Estudo confirma que Novas são a principal fonte de

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Estudo confirma que Novas são a principal fonte de lítio no Universo
Estudo confirma que Novas são a principal fonte de lítio no
Universo
2016-11-14 00:03:49
O lítio, o elemento sólido mais leve existente [à temperatura ambiente], desempenha um papel importante
nas nossas vidas, tanto ao nível biológico como tecnológico.
Actualmente, as baterias que estão presentes nos dispositivos electrónicos do nosso dia-a-dia usam o lítio
para armazenar energia. Mas então as fontes de lítio estão no Espaço?
Tal como a maioria dos elementos químicos, as suas origens remontam aos fenómenos astrofísicos, mas
o seu ponto de origem era, até agora, incerto. Recentemente, um grupo de investigadores detectou
quantidades enormes de berílio-7 – um elemento instável que decai para lítio em 53,2 dias – na nova
Sagittarii 2015 N.2, o que sugere que as novas são a principal fonte de lítio na Galáxia.
O lítio vem das estrelas
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Estudo confirma que Novas são a principal fonte de lítio no Universo
Praticamente todos os elementos químicos têm uma origem astronómica. A primeira génese teve lugar no
que é conhecido como Nucleosíntese Primordial, pouco tempo depois do Big Bang (entre os 10 segundos
e vinte minutos). Os elementos leves foram então formados: hidrogénio (75%), hélio (25%) e uma
quantidade muito pequena de lítio e berílio.
Os restantes elementos químicos foram formados nas estrelas, quer através da fusão de outros
elementos dentro do núcleo – que começa com a fusão do hidrogénio em hélio e produz elementos cada
vez mais pesados até que se atinge o ferro – quer através de outros processos como explosões de
supernovas ou reações na atmosfera de estrelas gigantes onde, entre outros, o ouro, chumbo e cobre são
produzidos. Esses elementos, por sua vez, foram então reciclados em novas estrelas e planetas até ao
dia de hoje.
“Mas o lítio constituía um problema: sabíamos que 25% do lítio existente vem da Nucleosíntese
Primordial, mas não conseguíamos traçar as origens dos restantes 75%”, comenta Luca Izzo,
investigador do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, que esteve envolvido no estudo.
Solução para o enigma do lítio
A solução para o enigma da origem do lítio está, segundo este estudo, nas NOVAS, fenómenos
explosivos que ocorrem em sistemas binários em que uma das estrelas é uma anã branca. A anã branca
pode absorver material da sua estrela companheira e formar uma camada superficial de hidrogénio que,
quanto atinge uma certa densidade, desencadeia uma explosão – uma nova – que pode aumentar o
brilho de uma estrela até 100.000 vezes. Após algumas semanas, o sistema estabiliza e o processo
começa novamente.
Os investigadores estudaram a nova Sagittarii 2015 N.2 (também conhecida como V5668 Sgr), que foi
detectada no dia 15 de Março de 2015 e permaneceu visível por mais de oitenta dias. A observação, feita
com o instrumento UVES acoplado ao VLT (Very Large Telescope) do ESO, ao longo de vinte e quatro
dias, possibilitou pela primeira vez o acompanhamento da evolução do sinal do berílio-7 no interior de
uma nova e até mesmo o cálculo da quantidade presente. “O berílio-7 é um elemento instável que se
decompõe em lítio em 53,2 dias, por isso a sua presença é um sinal inequívoco da existência de lítio,”
afirma Christina Thöne, investigadora do Instituto de Astrofísica da Andaluzia.
A existência de berílio-7 havia sido anteriormente documentada noutra nova, mas a medição da
quantidade de lítio, que seria produzido na nova Sagittarii 2015 N.2, foi uma surpresa. “Estamos a falar de
uma quantidade de lítio dez vezes maior que o Sol,” acrescenta Luca Izzo. “Com estas quantidades em
mente, duas novas semelhantes por ano bastariam para explicar todo o lítio na nossa Galáxia, a Via
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Láctea. As novas parecem ser a fonte predominante do lítio no Universo,” conclui.
Via: CCVAlg
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