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8 de março
DIA INTERNACIONAL
DA MULHER
Justamente por ter uma lógica
própria de se colocar no mundo,
Simone de Beauvoir decidiu escrever
“O Segundo Sexo” ao perceber que
nunca havia se perguntado: o que é
ser mulher? Essa continua sendo
uma pergunta atual, que deve ser
feita por todas nós em algum
momento da vida.
É dela uma das principais frases do
movimento feminista: “Não se
nasce mulher, torna-se mulher.” A
mulher não tem um destino
biológico, ela é formada dentro de
uma cultura que define qual o seu
papel no seio da sociedade. As
mulheres, durante muito tempo,
ficaram aprisionadas ao papel de
mãe e esposa.
“O Segundo Sexo”, em 1949. Já naquela época
a obra levantou inúmeras polêmicas. Uma das
principais
acusações
é
que
Simone
ridicularizava os homens. Isso é uma acusação
que muitos usam contra o feminismo. Porém,
as pessoas parecem não querer compreender o
que realmente se passa na vida das mulheres e
como todo o poder está concentrado nas mãos
dos homens. “O Segundo Sexo” não é uma
fonte historiográfica para conhecer a história
da mulher desde a antiguidade. É uma obra de
inspiração, fundamental para descortinar a
maneira pela qual as mulheres são criadas
justamente para serem menos que os homens.
O movimento feminista, ao longo dos últimos séculos da
idade contemporânea, vem se configurando como uma
das principais manifestações sociais de caráter
transformador, lutando por maiores direitos para as
mulheres que, desde os primórdios da História, estavam
submetidas às vontades masculinas e inferiorizadas pelo
que a sociedade entendia como a “fragilidade do sexo”.
O movimento feminista, ao longo dos últimos séculos da
idade contemporânea, vem se configurando como uma
das principais manifestações sociais de caráter
transformador, lutando por maiores direitos para as
mulheres que, desde os primórdios da História, estavam
submetidas às vontades masculinas e inferiorizadas pelo
que a sociedade entendia como a “fragilidade do sexo”.
É com as principais revoluções liberais que se cria a
consciência da mulher como um ser autônomo, capaz de
tomar suas próprias decisões e de lutar por seus próprios
desejos. Com o tempo, essas mulheres passam a se unir
na defesa de um interesse em comum: o de garantir
igualdade entre os gêneros.
Hoje, o movimento feminista abrange uma série de grupos
diversificados, com metodologias próprias, mas que
compartilham de um mesmo princípio, o de obter maior
espaço nas decisões políticas que gerem os países do
globo.
O feminismo -1789 -no contexto da
Revolução Francesa
“… que o feminismo adquire uma
prática de ação política organizada.
Reivindicando
seus
direitos
de
cidadania frente aos obstáculos que o
contrariam, o movimento feminista,
na França, assume um discurso
próprio, que afirma a especificidade
da luta da mulher”
Os ideais da revolução de 1789, por sua vez, se
alastrariam para outras partes do mundo, influenciando,
assim, mulheres de vários países.
Durante o século XIX, vemos a luta das trabalhadoras
fabris ganhar maior consistência, principalmente na
sociedade norte-americana. A data de 08 de março de
1857 é lembrada como o dia em que as operárias da
indústria têxtil de Nova Iorque se mobilizaram contra os
baixos salários e requisitaram a redução da jornada de
trabalho para 12 horas diárias. Duramente reprimidas
pela polícia, as reivindicações dessas operárias
reapareceriam no cenário nova-iorquino em 1908,
também em um dia de 08 de março, quando outra
geração de trabalhadoras de fábrica lutaram contra a
exploração que lhes era imposta.
Poucos anos depois, a mulher começa a se mobilizar em
prol de maior participação nas decisões políticas, a começar
pelo direito de poder votar em eleições (a exemplo do
movimento sufragista em Inglaterra).
Com o tempo, a ideologia feminista começa a ganhar
aderência dentro de outras esferas da sociedade, onde
demais mulheres passam a se autodenominar feministas, e
a levantar a bandeira do movimento, lutando por uma série
de causas, e unindo-se a outros movimentos igualmente
estereotipados pelas convenções arcaicas da população,
como o dos gays e o dos negros. No Brasil, os primeiros
registros de mulheres lutando por seus direitos podem ser
encontrados já no final do século XVIII e durante o XIX,
porém mais restrito às classes média e alta da sociedade.
O ano de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas,
marca uma grande conquista das mulheres do país: o
direito ao voto. Porém, não gozavam da plenitude de sua
conquista, até que na década de 1940 ocorre uma
reviravolta desse quadro. As brasileiras passam, então, a
se unificar em prol de mais participação na vida política e
econômica do país.
No início da década de 1960, quando o mundo vivenciava
o que Eric Hobsbawm chamou de a “era de ouro” do século
(marcada por invenções tecnológicas e novas descobertas
científicas), observamos tanto a mulher brasileira, quanto
a de demais localidades do globo, polemizando e
defendendo
assuntos
referentes
a
métodos
contraceptivos, e se inserindo cada vez mais no mercado
de trabalho.
Entretanto, com o golpe militar de 1964, e a promulgação
do Ato Institucional nº 5 (AI5 – 1968), o movimento
feminista no país perde maior destaque, contudo, sem
deixar de manter sua luta ativa.
Com o fim da ditadura, em 1985, o movimento volta a
ganhar a atenção da imprensa, principalmente após a
criação de novas políticas públicas para a mulher, que
garantiam uma mais participação da mesma, nas decisões
de Estado.
É criado, então, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
-CNDM – surgido em 1985, era composto por 17
conselheiras, nomeadas ao cargo pelo ministro da justiça.
O
movimento
feminista,
atualmente,
pouco
faz
caminhadas, distribuições de panfletos, ou toma atitudes
como queimar sutiãs em praça pública¹. Contudo, nunca
esteve tão ativo como agora. No início do século XXI, a luta
do movimento feminista estende-se a manifestações como
a denúncia contra a violência doméstica e a defesa do
aborto.
Em 2006, obtiveram uma importante conquista com a lei
“Maria da Penha”, que defende a mulher vítima de
agressões físicas e de ameaças.
Ao se analisar a trajetória do movimento feminista durante
essas últimas décadas do século XX e início do XXI,
observamos a luta pela obtenção de maiores espaços para
as mulheres e o rompimento com a tradição que punha o
sexo feminino como algo frágil, em detrimento do
masculino. O movimento feminista passa, então, a exercer
um fator determinante nesse processo, e hoje se subdividi
em vários grupos, tais como o movimento das mulheres
negras, das universitárias, das católicas, das lésbicas, etc.
Entretanto, ainda se constata elevado nível de preconceito
para com a condição da mulher dentro de uma sociedade
classificada como “machista” (termo que entrou em voga a
partir das últimas décadas do século XX). Diante disso,
cabe ao governo criar maiores programas de integração
social, que conscientizem as pessoas acerca das
desigualdades acontecendo ao seu redor, para, dessa
forma, reverter essa realidade discriminatória, que se
verifica no Brasil e no mundo.
A escritora americana Camille Paglia, autora de Personas Sexuais. Para
ela, o feminismo acabou sufocando os homens, cobrando uma coisa e
depois lamentando sua própria conquista, ao ver que esse “novo
homem” não é exatamente aquele que as mulheres desejavam.
Há um trade-off em jogo aqui: perdese sempre algo para obter alguma coisa
em troca.
O importante é apenas lembrar que as
“conquistas” não são isentas de custo
como muitas acreditaram. E a cobrança
passou a ser imensa: boa mãe, mulher
atraente, dona de casa eficiente,
profissional realizada de sucesso, etc. O
tiro pode sair pela culatra.
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