"A atuação da Psicopedagogia frente às Dificuldades e Transtornos do Aprender" Maria Irene Maluf •Pedagoga especialista em Educação Especial e em Psicopedagogia •Membro Honorário da Associação Portuguesa de Psicopedagogos •Presidente da Assoc. Brasileira de Psicopedagogia-ABPp gestão 2005/07 •Editora da revista Psicopedagogia •Assessora de Publicações Científicas da ABPp •Coordenadora do Curso de Especialização em Neuroaprendizagem /FACEPD 1 Existe uma estória que foi construída em torno da dor da diferença: a criança que se sente não bem igual às outras, por alguma marca no seu corpo, na maneira de ser... Esta, eu bem sei, é estória para ser contada também para os pais. Eles também sentem a dor dentro dos olhos. Alguns dos diálogos foram tirados da vida real. Ela lida com algo que dói muito: não é a diferença, em si mesma, mas o ar de espanto que a criança percebe nos 2 olhos dos outros [...] O medo dos olhos dos outros é sentimento universal. Todos gostaríamos de olhos mansos... A diferença não é resolvida de forma triunfante, como na estória do Patinho Feio. O que muda não é a diferença. São os olhos... RUBEM ALVES, 1987 3 "A atuação da Psicopedagogia frente às Dificuldades e Transtornos do Aprender Desafio dos educadores atuais: entender o processo de aprendizagem nos seus aspectos psicológicos, sociais e biológicos Quando o educador planeja e trabalha com seus alunos deve ter em mente, além de outros fatores relacionados aos aspectos antes citados, a multiplicidade biológica cerebral em permanente transformação, já que as conexões do sistema nervoso nunca descansam. 4 Como as crianças aprendem? Teorias sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil nos ajudam a compreender as formas como nossos alunos aprendem e como nós os ensinamos. Porém, em muitos casos, tais teorias parecem se referir a crianças diferentes daquelas com quem trabalhamos em nossos cotidianos pois estas não correspondem aos modelos de aprendizagem e desenvolvimento estudados, sendo percebidas como crianças que não aprendem. 5 O que sabem os que são vistos/avaliados como os que não sabem? Os alunos cujos processos diferem dos “padrões” são vistos como aqueles que não aprendem: crianças que não acompanham a turma, não realizam as atividades no tempo esperado,que copiam mas não fazem as tarefas sozinhas, que lêem mas não compreendem, que não conseguem prestar atenção, enfim, crianças sempre descritas pela palavra NÃO A prática avaliativa predominante etapas pré-determinadas às quais todos os alunos devem atingir, mesmo quando se considera o ensino-aprendizagem numa perspectiva processual, em que a variedade de ritmos é prevista ! 6 Será a não aprendizagem um outro modo de expressão da aprendizagem? Como compatibilizar a identificação de crianças que não aprendem com as teorias que nos informam que a aprendizagem ocorre por diferentes caminhos, demandando diversos processos? Desafio dos educadores atuais: entender o processo de aprendizagem nos seus aspectos emocionais, sociais e biológicos e ser capaz de trabalhar com a multiplicidade de manifestações e o dinamismo da diversidade em sala de aula 7 Existe mesmo o sucesso escolar? • Para todas as crianças o sucesso escolar é importantíssimo, já que seu desempenho como pessoa está vinculado em grande parte, à sua atuação como aluno • Para a família, o sucesso escolar dos filhos é quase que um atestado social de êxito dos pais como educadores • Para a escola, alunos com bom desempenho acadêmico, em geral significam profissionais bem sucedidos no futuro 8 Sucesso e Fracasso Escolar • O sucesso escolar é um fato imaginário, que depende das características e idade da criança, da estrutura e dinâmica familiar, da escola, do meio social, da época e do local onde tudo isso acontece • O fracasso na aprendizagem atinge o individuo, a sua família e o meio social já que o conhecimento significa poder na nossa cultura • É a trama entre a organização familiar e a social que confere/agrega significações aos problemas de aprendizagem 9 Aprendizagem e suas dificuldades • A aprendizagem humana é um processamento complexo de informações, sendo que os processos centrais são modificações e combinações que ocorrem nas estruturas cognitivas. • No Brasil, cerca de 40% da população que freqüenta as primeiras séries escolares tem algum tipo de dificuldade acadêmica (Ciasca,2003). • É importante compreender estas dificuldades de maneira a diminuir o impacto na vida do indivíduo. 10 Dificuldade de Aprendizagem • É uma forma peculiar e complexa de comportamentos que não se devem necessariamente a fatores orgânicos e que são por isso, mais facilmente removíveis (Ciasca 1991) • Não tem causa única que a determine, mas há uma conjugação de fatores que agem frente a uma predisposição momentânea da criança e podem gerar ou intensificar problemas emocionais, comportamentais, familiares e sociais em diferentes graus de gravidade, comprometendo o processo de aprender • A concepção deste termo está relacionada a questões psicopedagógicas e/ou sócio-culturais, ou seja, não é centrado exclusivamente no aluno. 11 PSICOPEDAGOGIA: Podemos caracterizar o espaço profissional da psicopedagogia como aquele em que confluem um conjunto de profissionais, basicamente pedagogos, psicólogos, psicopedagogos, cuja atividade fundamental relaciona-se diretamente com a maneira como aprendem e se desenvolvem as pessoas, com as dificuldades e problemas que encontram quando tentam aprender, com as intervenções dirigidas a lhes auxiliar na superação dessas dificuldades e de modo geral, com as atividades especialmente pensadas, planificadas e executadas para que aprendam melhor.” CESAR COLL 12 PSICOPEDAGOGIA: “...Por sua natureza, situa-se em um espaço que atravessa e assimila em suas ações, os conhecimentos de diferentes campos do saber, assim enriquecendo com sua práxis tais disciplinas, das quais também se nutre.” Carmem Pastorino, 2003. 13 ALGUNS DESAFIOS DA PROFISSÃO: AVALIAÇÃO: vincula-se ao conhecimento do processamento da aprendizagem na criança DIAGNÓSTICO: inclui conhecimentos de áreas afins, como a pedagogia, a psicologia, a psiicanálise, a neurologia, entre outras DIAGNOSTIKOS =HABILIDADE EM DISCRIMINAR 14 OBJETO DA PSICOPEDAGOGIA: o sujeito, no seu processo de aprender, atendido dentro de um corpo teórico próprio da profissão. 15 O PSICOPEDAGOGO ESPECÍFICA PRECISA DE UMA FORMAÇÃO A especialização promove e fortalece a aquisição de conhecimentos e competências básicas que capacita o profissional a avaliar, diagnosticar e intervir nos problemas de aprendizagem. 16 ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO com o paciente: avaliar, diagnosticar e intervir nas necessidades especiais da criança. com a escola: avaliação dos processos educacionais e orientação das adaptações curriculares que se façam necessárias. com a família: orientar em relação à criança e suas necessidades. Na empresa e no funcionários hospital : compacientes, familias e 17 PSICOPEDAGOGIA: “ É um campo de atuação em saúde e educação que lida com o processo de aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio-família, escola e sociedade, no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.” (Código de Ética da ABPp, 1996) 18 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM PREJUDICAM : o progresso escolar, a aquisição das diferentes habilidades indispensáveis à vida diária, o desenvolvimento da autonomia social . as questões emocionais, comportamentais, familiares e sociais em diferentes graus de gravidade 19 IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO e da INTERVENÇÂO PSICOPEDAGÓGICA O desempenho escolar de uma criança reflete de alguma forma a sua competência como pessoa, por ser essa a sua mais importante ocupação; 0 diagnóstico e a intervenção psicopedagógica, promovem a melhoria das condições de aprendizagem, da recuperação da auto estima e da socialização da criança. 20 FATORES QUE INTERFEREM NA CAPACIDADE DE APRENDER Genético, biológico e psicológico, Escola, a família, os aspectos sócio-culturais. O valor que se dá ao conhecimento em determinado momento da vida da criança e em cada sociedade, o que também interfere muito na avaliação do comportamento da criança. O método adotado pela escola, pode prejudicar não só a avaliação precoce dos problemas de aprendizagem como ainda evidenciá-los de forma exagerada e não lhes dar continência e encaminhamento adequado. 21 DIFICULDADE E DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM 22 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM “O problema de aprendizagem é compreendido como uma forma peculiar e complexa de comportamentos que não se devem necessariamente a fatores orgânicos e que são por isso, mais facilmente removíveis” (Ciasca ,1991) 23 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM Diz respeito a um desempenho que não é compatível com a capacidade cognitiva da criança ou jovem A dificuldade ultrapassa a enfrentada por seus pares E é em geral resistente ao esforço pessoal da criança e ao de seus professores, gerando auto estima negativa; Geralmente é transitória mas sem intervenção a dificuldade pode persistir por toda a vida 24 Pode ser evitada tomando-se cuidado em respeitar o nível cognitivo da criança e permitindo que esta possa interagir com o conhecimento: observar, compreender, classificar, analisar, etc. Dificuldades de aprendizagem podem ser, em grande parte dos casos, diagnosticadas em crianças da préescola, por profissionais especializados evitando ou minorando as conseqüências futuras 25 DIFICULDADES GENERALIZADAS DE APRENDIZAGEM SURGEM Na escola (em geral na troca) Na família (desorganização, excesso de atividades extra curriculares, pais muito ou pouco exigentes) Problemas com drogas,separações Problemas sócio culturais (mudanças) Efeitos colaterais de medicações que causam hiperatividade ou sonolência, diminuindo a atenção da criança Problemas emocionais Muito mais freqüente que o transtorno de aprendizagem, a dificuldade pode ser diagnosticada em crianças cujos déficits na aprendizagem não se devem a problemas cognitivos. 26 CAUSAS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Permanecem em estudo e sem causa única que comprovadamente as determinem. Preferimos entender como uma conjugação de fatores que agem frente a uma predisposição momentânea da criança. Alguns estudiosos enfatizam os aspectos afetivos, outros preferem apontar os aspectos perceptivos, muitos justificam esse quadro alegando existir uma imaturidade funcional do sistema nervoso. Outros, sustentam que essas crianças apresentam atrasos no desempenho escolar em geral por fatores como a falta de interesse, perturbação emocional ou inadequação metodológica . 27 IDENTIFICAÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 28 PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO NA ATENÇÃO PRÉ-ESCOLA Problemas na aprendizagem de números, alfabeto, dias da semana, etc; dificuldade em seguir rotinas. NÍVEIS INICIAIS Dificuldades em recordar fatos; problemas de organização; aquisição lenta de novas aptidões; soletração pobre. NÍVEIS MÉDIOS Dificuldade em recordar conceitos matemáticos; dificuldade na memória imediata. NÍVEIS SUPERIORES Problemas em estudar para as provas; dificuldades na memória de longo prazo 29 PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO NA MEMÓRIA PRÉESCOLA Problemas em permanecer sentado (quieto); atividade excessiva; falta de persistência nas tarefas. NÍVEIS INICIAIS Impulsividade, dificuldade em planificar; erros por desleixo; distração NÍVEIS MÉDIOS Inconstante; difícil autocontrole; fraca capacidade para perceber pormenores. NÍVEIS SUPERIORE S Problemas de memória devido a fraca atenção; fadiga mental. 30 PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO NA LINGUAGEM PRÉ-ESCOLA Problemas de articulação; aquisição lenta de vocabulário; falta de interesse em ouvir histórias. NÍVEIS INICIAIS Atraso na decodificação da leitura; dificuldades em seguir instruções; soletração pobre. NÍVEIS MÉDIOS Compreensão pobre da leitura; pouca participação verbal na classe; problemas com palavras difíceis. NÍVEIS Dificuldades em argumentar; problemas SUPERIORES na aprendizagem de línguas estrangeiras; expressão escrita fraca; problemas em resumir. 31 PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO NA MOTRICIDADE FINAL PRÉ-ESCOLA Problemas na aquisição de comportamentos de autonomia (ex. Amarrar os cordões do tênis); relutância para desenhar NÍVEIS INICIAIS Instabilidade na preensão do lápis; problemas grafo-motores da escrita (forma da letra, pressão do traço, etc) NÍVEIS MÉDIOS Manipulação inadequada do lápis; escrita ilegível, lenta ou inconsistente; relutância em escrever. NÍVEIS SUPERIORES Diminuição da relevância da motricidade fina. 32 PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO DE OUTRAS FUNÇÕES PRÉ-ESCOLA Problemas na aquisição da noção de direita ou esquerda (possível confusão visio-espacial); problemas nas interações sociais (aptidões sociais pobre) NÍVEIS INICIAIS Problemas com noção de tempo (desorganização temporal seqüencial); domínio pobre de conceitos matemáticos. NÍVEIS MÉDIOS Estratégias de aprendizagem fracas; desorganização no espaço e no tempo; rejeição por parte dos pares. NÍVEIS SUPERIORES Domínio pobre de conceitos abstratos; problemas na planificação de tarefas; dificuldades na realização de exames e testes. 33 TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM DIS + TURBARE = Alteração violenta da ordem natural da aprendizagem que atinge a criança em nível individual e orgânico. 34 TRANSTORNO OU DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM “Termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. São alterações intrínsecas ao indivíduo e presumidamente devidas a uma disfunção no sistema nervoso central” (Collares, C.; Moyses, M. A. A., 1992) 35 NO DISTÚRBIO HÁ ORGANICIDADE ENVOLVIDA, ainda que seja apenas uma suspeita (disfunção conhecida ou presumida no sistema nervoso central), não sendo resultante de condições deficientes ou influências ambientais. Podem envolver: imaturidade,lesões específicas do cérebro, fatores hereditários e ou disfunções químicas. A habilidade mental se desenvolve de forma irregular, de modo que se verifica uma discrepância marcante entre a capacidade e a execução nas tarefas acadêmicas. A inexistência de outras causas que justifiquem o quadro, são indicadores da existência de um transtorno ou distúrbio de aprendizagem. 36 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM CID10 (Organização Mundial de Saúde O termo transtorno de aprendizagem foi adotado, segundo o CID 10, apesar de não ser exato, para indicar “um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível e associado, na maioria dos casos, a sofrimento e com funções pessoais, que ocorre na infância e são fortemente relacionadas à maturação biológica do sistema nervoso central.” 37 Características, segundo o CID10: Início do comportamento ou atraso sempre na infância O transtorno está sempre ligado à maturação biológica do sistema nervoso central; Curso estável As funções afetadas incluem geralmente a linguagem, habilidades viso-espaciais e/ou condições motoras Há uma história familiar de transtornos similares e fatores genéticos têm importância na etiologia (conjunto de possíveis causas) em muitos casos. 38 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM DSM-IV DSM-IV (manual diagnóstico e estatístico da associação americana de psiquiatria-APA), (1995) considera os transtornos de aprendizagem como uma das categorias básicas dentro do conjunto dos transtornos que tem seu inicio e desenvolvimento na infância e o subdivide nas seguintes categorias: Transtorno da leitura Transtorno do cálculo Transtorno da expressão escrita 39 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM DSM-IV São definidos mediante os seguintes critérios de identificação: O nível de desempenho na aprendizagem deve ser avaliado mediante provas padronizadas e o resultado deve estar substancialmente abaixo do esperado para a idade cronológica do sujeito, sua escolaridade e quociente de inteligência; O baixo nível do desempenho verificado deve intervir significativamente no rendimento acadêmico ou nas atividades da vida cotidiana que exigem as habilidades afetadas, como cálculo, leitura ou escrita; Caso haja um déficit sensorial, as dificuldades observadas devem exceder as habitualmente associadas a esse tipo de condição. 40 SÃO ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS COM TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM FACILMENTE PERCEBIDAS NA ESCOLA: O déficit de atenção, a dificuldade de aquisição de novas aprendizagens cognitivas, prejuízos da habilidade motora, Prejuízos da linguagem oral e escrita, da leitura, assim como do raciocínio matemático, questões perceptuais e perturbações no comportamento social. 41 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA TRANSTORNO DA LEITURA (F81.0 - 315.00) A. O rendimento da leitura, medido por testes padronizados, administrados individualmente, de correção ou compreensão da leitura, está acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo. B. A perturbação no critério a interfere significativamente no rendimento escolar ou atividades da vida diária que exigem habilidades de leitura. C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas geralmente a este associadas. 42 PSICOPEDAGOGIA e DISLEXIA 43 Ler e escrever são necessidades básicas do ser humano, pois além de serem fundamentais para o acesso e aquisição da maioria dos conhecimentos de nossa cultura, tornam a pessoa intelectualmente independente. 44 4 4 O QUE É? DYS= pobre ou inadequado + LEXIS= Linguagem Dislexia: transtorno de aprendizagem, crônico; origem neurobiológica, responsável por boa parte dos fracassos de aprendizagem manifesta-se pela dificuldade de aprender a ler, escrever, calcular, além de envolver problemas de orientação espacial, temporal e visomotores. Sintomas podem ser percebidos desde a pré-escola e o diagnóstico é geralmente concluído, quando a criança alcança os sete ou oito anos de idade. CAUSA: Independe de causas intelectuais, ou seja, a criança é inteligente, do meio cultural em que está inserida, da escolarização ou de problemas emocionais. 45 A Dislexia tem na sua origem um comprometimento neurológico, mas precisamos entender que pertencem à área da Saúde apenas a causa e a diagnóstico. O reconhecimento das características precocemente, as conseqüências, as soluções e as adaptações pertencem à Educação. Não existem disléxicos entre os analfabetos. É nas salas de aula que a Dislexia se faz presente . 46 SINAIS DA DISLEXIA Podem aparecer em maior ou menor intensidade, dependendo de vários fatores (idade, estimulação, etc). Podem também se agravar no decorrer do processo de crescimento e desenvolvimento da criança. Alguns destes sinais são: História familiar Atraso na aquisição da fala e linguagem (vocabulário pobre, disnomias, disgrafias) Comprometimento emocional excessiva, labilidade de humor) (imaturidade, timidez 47 Crianças que possuem esse transtorno, têm uma forma especial para aprender. Freqüentemente: NA LEITURA: confundem letras,trocam sílabas e substituem uma palavra por outra, fazem repetições, omissões/adições de letras e palavras. Leitura lenta sem modulação, sem ritmo e sem domínio da compreensão/interpretação do texto lido; ESCRITA E ORTOGRAFIA: têm problemas com a escrita e a cópia, devido às inversões, omissões,adições e substituições de letras e palavras. Ortografia fonética e inconstante. CALIGRAFIA: é algumas vezes ilegível. 48 DIFICULDADES NAS HABILIDADES MOTORAS finas / grossas, inclusive na coordenação nos jogos com bola, gatinham e andam razoavelmente antes ou depois que o habitual; USAM O LÁPIS de uma maneira diferente, fazendo pressão sobre o papel; DESEQUILIBRAM-SE com mais facilidade que o habitual; NOÇÕES ESPACIAIS direita com esquerda, acima com abaixo, etc 49 COGNIÇÃO, MEMÓRIA E LINGUAGEM Habitualmente apresentam dificuldade em : -Compreender sem o uso de imagens, em detrimento de sons e palavras; -Memorizar experiências, caminhos, fisionomias; -Recordar sequencias,fatos ou informações que não tenham vivenciado; -Têm reduzido diálogo interno; -Escutam sons que passam desapercebidos a outras crianças; e se distraem facilmente com eles; -Ao falar deixam frases entrecortadas, incompletas; omitem artigos e gaguejam quando estão estressados; -Nem sempre pronuncia bem as palavras mais extensas; 50 SINAIS DE ALERTA PARA DETECTAR A DISLEXIA DOMÍNIO/ faixa etária Crianças entre 4 e 6 anos Crianças entre 6 e 9 anos Linguagem Dislalias; Omissão,confusão,inversão de fonemas; Vocabulário pobre; Dif. na expressão; Baixo nível de compreensão Inversão e confusão de fonemas; Expressão verbal pobre; Vocabulário reduzido Integração Perceptivo Motora Atraso na estruturação e conhecimento do esquema corporal; Dif. em diferenciar cores, formas,tamanhos, posições,etc Dif. na orientação e sequencialização; Lentidão Motora; Movimentos gráficos invertidos e/ou em espelho 51 SINAIS DE ALERTA PARA DETECTAR A DISLEXIA DOMÍNIO Crianças entre 6 e 9 anos Confusão de letras,ex: a/o,a/e,u/o,b/d;p/q,u/n da Aprendizagem Omissões,inversões,adições de letras e da Leitura sílabas;ex:cubido/bicudo; Leitura hesitante,silabada e mecânica da Escrita Escrita de letras ou símbolos isolados em espelho; Confusão de letras semelhantes na sua forma ou no seu som; Omissões e inversões de letras,sílabas ou palavras; Dif.em separar os elementos que compõe a frase; Escrita confusa; Dif. em estruturar idéias. 52 SINAIS DE ALERTA PARA DETECTAR A DISLEXIA DOMÍNIO Crianças com mais de 9 anos •Dif. na estruturação correta das frases; •Inadequação no emprego dos tempos verbais; •Dif. na expressão; •Dif. na compreensão da leitura; Da Leitura e da •Leitura arritmada,hesitante e sem ritmo ou Escrita pontuação; •Escrita irregular, com incorreção ortográfica,semântica e sintática; •Dif. de acesso a outras aprendizagens escolares que tenham como suporte a leitura. 53 IDENTIFICAÇÃO A identificação não é um diagnóstico, mas sim um processo de despistagem e rastreio. É possível perceber alguns sinais de risco para a aprendizagem da leitura e escrita desde os quatro anos de idade. Essa percepção precoce, é importantíssima no encaminhamento da criança aos profissionais especializados (psicopedagogos, fonoaudiólogos,neurologistas) para evitar que os danos conseqüentes à baixa auto-estima e os problemas escolares, comecem a se instalar. 54 ESQUEMA PARA USO DE PROFISSIONAIS DA ESCOLA PARA O RECONHECIMENTO DA DISLEXIA: 1. Facilidade para construção de legos e jogos de blocos, quebra cabeça( ) 2. Dificuldade para aprender rimas típicas do pré-escolar( ) 3. Dificuldades em geral nos exercícios com rimas( ) 4. Dificuldades com seqüências( ) 5. Omissão de fonemas ou do último fonema( ) 6. Linguagem espontânea confusa ( ) 7. Pobreza de vocabulário e de expressão junto a compreensão verbal reduzida( ) 8. Atraso no reconhecimento do esquema corporal ( ) 55 ESQUEMA PARA USO DE PROFISSIONAIS DA ESCOLA PARA O RECONHECIMENTO DA DISLEXIA: Na Leitura a-desconhecimento de algumas letras, apesar do treino; b-adições, omissões, repetições, inversões, trocas de linha, leitura com falta de ritmo, ausência de pontuação, acentuação e entonação, dificuldade com sílabas compostas, inversas, dif. com palavras compridas ou novas, dificuldade de pronúncia , dif. com g e j , c e z, confusão de letras simétricas : d e b ; p e q ; d e p; letras de pronúncia similar: m/n ; b/p ; 56 ESQUEMA PARA USO DE PROFISSIONAIS DA ESCOLA PARA O RECONHECIMENTO DA DISLEXIA: 9. Dificuldade nos exercícios sensório perceptivos como distinção de cores, formas,tamanhos e posições( ) 10.Pouca habilidade motriz para exercícios manuais e de grafia ( ) 11.Há dificuldade para mover independentemente as articulações diferentes ( ) 12.Aparecem movimentos gráficos de base invertidos (fazem círculos desenhando sempre no sentido do relógio ( ) 13.Confusão entre cima-baixo ( ) e dentro-fora( ) 14.Coloca figuras e letras do lado errado( ) 15.Troca palavras fazendo substituições ( ) 16.Dificuldade em vestir-se e colocar os sapatos no pé correto( ) 57 ESQUEMA PARA USO DE PROFISSIONAIS DA ESCOLA PARA O RECONHECIMENTO DA DISLEXIA: Escrita espontânea a- dif. em imaginar a historia ou se a imagina tem dif ou incapacidade de expressá-la por escrito b- demora muito para começar ou escrever o trabalho c- tipo de letra / disgrafia /forma incorreta de segurar o lápis/forma de escrever os ovais das letras (em sentido horário) d- a letra vai se desestruturando com o passar dos minutos. e- demonstra cansaço ao escrever f- há clara discrepância entre o desempenho oral e escrito. g- omitem palavras de função e se dão conta só quando lêem. h- dificuldade no uso da pontuação; sintaxe estranha. 58 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DE RISCO • Histórico familiar positivo para dislexia • Falta de habilidade para recordar o nome de séries de coisas (ex.: cores, dias da semana , meses e números) • Confusão no vocabulário relacionado com orientação espacial • Alteração (sem motivos aparentes) de dias bons e maus no trabalho escolar • Nas provas de inteligência do Wisc ,aparece melhor pontuação nas provas de execução que nas verbais .Também sabe-se que Dígitos, Informação, Aritmética e Código estão associados à dislexia e por isso a pontuação dessas crianças é baixa devido à baixa memorização de curto prazo. 59 • Dificuldade para aprender rimas típicas do pré-escolar; • Dificuldades com seqüências; • Omissão de fonemas ou do último fonema; • Linguagem espontânea confusa; • Pobreza de vocabulário e de expressão junto a compreensão verbal reduzida; • Atraso no reconhecimento do esquema corporal. 60 • Dificuldade nos exercícios sensório perceptivos como distinção de cores, formas, tamanhos e posições • Pouca habilidade motriz para exercícios manuais e de grafia. Há dificuldade para mover independentemente as articulações diferentes. • Aparecem movimentos gráficos de base invertidos(fazem círculos desenhando sempre no sentido do relógio) • Confusão entre cima-baixo e dentro-fora • Coloca figuras e letras do lado errado • Troca palavras fazendo substituições • Dificuldade em vestir-se e colocar os sapatos no pé correto 61 Assim como outros Transtornos de Aprendizagem, a DISLEXIA não afeta apenas a criança. Embora não evidentes fisicamente, esses transtornos são da mesma forma estigmatizantes, crônicos e impactantes sobre toda a vida de seu portador e de sua família. Essas famílias precisam não apenas confiar seus filhos a uma equipe profissional, mas ainda se informarem em fontes seguras para terem um mínimo de conhecimento sobre a Dislexia, que lhes permite conter sua própria ansiedade, dar contingência ao filho, suporte ao tratamento e equilíbrio à toda a situação 62 ORIENTAÇÕES À FAMÍLIA O papel mais importante que a família pode oferecer ao disléxico é o apoio emocional e social; Um dos maiores problemas vividos pelo disléxico é justamente o alto grau de ansiedade em que vive e do qual vive cercado. São medidas importantes para orientar as famílias de disléxicos: - Proporcionar condições para o diagnóstico e tratamento especializado. - Ser paciente e desenvolver um sentimento de empatia é básico. - A criança deve saber que é amado por si mesmo e que seus familiares compreendem a natureza de seus problemas, o que exige que estes conheçam o que é a dislexia, seus sintomas e como ajudar a criança. 63 TDA/H O Transtorno do Déficit de Atenção é uma síndrome de origem ainda não totalmente conhecida, relacionada com o funcionamento neurológico e caracterizada basicamente pelos seguintes sintomas: •Atenção inconstante •Impulsividade •Inquietude acentuada. Para confirmar o diagnóstico, a desatenção e/ou a hiperatividade e impulsividade devem interferir significativamente no desenvolvimento da criança e na vida do adulto. 64 TDAH 65 INCIDÊNCIA E CONSEQÜÊNCIAS DO TRANSTORNO Incidência: -afeta em torno de 3 a 7% das crianças em fase escolar -3 vezes mais freqüente em meninos que meninas; -nas meninas prevalece o tipo clínico em que predomina a desatenção Conseqüências: -chance maior de abandono dos estudos, -baixo rendimento escolar e no trabalho (adulto), -gravidez precoce, -multas de trânsito, conflitos matrimoniais, depressão, acidentes, prejuízos na vida social e familiar, aquisição de vida independente, envolvimento com drogas/álcool, problemas psicológicos, entre outros. 66 COMORBIDADES NO TDAH Comorbidade: é a existência de outras doenças associadas com maior freqüência do que o esperado pelo acaso Condições comórbidas mais comuns ao TDAH são: -Nas crianças: transtornos específicos do aprendizado, transtornos do comportamento, transtornos ansiosos, transtornos depressivos, e tiques. -Em adolescentes: além desses transtornos citados, surge o abuso de drogas. -Em adultos: são também comuns os transtornos ansiosos, os transtornos depressivos, o abuso de drogas (incluindo o álcool e tranqüilizantes), transtornos do apetite e do sono. 67 CARACTERíSTICAS DA CRIANÇA COM TDAH 1-Quanto à Atenção/Concentração Apresenta dificuldade em: • manter a atenção voluntária pelo tempo necessário se a tarefa não é de seu interesse ou agrado; • perde freqüentemente suas coisas; • muitas vezes parece não pessoas falam com ele; escutar quando as • esquece freqüentemente de fazer suas obrigações, como lições, tarefas domésticas, etc • em perceber detalhes; • organizar, começar e concluir tarefas. 68 CARACTERíSTICAS DA CRIANÇA COM TDAH Quanto à impulsividade : • Muitas vezes não agem, mas atuam; • Falam em momentos inoportunos, interrompem os outros; • Respondem de modo precipitado e dizem muitas vezes coisas que não deveriam, pois não conseguem se controlar; • Têm dificuldade em obedecer a ordens porque nem sempre prestam atenção a elas; • Costumam se machucar mais que a média das crianças de mesma idade; • Apresentam dificuldade de planejar suas tarefas e tem dificuldade em estabelecer estratégias de ação até mesmo em relação às tarefas escolares. 69 QUANTO À HIPERATIVIDADE Freqüentemente estão se movimentando sem necessidade ou pelo menos, estão mexendo pés e mãos ou balançam a cadeira sem qualquer utilidade em tal movimento; Usam qualquer objeto como brinquedo para manter mãos ocupadas; Falam de modo excessivo cantam e faz ruídos inapropriados; Não conseguem esperar sua vez para brincar, responder,etc Todas as crianças podem apresentar esses sintomas mas nas crianças com TDA/H estes aparecem com enorme intensidade e freqüência , fugindo totalmente de seu controle e atrapalham sua vida social e seu processo de aprendizagem. 70 SINTOMAS DO TDA/H Problemas de aprendizado (memorização,associação) •o déficit e a superficialidade da atenção, acarreta a dificuldade em associar conhecimentos o que gera atitude negativa perante a escola e o estudo. Distúrbios de comportamento (introversão ou exibicionismo) •baixa auto-estima pode gerar comportamento antisociais como vício em drogas, alcoolismo, destrutividade, daí a importância do tratamento precoce) 71 SINTOMAS DO TDA/H Instabilidade motora e hiperatividade • distúrbios de coordenação desenvolvimento de praxias) (dificuldades ou atraso no • gestos desajeitados: “síndrome do King Kong” • dificuldade no controle de movimentos inúteis/acidentes Transtornos de conduta (impulsividade) • autocontrole inconsistente: se intromete ou interrompe a atividade/diálogo dos outros • responder abruptamente sem ouvir/ler uma pergunta por inteiro • dificuldade em aguardar a vez 72 SINTOMAS DO TDA/H Distúrbios da fala • retardo na aquisição da fala: muitas crianças chegam a idade de alfabetização com a fala não totalmente desenvolvida; • dislalias (menos freqüentes): troca de fonemas; • distúrbios de ritmo: falta a separação nítida entre uma palavra e outra, tornando difícil a compreensão. 73 DIAGNÓSTICO • Realiza-se preferencialmente entre os 6 ou 7 anos de idade (evitase o rótulo) • Observações gerais do professor: “Criança desatenta,toma iniciativas inadequadas... Tumultua a classe... Não pára quieta ... Briga com seus colegas por qualquer coisa... Não respeita normas, etc” 74 POSSÍVEIS FATORES E CAUSAS DO TDAH FATORES CAUSAS Neurológicos Lesões cerebrais, Disfunções do SNC, Imaturidade Neurológica Global Orgânicos Complicações pré e perinatais Genéticos Famílias com maior índice de casos de alcoolismo, psicopatias, histerias, depressão, TDAH Relacionais Modelo Psicodinâmico Mãe/Criança: comportamento de não obediência da criança,comportamento de excessiva diretividade da mãe, depressão materna,etc Psicanalíticos Insegurança/depressão materna,ausência física ou psicológica da figura paterna,fantasmas relacionais anteriores, rejeição inconsciente do filho,etc Comportamentais Pré- disposição para a hiperatividade que se desenvolve se o meio for favorável a isso, comportamento copiado,etc 75 TDAH • Dificuldade de aprendizagem: cerca de metade das crianças diagnosticadas como portadoras do TDAH apresentam esse tipo de problema; • Baixa auto estima: Crianças que desvalorizadas perdem a motivação; se sentem • Dificuldade de socialização: é freqüente a criança com TDAH ter dificuldades de relacionamento com seus colegas, professores e familiares.Muitas vezes são agressivas, até mesmo como forma de reagir a tantas frustrações e a acabam por afastar seus companheiros e brincadeiras, irritam seus pais e são chamados constantemente à atenção por seus professores. 76 •Alto nível de ansiedade: qualquer criança freqüentemente rejeitada e criticada por seu comportamento e continuamente fracassada em seu trabalho escolar, acaba por tornar-se ansiosa e angustiada ,o que se reflete em seu comportamento inadequado; •Risco de sofrer acidentes: Uma das preocupações que essas crianças dão aos pais é o fato de que se machucam com maior facilidade , pois parecem não ter noção clara do perigo; O caminho é buscar um profissional que faça o diagnóstico e estabeleça um tratamento adequado, indicando outros profissionais que possam ajudar nesses dois processos. 77 ORIENTAÇÕES PARA PAIS E PROFESSORES Estratégias educativas eficazes são uma base segura para um bom prognóstico •O Trabalho deve ser feito em conjunto: profissionais, família e escola •Importante valorizar os aspectos positivos de cada criança •Uma vez diagnosticada por profissionais , a criança com TDAH deve receber um tratamento conveniente e ficar ciente de qual é o seu problema •O estabelecimento de limites claros facilita a observação de normas e diminui a ansiedade 78 ORIENTAÇÕES PARA PAIS E PROFESSORES •Uma estratégia que inclua recompensas através da atenção, carinho, costuma ser bem sucedida; •Objetivos curriculares objetivos e atitude firme; •Atenção à medicação, se houver; •Sistema educativo regular é o mais indicado , mas com maior articulação de tempo e tipos de tarefas especialmente planejadas; •Agenda e organização; •Ajustes sociais; 79 PARA TRABALHAR A ATENÇÃO A atenção é um processo discriminativo e complexo que acompanha todo o processamento cognitivo , além de filtrar as informações e permitir a adaptação interna do organismo em relação às demandas externas. Para trabalhar a atenção da criança TDAH: •-combinar tarefas de alto interesse com tarefas menos atraentes,dando preferência a assuntos de utilidade prática sempre que possível; •-fazer com que a criança tenha oportunidade e participar ativamente a aula, variando os estímulos e permitindo a inserção de atividades motoras, explanação oral da criança, etc 80 PARA TRABALHAR A ATENÇÂO • procurar usar jogos que estimulem a atenção global, seletiva,mantida, de criação e automatização de estratégias; • fazer uso de jogos de memória, visual, labirintos, discriminação visual, busca de semelhanças, raciocínio,linguagem, seqüências, etc •utilizar materiais que facilitem a percepção e organização visual e espacial , como marcadores por ex. 81 O PLANEJAMENTO DAS INTERVENÇÕES O consenso a respeito aponta para estas propostas : •Psicofarmacológica: feita por orientação médica. •Orientação Cognitivo Comportamental: técnicas de modificação comportamental. baseia-se nas •Orientação Psicoterapêutica: aplica-se a casos de origem sócio-afetiva, quando também se trabalha com a família . •Orientação Psicopedagógica: busca as causas que estão na origem do problema e o desenvolvimento de habilidades cognitivas que minimizem as dificuldades e os sintomas desse transtorno, facilitando o aprendizado formal e informal da criança. Muitas vezes é associada à outras intervenções. 82 PARA AUXILIAR A CRIANÇA, PODEMOS: • Ajudá-la a acatar com relativa serenidade o fato de que no dia a dia sempre surgirão problemas e que devem encará-los como desafios a superar e não como uma condenação; • Auxiliá-la a desenvolver habilidades para estabelecer alternativas comportamentais , ou seja, imaginar diferentes soluções para esses problemas, como em um jogo; • Ensiná-la a estratégias. prever as conseqüências do uso dessas 83 AVALIAÇÂO do TDAH Considerações O objetivo da avaliação é determinar se a criança apresenta comportamentos de desatenção, hiperatividade e impulsividade, qualitativa e quantitativa superior à esperada para a sua faixa etária. No diagnóstico deve-se ter em mente em termos operacionais os excessos,falhas ou inadequações do comportamento que se deseja avaliar. Deve-se recorrer a várias fontes de informações: a história clínica , os relatos dos pais,professores e outros profissionais que atendam à criança. 84 ESCOLA INCLUSIVA E TDAH A flexibilização dos currículos reduz a “visibilidade” das crianças com necessidades especiais, como as portadoras de TDAH, já que lhes permite trabalhar dentro de suas possibilidades, apoiados em uma pedagogia centrada na criança, que favorece as articulações e adaptações entre as necessidades individuais e as exigências do meio . A grande vantagem que advém da educação inclusiva é que todas as crianças recebem uma educação qualitativamente adequada às suas necessidades, promovendo seu desenvolvimento intelectual, emocional e social. 85 TDA/H E A ESCOLA Estratégias pedagógicas para lidar com o aluno com TDAH em classe: 1. Providenciar o levantamento das necessidades básicas individuais desse aluno, com a equipe multidisciplinar através do psicopedagogo da criança; 2. Selecionar práticas educacionais tanto para as necessidades acadêmicas como de conduta, as mais abrangentes possíveis; 3. Promover integração das práticas educacionais no contexto geral da classe; 86 TDA/H E A ESCOLA 4. Trabalhar sempre que possível, as crianças com TDAH da seguinte forma: a) procurar manter a atenção da crianças através de redirecionamentos freqüentes: estímulos perceptuais e verbais; b) fornecer avisos antecipados antes do final do tempo dado para a tarefa, preparando também a criança para a mudança de atividade ou para a próxima aula; c) subdividir tarefas, verificar tarefas por partes e incentivar a auto-correção. 87 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRABALHO EM CLASSE / CLÍNICA 1. Revisão dos itens relevantes da aula / atividade anterior; 2. Esclarecimento das expectativas de comportamento e de aprendizado e do material necessário para a nova aula / sessão; 3. Orientação dos meios de obtenção de recursos adicionais (livro, Internet, etc.) 88 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRABALHO EM CLASSE / CLÍNICA 4.Planejamento do tempo e seqüência das atividades com a criança (relógio, calendário); 5.Incentivo das anotações escritas / agendas - planilhas diárias; 6. Uso de pastas codificadas por cores diferentes; 7.Favorecer a organização do espaço físico de trabalho na escola/clínica/casa; 89 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRABALHO EM CLASSE / CLÍNICA Trabalhando com leitura 1. Estabelecer tempo inicial para leitura silenciosa; 2. Promover a “leitura acompanhada”: o professor lê e as crianças, individualmente ou em duplas, vão seguindo o que está sendo lido pois, em determinado momento, podem ser solicitadas a ler o parágrafo seguinte; 3. História ilustrada; 90 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRABALHO EM CLASSE / CLÍNICA Trabalhando com escrita 1. Dar modelos com boa execução e providenciar meios para que a criança os associe; 2. Criar recursos visuais que ajudem a percepção espacial no papel (pautas horizontais e verticais, papel quadriculado, de cores diferentes) 3. Escrever no computador: auto-correção; 4. Usar lousas individuais. 91 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRABALHO EM CLASSE / CLÍNICA Trabalhando com matemática 1. Ensinar mnemônicos que descrevam os passos em cálculos básicos com números inteiros e solução de problemas; 2. Proporcionar vivências reais de cálculo com dinheiro, por exemplo, para que entendam a função do cálculo; 3. Trabalhar com jogos de mesa ou no computador para cálculo básico; 4. Incentivar a leitura cuidadosa exercícios e problemas. dos enunciados de 92 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRABALHO EM CLASSE / CLÍNICA Manejo de conduta: 1. Fazer elogios verbais durante a tarefa ou imediatamente após; 2. No caso de reprimendas, ser suscinto e sempre se referenciar ao comportamento inadequado e jamais à criança; 3. Ignorar seletivamente condutas impróprias; 4. Procurar ser firme, mas não afrontar durante o comportamento de oposição; 93 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRABALHO EM CLASSE / CLÍNICA 5. Conversar com a criança sobre seu comportamento inadequado quando estiver calma e oportunize a vivência real das conseqüências de seus atos; 6. Procurar modelar habilidades sociais adequadas no dia a dia; 7. Usar de sinais e controle de proximidade para ajudar a criança; 8.Trabalhar com toda a classe nas questões de aceitação dessa criança. 94 OBRIGADA! Conheça e se cadastre no site : www.irenemaluf.com.br MARIA IRENE MALUF [email protected] (11) 3258-5715 95 INSCRIÇÕES ABERTAS PARA A 8ª TURMA DO CURSO de Pós graduação Lato Sensu em NEUROAPRENDIZAGEM E TRANSTORNOS NO APRENDER DURAÇÃO: 18 meses consecutivos com aulas em um final de semana ao mês INICIO DAS AULAS : 17 e 18 de agosto DIA E HORÁRIO DAS AULAS :Sábado das 8:30h e 18:30h Domingo das 8:30h às 16:30h INFORMAÇÕES e MATRÍCULAS :www.irenemaluf.com.br [email protected] ou [email protected] 96