Simon (2005)

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PSICOTERAPIA BREVE
OPERACIONALIZADA
Pós-Graduação Lato Sensu
Especialização
2007
CORRELAÇÃO PSICANALÍTICO-ADAPTATIVA
UTILIZANDO MODELO DE GEOMETRIA
ANALÍTICA

Simon (2005), propõe estabelecer uma relação entre a teoria
kleiniana, referentes as posições Esquizo-paranóide e depressiva
com sua Teoria da Adaptação, fazendo uso da Escala Diagnóstica
Adaptativa Operacionalizada (EDAO). Propõe substituir a
proposição: “aplicar a EDAO” por “aplicar o SISDAO” (Sistema
Diagnóstico Adaptativo Operacionalizado), segundo o autor O
SISDAO é o método clínico de avaliação que permite obter os
dados do entrevistado. A partir destes usa-se a Escala, a qual,
segundo um procedimento Operacionalizado, constitui o
Diagnóstico Adaptativo. (Simon, 1989)
Ryad Simon
Simon (2005), sugere que há
indivíduos com propensão
crônica para escolher
soluções inadequadas para as
situações-problema
apresentadas pela vida. E, em
conseqüência, têm sua
adaptação diagnosticada
como “severa” ou “grave”.
Relaciona essas escolhas
com fixações extensas no
primeiro ano de vida, mais
especificamente nas posições
esquizo-paranóide e
depressiva .
Simon (2005) afirma que pessoas com
fixações predominantemente na posição
esquizo-paranóide tornaram-se pessoas muito
desconfiadas, arredias, introvertidas, voltadas
demasiado para a vida de fantasia. Suas
relações objetais são prejudicadas por
preconceitos rígidos e concepções
infundadas.
Conforme Klein (1946), na posição esquizoparanóide, o ego arcaico utiliza como defesas contra
a ansiedade, mecanismos de cisão de objetos e de
impulsos, idealização, negação da realidade interna
e externa, e abafamento das emoções. Refere que
a principal defesa nesta posição é a identificação
projetiva e além disso , que a identificação projetiva
constrói as relações de objeto narcisistas, onde
objetos são equacionados com partes excindidas e
projetadas do self .
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Corroborando com tais afirmações, Simon (2005)
conjectura que se o indivíduo, fixado nesse
período, fazendo uso exacerbado da identificação
projetiva, irá ter uma distorção da percepção da
realidade. Sendo assim, sua percepção estará
contaminada por questões subjetivas e as buscas
de soluções para as situações-problema resultam
geralmente inadequadas. O autor também associa
as soluções inadequadas à fixações na posição
depressiva. Pessoas estas descritas por ele como
sendo tristes, desanimadas, masoquistas,
assumindo cargas e culpas que independem de
sua participação. São pessoas incapazes de ser
felizes; suas relações pessoais costumam ser
acompanhadas de muito sofrimento.
Devido excesso de culpas persecutórias
sua percepção das situações-problema
é inconscientemente influenciada por
necessidade de punições, acarretando
também respostas geralmente
inadequadas às situações-problema.
Pessoas com amplas fixações nas
posições iniciais da evolução do bebê
comporão o conjunto adaptativo dos
Quadros Graves.
Corroborando com que Klein (1935) disse a respeito do depressivo
Já estamos familiarizados com as censuras que o depressivo dirige a si
mesmo e que, na verdade, representam acusações contra o objeto
introjetado. No entanto, o ódio do ego pelo id, que é fator dominante nessa
fase, pode explicar ainda melhor os sentimentos de desmerecimento e
desespero que as censuras feitas contra o objeto. Percebi muitas vezes
que essas acusações e ódio contra os objetos maus são identificados de
forma secundária como defesa contra o ódio pelo id, que é mais
insuportável. Em última análise, é o conhecimento inconsciente por parte
do ego de que o ódio também está lá, juntamente com o amor, e de que a
qualquer momento ele pode se tornar o elemento mais poderoso ( a
ansiedade do ego de se deixar levar pelo id e de destruir o objeto
amoroso) que traz sofrimento, o sentimento de culpa e o desespero
subjacentes ao pesar. Essa ansiedade também é responsável pelas
dúvidas a respeito da benevolência do objeto bom... O paranóico, devo
acrescentar, também introjeta um objeto inteiro e real, mas não consegue
identificar-se totalmente com ele – ou, se chega a esse ponto, não
consegue manter essa identificação. Para mencionar apenas alguns
motivos desse fracasso: a ansiedade persecutória é forte demais,
suspeitas e ansiedades de natureza fantástica fantástica ficam no
caminho da introjeção total e estável de um objeto bom e real. (p.312)
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Klein (1975) afirma que a ansiedade se
origina da agressão.
Klein postulou (1935) e manteve por toda
a vida a asserção de que a superação dos
entraves da posição depressiva seria o
grande divisor entre o grupo de indivíduos
que desenvolverão a psicose ou a
neurose.
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Simon (2005), cita o artigo escrito por ele em 1977 , intitulado “as
séries complementares de Freud como base para uma história
natural dos distúrbios mentais”[1],
Freud cita três espécies de séries complementares nas “Lições
Introdutórias”: uma que envolve os fatores congênito-hereditários
(constituição) interagindo com experiências infantis, resultando
uma disposição sexual (fixação); outra série abrangendo a
complementaridade entre disposição sexual (fixação) e as
experiências atuais; e uma terceira, que considera as relações
complementares entre fixação provocada pelas experiências
infantis (inibição evolutiva) e a intensidade das frustrações atuais
(provocando regressão) p.65.
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[1] SIMON, R., As séries complementares de Freud como base
para uma história natural dos distúrbios mentais. Jornal de
Psicanálise, Ano 9 no 22, p. 17-31, 1977
Baseado nesse pressuposto Simon (2005) trabalha com
os conceitos de constituição e ambiente, como fatores
etiológicos que se combinam quantitativamente na
determinação dos distúrbios mentais e seus efeitos
adaptativos.
Simon (2005) criou um modelo cartesiano da geometria
analítica, no qual representou fatores internos,
constitucionais instintivos comparado a fatores externos,
ambientais. Refere que por meio dessa compreensão o
raciocínio clínico é facilitado, portanto, o diagnóstico,
prognóstico e indicação terapêutica são melhores
delimitados.
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Com relação a fatores da adaptação,Simon (2005)
considera como fatores externos os fatores ambientais.
E fatores internos os fatores constitucionais.
Refere que que um Ambiente rejeitador funciona
como fatores externos negativos.
- agressões físicas
- agressões afetivas (por meio de retirada do amor).
- permissivo, que gratifica em excesso, não coloca
limites, não impõem disciplina. privando o sujeito de
enfrentar situações de angústia que são necessárias
para desfazer pela “prova da realidade” (Klein, 1932) os
temores fundados mais na fantasia que na realidade.
Segundo Simon (2005) “O ambiente pode favorecer
padrões de conduta provocando uma rígida relação de
objetos externos, que são a seguir internalizados. Estes
tendem a ser projetados nas relações atuais – e passam
a fazer parte dos fatores internos, constitucionais, mas
de uma ordem relacional, não pulsional. Mas, embora
não pulsionais, funcionam do mesmo modo que estes. É
preciso distinguir então o ambiente atual, como fator
externo, estimulador; do ambiente passado, formador da
personalidade e que atua como fator interno relacional.
Para simplificar a exposição, se não houver referência
explícita, considerarei como fatores internos,
constitucionais, apenas os pulsionais.” (p. )
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Simon (2005) define o que representa um
Ambiente acolhedor. Neste predominam os
fatores externos positivos:
- relação de amor
- respeito a individualidade, com frustração
suficiente para ensinar a criança/adulto a
respeitar os limites e encoraja-lo a enfrentar as
situações atemorizantes da fantasia e os perigos
reais compatíveis com seus recursos,
diferenciando-os, promovendo a integração do
ego e consequentemente auxiliando a eficácia
da adaptação
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Quanto aos Fatores internos (constitucionais),
associa a O instinto de morte excessivo (fator
interno negativo): A carga do instinto não pode ser
aferida diretamente. Sua intensidade se deduz da
força de seus derivados:
- inveja, a voracidade, o ódio excessivos interferem
desde o nascimento com a experiência de
saciedade, gratificação e amor, dificultando a
instalação no mundo interno do bebê de um objeto
bom inteiro; e de relações confiáveis do self com
esse objeto (Klein, 1957). O autor salienta que o
instinto de morte em dose adequada, preserva a
vida, pois funciona como defesa para o sujeito.
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O instinto de vida (fator interno positivo),
segundo Simon (2005), representa integração,
Movimento, Unir/reunir,Preservar, Unidades
maiores, Pulsões sexuais
Seguindo esses conceitos, fez uma
correlação entre os aspectos constitucionais
e os fores ambientais, desta forma,
determinando a influencia desses fatores na
eficácia da adaptação do indivíduo.
S
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Simon (2005), adotou um modelo no qual apresentou ampliou o
representado anteriormente pela EDAO. Inicialmente quando
desenvolveu a teoria da adaptação propos três grupos
diagnósticos adaptativos (eficaz, ineficaz moderado e ineficaz
severo – além dos estados de crise). Tinha inicialmente o
objetivo de realizar uma triagem para grandes grupos
populacionais (estudantes da Escola Paulista de Medicina). Com
o modelo atual propõe o ampliar os quadros diagnósticos com
finalidades de melhor indicação psicoterápica e pesquisa em
psicologia clínica. Desta forma, surgiu a Revisão da EDAO com
os cinco diagnósticos atuais. Criou, então, o que denominou de
modelo geométrico, que trata-se de relação estabelecida entre
elementos constitucionais interagindo com fatores ambientais.
determinou 16 subcategorias diagnósticas.
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Refere, baseado me sua experiência e apoiado pelas idéias de
Freud (1937). Neste Freud salienta que o prognóstico de uma
neurose de origem traumática submetida a análise é melhor, do
que aquele que possui fatores constitucionais. Nesses casos,
seria possível falar em análise definitivamente terminada. Simon
(2005) afirma que os fatores externos também podem atuar
sobre os instintos; mas seu efeito é mais limitado. Klein (1957),
em seu trabalho “inveja e gratidão”, sustenta essa afirmação
quando refere que os aspectos constitucionais podem limitar os
resultados da análise, porém refere que mesmo com um alcance
limitado é possível contribuir para uma melhor eficácia na
adaptação do paciente se este for submetido a análise.
A formula proposta por Simon (2005), considerando os princípios
psicanaliticos descritos por Freud (1895, 1905,1916,1917) foi:
equação etiológica: G = C + A, na qual C representa os fatores
internos, constitucionais instintivos; A representa os fatores
externos, ambientais; e G o grupo adaptativo resultante dessa
interação. Desenvolveu um modelo de geometria analítica plana, no
qual as abcissas representam fatores constitucionais eque
representam fatores e externos (ambientais) – representados pelas
ordenadas – e sua influência na determinação da adaptação
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Simon (2005), a partir daí desenvolve
uma equação etiológica, atribuindo a C
e A os valores relativos às abcissas e
ordenadas de cada subgrupo
adaptativo, a partir dos diferenciais da
soma dos fatores. Assim segue o
esquema abaixo:
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Para G 1 a soma C + A varia de +3 a +4
G2
G3
G4
G5
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+1 a+2
não varia = 0
varia de -1 a –2
-3 a -4
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