Universidade Ibirapuera Curso de Administração/ MONOGRAFIA FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO Marketing Mix Na Área Industrial S&E Instrumentos De Testes e Medição Ltda. Karina Spina Chelist Miras Emília Satoshi Miyamaru Seo SÃO PAULO 2001 1 Universidade Ibirapuera Curso de Administração Karina Spina Chelist Miras Marketing Mix Na Área Industrial S&E Instrumentos de Testes e Medição Ltda. Monografia Supervisionado final de apresentado Estágio como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração pela Universidade Ibirapuera. Orientador: Emília Satoshi Miyamaru Seo SÃO PAULO 2001 2 INTRODUÇÃO A constante evolução tecnológica, a formação de blocos econômicos, as fusões de empresas, o desemprego, a recessão e a competitividade gerada pela globalização são fatores que levaram ao aparecimento de um mercado industrial aparentemente contrastante: mais exigente em termos de qualidade e com menos dinheiro disponível para gastar. Um mercado que procura, cada vez mais, fornecedores que atendam suas reais necessidades, no que se refere a alta qualidade e baixo preço. O mercado industrial é o mercado de bens e serviços produzidos ou revendidos para uso dos mesmos na produção, comercialização ou locação de outros bens ou serviços. Segundo Buell, citado por SIQUEIRA (1192: 31) “Marketing industrial diz respeito ao marketing de bens e serviços para empresas (industriais, comerciais e agrícolas) ou organizações institucionais (governo, universidades etc.) para uso dos mesmos ou para a produção de outros bens e serviços”. As empresas industriais possuem características que as distinguem das empresas de consumo. No marketing de consumo a demanda é estimulada por meio de canais de distribuição, enquanto no marketing industrial a demanda é criada pelo desenvolvimento de um produto ampliado, oferecendo serviços e benefícios adicionais ao cliente. Outra diferença é em relação à complexidade do mercado. No marketing de consumo, os segmentos são definidos por um número limitado de fatores demográficos. No marketing industrial, a segmentação é definida por um limitado número de fatores de compra (características do produto, aplicações do usuário, etc.). 3 A disponibilidade de informações é outra característica importante. Segundo AYRES, “custos e rentabilidade por produto são informações mais disponíveis para empresas de consumo porque os produtos são mais estandartizados. Para as empresas industriais, entrevistas em profundidade com clientes são, freqüentemente, as únicas fontes seguras de informações sobre o mercado e a concorrência.” (AYRES, 2000 : 35). Quanto ao preço e sua estrutura, os mercados também se diferem. As empresas produtoras de bens de consumo têm uma margem de lucro maior, porém incorrem em maiores custos gerais. Nas empresas industrias os custos de fabricação são mais altos, gerando uma menor lucratividade. Tendo em vista as inúmeras diferenças entre o mercado industrial e o mercado consumidor, pode-se concluir que uma empresa industrial que formula o marketing mix de um produto, sem considerar a relevância destas diferenças, dificilmente obterá sucesso e alcançará os objetivos desejados. A presente monografia foi desenvolvida a partir de informações obtidas com o lançamento de um produto, pela empresa S&E Instrumentos, que atua no mercado de automação industrial há vinte anos. Esta visa trabalhar as variáveis de promoção e propaganda de forma destacada, pois possuem peculiaridades e importância significativas, que devem ser reconhecidas pelos profissionais de marketing da área industrial, estudantes, empresários e administradores. Porém, apesar da visível necessidade de utilizar um marketing mix adequado para conquistar mercados, o desenvolvimento desta filosofia tem sido lento nas empresas industriais. Muitas empresas industriais ainda confundem vendas com marketing. Segundo Siqueira, “a adoção deste conceito pelas empresas industriais implica reconhecer que o marketing industrial é mais uma responsabilidade da direção geral do que da área comercial propriamente dita” (SIQUEIRA, 1992 : 330) 4 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA O tema proposto do presente trabalho monográfico é “Marketing Mix no mercado industrial, com ênfase em propaganda e promoção”, tendo como objeto de estudo o Marketing Mix da empresa S&E Instrumentos de Testes e Medição Ltda. Dentro deste contexto, a problemática da pesquisa refere-se à análise do mercado industrial quanto a aceitação de um novo tipo de instrumento de medição, com a finalidade de responder o seguinte questionamento: Quais as principais variáveis do marketing mix que influenciam a demanda de um produto industrial? Objetivos, hipóteses e relevância do estudo O Brasil possui um grande e ativo mercado, com a necessidade de comprar para se modernizar e reduzir custos, tornando-se mais competitivo. A proposta desta monografia é fornecer uma visão de como pode-se obter participação neste mercado, desenvolvendo um marketing mix que gere vantagens competitivas em relação à concorrência. O objetivo primário é a análise da aceitação de um novo produto na área industrial, identificando quais variáveis do marketing mix são críticas para gerar demanda por um produto industrial. Como objetivos secundários são considerados: 1. Averiguar quais as principais formas de promoção na área industrial; 2. Detectar como se obtém informações sobre lançamentos na área; 3. Identificar quais são os principais motivos de compra; 4. Obter informações sobre a concorrência na área de instrumentação; 5. Analisar a atual imagem da empresa no mercado; 6. Averiguar formas de uso do produto (aplicações de uso possíveis); 5 7. Detectar intenções de compra; 8. Identificar quais os segmentos de maior potencial para o novo produto; Considerando a problemática da pesquisa, foram levantadas as seguintes hipóteses: 1. Para um novo produto industrial atingir participação no mercado é preciso criar estratégias eficazes de marketing mix que ofereçam valor ao cliente. 2. Para um novo produto alcançar bons índices de participação no mercado é necessário reconhecer a importância da promoção na área industrial e passar a utilizá-la de forma eficiente e eficaz. Não basta apenas lançar um bom produto, com preço atrativo e colocá-lo à disposição. O estudo proposto visa ressaltar ao empresário industrial a importância da utilização do marketing e da necessidade de adequar o composto mercadológico. A literatura técnica apresenta um lento processo de desenvolvimento do conceito de marketing industrial, no que se refere aos artigos sobre o tema em questão. Desta forma, o presente trabalho monográfico contribui acrescentando a literatura técnica, com um tema que é de suma importância para as comunidades científica e empresarial. 6 PARTE I – REVISÃO DA LITERATURA CAPÍTULO 1. MARKETING MIX O Marketing Industrial, no Brasil, tem sofrido profunda reformulação nos últimos cinco anos, impulsionado, principalmente, pela abertura do mercado. O aumento da concorrência, a diminuição das margens de lucro e a busca por resultados, exigem que as empresas adeqüem seu marketing mix de forma eficiente e eficaz para atender mercados cada vez mais exigentes. Marketing mix ou composto de marketing é a combinação de ferramentas de marketing que são manipuladas para a realização de trocas com os membros do mercado alvo. Segundo Kotler, Marketing mix pode ser definido como “o grupo de variáveis controláveis de marketing que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado alvo” (KOTLER, 1999: 31). As ferramentas que compõe o marketing mix, freqüentemente denominadas 4Ps, correspondem ao produto, preço, promoção e praça (ou ponto de distribuição). No setor industrial, o marketing mix também é diferente. Os mercados industriais distinguem-se do mercado de consumo pela concentração geográfica dos compradores, pelo grande volume de comprado e pela demanda flutuante. Os canais de distribuição tendem a ser mais curtos, a compra é mais racional, a figura do vendedor é mais importante, a promoção industrial é um apoio às vendas e o processo de compra envolve várias áreas. O conhecimento das variáveis que compõe o marketing mix de uma organização é fundamental para ela implemente o posicionamento competitivo determinado. Posicionamento competitivo pode ser definido como “uma declaração dos mercados 7 alvo, isto é, onde a empresa irá competir e a vantagem diferencial, ou seja, como a empresa irá competir” ((HOOLEY; SAUNDERS, 1996). Os elementos do marketing mix não podem ser definidos e/ ou aplicados de forma independente. Um posicionamento que diferencie os produtos da empresa em termos de qualidade não terá sucesso se o preço, por exemplo, for inadequado. Também as promoções e pontos de distribuição devem ser coerentes com a estratégia de posicionamento. Quando os elementos do mix se contradizem, o posicionamento da organização se torna confuso para os clientes. No mercado industrial, a performance da equipe de vendas sempre foi o mais importante fator para o sucesso de marketing. Os outros elementos do marketing mix não possuem na indústria o mesmo impacto que possuem no mercado de bens de consumo. A razão é que na área industrial, há poucas situações nas quais a decisão de compra seja tomada impulsivamente por algum apelo promocional. Porém a importância das atividades de marketing que envolvem a promoção e propaganda de produtos industriais não deve ser minimizada. Elas constituem um fator importante para o sucesso organizacional, transmitindo a imagem da organização e informações sobre produtos e serviços, que auxiliam os contatos de vendas. 8 CAPÍTULO 2. PRODUTO “Clientes não compram produtos; eles compram o que o produto faz para eles. Em outras palavras, os clientes estão menos interessados nas características técnicas do produto ou serviço do que nos benefícios que eles obtém através da compra, uso ou consumo do produto ou serviço” (HOOLEY; SAUNDERS, 1996). O Marketing proporcionou uma grande mudança na forma como é visto um produto. Antigamente, um produto era visualizado como um conjunto de aspectos tangíveis pronto para ser adquirido pelo usuário. Hoje sabe-se que o produto é muito mais do que ele em si. É um conjunto do que se vê somado a características intangíveis, um valor que o cliente espera receber e que pode se tornar uma vantagem competitiva para a organização. KOTLER distingue três conceitos de produto: produto básico, produto real e produto ampliado. Produto básico consiste no que o consumidor está realmente comprando, nos benefícios básicos que o cliente espera obter com a compra. Um produto real é criado a partir do básico, abordando qualidade, características, design, marca e embalagem. E por fim, um produto ampliado é criado a partir do básico e do real, oferecendo serviços e benefícios adicionais ao consumidor (KOTLER, 1999: 190). Uma linha de produtos é composta por um grupo de produtos relacionados, por satisfazerem uma classe de necessidade, porque são vendidos a um mesmo grupo de clientes, distribuídos pelo mesmo canal ou porque são usados em conjunto. 2.1 QUALIDADE Para criar uma posição competitiva superior no mercado, a empresa precisa dispor de produtos e serviços de qualidade. A qualidade pode ser definida como “a capacidade do produto de desempenhar suas funções. Inclui a durabilidade, confiabilidade, precisão, facilidade de operação e de consertos” (KOTLER: 1999). 9 2.2 CARACTERÍSTICAS As características de um produto são uma ferramenta para diferenciá-lo da concorrência. Para decidir quais características devem ser acrescentadas no produto, deve-se realizar levantamentos periódicos entre os clientes. 2.3 MARCA Marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação destes. Visa identificar bens e serviços e diferenciá-lo dos concorrentes. A marca e o logotipo do produto podem ser uma indicação da procedência e uma garantia do que o cliente pode esperar do produto. A criação de uma marca específica, com uma imagem e reputação favoráveis, são maneiras eficazes de diferenciar produtos. 2.4 DESIGN Um bom design envolve a aparência do produto, mas também considera a facilidade, segurança e custo de sua utilização e serviço. 2.5 EMBALAGEM A embalagem, além das funções normais, também pode ser utilizada como um fator de diferenciação do produto. Na aplicação industrial, considera-se as seguintes características: proteção, fabricação, manuseio, funcionalidade, identificação e embarque. 2.6 GARANTIA No Marketing Industrial, os termos de garantia dos produtos são comuns nas negociações. “A garantia é uma segurança ao comprador de que ele será recompensado no caso de o produto não corresponder às expectativas” (HOOLEY; SAUNDERS: 1996). CAPÍTULO 3. PREÇO 10 O preço pode ser conceituado como a expressão monetária do valor de um bem, ou como o valor que o consumidor está disposto a pagar no ato da compra de um bem. Fatores internos e externos influenciam a fixação de preços. Os fatores internos incluem os objetivos de marketing da empresa, a estratégia do mix de marketing, os custos e a estrutura organizacional. Os fatores externos envolvem a natureza do mercado, a demanda, a concorrência, a economia, o governo, a sociedade, dentre outros. A estratégia de preços é muito importante para atingir a participação no mercado e a lucratividade esperadas. Com a ampla abertura das importações e o crescente incremento da concorrência, os preços devem ser muito bem estudados e trabalhados para que não afetem a adequada execução das metas empresariais. “Quanto maior for o grau de diferenciação do produto ou serviço, maior será a possibilidade de cobrar um preço mais alto. Quando existem poucas razões de diferenciação, a concorrência de preço torna-se mais forte e as vantagens de custo passam a ter importância maior” (HOOLEY; SAUNDERS, 1996). O valor justo de um produto pode ser estabelecido pelo elo de valor. Quando postos frente a frente as necessidades e desejos de um cliente com a capacidade de sua satisfação dada por um determinado produto, o interesse que ali se cria estabelece um elo que pode ser valorizado (site Marketing Básico e Descomplicado). A realização de pesquisas de mercado é fundamental para detectar o preço que o mercado está disposto a pagar por um produto e/ou serviço e lançar um produto com o preço adequado à demanda. CAPÍTULO 4. PRAÇA OU CANAL DE DISTRIBUIÇÃO 11 A American Marketing Association define um canal de distribuição como a estrutura formada por unidades internas de uma empresa (por exemplo redes de filiais de venda), agentes e distribuidores externos (representantes, atacadistas, varejistas, etc.) pelos quais um produto ou serviço é comercializado. Os intermediários são usados pois geram um aumento da eficiência na disponibilização dos produtos ao mercado. Por meio dos contatos, experiência e escala operacional, os intermediários oferecem às empresas mais do que elas podem render por conta própria (KOTLER, 1999: 271). As decisões quanto ao melhor tipo de praça ou ponto de distribuição são influenciadas pelo tipo de produto que será oferecido, pelo ambiente competitivo no qual ele é comercializado, pelas políticas e recursos da empresa e pelas necessidades dos consumidores. A praça também pode ser um fator de diferenciação, por meio do uso de pontos de venda diferentes, rede de distribuição diferente ou de uma cobertura diferente do mercado. No mercado industrial os principais tipos de distribuição são: 1. Distribuidores industriais: são comerciantes que compram e revendem os produtos. Os distribuidores industriais subdividem-se em atacadistas industriais, distribuidores e revendedores. 2. Equipe de vendas: são intermediários que buscam os pedidos, podem ser pessoas físicas ou jurídicas . 3. Distribuidores de vendas em consignação: intermediários que se esforçam para vender o produto, mas só pagam após a venda ter sido efetivada. CAPÍTULO 5. PROMOÇÃO 12 Segundo Kotler, promoção consiste na combinação de propaganda, promoção de vendas, relações públicas e venda pessoal, para que a organização atinja os objetivos de Marketing definidos (KOTLER, 1999: 318). O composto de promoção é também o conjunto das decisões referentes à comunicação de uma empresa industrial. Há basicamente duas decisões: quanto investir em promoção e como distribuir recursos entre as principais ferramentas de promoção disponíveis. As principais ferramentas de promoção são: 5.1 PROPAGANDA É qualquer forma paga de apresentação impessoal e promoção de idéias, bens ou serviços. A propaganda na área industrial é uma ferramenta de promoção muito utilizada para auxiliar o trabalho do vendedor industrial, fazendo com que o comprador tenha consciência sobre a empresa e/ou produtos e permita a entrada dos vendedores. Também é amplamente utilizada para criar compreensão sobre novos produtos, e gerar contatos por meio de cupons de retorno, presentes em praticamente todas as revistas industriais. As mídias de propaganda podem ser eletro-eletrônicas (televisão, sites, rádio, telemarketing) ou impressas (jornais, revistas técnicas, outdoor, catálogos, maladireta, etc.). Segundo SIQUEIRA, dentre as mídias citadas, as revistas técnicas constituem a mídia mais utilizada na área industrial. Existem diferenças notáveis entre a propaganda industrial e a propaganda de bens de consumo. A propaganda de bens de consumo visa geralmente um indivíduo, pois é mais simples definir quem influencia a compra. A propaganda industrial visa atingir um grupo de indivíduos, pois há dificuldades em detectar quem 13 é o influenciador de compra na empresa (tendo em vista que cada empresa possui suas peculiaridades, sua forma de trabalho). KOTLER afirma que “o telemarketing, o uso do telefone para vender diretamente aos consumidores, tornou-se a ferramenta de comunicação mais importante do marketing direto” (KOTLER, 1999). Em telemarketing ativo, os elementos para o sucesso são os objetivos, oferta, roteiro e habilidade em ouvir. O telemarketing receptivo, entretanto, não significa apenas ouvir o cliente que está ligando. Significa uma oportunidade de vender e conquistar um cliente a partir de um interesse. Os catálogos e mala-direta correspondem ao envio de cartas, anúncios, amostras ou encartes para clientes de um mailing list. No marketing industrial os mailing lists são também denominados “leads” (interessados). Os interessados são cadastrados e rastreados (geralmente com o auxílio de softwares). As informações que compõe o banco de dados de “leads” se originam de contatos em feiras comerciais, revendedores e distribuidores, indicações de clientes, cupons resposta de anúncios, etc. A mala-direta é uma mídia muito utilizada na área industrial, porém vender por correio não é comum. Ela é aplicada como uma ferramenta de apoio às vendas, sendo útil para explicar benefícios do produto, reforçar pontos de venda e manter clientes potenciais sempre informados sobre a empresa. A Internet está se transformando num canal de vendas bastante eficiente para alguns segmentos de mercado, principalmente de consumo. No mercado industrial, a Internet oferece também várias vantagens competitivas, tais como: oferta de serviços e produtos e disponibilização de informações 24 horas por dia, possibilidade de comparar preços e ofertas, estabelecimento de uma relação mais estreita com os vendedores, atendimento ao cliente em tempo real, dentre outras. 5.2 PUBLICIDADE 14 É qualquer apresentação não paga e impessoal; por notícias comercialmente significantes, por meio publicado, ou pela obtenção de uma apresentação favorável na mídia. O envio de press-releases e as entrevistas com executivos da organização são ferramentas amplamente utilizadas na área industrial. A publicidade ajuda a promover a empresa de forma mais crível do que a propaganda paga. 5.3 RELAÇÕES PÚBLICAS Consiste na comunicação com os vários stakeholders (públicos) da organização, pela obtenção de publicidade favorável, construção de uma boa imagem corporativa e pela manipulação de histórias ou eventos desfavoráveis. O desenvolvimento de relações públicas (RP) com os stakeholders pode abranger a utilização de SAC (Serviço de atendimento ao consumidor), Ombudsman (profissional que representa a empresa), patrocínio de eventos ou serviços de 0800, por exemplo. As relações públicas na indústria vão desde a fase de pesquisa e desenvolvimento de produtos/ serviços até o trabalho de pós-venda (SIQUEIRA, 1992: 282). Para SIQUEIRA, os meios de atuação de um profissional de RP podem ser divididos em dois níveis: 1. Nível indireto - Relações com a imprensa, propaganda institucional, propaganda na mídia, promoção de vendas. 2. Nível direto - Treinamento de comunicação e relacionamentos com o público (para funcionários que mantêm contatos com clientes), palestras e conferências, criação de cartas, relatórios, etc., serviço de atendimento aos clientes (SIQUEIRA, 1992). 5.4 VENDA PESSOAL 15 É a apresentação pessoal da força de vendas da empresa, com o propósito de realizar vendas e criar relações com os clientes. No marketing de bens industriais a venda pessoal é a ferramenta de promoção mais importante. Esta afirmação se origina do fato que muitos produtos industriais são complexos, sofisticados e caros, portanto a presença de um vendedor é necessária para estabelecer acordos e gerar um clima de confiança para o cliente. A venda industrial difere da venda de bens de consumo principalmente pela complexidade do processo de compras, pois o processo de compras industrial envolve um grande número de pessoas. Kotler afirma que a unidade de decisão de uma organização compradora é denominada central de compras, definida como “todos os indivíduos e unidades que participam do processo decisório de compras”. A central de compras inclui membros que desempenham algum dos cinco papéis no processo de compras, como usuários, influenciadores, compradores, decisores e guardiões. Um vendedor industrial deve possuir características como personalidade (sociável, comunicativo, com boa aparência pessoal), conhecimento técnicocomercial (domínio sobre as características técnicas do produto/ serviço que ele vende, sobre o mercado, setor) e habilidades de vendas (conhecimento dos processos de compra e venda e domínio de técnicas de vendas industriais). Há uma série de instrumentos de venda que o vendedor industrial pode utilizar para facilitar o processo de venda. Siqueira apresenta quatorze itens, dentre os quais pode-se citar: benefícios ao cliente, qualidade do produto, desvantagens da concorrência, prestígio da empresa, serviços de pós venda, contatos pessoais, perguntas específicas, dentre outros (SIQUEIRA, 1992: 294). 5.5 PROMOÇÃO DE VENDAS 16 São atividades de marketing como exibições, demonstrações, espetáculos, feiras comerciais, convenções, amostras, dentre outros. Podem ser definidas também como incentivos de curto prazo para gerar compra ou venda de produtos e/ ou serviços. No mercado industrial a promoção caracteriza-se principalmente pela montagem de showroom ou de estandes em feiras. As feiras e exposições são grandes oportunidades para promover produtos e serviços pois, em tais ocasiões, o consumidor pode examinar e realizar comparações com os concorrentes. No Brasil, as feiras mais importantes são realizadas no Estado de São Paulo. Para utilizar feiras e exposições a fim de vender com eficiência é necessário o uso de habilidades e técnicas, que têm sido desenvolvidas e aperfeiçoadas ao longo do tempo. De acordo com o Trade Show Weekly, há mais de mil feiras por ano na América do Norte, com mais de cem mil empresas participantes que gastam em torno de doze bilhões de dólares para exibir seus produtos e/ou serviços (SYSKIND: 1992). Para organizar um evento é recomendável que ele seja trabalhado em 3 fases: Antes da exposição - executar um planejamento e uma preparação cuidadosa são requisitos fundamentais para uma exposição bem sucedida. Durante a exposição - há detalhes importantes que devem ser considerados e compreendidos a respeito da preparação do estande e do atendimento. Depois da exposição - terminada a feira, os contatos devem ser repassados para outras pessoas, que os transformarão em vendas ou contratos. A empresa deve fornecer ao cliente o retorno que ele solicitou durante a feira, caso contrário todo o esforço será perdido. CAPÍTULO 6. ATENDIMENTO AO CLIENTE 17 Após obter resultados com a estratégia de marketing estabelecida, a empresa passa a ter um compromisso com os clientes. Acentuar serviços positivos aos clientes fornece bons resultados para a empresa. Tratar os clientes como seres humanos, atender os pedidos prontamente, ir além das garantias assumidas, manter os clientes informados sobre atrasos ou problemas e não deixá-los esperando são algumas regras para implementar um bom atendimento ao cliente. A prestação de um atendimento de qualidade torna o cliente menos propenso a buscar outros fornecedores, agindo como uma barreira contra a entrada da concorrência. É fácil atender bem a um cliente desinformado, porém atualmente não existem muitos clientes desinformados, ao contrário, eles possuem acesso a um maior volume de informações sobre os produtos. Para obter sucesso, uma empresa deve transformar este suposto obstáculo em um bem. No atendimento ao cliente, a empresa deve aproveitar para extrair feedback e posteriormente ajustar os produtos/ serviços e estratégias de modo a satisfazer o cliente (MCKENNA, 1999). O pós-venda, definido como uma continuação da venda, ou a sua seqüência, influencia a decisão do consumidor de voltar a comprar ou não o produto adquirido, ou recontratar os serviços prestados. O atendimento não se relaciona apenas ao aspecto técnico, mas à atenção que a empresa dá ao consumidor, procurando certificar-se de que o produto e/ou serviço tenham resultado na satisfação das necessidades e desejos do cliente. PARTE II - ABORDAGEM METODOLÓGICA CAPÍTULO 7. MÉTODOS DE PESQUISA 18 Segundo Samara e Barros (Samara e Barros, 1997: 24) “o estudo exploratório tem como principal característica a informalidade, a flexibilidade e a criatividade”. Neste contexto, esta monografia caracteriza-se como exploratória, pois demonstra mais conhecimentos sobre o problema a partir de dados secundários e estudo de caso. Também deve-se considerar que as informações disponíveis sobre o Marketing Mix na área industrial são mínimas. Como método de pesquisa adotou-se o estudo descritivo de caso. SAMARA e BARROS (SAMARA e BARROS, 1992: 26) e MARTINS (MARTINS, 2000: 28) definem estudo de caso como o estudo do presente de uma instituição, para identificar as motivações de consumo em um aspecto realista, respondendo às questões: “como as pessoas compram?”, “por que as pessoas compram?” e “quais sugestões podem ser dadas para inovações/ criações de novos produtos”. O estudo descritivo de caso pode ser também denominado de pesquisa qualitativa. As pesquisas com técnica qualitativas, segundo HOOLEY e SAUNDERS (HOOLEY; SAUNDERS, 1996) são essencialmente, “métodos de entrevista não estruturadas ou semi estruturadas concebidas para incentivar os entrevistados a expressar livremente os seus reais sentimentos e motivações”. Para solucionar o problema proposto, a metodologia aplicada foi qualitativa, pois objetivou-se averiguar a aceitação dos produtos de uma nova linha de instrumentos para automação industrial, por meio da distribuição de instrumentos em demonstração. 7.1 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS 19 Dentre as técnicas disponíveis para a coleta de dados empregadas nos estudos de caso, adotou-se a coleta de dados de fontes secundárias e de levantamento de dados a partir de entrevistas individuais (fontes primárias - pesquisa de campo). A entrevista, segundo LAKATOS (LAKATOS, 2000) denomina-se como o melhor instrumento de investigação social. O questionário elaborado para a pesquisa de campo é estruturado, não disfarçado, com perguntas abertas e fechadas e questões de múltipla escolha. O questionário foi estruturado em duas partes. A primeira parte é voltada essencialmente para o produto lançado, abordando características técnicas e funcionais do instrumento. A segunda parte aborda especificamente aspectos mercadológicos e de marketing, como propaganda e promoção industrial. 7.2 AMOSTRAGEM A pesquisa tem como técnica a amostragem não probabilística, pois o universo é desconhecido e os entrevistados são pessoas escolhidas por conveniência. As amostras não probabilísticas por conveniência apresentam características tais que os entrevistados são selecionados de acordo com a conveniência do pesquisador e que estejam ao alcance do pesquisador, dispostos a responder um questionário (SAMARA, 1997: 71). A amostra foi selecionada a partir de “leads” da empresa S&E Instrumentos, formado por pessoas que indicaram interesse na nova linha de instrumentos, a partir de notícias publicadas em revistas técnicas, além de clientes ativos da empresa que são considerados clientes potencial para o produto em questão. O perfil dos entrevistados constitui-se de pessoas que trabalham exclusivamente no mercado industrial. Foram selecionadas pessoas envolvidas em na área de 20 elétrica (principal aplicação dos instrumentos), compras, eletrônica, direção e supervisão industrial e engenharia de produtos ou produção. A amostra foi composta por 67 entrevistados. 7.3 QUESTIONÁRIO Segue em anexo A o modelo de questionário elaborado para coleta de dados de campo. 7.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS Os dados coletados foram tabulados e representados graficamente, por meio de recursos da informática. Utilizou-se programas com recursos estatísticos, como por exemplo, o Microsoft Excel 97, que proporcionou a tabulação de dados e as representações gráficas, para posterior processo de análise e interpretação dos resultados. A análise tem como foco principal o levantamento da aceitação do instrumento lançado no mercado, bem como a análise das técnicas de promoção e propaganda que devem ser adotadas pela S&E Instrumentos para atingir o segmento de clientes desejado. PARTE III – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 21 CAPÍTULO 8. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 8.1 HISTÓRICO DA EMPRESA A S&E Instrumentos de Testes e Medição Ltda. foi idealizada no final da década de 70 para produzir instrumentos eletrônicos digitais. Passando por um período de desenvolvimento e teste de produtos, foi oficialmente aberta em abril de 1981. Hoje são milhares de equipamentos no mercado, distribuídos entre indústrias de todos os setores e de todos os portes. 8.2 MISSÃO Produzir instrumentos de medição de alta precisão, qualidade e durabilidade, com a garantia de assistência técnica permanente e de um excelente atendimento. 8.3 OBJETIVOS (CURTO PRAZO) Lançamento de uma linha de produtos inovadora e com custo inferior aos demais produtos S&E, para atingir o segmento de montagem de painéis e indústrias de máquinas. Reestruturação e reforma da área física da empresa Aumento da capacidade produtiva com contratação de novos funcionários e reengenharia de processos Melhorar e ampliar a informatização da empresa 8.4 OBJETIVOS (LONGO PRAZO) Ampliar a participação no mercado de automação Fortalecer a marca S&E como empresa fornecedora de instrumentos precisos e duráveis Obtenção de certificação de qualidade ISO Exportação 8.5 PRODUTOS E SERVIÇOS A S&E fabrica instrumentos de medição, mas também executa projetos especiais e comercializa produtos complementares aos instrumentos (tais como sensores, transformadores, etc.). 22 A linha de instrumentos fabricados é composta de: Voltímetros Amperímetros Pirômetros indicadores e controladores Termômetros portáteis Chave seletora Contadores Controlador de produção Tacômetros Freqüencímetros Geradores de impulsos (encoders) 8.6 CLIENTES Atualmente são mais de mil clientes cadastrados, dentre os quais pode-se destacar: General Motors Hotel Transamérica WEG Nestlé Vicunha Editora Abril Wick&Bold Sadia Teka Tecelagem Bekum Ceval Pirelli Bridgestone Firestone Melhoramentos Electrolux Máquinas Texíma Brasimet 23 Leco Cedro e Cachoeira Vidraria Santa Marina Laboratório Aché NEC 8.7 FORNECEDORES São fornecedores S&E os fabricantes e revendedores de componentes eletrônicos, placas de circuito impresso, fios e cabos, sensores, shunts; fornecedores de embalagens; fundições etc. Relação dos principais fornecedores: Metalúrgica FEG Ind. e Com. Ltda. Ryoei Sangyo Importadora e Exportadora Ltda. Sokit Comércio e Indústria Eletroeletrônica Ltda. Thomé Artes Gráficas e Editora Ltda. Coan Brasileira de Materiais Elétricos Ltda. Fundição Marieta Ltda. Patola Eletroplásticos Ind. e Com. Ltda. Phoenix Contact Ind. e Com. Ltda. Soft Metais Ltda. Voltts Componentes Eletrônicos Ltda. Nazareth Ind. e Com. de Papel e Papelão Ltda. Kalunga Comércio e Indústria Gráfica Ltda. Sensores Eletrônicos Instrutech Ltda. Salcas Indústria e Comércio Ltda. 8.8 MARKETING NA S&E INSTRUMENTOS O departamento de Marketing procura utilizar diversos canais e mídias para atingir o público alvo da empresa. 10% do faturamento é destinado ao departamento, que investe em revistas, Internet, guias técnicos, feiras e distribuição de impressos. 24 Em relação à propaganda, a empresa tem realizado altos investimentos em feiras técnicas e em Internet. Os resultados são satisfatórios: as feiras foram responsáveis por 24% dos novos clientes da empresa; e o site gera em torno de 100 consultas ao mês. Além de investir em propaganda e promoção, o Marketing da S&E também executa trabalhos em conjunto com o departamento Comercial, visando a otimização de recursos e a excelência no atendimento ao cliente. Origem dos novos clientes da empresa Segundo último levantamento estatístico realizado pela empresa, em dezembro de 2000, os novos clientes entraram em contato por: * Recebimento de catálogos/ mala-direta = 30% * Indicação de clientes S&E = 27% * Feiras técnicas = 24% * Revistas = 20% * Vendedores = 8% Houve um aumento na carteira de clientes de 19% em relação ao ano de 1999. 8.9 ESTRUTURA DA EMPRESA A estrutura organizacional da S&E Instrumentos caracteriza-se por uma estrutura funcional de departamentalização, agrupando as pessoas envolvidas numa mesma atividade funcional em um mesmo departamento. Em Apêndice A encontrase o organograma da empresa. 8.10 INSTALAÇÕES A empresa está instalada em um prédio comercial de quatro andares, na zona sul de São Paulo. No primeiro andar encontram-se o setor de manutenção, serviços gerais e impressão de telas/ confecção de placas. No segundo andar está instalado o 25 departamento de Marketing, Comercial, a recepção, sala de reunião e refeitório. No terceiro andar encontra-se a produção, as seções de montagem, administração e estoques. O quarto andar é o terraço da empresa. 8.11 SETOR DE AUTOMAÇÃO E CONCORRÊNCIA S&E O setor de automação industrial é formado por empresas que fabricam e/ ou comercializam controladores lógicos e numéricos, automação e manufatura, controle de processo, controle e supervisão de processos, integradores de sistemas, medição de grandezas elétricas, medição de grandezas não elétricas e sensores. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), no ano 2000 o faturamento do setor de automação foi de R$ 986 milhões, com um aumento de 24% no faturamento em relação ao ano de 1999 (Site Abinee). O mercado de instrumentação pode ser considerado do tamanho do mercado industrial, tendo em vista que a procura por novas tecnologias nas indústrias cresce a cada dia. Principais concorrentes da S&E Instrumentos: ABB - Asea Brown Boveri SA Altus Sistemas S/A Atos Automação Industrial Ltda. Coel Controles Elétricos Ltda. Digimec Automatização Industrial Ltda. Ecil Produtos e Sistemas de Medição e Controle Ltda. Foxboro Brasileira Instrumentação Ltda. Instrumentos Elétricos Engro Ltda. Iope Instrumentos de Precisão Ltda. Kron Instrumentos Elétricos Ltda. Minipa Indústria e Comércio Ltda. Nansen S/A Instrumentos de Precisão 26 Novus Produtos Eletrônicos Ltda Pextron Controles Eletrônicos Ltda. Rockwell Automation do Brasil Ltda. SHW Instrumentação Industrial e Comercial Ltda Siemens Ltda. Syncro Automação Ltda. Veeder Root do Brasil Com e Ind Ltda. Yokogawa América do Sul Ltda. No setor de instrumentos de medição, a produção é nacional. Segundo Ronaldo Borges Paiva, gerente de vendas da Siemens, “praticamente 100% do mercado brasileiro é atendido pelo fabricantes nacionais, graças ao elevado padrão de qualidade e tecnologia dos produtos” (PAIVA, 2001 : 50). 8.12 NOVA LINHA DE PRODUTOS Nos tempos em que economizar energia virou palavra de ordem, o mercado de instrumentos de medição só tende a crescer, uma vez que seu uso na área de eletricidade e energia são de grande importância, pois evitam desperdícios e acidentes. Pensando no potencial deste mercado, a S&E Instrumentos desenvolveu uma linha de indicadores para concorrer com os tradicionais indicadores analógicos. A linha, denominada INDIC-LUMI (Indicadores analógicos com escala luminosa) é composta pelos seguintes instrumentos: Voltímetros - voltímetros são instrumentos voltados a medir o valor de uma tensão elétrica. Amperímetros - são instrumentos destinado a medir o valor de uma corrente. Freqüencímetros - instrumentos usados na medição de freqüência da rede elétrica em ciclos por segundo. 27 Em termos de produto, o grande diferencial dos novos indicadores em relação ao analógico é a substituição dos ponteiros usados para a indicação por uma escala luminosa, formada por leds vermelhos, permitindo uma leitura do valor mais fácil e precisa. O preço será mais baixo que o preço atual do produto concorrente direto, os analógicos tipo bobina móvel. A distribuição será por equipe própria de vendas e por revendedores. A promoção envolverá participação em feiras técnicas, divulgação no site, propaganda em revistas especializadas, mala-direta e telemarketing. No anexo B encontra-se o catálogo da nova linha de instrumentos S&E. CAPÍTULO 9. RESULTADOS DA PESQUISA 9.1 ANÁLISE DO MERCADO INDUSTRIAL A partir de dados secundários obtidos em uma tradicional editora de revistas técnicas, extraiu-se as seguintes características do mercado industrial: O mercado industrial compra por necessidade, nunca por impulso; Basicamente a compra é composta por três etapas: alguém constata a necessidade do produto; alguém chama o fornecedor; alguém decide com que o pedido será fechado; 28 De 9 em cada 10 pedidos o comprador é quem entra em contato com o fornecedor; Apenas 4% dos pedidos realizados resultam do fornecedor ter encontrado o comprador no momento da necessidade; O principal meio que as indústrias utilizam para conhecer novos fornecedores, segundo a FIGURA 1, são as publicações com 31,1% das respostas, seguido por catálogos de fornecedores (18,1%), visitas de vendedores (14,7%), arquivos de compras (9,4%), recomendações (7,5%) e por listas telefônicas (6,4%), sucessivamente. FIGURA 1 Como são conhecidas as empresas que participam dos processos de compra nas indústrias Por listas telefônicas Por recomendações 1 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% Por arquivos do Depto de Compras Por visitas de vendedores Por catálogos de fornecedores Por publicações Fonte: IMA Industrial Marketers Association – USA. Dados cedidos pela editora Grupo Lund, 2000. Os dados referentes às FIGURAS 2, 3, 4 e 5 foram extraídos de uma pesquisa realizada pela editora Grupo Lund, entre 20 de dezembro de 2000 e 18 de janeiro de 2001, com mais de 800 profissionais de unidades empresariais brasileiras. A pesquisa teve como objetivo identificar as principais estratégias que as indústrias pretendiam adotar em 2001. A FIGURA 2 apresenta as perspectivas do setor industrial para 2001 quanto às vendas e ao desempenho. A maioria dos entrevistados (86%) possuem uma perspectiva favorável para o setor, esperando um crescimento nas vendas. Apenas 13% dos entrevistados afirmam que o setor se manterá estável. Não 29 houve expectativa de diminuição das vendas e 1% dos entrevistados não responderam a questão. FIGURA 2 Perspectivas e expectativas do setor industrial Perspectivas para 2001 1% 0% 13% Vai crescer Fica igual Diminui Não respondeu 86% Fonte: 1º Encontro sobre estratégias para o Desenvolvimento auto sustentado na indústria. Grupo Lund, 2001. A FIGURA 3 refere-se às expectativas sobre a carteira de clientes1 do setor. Os resultados deste questionamento, que está diretamente relacionado com a FIGURA 2, mantém a expectativa otimista do setor. A maioria os entrevistados (87%) afirmam que a carteira de clientes vai crescer; 12% acreditam que o número de clientes ficará igual ao ano anterior e 1% dos entrevistados não opinaram. 1 Carteira de clientes é um termo comum no mercado industrial, que corresponde a market-share ou participação de mercado. 30 FIGURA 3 Carteira de clientes do setor industrial Carteira de clientes 12% Afirmam que vai crescer 1% Afirmam que ficará igual Não respondeu 87% Fonte: 1º Encontro sobre estratégias para o desenvolvimento auto sustentado na indústria. Grupo Lund, 2001. Na FIGURA 4 apresentam-se as estratégias de Marketing que as empresas utilizarão para ampliar a participação no mercado industrial. A pesquisa mostrou que 52% dos entrevistados aumentarão o investimento em propaganda; 44% afirmaram que apenas manterão o mesmo nível de investimento atual. Aumentar a participação em feiras foi mencionada por 48% dos participantes da pesquisa e 40% afirmaram que manterão o mesmo nível de participação em feiras de negócios. Esta questão apresentou respostas múltiplas. FIGURA 4 Estratégias das indústrias para aumentar a carteira de clientes 31 Estratégias de Marketing 22% 28% Aumentar o investimento em propaganda Manter o investimento em propaganda Aumentar a participação em feiras 26% 24% Manter a participação em feiras Fonte: 1º Encontro sobre estratégias para o desenvolvimento auto sustentado na indústria. Grupo Lund, 2001 A FIGURA 5 apresenta as estratégias referentes ao setor de vendas. A maioria ampliará o quadro de representantes para aumentar as vendas (25%); 22% ampliarão o quadro de vendas e 19% o quadro de revendedores. 14% mantém o quadro de vendedores no nível atual; 12% mantém o mesmo quadro de revendedores e 8% mantém o mesmo número de representantes. FIGURA 5 Esforço para aumentar as vendas Amplia quadro de vendas Esforço de vendas Amplia quadro de revendedores 12% 8% 22% Amplia quadro de representantes Mantém o quadro de vendas 14% 19% 25% Mantém o quadro de revendedores Mantém o quadro de representantes Fonte: 1º Encontro sobre estratégias para o desenvolvimento auto sustentado na indústria. Grupo Lund, 2001 Em pesquisa realizada pela Editora Banas (editora que publica revistas técnicas para o setor industrial) constatou-se, conforme a FIGURA 6, que os principais 32 fatores de influência em uma compra industrial são, respectivamente, a qualidade (com 25% das respostas); o preço (22,2%); a assistência técnica (18,1%); o prazo de entrega (14,2%) a marca do produto (11,2%) e por fim, o atendimento de vendas (9,3%). FIGURA 6 Fatores que influenciam na compra Fatores de influência Qualidade Preço 11% 9% 26% 14% 18% 22% Assistência técnica Prazo de entrega Marca do fabricante Atendimento de vendas Fonte: Editora Banas Segundo a pesquisa Banas, os argumentos convincentes em um anúncio são conforme a FIGURA 7, as características técnicas (19,5%), a relação custobenefício (17,6%), o desempenho (11,4%) e todas as alternativas (51,5%). FIGURA 7 Argumentos que convencem em uma propaganda industrial Argumentos na propaganda 11% 20% 51% 18% Desempenho do produto Caratcterísticas técnicas Relação custo x benefício Todas as anteriores Fonte: Editora Banas 9.2 ANÁLISE DO MERCADO DE INSTRUMENTAÇÃO E DO PRODUTO S&E 33 Os dados apresentados a seguir, obtidos por meio de pesquisa de campo, referem-se especificamente ao mercado de automação e aos instrumentos marca Indic-Lumi lançados pela empresa S&E. A amostra foi de 150 pessoas, com um percentual de respostas de 45%, ou seja, 67 entrevistados. Na TABELA 1 são apresentados, por ordem de preferência, os atributos considerados mais importantes na compra de instrumentos de medição. O atributo classificado como mais importante (grau 1) foi a precisão do instrumento, com 60% das respostas. Como segundo atributo mais importante, aparece a durabilidade (30%). O atributo classificado como 3º grau de importância é a garantia e assistência técnica fornecida, com 25% das respostas. O preço foi o item mais citado no 4º grau de preferência, sendo 24% das citações para este grau. No 5º grau de importância o atributo mais citado foi o atendimento ao cliente, com 31%. No 6º, 7º e 8º graus de importância foram classificados, respectivamente, o prazo de entrega (28%), o design (24%) e a marca do instrumento (28%). TABELA 1 Atributos mais importantes na compra de instrumentos de medição Atributos Grau Grau Grau Grau Grau Grau Grau Grau 1 5 6 7 8 12% 18% 25% 18% 3% 4% 1% 1% 60% 15% 3% 3% 3% 3% 0% 0% Design 0% 0% 6% 4% 10% 15% 24% 27% Durabilidade 6% 30% 24% 13% 4% 7% 1% 0% Baixo custo 4% 16% 13% 24% 7% 4% 12% 9% Marca 3% 3% 4% 7% 7% 7% 22% 28% Prazo de entrega 3% 4% 10% 4% 18% 28% 9% 9% Atendimento 3% 3% 3% 12% 31% 15% 13% 7% Não responderam 9% 10% 10% 13% 15% 15% 16% 18% Assistência técnica/ garantia Precisão 2 3 4 Dentre as fontes de obtenção de informações sobre novos produtos da área, conforme apresentado na FIGURA 8, as revistas são as fontes mais consultadas, para 84% dos entrevistados. As feiras técnicas foram o segundo meio mais citado, 34 utilizado por 72% dos entrevistados. A terceira fonte mais consultada é a Internet (55%), seguida da mala-direta (36%), indicação de pessoas (27%), telemarketing (9%). 6% dos entrevistados afirmaram que utilizam também outros meios para conhecer novos produtos, dentre os quais foram citados: visitas de vendedores e catálogos técnicos. Esta questão apresentou respostas múltiplas, com uma média de 3 respostas por entrevistado. FIGURA 8 Meios de obtenção de informações sobre lançamento da área de instrumentação Meios de obtenção de informações Revistas Internet Mala-direta Telemarketing Feiras técnicas Indicação de outras pessoas Outros Os entrevistados foram questionados sobre quais seriam os principais fornecedores de instrumentação na empresa em que atuam. A pergunta obteve respostas múltiplas, com uma média de 1,6 respostas por entrevistado. Conforme a TABELA 2, verifica-se que a maioria dos entrevistados (19%) não responderam esta questão. Os fornecedores mais citados foram: Mitutoyo (15% das respostas); S&E (9%); Yokogawa, Siemens, Minipa e Kron (7%). Os demais concorrentes S&E obtiveram uma porcentagem inexpressiva de citações, abaixo de 4%. A média de respostas foi de 2 fornecedores por entrevistado. TABELA 2 Principais fornecedores de instrumentos 35 Fornecedores de instrumentos Não responderam Mitutoyo S&E Yokogawa Siemens Minipa Kron Veeder Root Tektronix Salvi Casagrande Presys Lier HP HB Fluke Engro Coel ABB Starret Schneider Vpvision Turotest Sylvar Smar Raytec Quart Novus Métrica Mahr Instrutherm Importécnica IFM Icel Hytronic Homis Gefran Frato Foxboro Farnel Famabrás Digimec Dawer Contemp Carsen Altronic * Respostas múltiplas* % 19% 15% 9% 7% 7% 7% 7% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 3% 3% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 166% Em relação a S&E como fornecedora de instrumentos, conforme pode ser analisado pela FIGURA 9, a maioria dos entrevistados (52%) não conheciam a empresa; e 48% afirmaram que já conheciam. 36 A FIGURA 10 corresponde a opinião sobre a empresa, respondida pelos entrevistados que assinalaram “sim” na questão anterior. Grande parte das pessoas não responderam esta questão (62%); 11% afirmaram que a S&E possui um bom atendimento; 10% classificaram a empresa como boa; 10% afirmaram que os produtos são bons; 6% classificaram a empresa como excelente e apenas 1% dos entrevistados reclamaram de mal atendimento. FIGURA 9 Conhecimento sobre a S&E Instrumentos Conhecem a S&E Instrumentos 48% SIM NÃO 52% FIGURA 10 Opinião sobre a empresa e/ou produtos Opiniões sobre a S&E 10% 6% Bom atendimento 11% 10% 1% Boa qualidade Atendimento insatisfatório Não responderam Boa 62% Excelente Solicitou-se aos entrevistados que assinalassem o grau de satisfação com o atual fornecedor de instrumentos da empresa em que ele atua. Segundo a FIGURA 11, a maioria afirma estar parcialmente satisfeito (45%); 42% estão totalmente 37 satisfeitos; 3% estão totalmente insatisfeitos; 1% parcialmente insatisfeitos e 9% não responderam a questão. FIGURA 11 Grau de satisfação com o seu atual fornecedor Grau de satisfação 3% 1% 9% totalmente satisfeito parcialmente satisfeito 42% parcialmente insatisfeito totalmente insatisfeito Não responderam 45% A TABELA 3 refere-se as revistas técnicas lidas pelos entrevistados. A questão gerou respostas múltiplas, com uma média de 2 respostas por pessoa; 18% não responderam esta questão. As revistas mais citadas, respectivamente, foram: Revista NEI (51%); Revista Produtos e Serviços – PS (40%); Revista Eletricidade Moderna (16%); Noticiário de Produtos Eletrônicos – NPE (15%); Lumière (10%); IPESI (10%); Revista Saber Eletrônica (7%); Revista Instalações Elétricas (6%) Revista Controle e Instrumentação – C&I (6%); Banas Metrologia (4%). As revistas Pesquisa e Produto, Flexonews, Mundo Elétrico, Plástico Industrial, Máquinas e Metais, Banas Qualidade, Fundição e Serviços e Energia Moderna foram citadas e obtiveram apenas 1% de citação. TABELA 3 Revistas técnicas mais lidas 38 Revistas técnicas NEI PS Não responderam Eletricidade Moderna NPE Lumiere IPESI Saber Eletrônica Instalações Elétricas Controle e Instrumentação Banas Metrologia Pesquisa e Produto Flexonews Mundo Elétrico Plástico Industrial Máquinas e Metais Banas Qualidade Fundição e Serviços Energia Moderna % 51% 40% 18% 16% 15% 10% 10% 7% 6% 6% 4% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% * Respostas múltiplas* 166% Na TABELA 4, os entrevistados classificaram por grau o que esperam encontrar no estande de seu fornecedor em uma feira de negócios. A principal expectativa (grau 1) é encontrar os produtos em funcionamento, com demonstração de suas aplicações (61%). Em segundo grau, o item mais votado foi encontrar atendentes especializados (37%). A distribuição de catálogos e manuais técnicos foi classificada em terceiro grau de expectativa, com 25%. Encontrar pessoas que mantém contato na empresa foi a expectativa mais citada no quarto grau, sendo 27% das respostas. Em quinto grau foi classificado lançamento de produtos (27%); em sexto a distribuição de brindes (51%); em sétimo os serviços de buffet (54%) e em oitavo grau foram citados outros itens (66%). Dentre os outros itens foram citados: ofertas promocionais, modelos e obtenção de produtos para teste. TABELA 4 Em uma feira de negócios o que se espera encontrar no estande do fornecedor 39 Expectativas Grau Grau Grau Grau Grau Grau Grau Grau 1 Exposição do funcionamento Encontrar contatos Atendentes especializados 2 3 4 5 6 7 8 4% 3% 0% 1% 0% 0% 15% 16% 27% 22% 3% 0% 1% 1% 0% 0% 0% 61% 16% 4% 13% 37% 22% 10% Distribuição de catálogos 1% 10% 25% 18% 16% 1% 1% 0% Distribuição de brindes 0% 0% 3% 3% 3% 51% 13% 1% Serviços de buffet 0% 0% 0% 0% 6% 13% 54% 1% Lançamento de produtos 7% 9% 15% 19% 27% 1% 3% 1% Outros 0% 0% 0% 3% 0% 66% Não responderam 0% 1% 12% 12% 13% 19% 22% 25% 28% 28% A FIGURA 12 refere-se a questão do atendimento na área de instrumentação industrial. A maioria dos entrevistados (84%) preferem ser atendidos por vendedores técnicos, enquanto apenas 15% preferem utilizar o telemarketing. Do total de entrevistados, 1% não responderam a questão. FIGURA 12 Preferência de atendimento: vendedor ou telemarketing Atendimento 15% 1% Vendedor Telemarketing Não responderam 84% Conforme a TABELA 5, nota-se que o item mais importante em um site (classificado no grau 1 com 46%) é o acesso rápido ao site. O conteúdo vem em segundo lugar (grau 2) com 36%. Classificado como item mais importante no grau 3, é a existência de fotos dos produtos no site, com 33% das respostas para este grau. 40 A seguir, a existência de dados da empresa ocupa o quarto grau de importância, com 27%. No quinto grau o item mais votado foi a existência de uma seção de cadastro (21%). As atualizações constantes foram classificadas pelos entrevistados como importância de grau 6, com 31% das respostas para este grau. Por fim, no grau 7, encontra-se o “design”/ visual do site, com 24% das respostas. TABELA 5 Itens mais importantes em um web site Itens Grau Grau Grau Grau Grau Grau Grau 1 4 5 6 7 46% 21% 13% 3% 1% 1% 3% 43% 36% 9% 1% 0% 0% 0% Fotos 0% 9% 33% 21% 7% 4% 1% Dados da empresa 0% 6% 6% 27% 19% 18% 13% Seção de cadastro 0% 3% 1% 1% Design/ visual 0% 0% 3% 15% 16% 18% 24% Atualizações 4% 16% 21% 16% 12% 31% 10% Não responderam 6% 9% Acesso rápido Conteúdo 2 3 21% 3% 21% 13% 15% 22% 24% 27% Os dados a seguir referem-se ao lançamento S&E. Um lote de instrumentos da linha INDIC-LUMI foi destinado para testes em indústrias de diversos portes e segmentos. Os instrumentos foram aplicados em: motores, na rede elétrica, em painéis, em moinhos, em engenhos e em máquinas. Pela FIGURA 13 é possível observar que o produto não apresentou dificuldades de instalação, para 100% dos entrevistados. FIGURA 13 Dificuldades para instalar o INDIC-LUMI 41 Houve dificuldades na instalação 10 5 NÃO SIM 0 SIM NÃO 1 Conforme a FIGURA 14, o INDIC-LUMI possui uma boa precisão para 90% dos clientes que testaram o produto e uma precisão excelente para 10% dos clientes. Não houve nenhuma avaliação como regular ou ruim. FIGURA 14 Avaliação sobre a precisão do INDIC-LUMI 0% Precisão 0% 10% 90% Ótima Boa Regular Ruim De acordo com a FIGURA 15, todos os entrevistados afirmaram que não encontraram falhas ou problemas no Indic-Lumi (100%). FIGURA 15 42 Problemas ou falhas no produto Problemas no produto 10 5 Não Sim 0 Sim Não 1 Os entrevistados foram questionados se a substituição dos ponteiros por uma escala luminosa trará vantagens significativas. Conforme pode ser observado na FIGURA 16, 60% dos entrevistados afirmaram que a substituição será vantajosa; enquanto 40% acreditam que não trará vantagens significativas. Dentre as vantagens da escala luminosa foram citadas: a facilidade de leitura e de visualização; maior resistência do produto (pois os ponteiros são frágeis); menor necessidade de manutenção periódica do instrumento; custo mais baixo; mais opções de escalas. FIGURA 16 A escala luminosa trará ou não vantagens significativas Vantagens da escala luminosa 40% 60% Sim Não Em relação ao design da linha INDIC-LUMI (FIGURA 17) 40% dos entrevistados afirmam que ele deveria ser melhorado; 20% classificaram o design como bom; 20% 43 classificaram como muito bom; 10% como design perfeito e 10% dos entrevistados não responderam esta questão. FIGURA 17 Como você classifica o design da linha INDIC-LUMI Design 10% 10% 40% 20% 20% Pode melhorar muito bom Bom Perfeito Não respondeu O potencial total de compra dos entrevistados por mês é de 29 Voltímetros; 52 Amperímetros; 9 Freqüencímetros. Do total de entrevistados apenas 2 clientes afirmaram que não possuem base para responder esta questão. Na FIGURA 18 encontra-se ilustrada a possibilidade dos clientes que testaram o INDIC-LUMI comprarem um instrumento desta linha. A maioria dos entrevistados afirmam que possivelmente comprarão o produto, sendo 80% do total de entrevistados. Certamente comprarão o produto foi a resposta de 10% dos clientes; e outros 10% afirmam que não sabem se comprarão produtos da linha INDIC-LUMI. Não houve respostas para as alternadas possivelmente não comprarei e certamente não comprarei o produto. FIGURA 18 44 Qual a chance de você adquirir um INDIC-LUMI Possibilidade de compra 0% Certamente comprarei Possivelmente comprarei Não sei se comprarei Possivelmente não comprarei Certamente não comprarei 0% 10% 10% 80% Questionados sobre o preço que estariam dispostos a pagar por um instrumento da linha INDIC-LUMI, conforme observado na FIGURA 19, metade dos entrevistados (50%) afirmaram que pagariam até R$ 100,00. Apenas 20% pagariam mais de R$ 100,00. O preço justo pela fabricação foi a resposta de 10% dos entrevistados e 20% não responderam esta questão. FIGURA 19 Que preço você pagaria por um instrumento INDIC-LUMI Preço Até R$ 100,00 Acima de R$ 100,00 20% 10% 50% 20% O preço justo pela fabricação Não responderam CAPÍTULO 10. ANÁLISE DA PESQUISA 45 A partir de informações baseadas no lançamento de um produto pela empresa S&E Instrumentos, procurou-se identificar quais as variáveis do composto mercadológico são mais críticas para gerar demanda por um novo produto industrial. O composto mercadológico ou Marketing Mix, segundo KOTLER, corresponde a um grupo de variáveis controláveis de Marketing que a empresa utiliza para gerar uma resposta desejada no mercado alvo (KOTLER, 1999: 31). O grupo de variáveis citadas por KOTLER podem ser também definidas como 4P´s, e correspondem ao produto, à praça (ou ponto de distribuição), ao preço e a promoção. Há muitas variáveis envolvidas em cada um destes grupos ou ferramentas; e o conhecimento das variáveis de maior criticidade em uma determinada organização é fundamental para que ela possa implementar um posicionamento competitivo. Analisando o mercado industrial como um todo, observa-se que este apresenta algumas peculiaridades que devem ser consideradas antes de se planejar o Marketing Mix da organização. Duas diferenças entre o mercado consumidor e o mercado industrial são fundamentais: 1. O mercado industrial não compra por impulso, apenas por necessidade. Sendo assim, quando surge uma necessidade, a empresa é que entra em contato com seus os fornecedores. Neste contexto, ressalta-se a importância do Marketing Industrial, para que a organização seja lembrada e contatada por seus clientes no momento da compra. 2. Pessoas de diversos níveis e diversos departamentos interagem na compra industrial, compondo um Centro de Compras2. No mercado industrial em geral, pode-se afirmar que as seguintes variáveis são críticas pois exercem maior influência na compra industrial: a qualidade, o preço e a assistência técnica. 46 A qualidade é um aspecto do produto, que pode ser definida como a capacidade de um produto de desempenhar sua função. A assistência técnica, segundo SIQUEIRA, também faz parte do produto e corresponde à atividades que uma empresa executa para fazer com que um bem ou serviço adquirido esteja em condições de gerar os benefícios esperados, sem interrupções, minimizando o tempo em que possa estar parado por problemas técnicos (SIQUEIRA, 1992: 188). O preço pode ser conceituado como a expressão monetária do valor de um bem ou como o valor que o consumidor está disposta a pagar na compra. Como já descrito, a empresa é quem entra em contato com seus fornecedores no momento da necessidade. Os meios mais comuns de encontrar fornecedores industriais são por publicações (propaganda em revistas e guias), recebimento de catálogos e visitas de vendedores. Estas são ferramentas básicas de propaganda e promoção que devem ser trabalhadas para que a empresa seja contatada por seus clientes no processo de compras. Em pesquisa realizada pelo Grupo Lund, as perspectivas do setor industrial para o ano 2001 foram favoráveis, com expectativa de crescimento nas vendas e de aumento na carteira de clientes. As estratégias de Marketing mais citadas para se atingir as metas de crescimento no mercado industrial foram aumentar o investimento em propaganda, aumentar o quadro de vendedores e de representantes e aumentar a participação em feiras de negócios. Embora a S&E Instrumentos seja classificada como uma empresa pertencente ao setor de automação industrial, na pesquisa de campo optou-se por analisar apenas o mercado de instrumentação. Objetivou-se com esta limitação uma maior precisão nas respostas, tendo em vista a grande amplitude do mercado de automação. 2 Centro de compras pode ser definido como o conjunto de membros da organização que interagem durante o processo de compras (SIQUEIRA, 1992: 123). 47 O mercado de instrumentação é composto por empresas que fabricam, revendem ou distribuem instrumentos para medição dimensional e instrumentos elétricos ou eletrônicos, destinados a medição de grandezas diversas. Em relação ao mercado de instrumentação, pode-se observar pela pesquisa de campo, que embora este seja parte do mercado industrial, possui diferenças quanto aos fatores que influenciam a compra e quanto aos meios de encontrar fornecedores. Dentre os motivos que definem a escolha de um determinado fornecedor de instrumentos, a precisão do produto é o fator mais importante. Este fator pode ser traduzido como a eficiência do instrumento em realizar sua função principal, que consiste em medir determinada grandeza com exatidão. Outro fator decisivo na escolha de um fornecedor é a durabilidade do instrumento, por razões de custo (instrumentos de medição são relativamente caros) e de produtividade (pois na maioria das vezes os instrumentos são aplicados no processo produtivo, sua troca, portanto ocasiona perda de produtividade por paradas na produção). A garantia e assistência técnica também são fatores decisivos, pois os instrumentos de medição são produtos que requerem revisões periódicas, afim de assegurar sua precisão. A importância do preço no mercado de instrumentação se difere do grau de importância apresentado no mercado industrial em geral, onde foi classificado como o segundo fator mais importante. Na área de instrumentação o preço é considerado o quarto atributo mais importante na compra. Os outros motivos de compra avaliados na pesquisa (o atendimento, o prazo de entrega, o design do instrumento e a marca), embora não representem um alto grau 48 de importância no setor analisado, não devem ser descartados no Marketing Mix, pois contribuem para a qualidade do composto mercadológico ofertado. A forma como os profissionais da área obtêm informações sobre os lançamentos do mercado de instrumentação influencia diretamente as decisões sobre promoção. O principal meio são as revistas técnicas (propaganda), dentre as quais se destacam como mais lidas a revista NEI (Noticiário de Produtos Eletrônicos do Grupo Lund) e a revista PS (Produtos e Serviços da Editora Banas). Em seguida são as feiras técnicas (promoção de vendas); o que comprova a importância da propaganda e promoção na área industrial. Em um estande de uma feira técnica, a principal expectativa dos clientes da área de instrumentação é encontrar os instrumentos em funcionamento, demonstrando suas aplicações. Atendentes especializados e catálogos técnicos também são itens que não podem faltar em um estande. A Internet, uma fonte relativamente nova, já representa no setor a terceira fonte mais consultada para conhecer lançamentos. De acordo com a pesquisa o acesso rápido ao site é fundamental (para isso a empresa deve analisar os aspectos tecnológicos do site). Informações completas sobre os produtos também são fundamentais, e nisso inclui-se conteúdo técnico e fotografias. Estes itens são prioridades em um site, porém as informações sobre a empresa, seção de cadastro, o design e as atualizações são itens que não devem ser desprezados. A Mala-Direta e o Telemarketing não devem ser descartados da estratégia de Marketing, porém apresentam uma eficiência menor na área de instrumentação. A indicação de pessoas é também um meio de obter informações sobre produtos, mas que a empresa dificilmente pode administrar. Muito comum na área industrial, a indicação consiste em informações obtidas pelas redes de contatos que o comprador possui. 49 Outra importante forma de promoção é a venda pessoal. Ser atendido por vendedores técnicos especializados é a preferência de 84% dos entrevistados. No Marketing Industrial a venda pessoal assegura um clima de confiança ao cliente. Um dos objetivos secundários da pesquisa de campo foi obter informações sobre a concorrência. Os entrevistados foram questionados sobre os principais fornecedores de instrumentos da empresa em que trabalham. Uma vasta gama de fornecedores foram citados, dentre eles concorrentes diretos e indiretos da S&E Instrumentos. Como concorrentes diretos podem ser classificados os fabricantes de instrumentos elétricos e eletrônicos, para medição de grandezas diversas, sejam estes portáteis ou para embutir em painéis. Em geral a linha de produtos dos concorrentes diretos é composta de Voltímetros; Amperímetros; Freqüencímetros; Contadores; Pirômetros; Termômetros; Tacômetros; Cronômetros e Temporizadores. Os concorrentes diretos fabricantes de instrumentos de medição para embutir em painel mais citados na pesquisa foram: Yokogawa; Kron; Veeder Root; Presys; Lier; Hartmann & Braun; Engro; Coel; ABB; Turotest; Raytec; Novus; Instrutherm; Gefran; Digimec e Contemp. Os concorrentes diretos fabricantes de instrumentos de medição portáteis mais citados foram: Turotest; Raytec; Mitutoyo e Minipa. Os demais fornecedores de instrumentos citados na pesquisa, para uma melhor análise, foram classificados como os concorrentes indiretos da S&E. São fabricantes de instrumentos para medição dimensional e fabricantes de instrumentação científica e laboratorial. É possível verificar que o mercado de instrumentação é um mercado muito amplo, com uma grande variedade de fornecedores, tornando-o muito competitivo. Os concorrentes diretos citados na pesquisa, embora tenham basicamente o 50 mesmo portfolio, diferem3 em termos de precisão dos instrumentos fabricados; preço; prazo de entrega; design e forma de organização de vendas. Não existem informações confiáveis sobre a participação de cada concorrente no mercado de instrumentação, pois a associação patronal do setor (ABINEE) levanta apenas dados do mercado de automação industrial, do qual instrumentação representa apenas uma parte. A maioria dos entrevistados ainda não conheciam a S&E Instrumentos. Apesar de representarem apenas 4% a mais dos que afirmaram que conheciam, a empresa precisa investir para fortalecer mais a imagem no mercado de instrumentação, possibilitando um aumento em seu “market-share”. Verifica-se em relação à imagem que a S&E é reconhecida no mercado por instrumentos de boa qualidade e pelo bom atendimento, fatores que são muito favoráveis para a estratégia de Marketing da empresa. A maioria dos entrevistados estão parcialmente satisfeitos com o atual fornecedor de instrumentos da empresa em que trabalham. Este grau de satisfação com os fornecedores de instrumentação representa uma possibilidade para a S&E de explorar necessidades que não estão sendo satisfeitas, conquistando clientes da concorrência. Em relação ao lançamento S&E a pesquisa de campo apresentou resultados favoráveis. Os produtos da linha INDIC-LUMI foram testados em empresas de vários portes e segmentos, visando analisar desempenho do produto em ambientes industriais diversos. Um dos objetivos da pesquisa era averiguar aplicações de uso possíveis para o INDIC-LUMI. Constatou-se que são instrumentos ideais para utilização em máquinas diversas, motores elétricos, painéis elétricos, moinhos, engenhos e em rede elétrica. 3 Informações obtidas nos arquivos da S&E Instrumentos 51 O primeiro aspecto analisado se refere à dificuldade de instalação. Todos os entrevistados afirmaram que não encontraram dificuldades para instalar o INDICLUMI. Este resultado demonstra que os instrumentos da linha INDIC-LUMI são de fácil operação, um atributo importante para a vendabilidade do produto. A maior parte dos entrevistados classificaram o INDIC-LUMI como um instrumento de boa precisão. Esta classificação representa um aspecto muito importante para a S&E, tendo em vista que a precisão foi citada na pesquisa como o atributo mais importante em um instrumento de medição. Nenhum entrevistado encontrou falhas ou problemas no INDIC-LUMI. Este questionamento está diretamente relacionado com a qualidade do produto, um fator crítico no mercado industrial. Os entrevistados foram questionados se a substituição dos ponteiros por uma escala luminosa trará vantagens significativas. Esta questão objetivou detectar se os clientes percebiam a principal inovação da linha como um benefício, que representaria uma vantagem competitiva para a S&E nesta linha de instrumentos. Embora a maioria dos entrevistados afirmaram que a substituição traz vantagens, uma parcela significativa (40%) acreditam que não. Este é um fator que deve ser trabalhado pela S&E Instrumentos, que deverá esclarecer aos clientes as vantagens agregadas a inovação do produto. As vantagens percebidas descritas pelos clientes que efetivamente testaram o INDIC-LUMI (facilidade de leitura, maior resistência, mais opções de escalas, boa visualização em ambientes de pouca iluminação, etc.) são características que devem ser citadas nas campanhas de propaganda da linha. Estas vantagens percebidas correspondem a aspectos que os clientes em potencial valorizam no produto, representando o custo x benefício esperado. Conforme resultados da pesquisa, apenas um atributo deve revisto pela S&E: o design da linha. Neste produto o design corresponde principalmente ao frontal/ painel do instrumento, no qual encontra-se a escala luminosa. Não houve avaliações 52 negativas, porém uma parcela significativa dos entrevistados sugerem que o design seja melhorado. Pode-se verificar que os produtos da linha INDIC-LUMI foram aprovados pelos entrevistados, principalmente em termos de qualidade e precisão. As perspectivas de vendas futuras são boas; 80% dos entrevistados afirmaram que possivelmente comprarão um instrumento INDIC-LUMI. O preço, embora não tenha sido classificado como um fator crítico na decisão de compras, é um fator do Marketing Mix que deve ser bem analisado, pois deve corresponder ao valor percebido pelo cliente. Conclui-se pela pesquisa que o preço ideal para este produto deverá ser em torno de R$ 100,00. PARTE IV – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES As seguintes conclusões principais foram estabelecidas, atendendo as hipóteses da pesquisa levantadas. Para um novo produto industrial atingir participação no mercado é preciso criar estratégias eficazes de marketing mix que ofereçam valor ao cliente. Pela pesquisa de campo aplicada observou-se que as características do produto, a praça, o preço praticado e principalmente, a promoção são fatores que influenciam a decisão das centrais de compras das organizações. 53 Estas ferramentas variam em grau de importância de acordo com o setor industrial analisado. Porém, todas as ferramentas do marketing mix devem ser bem trabalhadas para que a empresa consiga obter vantagens competitivas sobre a concorrência, atendendo as necessidades do mercado com um composto mercadológico melhor do que a concorrência. Para um novo produto alcançar bons índices de participação no mercado é necessário reconhecer a importância da promoção na área industrial e passar a utilizá-la de forma eficiente e eficaz. Não basta apenas lançar um bom produto, com preço atrativo e colocá-lo à disposição. Esta hipótese se comprova pela constatação de que no mercado industrial o comprador é quem entra em contato com o fornecedor no momento da necessidade. Portanto, a empresa precisa utilizar as ferramentas de promoção do Marketing Mix para ser lembrada e consultada pela central de compras no momento da necessidade. A empresa pode ter em seu marketing mix vantagens competitivas em relação ao produto, ao preço e à forma de distribuição. Porém, se não promover seus produtos (seja por propaganda ou promoção de vendas) tornando-os conhecidos no mercado, dificilmente alcançará o “market-share” desejado, pois as chances de serem consultadas no processo de compras organizacionais serão mínimas. Para que a S&E Instrumentos seja selecionada pelas centrais de compras das organizações, as principais recomendações são listadas e sugere-se adequar a oferta de acordo com os seguintes fatores: Produto 54 A S&E Instrumentos deve trabalhar com o conceito de produto ampliado. Toda a linha de instrumentos S&E (digital e analógica) deve ser composta por produtos com benefícios tangíveis e intangíveis. A precisão do instrumento é o aspecto mais crítico para a competitividade da empresa. A Diretoria Industrial, que na S&E é a responsável pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento dos produtos, deve se concentrar principalmente neste aspecto funcional do produto. Os produtos devem ser também duráveis, de forma que o cliente adquira um instrumento de longa vida útil. O “design”, em instrumentação não é um fator crítico, mas não deve ser descartado por basicamente dois importantes motivos: pois o “design” diferencia o produto dos concorrentes e porque deve facilitar a leitura dos valores medidos, mesmo à distância e em ambientes de pouca luminosidade. A empresa poderia se destacar da concorrência oferecendo também um prazo maior de garantia, pois apesar de ser um fator intangível, é considerado um atributo de grande importância na compra de instrumentos de medição. Os serviços de assistência técnica, já disponíveis na empresa, devem ser melhorados em termos de agilidade. Como a precisão do instrumento foi classificada como um fator determinante na escolha de fornecedores de instrumentos, pode-se afirmar que a S&E Instrumentos possui uma vantagem competitiva principalmente na linha INDIC-LUMI. Esta afirmação se deve ao fato de que os instrumentos analógicos disponíveis no mercado são produtos de baixa precisão. Em contrapartida, os instrumentos da linha INDIC-LUMI por serem instrumentos eletrônicos e apenas simularem os analógicos, são produtos precisos. Em relação aos instrumentos digitais, esta precisão também é um fator de destaque sobre a concorrência, pois os produtos digitais S&E possuem um alto nível de precisão. Porém, neste caso, a precisão não pode ser considerada uma 55 vantagem competitiva, pois os produtos digitais em geral já são considerados razoavelmente precisos, independente do fabricante. A própria realização dos testes em campo dos produtos da linha INDIC-LUMI é um fator positivo que pode ser trabalhado no Marketing da S&E. Os testes em campo asseguram uma maior confiabilidade no produto, pois na área industrial os produtos estão sujeitos à interferências, ataques químicos, etc. Preço Atualmente, a S&E pratica preços altos em relação aos concorrentes em função da missão da empresa de fornecer produtos precisos e duráveis. Esta determinação de preços visa diferenciar os produtos da empresa, para assegurar a imagem de um instrumento de alto valor. A empresa, no entanto, precisa estar atenta ao mercado, para não fixar preços acima do valor que os clientes estariam dispostos a pagar. A satisfação dos clientes S&E com os preços dos instrumentos pode ser medida por pesquisas de mercado e por “feedback” obtido com os vendedores. Praça Para aumentar a participação no mercado de instrumentação a S&E poderia ampliar o canal de distribuição de seus instrumentos, contando com o apoio de intermediários externos. 56 Como a empresa já trabalha com venda direta, não seria indicado atuar com distribuidores. O tipo mais indicado de intermediário seriam os revendedores (no caso lojas que revendem instrumentos de medição), pois estes atuam de forma independente e podem auxiliar a empresa na promoção de seus produtos, por meio de distribuição de impressos e fixação de cartazes em suas lojas. Porém a empresa deve estabelecer critérios para escolher os revendedores, afim de que não prejudique a sua imagem, contrariando o posicionamento competitivo. Os melhores revendedores para a S&E serão aqueles que compartilhem a mesma filosofia da empresa, de fornecer produtos de qualidade com um excelente atendimento. Promoção A empresa, apesar de atuar há 20 anos no mercado, ainda não é conhecida por grande parte dos profissionais da área de instrumentação. Faz-se necessária a adoção de estratégias agressivas de promoção para reverter este quadro. O ideal é que a S&E utilize: 1. Revistas técnicas – investimento em propaganda nas principais revistas do setor industrial, de preferência nas revistas que foram mais citadas na pesquisa (NEI e PS) e em outras que possuem grande circulação de edições. Utilizar na criação da propaganda os argumentos que o mercado industrial considera mais convincente: desempenho do produto, características técnicas e relação custo x benefício. 2. Feiras de negócios – selecionar os melhores eventos da área e aplicar as técnicas de marketing para feiras e exposições, realizando um planejamento completo do evento para ampliar as chances de sucesso. Demonstração dos instrumentos em funcionamento, atendentes especializados e distribuição de catálogos não devem faltar no planejamento. 57 3. Internet – a empresa deve trabalhar mais a divulgação do site, assegurar o acesso rápido por meio de inovações tecnológicas, ampliar o conteúdo e realizar atualizações constantes. 4. Implantação de uma equipe de vendas – ser atendido por vendedores técnicos é um item importante para os clientes. A S&E deve recrutar, selecionar e treinar vendedores para atuarem como parceiros de seus clientes. Quanto à conseguir que os produtos S&E sejam indicados à outros compradores, o que a empresa pode fazer para que seus produtos sejam difundidos pelas redes de contatos é tentar atingir os formadores de opinião e oferecer um composto de marketing excelente, para que seus clientes fiquem satisfeitos e indiquem os instrumentos S&E à outros compradores. Atendimento Um bom serviço de atendimento ao cliente não pode ser considerado uma vantagem competitiva, pois é uma obrigação da empresa. A S&E Instrumentos já é reconhecida pelo bom atendimento. Porém trata-se de uma atividade que deve ser constantemente aperfeiçoada, por meio de cursos e treinamentos, avaliação de desempenho (função de Recursos Humanos) e pesquisa de satisfação com os clientes. Considerando as conclusões e recomendações, vale mencionar que: 58 Há mais de dois mil e quatrocentos anos Sun-Tzu escreveu em Arte da Guerra que a primeira regra de uma guerra é planejar o ataque. “O general que vence uma batalha faz muitos cálculos em sua tenda antes da luta. O general que perde uma batalha fez poucos cálculos antes dela”. Este conselho também pode ser aplicado ao mercado e ao marketing. No marketing o planejamento do ataque pode ser comparado ao planejamento do lançamento de novos produtos no mercado; e os cálculos podem ser comparados ao planejamento e adequação do marketing mix. Enfim, confirma-se a hipótese de que, para ser bem sucedido e ganhar a guerra mercadológica, é necessário planejar o ataque com eficientes estratégias de marketing e utilizar como armas, as ferramentas do marketing mix. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Livros: BACON, Mark S. “Marketing Direto”. São Paulo: Atlas, 1994. HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS, John. “Posicionamento Competitivo: como estabelecer e manter uma estratégia se marketing no mercado”. São Paulo: Makron Books, 1996. KAZMIER, Leonard J. “Estatística aplicada a Economia e Administração”. 2º edição. São Paulo: Makron Books, 1982. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. “Princípios de Marketing”. 7º edição. Rio de 59 Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1999. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. “Metodologia Científica”. 3º edição. São Paulo: Atlas, 2000. MARTINS, Gilberto. “Manual para elaboração de monografias”. São Paulo: Atlas, 1990. MCKENNA, Regis. “Estratégias de Marketing em tempos de crise”. São Paulo: Editora Campus, 1999. SAMARA, Santos Beatriz; BARROS, José Carlos. “Pesquisa de Marketing – Conceitos e Metodologia”. 2º Edição. São Paulo: Makron Books, 1997. SANDHUDSEN, Richard L. “Marketing Básico”. 2º edição. São Paulo: Saraiva, 1998. SIQUEIRA, Antonio Carlos Barroso de. “Marketing Industrial – Fundamentos para a ação Business to Business”. São Paulo: Atlas, 1992. SISKIND, Barry. “Manual do Expositor Bem Sucedido”. São Paulo: Editora Nobel, 1992. Revistas: AYRES, José Júnior. “Marketing Industrial e a era da Globalização”. Revista Banas Qualidade. São Paulo: nº98, p. 35, jul.2000. PAIVA, Ronaldo Borges. “Energia sob controle”. Revista Lumière. São Paulo: nº 35, p. 50, março de 2001). 60 Documentos eletrônicos: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. On Line. Available from World Wide Web: < http://www.abinee.org.br > Marketing Básico e Descomplicado. On Line. Available from World Wide Web: < http://www.uol.com.br/livromarketing/> 61