiatry. 2000; 12(2):103-114. 4 Blier P, et al. J Psychiatry Neurosci. 2001;26(1):37-43. 5 Doraiswamy PM. J Clin Psychiatry. 2001;62(suppl 12):30-35. 8 Sintomas depressivos Afeto Humor disfórico, irritabilidade, tristeza, perda de interesse e prazer, ansiedade Cognitivo concentração, distorção negativa de si, de mundo e de futuro, de tomadas de decisões, memória Somáticos Dor crônica,alteração do apetite,e sono, fadiga Papel da 5-HT e NA nos Sintomas Físicos Dolorosos SEROTONINA (5HT) Uma redução dos níveis de 5-HT e NA na medula espinhal pode resultar em um aumento de sensibilidade à dor • Modulação das respostas dolorosas pelas vias descendentes Noradrenalina (NA ) Acredita-se que a 5-HT e a NA sejam dois dos neurotransmissores moduladores na via inibitória descendente e façam parte do sistema analgésico endógeno corporal Papel da 5-HT e NA nos Sintomas Físicos Dolorosos Serotonina(5HT) Acredita-se que a 5-HT e a NA sejam dois dos neurotransmissores moduladores na via inibitória descendente e façam parte do sistema analgésico endógeno corporal Noradrenalina (NA) A serotonina e a noradrenalina podem desempenhar um papel importante nos sintomas da depressão O sistema nervoso central processa informações e modula as respostas de dor por meio das vias descendentes da dor Dor e Depressão : via neuroquímica Desequilíbrio de 5-HT e NA no cérebro estão fortemente associados com a depressão O cérebro pode perceber um sinal de dor amplificado devido ao desequilíbrio de 5-HT e NA na medula espinhal Isto pode explicar porque os sintomas físicos são a principal queixa em pacientes deprimidos que se apresentam em serviços primários de saúde DEPRESSÃO É A MAIOR CAUSA DE DOR E DE OUTROS SINTOMAS FÍSICOS Qual é a percentagem de pacientes que apresentam depressão na atenção prímária relatam somente queixas físicas? 1- 69% 2-46% 3- 23% 4- 12 % Um estudo Intermacional da relação entre sintomas somáticos e depressão Em um estudo multicêntrico de 14 países patrocinado pela OMS 25916 pacientes da atenção primária 1146 pacientes com depressão maior ( 10%) 69% relataram somente queixas físicas na visita médica The New England Journal of Medicine 1999; 341: 1329-35 Sintomas depressivos e dor crônica 28,5% de dor crônica tem 2 sintomas depressivos 37,9% de dor crônica tem 3 sintomas depressivos 61,9% de dor crônica tem 8 sintomas depressivos Duração da dor crônica e depressão 13,3 meses a 19 meses Arch Gen Psychiatry 2003; 60(1):39-47 Fibromialgia Prevalência lifetime 3,4 % M 0,5 % H Dor Não decorrente a uma lesão ou inflamação Nâo se deve a danos ou lesões do sistema nervoso Está acompanhada de fadiga, transtorno do sono, depressão e ansiedade está presente nos quatro quadrantes corporais t Fibromialgia A fibromialgia é definida como uma síndrome de dor musculoesquelética crônica difusa associada à presença de sensibilidade exacerbada à palpação de determinados sítios dolorosos, os chamados pontos dolorosos (tender points) Fibromialgia Dor crônica musculoesquelética 3 meses tender points ( 11 dos 18 pontos ) Insônia fadiga, rigidez matinal Sintomas emocionais depressivos e ansiosos Alteração do funcionamento occupational e social Depressão x fibromialgia. Causa ou conseqüência? serotonina e endorfinas IL-6 , IL 1 Sono –depressão latência REM e fase,3,4 Sono- fibromialgia Intrução de ondas alfadelta nos estágios 3,4 EMOÇÕES E DOR MUSCULAR Comorbidade fibromialgia e depressão 50% tiveram depressão ao longo da vida 20 % depressão atual Antidepressivos tratam a dor Desencadeantes da fibromialgia Predisposição genética Exposições ambientais : trauma físico, infecção, estresse emocional, doenças autoimunes Mecanismos : relação entre os fatores fisiológicos e psicológicos Processamento sensorial disfunção neuroendócrina/autonômica Resposta a estressores Eventos percebidos como inescapáveis, inevitáveis ou imprevisíveis evocam forte resposta biológica Estresse de vida precoce pode ter uma suscetibilidade a estressores posteriores Estresse traumático na infância aumenta suscetibilidade a dor crônica no adulto Current opinion in rheumatology 2004;16(2): 157-163 Fibromyalgia pain: do we know the source ? Corpo humano e sua personalidade visível Dor crônica>3 meses Fadiga Insônia Personalidade anacástica: perfeccionista, preocupação com regras, listas, esquemas, responsável e exclusão de prazer Distimia Prevalência da Fibromialgia 2.0% na população geral 3,4% em mulheres 0,5 % em homens 5 a 6% de pacientes da atenção primária Relação da Fibromialgia e comorbidades Depressão e ansiedade estão associadas a incapacidade funcional Distúrbio psicológico é um preditor de dor persistente O s tratamentos de dor crônica geralmente fracassam? Analgésicos Relaxantes musculares Antiinflamatórios Antidepressivos Acumputura Exercício Físico Meditação Biofeedback Reestruturação cognitiva Reestruturação cognitiva Identificar pensamentos e sentimentos negativos e aprender a modificá-los senso de poder e controle Associada a relaxamento muscular e biofeedback Resolução de problemas identifique o problema e pense e manejo Antidepressivos e dor Tríciclicos; amitriptilina, maprotilina Inibição Seletiva da Recaptação da Serotonina(ISRS) : fluoxetina, sertralina, paroxetina , citalopran Inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina: venlafaxina e cymbalta ( duloxetina) Antidepressivos duais e dor Transportador de Recaptação de 5-HT (Bloqueado) 5-HT Efeitos balanceados sobre 5-HT e NA já nas doses iniciais Transportador de Recaptação de NA (Bloqueado) NA ISRSN Mecanismo de dor e antidepressivo Serotonina(5HT) Pronocioceptivo : 5-HT 3 periférico Antinocioceptive: 5HT 1 A e 5HT2A no caminho nocioceptive descendente Noradrenalina Pronocioceptive no periférico Ação antinocioceptive no 2 adrenoreceptores Pacientes com dor crônica sendo tratados com opióides Risco de abuso e dependência Durante hospitalização 12.000 pacientes receberam 1 ou mais doses de opióides, sem história prévia de abuso- 4 dependentes Peter J, Jack N Engl J Med 1980;302(2):123 Pacientes com dor crônica – risco de dependência com opióides Pacientes com dor crônica não devido ao câncer receberam opióides por 36 meses 56% abuso da substância 27% sério abuso de opióide 24% dependentes de opióides Os autores foram incapazes de determinar fator preditivo do abuso ou dependência Bouckoms et al. Am Clin Psychiatry 1982;4(185):192 Terminologia Abuso – uso da medicação para propósitos não terapêuticos, aqueles que não foram prescritos- Uso Compulsivo sem controle Dependência – Tolerância qtdd para o efeito desejado, do efeito com o uso continuado abstinência Quais pacientes com risco de dependência Pacientes com dor crônica que desenvolveram problemas de abuso e dependência com opióides permanece desconhecido Pacientes sem história de abuso e dependência que desenvolveram estes problemas Como evitar problemas legais DOCUMENTE Prescrever opióides para alívio da dor aguda e pacientes terminais Nenhum paciente deve sofrer por culpa de outros Dor é um fenômeno Psicossomático máximo O grito Munch Obrigada