Aula Síndrome Compartimental

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Dr. Pedro Ming Azevedo
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Condição na qual o aumento da pressão
dentro de um compartimento confinado e
pouco expansivo prejudica o aporte
sanguíneo para as estruturas presentes
dentro do mesmo.
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Richard von Volkmann, 1881: "contraturas
irreversíveis dos músculos flexores da mão
secundário a processo isquêmico ocorrendo
no antebraço".
Atribuiu à estase venosa massiva causada
pelas ataduras, com concomitante
insuficiência arterial.
Volkmann R.: Die ischaemischen Muskellahmungen und
Kontrakturen. Zentralbl Chir 1881; 8:801.
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Aguda
Subaguda: “ausência de sinais e sintomas
típicos; flexão em contratura progressiva com
seqüelas crônicas típicas”1
Crônica (~ recorrente, ~ por exercícios) 2
1- Eaton RG, Sarokhan A: Subacute ischemic contracture of
the forearm. Presented at the annual meeting of the American
Orthopaedic Association, Palm Beach, FL, May 15, 1984.
2- Bruce C. Twaddle, Annunziato Amendola, Browner: Skeletal
Trauma, 4th ed, Chapter 13 – Compartment Syndromes
Elev.
PIC
Edema
Comp.
Arteriola
Compr.
Isquemia
veias
Dim.
retorno
venoso e
linfático
Elev. PIC
Compr.
Capilar
Elev.
PIC
Bruce C. Twaddle, Annunziato Amendola,
Browner: Skeletal Trauma, 4th ed,
Chapter 13 – Compartment Syndromes
Isquemia
Permeabilidade
Capilar
Edema
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Compartimento confinado e pouco distensível
 compartimento fascial, ataduras, gesso, garrotes, cicatrizes
circunferentes, cavidade abdominal.
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Aumento no conteúdo ou redução em seu volume.
Lesão por reperfusão
Obstrução drenagem venosa -> redução do gradiente
arterio-venoso -> estase -> transudação.
PIC 0mmHg =~ Pressão normal
PIC > 30mmHg -> compressão de pequenos vasos > início do dano tecidual
PIC + 30mmHg > PAD = Emergência
PIC “nunca” é > que PAS ou PAD nos grandes vasos
que atravessam o compartimento.
McQueen M.M., Court-Brown
C.M.: Compartment monitoring in
tibial fractures. J Bone Joint Surg
Br 1996; 78:99.
PAD= Pressão Arterial Diastólica, PIC= Pressão Intracompartimental, PAS= Pressão arterial sistólica
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Entidades que causem aumento do conteúdo ou diminuição
do volume de compartimento pouco distensível.
Traumas diretos, fraturas, cirurgias, redução do retorno
venoso (ataduras, gesso, garrote...), compressões
prolongadas de membros, posicionamento prolongado de
membro (paciente anestesiado, tração), lesão por reperfusão,
hemorragias, queimaduras, lesões arteriais, injeções (iv, im,
infiltrações), embolização 1,2
Lesão por arma de fogo em antebraço são particularmente
propensas a SCA (~15%) 3
Entre 6-9% das fraturas expostas tibiais são complicadas por
síndrome compartimental
1- Konstantakos EK, Dalstrom DJ, Nelles ME, Laughlin RT, Prayson MJ,
2007. Am Surg 73 (12): 1199–209. 2- Maerz L, Kaplan LJ , 2008. Crit.
Care Med. 36 (4 Suppl): S212–5. 3- Mubarak SJ, Owen CA, Hargens AR,
et al. J Bone Joint Surg Am 1978; 60:1091-1095.
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Decúbto prolongado, infecções bacterianas (Streptococcus),
cateterismo venoso, síndromes de hiperviscosidade,
condições com diminuição da coagulação (hereditárias,
iatrogênicas, diálise), reposição volêmica intra-óssea,
osteotomias, diabetes mellitus e infarto muscular.
Uso de monohidrato de creatina 1,2.
1- Mubarak SJ, Owen CA, Hargens AR, et al. J Bone Joint Surg Am
1978; 60:1091-1095. 2-Potteiger JA, Carper MJ, Randall JC, Magee LJ,
Jacobsen DJ, Hulver MW. J Athl Train 2002; 37 (2): 157–163.
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Uso repetitivo e forçado da musculatura
Classicamente em ciclistas
Não é considerada uma emergência, mas
pode provocar dano temporário ou
permanente a músculos e nervos próximos1,2.
1- AB "emedicine: compartment syndrome".
http://www.emedicine.com/EMERG/topic739.htm . Acessado em 04-052009. 2- Pocketbook of Orthopaedics and Fractures: Ronald McRae
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Lesão por esmagamento:
◦ pressão duradoura sobre um membro
◦ Paralisia flácida inicial seguida de rápido edema e
enrijecimento em compartimentos do membro
afetado
◦ Elevação PIC secundária a dano CELULAR
◦ Fasciotomia é CONTRAINDICADA e associada a
maior mortalidade e morbidade.
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Mão
◦ Fraturas de ossos do carpo
◦ Compartimento mais comum: interósseo

Antebraço
◦ Relativamente raro
◦ Fraturas do radio distal,
infiltração não intencional
de fluidos em partes
moles, infecção profunda
(drogas iv).
◦ Flexor superficial, flexor
profundo, extensores.

Perna
◦ Anterior, lateral, posterior
superficial, posterior profundo

Coxa
◦ Anterior (o + afetado), medial
(adutores), posterior superficial e
posterior profundo

Pés
◦ Medial, central, lateral, e
interosseo.
◦ O compartimento calcaneo (inclui
musculo quadratus plantae) já foi
descrtio.
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Glúteo
4 "Ps": pain, parestesia, pallor, paralysis

Pain:
◦ precoce e universal. Importante, profunda,
constante, mal localizada. “desproporcional em
relação à lesão”. Piora com alongamento do grupo
muscular interno ao compartimento. Não aliviada
com analgésicos, incluindo morfina.
4 "Ps": pain, parestesia, pallor, paralysis

Parestesia:
◦ nervos cutâneos do compartimento afetado.
Agulhadas e formigamento. Ocasionalmente
“dormência” de membro inteiro (irrigação pode
estar comprometida no resto do membro).
4 "Ps": pain, parestesia, paralysis, pallor.
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Paralisia:
◦ Achado tardio.
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Pallor.
◦ Pulso RARAMENTE está ausente (PIC < PAS).
◦ Enchimento capilar pode estar comprometido

Inspeção
◦ pele tensa, edemaciada e fina.
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Palpação
◦ Tensão / pressão.
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Suspeita clínica
◦ desproporcional à lesão
◦ dor à extensão do grupo muscular.
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Flexores profundos do antebraço e posterior
profundo da perna são particularmente
difíceis de diagnosticar.
Alteração na discriminação de 2 pontos
◦ achado tardio (lesões permanentes prováveis).
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Alterações de limiares (toque leve)
◦ mais sensíveis e confiáveis (medida objetiva com
monofilamentos de Semmes-Weinstein).
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“transdutores de pressão modulares”
(cateteres im ou iv, ligados a monitores de
pressão).
Comparar com pressão em membro são, se
possível.
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Pacientes Politraumatizados:
◦ TCE, drogas, alcool, IOT, drogas paralizantes
dificultam diagnóstico
◦ perda de volume leva a baixa PAD: alto risco para
SCA.
◦ Mensuração de todos os compartimentos e
monitorização dos compartimentos de risco podem
ser necessárias (geralmente antebraço e perna).
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Inconsciente e fratura isolada:
◦ sugere-se mensuração dos compartimentos
profundos anteriores e posteriores para fratura de
tíbia e posteriores superficial e profundo para
antebraço. Monitorizarão pode ser necessária.
Sd Compartimental suspeita
Paciente desacordado,
politraumatizado,
informações não confiáveis,
sinais clínicos inconclusivos
Sinais Claros
Medida de pressão
do compartimento
PIC > 30
Fasciectomia
Δp = PAD – PIC (mmHg).
McQueen and Court-Brown.
PIC < 30
Monitorização de
pressão contínua;
avaliações clínicas
seriadas
Diagnóstico Clínico
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Fasciotomia
◦ Indicação: PIC > 30mmHg (ou
45mmHg ou PAD – 30mmHg)
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Sd. Compartimental Aguda
◦ Descomprimir imediatamente
(fasciotomia, fasciectomia,
escarotomia, retirar bandagem,
gesso ou material restritor)
◦ Oxigênio Hiperbárico
◦ útil para esmagamentos, SCA, outras
lesões isquêmicas.
◦ Parece melhorar cura da ferida e
reduzir cirurgias de repetição
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Síndrome Compartimental Subaguda
◦ Apesar de não ser considerada emergência,
geralmente requer tratamento cirúrgico urgente
semelhante à aguda.
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Síndrome Compartimental Cronica
◦ Tratamento conservador: repouso, antinflamatórios
não hormonais (AINH) elevação do membro,
acupuntura.
◦ Tratamento cirúrgico: persistência dos sintomas
(pode levar à insufiência venosa crônica)
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Necrose
Rabdomiólise
Falência renal
Insuficiência venosa (2aria à fasciectomia)
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