AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE UTILIZANDO SISTEMA β-CAROTENO/ÁCIDO LINOLÉICO E MÉTODO DE SEQÜESTRO DE RADICAIS DPPH Joaquim Maurício DUARTE-ALMEIDA, Ricardo José dos SANTOS, Maria Inês GENOVESE, Franco Maria LAJOLO Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 26(2): 446-452, abr.-jun. 2006 Introdução: Radicais de oxigênio e ânion superóxido → papel importante nas reações bioquímicas/fisiológicas do corpo humano; Produção excessiva processos patofisiológicos ou fatores ambientais adversos falta de antioxidantes disponíveis in vivo podem ocorrer doenças e danos profundos em tecidos Introdução: ANTIOXIDANTES → retardam a velocidade da oxidação, através de um ou mais mecanismos, tais como inibição de radicais livres e complexação de metais; Compostos fenólicos potentes antioxidantes Acerola → ácido ascórbico Morango, amora e açaí → determinados grupos de flavonóides como antocianinas, flavonóis e flavonas Introdução: MÉTODO DE OXIDAÇÃO DO Β-CAROTENO/ÁCIDO LINOLÉICO avalia a atividade de inibição de radicais livres gerados durante a peroxidação do ácido linoléico O método está fundamentado em medidas espectrofotométricas da descoloração (oxidação) do βcaroteno induzida pelos produtos de degradação oxidativa do ácido linoléico Objetivo: A proposta do presente trabalho foi avaliar a atividade antioxidante de compostos puros e extratos de frutas, por meio de dois métodos, com o objetivo de otimizar a velocidade de aquisição de dados, reduzindo também as quantidades de reagentes e de amostras. Materiais e Métodos: Frutos in natura açaí (Euterpe oleracea Martius) acerola (Malpighia glabra L.) amora (Rubus L.) e morango (Fragaria x ananassa Duch.) adquiridos na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) estágio maduro prontos para consumo Materiais e Métodos: Após os frutos serem lavados em água corrente, foram cortados em pedaços, imediatamente congelados em nitrogênio líquido e armazenados em freezer a -80ºC até o momento das análises, quando foram triturados e homogeneizados em gral com pistilo, sob nitrogênio líquido; Preparo dos extratos dos frutos: extração realizada em duplicata; homogeneizou-se 1 g de amostra + 20 mL de metanol 70% em Ultra-Turrax por 1 min em velocidade média, em banho de gelo; filtrado em papel de filtro Whatman nº 6. refiltrado e os extratos obtidos foram reunidos, ajustando-se o volume final para 50 mL com metanol 70%. Materiais e Métodos: Determinação da atividade antioxidante sistema β-caroteno/ácido linoléico: utilizando-se Mistura reativa → 20 μL de ácido linoléico + 200 mg de Tween 40 + 25 μL de solução de β-caroteno a 2 mg/mL em clorofórmio + 500 μL de clorofórmio em erlenmeyer Completa evaporação do clorofórmio sob N2 adicionou-se 25 mL de água previamente saturada com oxigênio durante 30 min agitou-se vigorosamente Materiais e Métodos: Determinação da atividade antioxidante sistema β-caroteno/ácido linoléico: utilizando-se Mistura reativa límpida com absorbância entre 0,6 e 0,7 em 470 nm; Determinação das absorbâncias → microplaca de poliestireno com 96 cavidades (λ entre 340 e 800 nm); Cada cavidade da microplaca → 250 μL mistura reativa + 10 μL de metanol (controle) ou o mesmo volume para as soluções padrão ou extratos das amostras; Materiais e Métodos: Determinação da atividade antioxidante sistema β-caroteno/ácido linoléico: Placa incubada 45ºC β-caroteno); utilizando-se (acelerar as reações de oxidação e iniciar o descoramento do Leituras realizadas imediatamente e com intervalos de 15 min, durante 120 min, em espectrofotômetro de microplaca Benchmark Plus; As curvas foram preparadas com 100, 200, 300, 400, 500 e 600 μmoles de ácido ascórbico, 25, 50, 100, 150 e 200 μmoles de BHA e BHT e 150, 300, 450, 600 e 750 μmoles de quercetina. Materiais e Métodos: Determinação da atividade antioxidante sistema β-caroteno/ácido linoléico: utilizando-se Resultados foram expressos como porcentagem de inibição da oxidação, que foi calculada em relação ao decaimento da absorbância do controle (Ac); A queda da absorbância das amostras (Aam) foi correlacionada com a queda do controle, obtendo-se a porcentagem da inibição da oxidação (% I) através da equação: Materiais e Métodos: Determinação da atividade antioxidante sistema β-caroteno/ácido linoléico: utilizando-se Eficiência do antioxidante → valores de F1 e F2 (YANISHILIEVA & MARINOVA) calculados a partir da curva de oxidação (abs470 nm x tmin) Eficiência em bloquear a reação em cadeia (interação com peróxidos) → mensurada na primeira parte da curva (15 e 45 min) os radicais A relação entre as tangentes das curvas da solução padrão e do controle expressa a eficiência do antioxidante (F1) (Equação 2): Materiais e Métodos: Determinação da atividade antioxidante sistema β-caroteno/ácido linoléico: utilizando-se Possibilidade de o antioxidante participar de outras reações durante o processo oxidativo → medida durante a segunda parte da curva (75 e 90 min) (F2): Materiais e Métodos: Determinação da atividade antioxidante através do método de seqüestro de radicais livres (DPPH): ATIVIDADE ANTIOXIDANTE → capacidade dos antioxidantes em seqüestrar o radical DPPH Foi utilizado metanol como CONTROLE e BHA, BHT, ácido ascórbico, ácido clorogênico e quercetina como PADRÕES; Decaimento da absorbância das amostras (Aam) correlacionado ao decaimento da absorbância do controle (Ac) → porcentagem de seqüestro de radicais livres (% SRL), que pode ser expressa através da equação: Resultados e discussão: da atividade antioxidante pelo sistema βcaroteno/ácido linoléico com microplaca de poliestireno e DPPH→ expressiva redução do uso de reagentes e de amostras (95%); Determinação Sistema β-caroteno/ácido linoléico → leituras no leitor de microplaca são automáticas e seqüenciais → maior precisão e não requer a presença do analista durante o ensaio; da atividade antioxidante pelo sistema βcaroteno/ácido linoléico: Determinação BHA e BHT → ampla utilização na indústria alimentícia; QUERCETINA e ÁCIDO ASCÓRBICO → normalmente presentes em frutas e vegetais; Resultados e discussão: Resultados e discussão: Resultados e discussão: ÁCIDO ASCÓRBICO → conhecido por sua atividade antioxidante e por isso é utilizado em cosméticos ou em tratamentos de doenças degenerativas; Após o Ác. Ascórbico doar os 2 H redutores, ficou passível de receber elétrons, devido ao radical ascorbila formado, que é um agente oxidante Resultados e discussão: Compostos fenólicos → antioxidantes e capazes de exercer seu papel biológico → [ ] ↓ capazes de impedir, retardar e prevenir a auto-oxidação ou oxidação mediada por radicais livres e que o produto formado após a reação seja estável; Resultados e discussão: ↓ atividade antioxidante → poucas OH redutoras Maior percentagem Estrutura de inibição em menor semelhante a concentração quercetina, mas com glicosídeo na OH → Menor atividade Resultados e discussão: Compostos fenólicos → antioxidantes e capazes de exercer seu papel biológico → [ ] ↓ capazes de impedir, retardar e prevenir a auto-oxidação ou oxidação mediada por radicais livres e que o produto formado após a reação seja estável; Valores de F1 e F2 próximos de 1 → menor atividade antioxidante; F1 → ação sobre o BLOQUEIO DE PERÓXIDOS; F2 → ação antioxidante em outras reações durante a oxidação; Resultados e discussão: Resultados e discussão: Resultados e discussão: Atividade antioxidante através do método de seqüestro de radicais livres (DPPH) Transferência de elétrons de um composto antioxidante para o DPPH, que ao se reduzir perde sua coloração púrpura; Avalia apenas o poder redutor do antioxidante → não detecta substâncias pró-oxidantes; Resultados e discussão: Radical ascorbila não interfere na reação nesse sistema → Ação antioxidante Maior porcentagem de seqüestro de radicais livres em comparação ao BHA e o BHT. Resultados e discussão: Maior porcentagem de seqüestro de radicais livres → ácido ascórbico → ação antioxidante Menor atividade em ambos os sistemas Menor atividade que acerola e amora nesse sistema Conclusões: Atividade antioxidante dos extratos das frutas mostrou-se de acordo com a dos padrões analisados; Sistema β-caroteno/ácido linoléico → extrato de ACEROLA comportouse como PRÓ-OXIDANTE e o AÇAÍ, a AMORA e o MORANGO comportaram-se como ANTIOXIDANTES; Seqüestro de radicais livres (DPPH) → extrato de ACEROLA apresentou a maior atividade antioxidante, seguido pelos extratos de AMORA, AÇAÍ e MORANGO; ÁCIDO ASCÓRBICO → comportamento relacionado nos dois sistemas; Conclusões: Adaptações dos métodos utilizando microplacas permitiram a realização de múltiplas análises, minimizaram o uso de reagentes e reduziram significativamente a quantidade de amostra necessária; A automatização das leituras de absorbância simplificou e reduziu o tempo e o trabalho despendido pelo analista, proporcionando também grande precisão nos resultados.