Informática e educação - Departamento de Informática e Estatística

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Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação na
aprendizagem de Matemática
Edla Maria Faust Ramos
Laboratório de Sistemas de Conhecimento
Departamento de Informática e Estatística
Centro Tecnológico - UFSC
Roteiro:
NTIC na educação - por quê?
NTIC na aprendizagem de matemática por quê?
Modalidades de uso das NTIC - o software
educacional
Vislumbrando o potencial - exemplos de
ambientes de aprendizagem
NTIC na educação por quê?
? questão social?
? questão pedagógica?
? questão econômica?
? questão política?
Revoluções
•ação
expansão
•comunicação
NTIC ?
“Se algumas formas de ver e agir parecem ser
compartilhadas durante muito tempo (ou seja, se
existem culturas relativamente duráveis), isto se
deve à estabilidade das instituições, de dispositivos
de comunicação, de formas de fazer, de relações
com o meio ambiente natural, de técnicas em geral,
e a uma infinidade indeterminada de circunstâncias.
Estes equilíbrios são frágeis....Basta que alguns
grupos sociais disseminem um novo dispositivo de
comunicação, e todo o equilíbrio das representações
e das imagens será transformado, como vimos no
caso da escrita, do alfabeto, da impressão, ou dos
meios de comunicação e transporte modernos."
(Lévy, 1995:16).
"A mutação das técnicas produtivas é
acompanhada por novas formas de divisão
do trabalho e, logo também, pelo surgimento
de novas classes sociais, com o
desaparecimento e a perda de poder das
classes precedentes, por uma mudança da
composição social e das próprias relações
políticas." (Rossi apud Mussio, 1987:20)
Otimismo ou Ceticismo?
•Absolutismo ou democracia participante
como formas de governo?
•Eficiência econômica ou desemprego em
massa?
•segurança pública ou instalação do
terror?
•Subjetividade e respeito mútuo com
justiça distributiva ou invasão da
privacidade e massificação?
?
Nada está decidido a priori." (Lévy,
1993:9). Lévy destaca ainda que o surgimento de
uma tecnodemocracia terá que ser inventado na
prática, ao mesmo tempo que alerta para o grande
distanciamento existente entre "a natureza dos
problemas colocados à coletividade humana pela
situação mundial da evolução técnica e o estado
do debate
(1995:7)
coletivo sobre o assunto."
alfabetização para uso das TIC
A massificação já está ocorrendo por uma
pressão natural do mercado.
Ela é necessária mas não
é suficiente.
O equilíbrio natural do mercado não
garante a quantidade nem a
qualidade necessária.
Em SC são
mais de 10% de
analfabetos
leitura X edição X publicação
Ao mercado só interessa
instrumentalizar o consumidor
com a habilidade de leitura
•Controle político e social dos
meios de produção
"Há dois níveis de compreensão de um instrumento
tecnológico. O primeiro é o da
compreensão
técnica, típico dos especialistas....O segundo nível
é o da compreensão do uso do instrumento
por parte de quem delega ao especialista a
compreensão específica do fato e aceita dele a
garantia técnica....sendo capaz de avaliar
e
julgar o instrumento proposto não por
seus mecanismos internos mas pelas suas
funções (globais) externas." (Mussio, 1987:16)
“Mussio lembra que é preciso fazer crescer a
consciência do significado
cultural do instrumento de forma a minimizar
a "delegação" de poder aos
especialistas. O erro de um especialista precisa
ser entendido, nas suas conseqüências imediatas,
pela comunidade de usuários ... Nesse nível de
compreensão o usuário passa a naturalmente ser
ator do projeto.
Ferramenta
convivencial
"a ferramenta é convivencial na medida em
que cada um puder utilizá-la sem
dificuldade, tão amiúde ou tão raramente
quanto o deseje, para os fins que o próprio
determine....Entre o homem e o mundo ela é
um condutor de sentido, um tradutor de
intencionalidade". (Illich, 1976:40)
Cabe a ciência tratar de simplificar
a instrumentação tecnológica
Compreensão crítica
metodologias e ambientes de aprendizagem
que promovam o aprendizado autômomo
 no projeto das interfaces e das
funcionalidades dos sistemas de software
políticas de informatização das instituições
Perspectiva pedagógica
(autonomia e cooperação)
• Jean Piaget (epistemologia genética)
• Paulo Freire (pedagogia da libertação)
• Humberto Maturana e Francisco Varela
(teoria sócio-biológica da autopoiese)
Relação
Sujeito X Objeto
Indivíduo
Comportamentalista
Controle total do comportamento a partir de
estímulos externos.
Não há a mente.
Não há a consciência.
Indivíduo
Interacionista
A consciência humana é capaz de
transcender
e transformar o mundo
A transcendência
é
autonomia
transcendência
a partir de um processo de meta-reflexão
A nível cognitivo essa
se dá
•Piaget - abstração empírica,
refletidora e reflexiva
•Freire - consciência livre ou
crítica- é claro só um consciência livre
pode refletir a si própria.
•Maturana - auto-consciência
princípio funcional
do processo cognitivo (estímulos externos X
coerência interna.)
•Autonomia é também um
•Conhecer não é um ato de
acúmulo de
registros de informações transmitidas do ambiente.
•O conhecimento se dá na
ação efetiva (interação
com os objetos e com os outros seres do mundo)
•Sob
opressão não há como conhecer.
Autonomia não é isolamento.
Freire: O processo de liberação das consciências se dá
na comunhão.
Maturana e Varela: A consciência é um produto
social.
Piaget: A cooperação força e impulsiona a manutenção
da coerência das estruturas cognitivas.
Ser autônomo é estar apto a participar do
processo de construção coletiva e cooperativa
das regras sociais com vistas a manutenção do
respeito mútuo.
É preciso inventar uma nova
escola.
Uniformização e
padronização
Controle total do processo
ensinar ou transmitir
Aprender??
Transmissão de enunciados.
Declarativo e não procedural.
currículos rígidos
autonomia???
cooperação???
compreensão crítica??
meta-reflexão??
Vamos reproduzir esta prática pedagógica ineficiente
e cruel com computadores?
Temos com as novas tecnologias a oportunidade
concreta para:
•os aprendizes passarem os escritores e editores do seu
conhecimento, e deixarem de ser meros leitores e consumidores do
conhecimento já editado e publicado;
• o aprendizado da autonomia
e da cooperação;
• a promoção da inteligência, e dos processos meta-reflexivos
indispensáveis ao surgimento da autonomia e do pensamento de análise e
síntese.
• gerar a habilidade de lidar com sistemas
formais de alto nível de sofisticação.
simbólicos e
É preciso educar para a sociedade informatizada.
Mas é também preciso usar a informática para
educar, pois o computador tem se revelado um
potente instrumento pedagógico.
Ou seja é preciso educar para a informática e pela
informática.
A influência da informática
na matemática e no seu
ensino/aprendizagem
na matemática:
D'Ambrosio "...os
conceitos
matemáticos
sempre dependeram de métodos de cálculo e de escrita...os
computadores e a informática
têm estimulado novas
pesquisas, têm revivido para a consideração dos matemáticos
questões atualmente negligenciadas,... e têm tornado possível
o estudo de novas questões."
"Sempre houve um lado experimental na
matemática. Euler insistia em realçar o papel da observação na
Matemática pura, afirmando: " ...as propriedades dos números que
nós conhecemos foram usualmente descobertas por observação e bem
antes de sua validade ter sido obtida por demonstração...”
Os computadores aumentaram rapidamente nossas possibilidades de
observação e experimentação na matemática.
nos currículos de matemática:
D'Ambrosio "...a matemática tem o dever de servir a
futuros especialistas de outras disciplinas: que mudanças os
computadores estão introduzindo nestas disciplinas?
"...qual matemática é necessária como uma parte da
cultura científica básica - aos níveis do primeiro e segundo
grau - dentro do novo ambiente industrial? O uso da
informática nestes ambientes exigirá mais
matemática melhor compreendida, o que deve
conduzir a um novo equilíbrio entre a parte pura e
aplicada."
Toda a ação pedagógica deve considerar:
conteúdo
conceito
OOrganização
hierárquica e
sequencial
CComportamentalismo
EEscola Tradicional
ÊÊnfase nas representações
formais - a representação
simbólica é o ponto de partida.
PPouca ênfase no diagnóstico e
nas diferenças individuais.
CConstrução coletiva
formalizada e sedimentada
TTramas ou redes Conceituais
iIdentificação dos conceitos nucleares;
iInter-relação conceitual; Visão não
contexto
Campo Semântico
Significação
Justificativas
Tranferência de contexto ou
processo de generalização e
abstração
Interacionistas e
Cognitivistas
Ação coletiva conjunta e
intencional, sincrônica e
dinâmica
leitura de gurpo
linear dos mesmos.
C Costrutivistas ou cognitivistas (Piaget,
Bruner, Ausubel, Vygogsky)
ÊÊnfase em vários tipos de
representação - modelo e modelização.
DDiagnóstico individual operatório.
Aplicações Educacionais
Enfoque Algorítmico
Enfoque Heurístico
• transmissão
• exploração conjetural
CAI
Tutoriais
ICAI
Jogos
Simuladores
Ambientes Gráficos
....
"...o computador deve ser usado no processo ensinoaprendizagem, antes de qualquer outra coisa, como um meio
para implementar o que com outros meios não seria possível ou
seria difícil obter. Diferentemente do que alguns educadores
temem, não se trata de implementar com o computador a ação de
outros meios educativos cuja qualidade está bem demonstrada.
Este raciocínio não é estranho, se considera que o computador é
um bem escasso e também custoso, cujo uso deve oferecer o
máximo de benefícios, neste caso educativo...".;
Cuidado com o software de 20 minutos.
melhor trabalhar com ambientes abertos.
outras aplicações
•
•
•
•
•
Linguagens de programação
editores de hiperTexto e hiperMídia
planilhas de cálculo
softwares estatísticos
CAD ...
consumidores
ou editores??
perspectivas na educação à distância
• Democratização
• Autoritarismo
– espaço - tempo
– mecanização
– baixo custo
– institucionalização
– respeito aos ritmos
– padronização
próprios
– individualização do
processo
– despersonalização
– isolamento
materiais
auto-instrucionais
Processo de
produção
distribuição
Uso
Conteúdo
As TIC podem muito mais do que superar
as dificuldades
dos processos tradicionais de educação à distância
O que se pretendeu argumentar, em síntese, foi que é
possível conceber e concretizar,com as novas tecnologias,
uma nova e revolucionária realidade educacional,
que nem de longe lembre a atual.
Mas, seremos nós, com os nossas intenções, os nossos
anseios, a forma de relações que estabelecermos uns com
os outros, que iremos determinar os resultados.
Se a perspectiva pedagógica que adotarmos, for opressora,
então não haverá aprendizado. Não importa quão
maravilhosa seja a ferramenta.
concluindo
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