AMPLITUDE DE MOVIMENTO EM CINTURA ESCAPULAR DE MULHERES TRATADAS CIRURGICAMENTE POR CÂNCER DE MAMA, SUBMETIDAS À RADIOTERAPIA Mirella Dias* Daysi Jung da Silva Ramos** RESUMO câncer de mama é uma das doenças de maior importância atualmente, e vem se tornando nos últimos anos um problema de saúde pública mundial (BOFF, 2001). A ênfase e o interesse direcionados ao conhecimento das patologias mamárias têm sido crescente e diretamente relacionados à alta incidência com que esses problemas atingem a população feminina. Nos últimos 20 anos as cirurgias para tratamento do câncer de mama, sofreram significativas mudanças com técnicas cirúrgicas menos radicais, no entanto as mulheres ainda estão propensas à complicações que afetam sobremaneira sua qualidade de vida. O tratamento clínico do câncer de mama envolve quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Estas opções de tratamento vêm associadas a morbidades que acarretam uma série de complicações de ordem física e emocional, dentre as quais, se destacam, as relacionadas ao desempenho de suas atividades diárias e de seus papéis sociais (MAMEDE et al. 2000). A radioterapia vem sendo eleita como parte indispensável no tratamento do câncer de mama. O tratamento é feito localmente, através de radiação de alta energia, podendo ser aplicada com fins curativos ou paliativos. Apesar dos comprovados efeitos benéficos, não se pode subestimar os efeitos deletérios da radioterapia. Fibrose de partes moles, contraturas, úlceras de pele, xerostomia, osteonecrose, fibrose pulmonar, insuficiências endócrinas, linfedema, diminuição da amplitude de movimentos são algumas das complicações que podem advir do tratamento radioterapêutico (GERBER; VAGO In De LISA, 2002). O ombro ipsilateral a cirurgia poderá ter sua amplitude e força diminuídas pela dose e esquema de aplicação da radioterapia. Esta complicação poderá vir associada à rigidez e dor (KWAN et al., 2002). Este estudo busca-se avaliar a amplitude de movimento em pacientes tratadas cirurgicamente por câncer de mama, antes e após o tratamento radioterapêutico, observando e registrando possíveis alterações A pesquisa foi realizada com cinco mulheres encaminhadas ao serviço de fisioterapia do CEPON na cidade de Florianópolis, que se encontravam no período de radioterapia no período de julho a dezembro de 2008. A avaliaçao foi realizada antes e após este tratamento. A avaliação incluiu goniometria, perimetria e avaliação cinesiofuncional, realizada pelas pesquisadoras. Os resultados obtidos em relação a goniometria foi uma redução na ADM em flexão (30,31%), extensão (22,02%), abdução (25,45) e rotação interna (25%) em três mulheres e nas outras duas ocorreu um aumento da ADM em flexão de (31,87%), extensão de (23,5%), abdução de (30,5%), rotação externa de (19,93%) e rotação interna de (16,66%) , valores estes encontrados antes e após a radioterapia. Estes resultados tiveram influência direta de um programa de reabilitação pós mastectomia e do acompanhamento do serviço de fisioterapia e orientações quanto a exercícios. Sendo assim concluise que o tratamento radioterápico tem influência direta na redução da ADM no membro superior homolateral á cirurgia e deixa claro a importância da prática fisioterapêutica como uma importante ferramenta na prevenção de seqüelas e na minimização de complicações decorrentes tanto do tratamento radioterápico quanto da própria cirurgia realizada na paciente com câncer de mama. Palavras Chaves: Radioterapia, Câncer de Mama, Amplitude de Movimento. *Prof. Mestre do curso de Fisioterapia – UNISUL e Fisioterapeuta do Centro de Pesquisas Oncológicas ** Prof. Unisul