AMPLITUDE DE MOVIMENTO EM CINTURA ESCAPULAR DE MULHERES TRATADAS CIRURGICAMENTE POR CÂNCER DE MAMA, SUBMETIDAS À RADIOTERAPIA Dias, Mirella*; Ramos, Daysi** * Profa M.Sc. UNISUL; Fisioterapeuta CEPON-SC **Profa. UNISUL Resultados Introdução Objetivos - Avaliar as implicações da radioterapia sobre a amplitude de movimento em mulheres tratadas cirurgicamente após o câncer de mama. - Verificar o efeito da radioterapia sobre a amplitude dos movimentos da cintura escapular pré e pós-tratamento. - Avaliar através da Goniometria os movimentos de Flexão, Abdução, Rotação Interna, Externa e Extensão, Adução e Abdução horizontal, antes e após a radioterapia. Metodologia Foram avaliados 5 pacientes encaminhadas ao serviço de Fisioterapia do CEPON entre os meses de julho a dezembro de 2008.A avaliaçao foi realizada antes e após este tratamento com o consentimento das pacientes. A avaliação incluiu goniometria, perimetria e avaliação cinesiofuncional, realizada pelas pesquisadoras. Foi realizada a estatística descritiva com associação de variáveis para melhor vizualizaçào dos resultados. Extensão ante e após a radioterapia 180 50 45 160 40 140 35 30 120 25 100 20 15 80 10 5 60 0 40 1 2 3 4 5 20 Rotação externa pré e pós tratamento radioterápico 0 100 90 2 3 4 5 80 ADM em graus 1 Abdução antes e após a radioterapia 70 60 Pré 50 Pós 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 Pacientes Rotação Interna pré e pós tratamento radioterápico 180 100 160 90 140 80 120 ADM em graus O câncer de mama é uma das doenças de maior importância atualmente, e vem se tornando nos últimos anos um problema de saúde pública mundial (BOFF, 2001). O tratamento clínico do câncer de mama envolve quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Estas opções de tratamento vêm associadas a morbidades que acarretam uma série de complicações de ordem física e emocional, dentre as quais, se destacam, as relacionadas ao desempenho de suas atividades diárias e de seus papéis sociais (MAMEDE et al. 2000). A radioterapia vem sendo eleita como parte indispensável no tratamento do câncer de mama. Apesar dos comprovados efeitos benéficos, não se pode subestimar os efeitos deletérios da radioterapia. Fibrose de partes moles, contraturas, úlceras de pele, xerostomia, osteonecrose, fibrose pulmonar, insuficiências endócrinas, linfedema, diminuição da amplitude de movimentos são algumas das complicações que podem advir do tratamento radioterapêutico (GERBER; VAGO In De LISA, 2002). O ombro ipsilateral a cirurgia poderá ter sua amplitude e força diminuídas pela dose e esquema de aplicação da radioterapia. Esta complicação poderá vir associada à rigidez e dor (KWAN et al., 2002). Flexão antes e após a radioterapia 100 80 60 70 60 Pré 50 Pós 40 30 20 10 40 0 20 1 2 3 4 5 Pacientes 0 1 2 3 4 5 Conclusões - 60% das pacientes apresentaram diminuição das suas ADM's. - O programa de reabilitação física permitiu que 2 pacientes aumentassem suas ADM's mesmo estando em tratamento de Radioterapia. - O estudo demonstrou que existe a perda funcional da ADM em pacientes que se encontram em tratamento radioterapêutico, no entanto, quando acompanhadas por um serviço de Fisioterapia, suas sequelas poderão ser amenizadas. Bibliografia BOFF, Ricardo Antônio (Org.). Mastologia aplicada: abordagem multidisciplinar. Caxias do Sul: EDUCS, 2001.433p CAMARGO; MARX. Reabilitação Física no Câncer de Mama. São Paulo: Roca, 2000. MAMEDE, M.V.et al. Orientações pós-mastectomia: o papel da enfermagem. Revista Brasileira de Cancerologia. V.46, n.1, 2000. p. 57-62. KWAN W et al. Chronic arm morbidity after curative breast cancer treatment: Prevalence and impact on quality of life. Journal of Clinical Oncology, v. 20, n. 20, p. 4242-4248, October, 2002. GERBER L.H.; VARGO M. Reabilitação para pacientes com diagnóstico de câncer. In DELISA J. A Tratado de Medicina de Reabilitação: Princípios e Prática. 3 ed. Vol.2 São Paulo: Manole, 2002. p. 1361-1387. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Estimativas de Incidência e Mortalidade por Câncer de Mama no Brasil. Ministério da Saúde, 2006. SHIMOZUMA K et al. Quality of life in the first year after breast cancer surgery: rehabilitation needs and patterns of recovery. Breast Cancer Research, n.56, p. 45-57, 1999. Apoio Financeiro: