BMC Public Health 2007, 7:82 Assistência Farmacêutica

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FARMACOECONOMIA
Rosana Franco
Pneumologista
Mestre e Doutora em Medicina
ProAR
Novas Tecnologias em Saúde
• Aumentam a longevidade e a qualidade de vida
• Aumentam as taxas de cura
• Reduzem a dor e o sofrimento
• Recuperam a capacidade funcional / profissional
Musgrove P. Health Policy; 47: 207-22, 2007.
Qualidade X Custo
• Orçamento público para saúde é restrito
• Recursos insuficientes para todos os programas de saúde
• Racionalização dos gastos públicos
• Procura por alternativas de intervenções
• Escolhas dependem da estrutura de morbi mortalidade de cada
região
• Envelhecimento da nossa população
Kenneth A. Am Econ Rev 53:941-73, 2003.
Por que médicos
precisam saber
sobre economia
da saúde ?
Farmacoeconomia
• Estudo interdisciplinar dos custos de tratamentos
• Análise comparativa entre opções de intervenções
• Compara custos X resultados de diferentes estratégias
• Evita desperdício de recursos
• Concilia os recursos existentes com a necessidade de
saúde da população
• Reduz desigualdade no acesso à saúde
• Avalia impacto da saúde no desenvolvimento da região
Eddy, D. JAMA, 267: 1669-1675, 2002.
Ciclo virtuoso do investimento
em saúde
Geração de
Riqueza
Investimento
em Saúde
Indivíduos
Saudáveis
e Produtivos
Políticas de Saúde Pública
• Acesso á Saúde é um direito do cidadão
• Parcela considerável da população é excluída dos
benefícios dos modernos recursos da medicina
• Distorções agravam desigualdade social
• Avaliações econômicas auxiliam os gesteros nas decisões
• Programas desenvolvidos pelo governo tentam produzir
inclusão social na área da saúde
Upshur, Journal Public Health, 93: 101-103, 2002
Assistência Farmacêutica
• Deve se adequar a realidade de cada região
• Distribuição gratuita de medicamentos
• Ampliar acesso a tratamentos essenciais
• Priorizar doenças crônicas e incapacitantes
Picon et al., Caderno de Saúde Pública, 2003
Custos em Saúde
Custos Diretos
Custos Indiretos
Quantidade de dinheiro gasto como resultado
direto da doença.
Perdas dos ganhos com impossibilidade de
realizar atividades, incluindo os familiares.
Ø Médicos
• Perda produtividade do trabalho do paciente
 Consulta médica
• Perda produtividade do trabalho do familiar
 Consulta enfermeira
• Perda produtividade por morte prematura
 Consulta farmacêutica
• Perda produtividade por aposentadoria precoce
 Medicações
• Diminuição de horas ou dias de trabalho
 Hospitalização (emergência, UTI)
 Exames
Ø Não Médicos
Custos Intangíveis
• Perdas da Q.V. satisfação, dor e sofrimento.
•·Material descartável
• Depressão
•·Equipamentos
• Difícil quantificação
•·Imóveis (aluguel, IPTU, condomínio)
·Transporte
•·Adaptação domiciliar
Cisternas et al. JACI 2003; 111:1212-8
Tipos de Análises Econômicas
usadas em Saúde Pública
•Custo-benefício: mensurações de resultados
expressas em valores financeiros
•Custo-efetividade: mensurações de resultados
expressa em valores e efetividade das intervenções
•Custo-utilidade: mensurações de resultados
expressa em valores e a efetividade em termos
quantitativos e qualitativos
Drummond et al., 1997
Análise de Custo Efetividade
A
Menor efetividade
Maior Custo
C
Menor efetividade
Menor Custo
B
Maior efetividade
Maior Custo
D
Maior efetividade
Menor Custo
Eddy, JAMA 1992
Custo Familiar da Saúde
• Saúde é o 4º maior item de consumo das famílias
• Remédios (41%) e planos de saúde (28%)
• Famílias de renda alta gastam mais com planos de
saúde do que com medicações
• Reflete padrão desigual entre as classes
• Elevada carga das doenças crônicas para as famílias
BAHIA ANÁLISE & DADOS v. 16, n. 2, p. 317-331, set. 2006
Asma no Brasil
• 8o lugar em prevalência mundial (10 a 20%)
• 2.500 óbitos /ano
•
a
3
causa de internações no SUS
• Custo anual de R$ 98,6 milhões para o SUS
• Tratamento que segue diretrizes tem maior
efetividade e menor custo
DATASUS, 2007
Uso de Corticoide Inalatório em
Pacientes com Asma Persistente
Ásia
15%
Brasil
5%
Europa
43%
EUA
37%
Bateman et al., Goal study, Eur Respir Journal, (38): 465,2002.
Estimativa da Distribuição
da ASMA
Custo Total da Asma por
paciente/ano
coorte clínica
EUA
n=401 (adultos)
Cisternas et al. JACI 2003; 111:1212-8.
Programas de Asma pioneiros no Brasil
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Belo Horizonte : Organização da Assistência Pública à Criança Asmática –1996
Porto Alegre: PEA – Programa de Educação e Assistência em Asma para Adultos- 1996
“ De Volta para Casa & Asma”
Prefeitura Municipal de POA – Fluxograma de Atenção ao Asmático
Programa de Atenção à Criança e Adolescente com Asma-POA
São Luis : PAPA - Programa de Assistência ao Paciente Asmático - 1996
Fortaleza: PROAICA Programa de Atenção à Criança e ao Adulto com Asma - 1997
Brasília: Programa de Atenção ao Asmático do Distrito Federal – 1999
Caxias do Sul /RS: Programa de Atenção à Criança com Asma da Prefeitura Municipal - 1999
Campo Grande /MGS: Ambulatório Público de Asma Pediátrica da Prefeitura Municipal-2000
São Paulo: Programa de Educação e Assistência ao Asmático - 2000
Rio de Janeiro: Projeto de Atendimento á Criança com Asma - 2000
Curitiba: Programa Crescendo com Saúde – Pediatria 2001
Itabira / MG: Programa RESPIRAI / Asma Infantil- 2001
Londrina / PR: Núcleo de Atendimento a Doenças Respiratórias - 2002
Salvador: ProAR_ Programa de Controle da Asma e Rinite Alérgica na Bahia- 2002
São José dos Campos/ SP: Programa de Assistência Integrada ao Paciente Asmático -2002
Objetivos dos Programas de Asma
• Implantar o Plano Nacional da Asma nos Municípios
• Fortalecer a adesão do paciente e de seus familiares
no tratamento ambulatorial preventivo
•
•
•
•
•
Reduzir a demanda de pronto socorro
Reduzir o número de hospitalizações / UTI
Reduzir os gastos diretos e indiretos com a asma
Melhorar a qualidade de vida do asmático
MAIOR ADESÂO = CONTROLE = MENOR CUSTO
www.pneumoatual.com.br
Metas dos Programas de Asma
• Mudança do perfil de atendimento vigente
 Capacitação de recursos humanos
 Disponibilização de medicamentos preventivos
gratuitos
• Reorganização da assistência
• Redirecionamento dos recursos existentes
www.pneumoatual.com.br
Redução de hospitalizações entre
pacientes inscritos em alguns
programas de asma
Município
Nº hospitalizações
Redução
(%)
Antes
Depois
1.086
263
75,8
Porto Alegre, RS
194
64
67,0
São Luís, MA
55
1
98,0
1.511
138
90,8
77
23
66,0
Belo Horizonte, MG
Ribeirão das Neves, MG
Caxias do Sul, RS
(UTI: de 12 para zero)
www.pneumoatual.com.br
Internações por Asma em Salvador
(janeiro a maio)
1000
942
868
830
800
600
542
400
200
0
2002
2003
2004
2005
DATASUS, 2005.
Programa de Controle da Asma
e da Rinite Alérgica na Bahia (ProAR)
• Projeto de ensino, pesquisa e assistência,
• Integra o SUS à universidade pública
• Tratamento associado da asma grave e da rinite
• Fornecimento gratuito de medicações
• Equipe multidisciplinar
• Ambulatórios de referência
FMUFBA, março de 2002.
Estudo de Custo Efetividade do
ProAR
O manejo adequado da asma grave e da
rinite pelo ProAR, pode resultar em
redução da morbi-mortalidade e em
impacto na qualidade de vida, com redução
dos custos para a saúde pública e para as
famílias
BMC Public Health 2007, 7:82
Evolução da mediana da função pulmonar antes,
durante e depois do acompanhamento no ProAR
80,00
p=0,56
70,00
p< 0,01
60,00
50,00
%
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
p=0,73
Antes
Durante
Depois
% Pico Fluxo
45,00
60,50
65,50
% VEF1
69,00
72,00
75,50
% Rersibilidade Pós BD
12,00
8,00
5,00
BMC Public Health 2007, 7:82
Evolução da mediana dos escores de controle da
asma antes, durante e depois do acompanhamento
no ProAR
6,00
5,50
5,00
4,50
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
ACQ
p< 0,01
p<0,01
p<
0,01
V1
V2
V3
V4
V5
V6
4,00
4,00
2,20
2,00
1,80
2,00
BMC Public Health 2007, 7:82
Evolução da mediana dos escores de qualidade
de vida antes durante e depois do
acompanhamento no ProAR
7,00
6,50
p<0,01
p<0,01
6,00
5,50
AQLQ sintoma
AQLQ Atividade
5,00
4,50
AQLQ Emoção
4,00
3,50
3,00
AQLQ Desenc.
Ambiental
2,50
AQLQ Total
2,00
1,50
1,00
V1
V2
V3
V4
V5
V6
BMC Public Health 2007, 7:82
Comparação entre a mediana dos custos públicos
anuais por cada paciente com tratamento antes e
após o ProAR
3.000
p<0,01
2.000
p=0,03
R$
p<0,01
1.000
0
Tratamento Ambulatorial
Tratamento Hospitalar
Custo Total
Antes ProAR
397
1.274
1.620
Depois ProAR
775
0
784
BMC Public Health 2007, 7:82
Comparação entre a mediana dos custos
familiares anuais por paciente com tratamento
antes
e
após
o
ProAR
11.000
9.000
p=0,02
7.000
R$
5.000
3.000
p<0,01
p<0,01
p<0,01
1.000
-1.000
Renda Familiar
Perdas Familiares
Gastos Familiares
Custo Familiar Total
Antes ProAR
5.978
0
1.328
1.743
Depois ProAR
7.085
0
160
160
BMC Public Health 2007, 7:82
Carga da doença: custo anual da asma por paciente
para o governo e famílias, antes e após o ProAR
4000
3500
3000
R$
2500
1743
Famílias
2000
Governo
1500
1000
1620
500
160
784
0
Antes
Depois
BMC Public Health 2007, 7:82
Conclusões
•
•
•
•
•
•
•
•
Análise de Custo-efetividade do ProAR:
Melhor controle da asma
Redução de hospitalizações e visitas à emergência
Melhora da qualidade de vida
Redução em 51% dos custos governamentais
Aumento em 18% na renda familiar
Redução em 86% nos custos familiares
Redução do percentual da renda familiar comprometida
com a asma de 29% para 2%
BMC Public Health 2007, 7:82
Discussão
• Tratamento que não segue diretrizes leva a maior
consumo de recursos de saúde
• Famílas e governo dividem a carga da doença
• Aumento de desigualdade social
BMC Public Health 2007, 7:82
PACIENTES
PROFISSIONAIS
GOVERNO
Assistência
Farmacêutica
SOCIEDADE
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