Lítio: um metal pequeno e leve, mas eficiente na pesquisa

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Lítio: um metal pequeno e leve, mas eficiente na pesquisa
O lítio é um elemento químico do grupo dos metais alcalinos. É o átomo de menor tamanho e o mais leve, não só entre
os alcalinos, mas também entre todos os metais da tabela periódica. Menores que o lítio, só há o hidrogênio e o hélio,
que são gases. Além do lítio, o sódio e o potássio, metais essenciais no corpo humano, também pertencem à família dos
metais alcalinos, mas só o lítio tem propriedades físicas e químicas peculiares.
Acontece que esse pequeno átomo metálico, na forma de íon, é considerado hoje o mais simples e o mais eficiente
agente terapêutico da Psiquiatria.
O lítio vem sendo utilizado na Medicina há mais de cem anos. Tudo começou com um tratamento de "gota e
reumatismo", em 1859, já que o urato de lítio é o sal mais solúvel do ácido úrico. O lítio foi, algum tempo depois,
detectado nas águas de várias estações hidrominerais européias, o que levou muita gente a atribuir-lhe a eficácia dos
tratamentos em spas que possuíam essas águas. Depois disto, o lítio foi utilizado em alguns casos de distúrbios mentais,
porém, sem uso clínico sistemático. Há relatos médicos do emprego do brometo de lítio, já em 1873, para o tratamento
de doenças agudas do sistema nervoso. Em 1914, o citrato de lítio foi indicado para o tratamento de "gota", em doses
que variavam de 1 a 2 gramas por dia. Nessa época, observou-se que, em doses maiores ( 4 a 8 gramas por dia), o
cloreto de lítio poderia provocar fraqueza muscular e distúrbios mentais.
Na década de 30, observou-se que pacientes com hipertensão e problemas cardíacos não deveriam ingerir alimentos
com cloreto de sódio, principal componente do sal de cozinha, o que levou os médicos da época a sugerirem o uso de
cloreto de lítio. O lítio, que é muito parecido com o sódio, deveria, então, ser misturado com ácido cítrico e pequenas
quantidades de iodeto de potássio para substituir o cloreto de sódio na culinária. Depois de vários testes e experiências,
a mistura com cloreto de lítio foi liberada para uso geral. Nessa época, alguns efeitos secundários começaram a aparecer
em pessoas que utilizavam o lítio em excesso na alimentação ou nos tratamentos. Em 1949, o lítio foi introduzido na
prática psiquiátrica e o carbonato de lítio se tornou a mais importante droga da Psiquiatria moderna.
Desde 1975 este medicamento tem sido utilizado na prevenção de várias doenças maníaco-depressivas por cerca de 1%
da população do mundo todo. O lítio tem se mostrado muito eficiente no tratamento de casos de depressão, podendo ser
utilizado junto com outros anti-depressivos.
Alguns distúrbios psíquicos ocorrem com mais freqüência em mulheres após a menopausa. Estima-se que cerca de 60%
dos pacientes em geral melhoram com o uso do lítio. A dose diária, recomendada pelo médico, depende do sexo, da
idade, do peso e da eficiência dos rins do paciente. É comum o uso de 1 a 2 gramas de carbonato de lítio por dia, em
várias doses. Em doses elevadas, por outro lado, podem ocorrer efeitos secundários, entre os quais, alergia de pele,
arritmia cardíaca, hipotireoidismo e até convulsões.
O tratamento com lítio em geral é longo e deve ser sempre supervisionado e monitorado por especialistas. Um teste com
a saliva já indica a quantidade de lítio que circula no fluido cérebro-espinhal, o que evita exames de sangue constantes.
Em cerca de 15% dos pacientes tratados com lítio pode se desenvolver o hipotireoidismo, que é controlado com
pequenas doses de tiroxina. Alguns trabalhos de pesquisa demonstram que o lítio interfere em processos que dependem
de outro metal, o magnésio, presente no sangue humano.
Mesmo com ampla utilização do lítio em Psiquiatria, não há consenso sobre seu mecanismo de ação no corpo humano.
Em artigo publicado recentemente, R. Williams e A. Harwood, da University College de Londres, discutem os possíveis
mecanismos de ação do lítio no cérebro humano. Entre os mecanismos propostos, dois deles, seriam controlados por
enzimas.
Novos experimentos e o desenvolvimento da Biologia Molecular e da genética poderão esclarecer, no futuro, o
mecanismo de ação desse notável pequeno íon, o lítio, na terapêutica de doenças psiquiátricas, que podem originar-se
de informações transmitidas pelos genes.
Antonio Carlos Massabni
Instituto de Química – Araraquara – UNESP
Com base no texto responda as seguintes questões.
1) Identifique os sais citados no texto separando os oxigenados dos não oxigenados.
2) Podemos afirmar que o lítio é utilizado na forma metálica?
3) Em quais tratamentos é empregado o lítio como medicação?
4) Qual o motivo para se ter iniciado o tratamento terapêutico com lítio?
5) O citrato de lítio é um sal derivado do ácido cítrico, proponha uma fórmula estrutural para esse sal.
6) A dose diária comum de carbonato de lítio é de 1 a 2 gramas. Qual será a quantidade de lítio ingerida após o
tratamento ao longo de um mês?
7) Qual a sua opinião sobre o texto e sobre o emprego do lítio?
1º Biomedicina – Diurno
Este trabalho deverá ser entregue dia 08.04.2010 no início da 1ª aula – IMPRETERIVELMENTE
Prof. Mário Sérgio Rodrigues
Química Inorgânica e Orgânica
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