Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

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Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Resumo da dissertação de mestrado: Educação, Ética e Tecnologia.
Impressões e Reflexões
Acadêmico: Crystie Allan Rosa
Florianópolis, 07 de Outubro de 2005.
Matrícula:02138085
Estando a informática cada vez mais presente no cotidiano das pessoas,
ela modificou tanto direto quanto indiretamente a forma como as pessoas se
relacionam, se divertem, trabalham, enfim, convivem umas com as outras. As
chamadas NTIC (Novas Tecnologias da Informação e Comunicação) tanto
facilitaram nossa vida quanto trouxeram alguns dilemas éticos. Por exemplo, o
uso privilegiado de dados confidenciais ou a divulgação de dados impróprios
pela Internet, acesso não autorizado a sistemas computacionais, discussão
sobre direito de propriedade de softwares, direito autoral na rede, etc.
Os bancos de dados oferecem tamanha flexibilidade e conveniência que
permitem ser pesquisados e suas informações transferidas em questão de
segundos através de redes digitais. Em segundos também um fato ou
fenômeno ocorrido em qualquer canto do planeta é divulgado e permite que
imediatamente pessoas tenham opinião, tomem decisões ou se manifestem.
Essa rapidez e forma como as coisas se alteram rapidamente podem causar
questionamentos éticos contundentes. As pessoas discutem sobre o que
poderia estar certo ou errado, porém, de forma bastante superficial e pouco
calçada academicamente. A filosofia está entre as ciências que mais
contribuem para o pensar ético, mas devido suas proposições por vezes serem
um tanto complexas, ficam longe do contato da maioria das pessoas.
A pensar ético, a discussão dos conflitos, investigação de causas e
conseqüências, o conhecimento acerca das possibilidades e limites, o
aprendizado sobre o funcionamento de equipamentos e o discernimento sobre
a utilização das NTIC é que provoca a construção de um posicionamento ético
das pessoas em relação às tecnologias e o seu uso no cotidiano.
Os problemas éticos estão presentes nos domínios das ciências e
tecnologias, que possuem o status de que “tudo sabem” ou “tudo podem”
perante as pessoas. Essas pessoas nem sempre têm acesso ao processo de
produção do saber científico. A comunidade científica por vezes questiona: que
tipo de sociedade queremos construir? A tecnologia de informação e
comunicação poderia abolir o elemento humano na educação das pessoas? As
NTIC teriam total controle da vida privada alheia? Diminuiria ou aumentaria a
solidariedade entre as pessoas?
A finalidade da educação ética é estimular o desenvolvimento do juízo
moral, entendido como a passagem da moral heteronômica, externa à pessoa
para a moral autônoma, onde a consciência e a responsabilidade determinam
as escolhas, atitudes, opiniões, enfim, as formas de conduta pessoal. “A lógica
é uma moral do pensamento, como a moral é uma lógica da ação”, por esta
razão uma educação moral que objetiva desenvolver a autonomia da criança
não deve acreditar nos plenos poderes de belos discursos, mas sim levar a
criança a viver situações onde sua autonomia seja exigida. ( LA TAILLE, apud
PIAGET, 1994 p. 17)
Para que uma pessoa possa realizar escolhas conscientes e
responsáveis, respeitando os direitos coletivos é preciso que se tenha
discernimento, conhecendo os fatos e fenômenos ao seu redor. Entendendo a
situação, objetivando-a, amplia-se as possibilidades de superação dos conflitos
éticos, passando as decisões serem autônomas. Considera-se uma pessoa
autônoma uma pessoa que é eticamente responsável por suas ações, toma
decisões, define escolhas, conhece as causas e os fins de sua ação.
A impressão que se tem é que a ética e moral são palavras usadas
pelas pessoas na maioria dos discursos como sinônimas. Elas associam o
termo ética a comportamento ou ações que são julgadas como socialmente
corretas em certos contextos. O comportamento humano prático-moral remonta
até as origens do homem como ser social. Mas os homens não agem somente
pelo aspecto moral. Eles também refletem sobre os seus comportamentos
práticos e os tomam como objeto de reflexão.
A diferença entre os problemas práticos-morais e éticos reside no fato
que decidir e agir numa situação concreta constitui um problema moral. Porém
investigar o modo pelo qual a responsabilidade moral se relaciona com a
liberdade e o determinismo ao qual os atos estão sujeitos é um problema
teórico, e portanto, da competência da ética.
A ética é a ciência da moral. Não cabe a ela formular juízos de valor
sobre a prática moral de todas as sociedades de todas as épocas em nome da
moral universal.
A consciência ética vem com desconfiança de que os valores morais da
sociedade encobrem algum interesse particular inconfessável ou inconsciente
que rompe com as origens da moral.
Filosoficamente moral pode ser definida como um conjunto de princípios,
crenças e regras que orienta o comportamento das pessoas na sociedade, e
ética a reflexão crítica sobre a moral. A ética não possui um caráter normativo,
sua intenção é problematizar para verificar a coerência entre a prática e os
princípios.
A autora finaliza o trabalho, que é direcionado à utilização das NTIC no
processo educacional, considerando que os avanços tecnológicos e científicos
devem ser aproveitados para aprimorar o processo educativo das crianças,
despertando nelas o senso ético.
Resumo da dissertação de mestrado:
TRAUTMANN, D.A. Educação, Ética e Tecnologia: Impressões e Reflexões.
2002. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) – Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002
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