Síndrome Hipertensão Intracraniana (HIC)

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Síndrome da Hipertensão Intracraniana
Valdevino Neto
Disciplina de Habilidades V
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande
Introdução
• É um evento de grande importância clínica e pacientes
com injúrias encefálicas (AVC,TCE,HSA /HH>3 e
hemorragia intraparenquimatosa)
• É a pressão exercida na área da superfície interna da
caixa craniana,pelo conteúdo desse compartimento
– Parênquima encefálico (80%)
– Sangue (10%)
– LCR(10%)
• Isquemia é o resultado final
• Geralmente a redução do líquor é o mecanismo de
compensação mais atuante(limitado)
• O crânio é uma esfera oca,rígida,inelástica que
comunica com o forame magno
• É dividido em compartimentos:
– Foice cerebral(divide os dois hemisférios);
– Tentório ou tenda do cerebelo (divide as fossas
supra e infratentoriais)
Pressão Intracraniana e sua medida
Produção de líquor
Plexos coróides
Circulação
passa dos ventrículos para o espaço
subaracnóideo através dos forames de Luschka e
Magendie
Absorção
Pressão
posição)
Granulações aracnóideas
Leis de Pascal(pressão muda com a
Fisiopatologia
• A PIC normal é pulsátil e oscila com os ciclos
cardíacos e respiratório,sendo igual a pressão
venosa encefálica(<10mmHg)
– Pressão da carotida = 90mmHg
– Pressão arteriolar = 60mmHg
– Pressão jugular = 3mmHg
• A PPC = Pressão carotídea – PIC e a intensidade
de sua queda é diretamente proporcional à
velocidade do aumento do conteúdo encefálico
Tipos de edema cerebral
Vasogênico
Intersticial
Mecanismo
Infiltração no espaço
extracelular
Infiltração no LCR por
aumento da pressão
intraventricular
Localização
Preferência na substância
branca
Preferência na substância
branca periventricular
Doenças
Tumores
Inflamação
TCE
Hidrocefalia obstrutiva
Permeabilidade capilar
aumentada
Normal
• A pressão no espaço aracnóideo lombar a
igual a PIC(quando a comunicação)
• Não há possibilidade de monitorar vários
pontos no cérebro para avaliar os gradientes
pressóricos
• Langfitt – gradientes pressóricos
supratentoriais – velocidade de crescimento
SHIC - FISIOPATOLOGIA
Curva de LangFitt
Consequências fisiopatológicas da HIC
• HIC pode ser o evento final de várias catástrofes
intracranianas
• PIC
PPC = isquemia focal e/ou global
Expansão
volêmica
hipotônica
Edema
cerebral
HIC
Queda da
PPC e FSC
Lesão da
BHE
Isquemia
Vasodilatação
Cascata vasodilatadora da HIC
Acidose
Papel da inflamação na fisiopatologia da HIC
Fluidos
hipotônicos
Inflamação
Lesão
vascular
Inflamação
Edema
HIC
Isquemia
Lesão
celular
Reperfusão e
inflamação
Aumento do
volume
sanguíneo
encefálico
Hiperemia
Falência do
mecanismo
oxidativo
Isquemia
oculta
Ondas Pressóricas Intracranianas
• Curva típica de PIC são geradas pela pulsação do
círculo de Willis e do parênquima e possui três
componentes:
– P1(onda de percussão)- pulso arterial sistólico e
costuma ser a mais alta das ondas
– P2(tidal wave) – pulsação do próprio tecido nervoso
– P3(onda dicrótica) – início da fase diastólica cardíaca
• Com a diminuição da PIC as ondas P2 e P3 se
igualam a onda P1 e após ultrapassam
Ondas Pressóricas Intracranianas
Normais
10mmHg/div.=25mm sec
•Sinalizam para o desequilíbrio progressivo dos mecanismos de
compensação da hemodinâmica encefálica
Onda de PIC aumentada.A onda dicrótica fica mais elevada que a onda de percussão
• Onda A ou onda de platô
– São flutuações rítmica da PIC a cada quinze e trinta
minutos e que duram entre cinco e vinte
minutos,podendo atingir valores muito elevados
como 60-100mmHg
• Pode resultar de aumento da pressão intratorácica
• Ser precipitada pela estimulação do paciente
• Representar diminuição importante da complacência
intracraniana
• Há uma diminuição importante da PPC
• O VSC eleva-se rapidamente no início da onda e lentamente
no seu transcurso – cai após reação reflexa da PAM –
revertendo a isquemia e vasoldilatação anóxico-isquêmica
• Aumentos periódicos e sucessivos poderão levar à falência
vasomotora
Onda A ou em platô
• Onda B
– São elevações pontiagudas que ocorrem a cada
um a dois minutos,podendo atingir valores
elevados como 50mmHg
• Sem significado claro
• Está relacionado com diminuição da complacência
intracraniana,ciclos de respiração per~iódica ou
retenção de CO2
• Desaparecem com a assistência ventilatória adequada
Onda B
• Onda C
– São ondas rápidas numa frequência de quatro a
oito por minuto e atingem no máx. 20mmHg
• Relaciona-se a alterações normais da PIC
• Diante de variações de pressão arterial sistêmica
• Não tem significado clínico
Pressão intracraniana e sua medida
• Pressão normal
• Espaço:
– Subaracnóideo
– Cisterna magna
– Intraventricular
• Sensores intracranianos(intra ou subdurais,subaracnóideo
ou extradurais):
– Ondas A – em platô e são patológicas;
– Ondas B – fisiológicas ou patológicas;
– Ondas C- repercussão dos batimentos cardíacos(?)
Quadro Clínico
•
•
•
•
•
Cefaléia (apresentação típica:pior durante a manhã)
Náuseas ou vômitos (apresentação típica:sem naúseas)
Edema de papila óptica e distúrbios visuais(diplopia)
Alteração do nível de consciência(agitação até coma)
Outros: paralisia de VI (uni ou bilateral), convulsões,
alteração comportamento, sinais focais (hemiparesia,
afasia),postura de decorticação ou descerebração
• Tríade de Cushing (hipertensão arterial,bradicardia e
alterações do ritmo respiratório)
• Tríade de Cushing: hipertensão arterial,bradicardia,
irregularidade respiratória.
Sinais Clínicos de Herniação
Hérnia
Uncal inicial
Uncal tardia
Transtentorial
diencéfalo
Transtentorial
Mesencéfalo
Transtentorial
ponte-bulbo
Consciência
Normal ou diminuído
Torpor ou coma
Diminuição rápida
Coma profundo
Coma profundo
Respiração
Normal
Hiperventilação
Suspiros e bocejos
Cheyne-Stokes na fase
tardia
Taquipnéia
Superficial
Irregular na fase
bulbar(atáxica)
Pupilas
Midríase fixa ipsilateral
à lesão
>dilatação
Pequenas,RFM
Médio-fixa,discóricas
Médio-fixas
Reflexo oculocefálico
Presente
Desvio conjugado ou
desconjugado
Presente
Oftalmoplegia do olho
ipsilateral à lesão
Presente Desvio
conjugado
Diminuído
Pode estar
desconjugado
Ausente
Reflexo oculovestibular
Presente
Oftalmoplegia:olho
ipsilateral não se move
Presente Desvio
conjugado
Diminuído
Pode estar
desconjugado
Ausente
Motricidade
Resposta à dor
apropriada,babinsk
contralateral
Decorticação ou
descerebração
Resposta à dor
apropriada,paratonia
ipsilateral,babinsk
bilateral e decorticação
na fase tardia
Descerebração,maior
do lado oposto ao da
lesão
Arreativo.Babinsk
bilateral.Pode haver
resposta flexora em
membros inferiores
Diabetes
insipidus,hipertermia,
seguida de hipotermia
Hipotensão,irregularida
des da FC
outros
Diagnóstico
• O método mais sensível e específico é a
monitorização da PIC
• Edema de papila e diminuição da pulsão
venosa são específicos,com sensibilidade
reduzida – a ausência de papiledema não
exclui a HIC
• TCCE sem contraste é específico mas muito
pouco sensível – TCCE normal não exclui HIC
• Exame Neurológico
– Nível de Consciência
– Pupilas - Herniações
– Déficits focais
– Fundoscopia
– Pares Cranianos
Paralisia VIº (HIC)
Perkin
Edema de Papila (HIC)
Perkin
HERNIAÇÕES ENCEFÁLICAS
HÉRNIA UNCAL
Sindrome da Hipertensão Intracraniana
AVC isquêmico
Perkin
Sindrome da Hipertensão Intracraniana
AVC hemorrágico
Perkin
Síndrome da Hipertensão Intracraniana
ANEURISMA-
Hemorragia
Subaracnoideia
Perkin
Sindrome da Hipertensão Intracraniana
Tuberculose SNC
Perkin
Sindrome da Hipertensão Intracraniana
Meningite
Perkin
SHIC
• Tratamento Cirúrgico
– Monitorização da PIC
– Fator causal
Monitorização da PIC
• Importante determinante do FSC
FSC=PPC/RVC
PPC=PAM - PIC
• Vantagens da monitorização da PIC
– Detecta precocemente a elevação da PIC
– Limita o uso indiscriminado de tratamentos(potencial
iatrogênico) para reduzir a PIC
– Quando em posição ventricular,permite a drenagem
de líquor e o controle da PIC
– Auxilia na determinação do prognóstico,visto que
pacientes que mantém PIC>20mmHg por mais de dez
minutos apresentam maior mortalidade,quando
comparados com os pacientes que mantêm valores
menores que 20mmHg
– Há algumas evidências de que possam melhorar o
resultado final do tratamento
• Técnica e interpretação
– Cateteres em posição subdural,epidural ou
subaracnóideo são considerados de menor precisão
– Em posição intraventricular,quando permitido,é a
escolha,pois drena LCR,se necessário,e controle da
PIC,além de permitir a recalibração do sistema na
posição
– Posição intraparenquimatosa é de escolha na
impossibilidade da intraventricular
• PIC normal é <10mmHg e PIC>20mmHg por mais de
10minutos,necessita de avaliação e ,provavelmente,de
tratamento
– A interpretação e o tratamento da PIC deve ser
corroborado com o exame clínico,TCCE e a medida da
PPC
• Complicações da monitorização da PIC
– Funcionamento e posicionamento
inadequados(são frequentes)
– Infecção(clinicamente significativas são incomuns)
– Hemorragia(extremamente baixa)
– Obstrução(são frequentes)
Algoritmo 1 – atendimento inicial do paciente com lesão neurológica
PIC>20mmHg por + de
10min
PPC>60mmHg por + de
10min
Drenagem de
LCR ,se possível
Assegurar PPC>60mmHg(expansão volêmica,drogas vasoativas)
PIC permanece
elevada
PIC permanece
elevada
Hiperventilação (PaCO2 30-35)
Manitol
Ausência de lesão cirúrgica:
PPC>60mmHg(volume/inotrópicos)
Hiperventilação(PaCO2 30-35)
Manitol(repor a volemia)
Tionembutal(surto/supressão)
•Cabeceira a 30 °
•Sedação adequada/curarização
•Corrigir hipoxemia,anemia
•manter normocapnia
•Tratar hipertermia e convulsões
•Manitol
PIC de difícil controle
TCCE
Lesão cirúrgica
Algoritmo 2 – Tratamento clínico da HIC
sim
Operação
• Particularidades no tratamento da HIC
– Trauma de crânio
• Corticosteróides
– Não se recomenda o uso de Ces no TCE para reduzir a PIC ou
melhorar o prognóstico
– Complicações associadas : hiperglicemia e infecções
• Utilização da oximetria de bulbo de jugular(SvjO2)
– HIC secundária aos tumores
• Uso de CEs
– Glicocorticóides
» Inibição do crescimento tumoral
» Aumento do influxo de sódio,potássio e água através da
interface capilar-tecido
» Reduçaõ da permeabilidade capilar e da BHE
» Dexametasona 8-32mg/dia
Oximetria venosa jugular
SjvO2<55% ou
ECerO2>42%
SjvO2 >75 ou
ECerO2<24%
Causas sistêmicas
PIC elevada
PPC<70mmHg
sim
sim
SpO2 <90%
PaCO2<25-30mmHg
sim
sim
Aumente a PAM
Corrija hipoxemia
sim
Aumente a PaCO2
PIC elevada
Manitol
Consumo elevado de O2
Hipertermia,convulsões
Vasoespasmo
Hiperventilação otimizada
Ajuste da
sedação(propofol,midazol
an e barbitúricos)
sim Antitérmicos
Hipotermia
Propofol
Barbitúricos
sim
Tratamento dirigido
ao vasoespasmo
Tratamento clínico da HIC no TCE grave auxiliado pela oximetria de bulbo de jugular
• Estratégia de manejo de HIC refratária as
medidas convencionais
– Hipotermia
• Indicações e complicações
– Solução hipertônica de NaCl
– Craniectomia descompressiva
• AVC
• TCE grave
• Obrigado
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