Avaliação de Diferentes Épocas de Ensilagem da Cultura de Girassol (Helianthus annuus L.). I – Stand, Altura, Diâmetro do Capítulo e Porcentagens de Capítulo, Haste e Folha O girassol por ser uma das culturas mais tolerantes à escassez de umidade no solo, produzir elevadas quantidades de matéria seca por hectare, ser resistente ao frio e ao calor, apresentar ampla adaptabilidade às diferentes condições edafoclimáticas e por ter o seu rendimento pouco influenciado pela latitude, altitude e fotoperíodo, destaca-se como opção para a produção de forragem conservada como silagem no período da safrinha (TOMICH, 1999). Para se obter uma silagem de boa qualidade e de alto valor nutritivo, deve-se estar atento para o ponto certo de maturação da cultura. Assim, devese obter a melhor combinação dos teores de matéria seca digestível, de matéria seca total da planta e de carboidratos solúveis. COTTE (1959) considera que o girassol deve ser ensilado no final da floração, enquanto SCHUSTER (1995) indica a ensilagem durante toda a floração. Já MORRISON (1966) relatou que o girassol deve ser ensilado quando metade ou dois terços da planta estiver em flor. TAM & TUMER (1996) ensilaram o girassol em vários estádios de maturação e concluíram que a fase de floração final foi a mais adequada para confecção de silagem. Este trabalho teve como objetivo avaliar quatro genótipos de girassol através do número de plantas por hectare (stand); altura das plantas; diâmetro do capítulo; e porcentagens de capítulo, haste e folha colhido em quatro estádios de maturação. Na EMBRAPA/ Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo em Sete Lagoas- MG foram plantados e medidos os parâmetros agronômicos de quatro genótipos de girassol ( V2000, DK180, M734 e Rumbosol 91) aos 30, 47, 44 e 51 dias após a floração. O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos, três repetições e quatro épocas de ensilagem. Para análise de variância utilizou-se o pacote estatístico SAEG versão 1997 e as médias foram comparadas a 5% de probabilidade, utilizando-se o teste de SNK. Conforme visto na Tabela 1, o stand variou de 19,44 mil plantas por hectare no genótipo V2000 com 51 dias após a floração a 58,33 mil plantas por hectare no Rumbosol 91 com 30 dias após florescimento. Observa-se que houveram poucas variações entre os genótipos e as épocas estudadas não influenciaram o número de plantas, exceção feita para o híbrido Rumbosol 91, que apresentou stands significativamente menores nas duas últimas épocas de colheita. De uma forma geral os materiais estudados apresentaram stands inferiores ao recomendado por (CASTRO et al. 1996) que é de 40 a 50 mil plantas por hectare. Quanto a altura das plantas, nota-se que o Rumbosol 91 foi estatisticamente superior aos demais genótipos e as épocas estudadas não interferiram nas alturas das plantas. Resultados que estão de acordo com TOMICH (1999) que avaliando 13 genótipos encontrou superioridade para o Rumbosol 91. O diâmetro do capítulo, conforme pode ser visto na tabela 1, variou de 13,68 cm para o Rumbosol 91 com 37 dias após florescimento a 20,44 cm para o V2000 com 37 dias após o florescimento dentro de cada genótipo, exceção feita para o Rumbosol 91 que apresentou diferenças estastísticas aos 30 dias após o florescimento. Resultados que estão de acordo com os encontrados por TOMICH (1999) que obteve média geral de 17,3 cm para 13 genótipos. Os resultados de porcentagem de capítulo, haste e folha encontram-se na Tabela 1. A porcentagem de capítulo apresentou diferenças estastísticas para o Rumbosol 91 que de forma geral apresentou os menores valores em relação aos demais, entre épocas estudadas não foram encontradas diferenças dentro de cada genótipo. Para os valores de porcentagem de haste o Rumbosol 91 foi estastisticamente maior quando comparado com outros genótipos e entre as diferentes épocas dentro de cada genótipo foi o único que apresentou diferenças estastísticas, onde aos 51 dias após o florescimento foi maior que as demais. Quanto as porcentagens de folha, foram observadas diferenças estastísticas entre os genótipos, dentro de cada genótipo não foram observadas diferenças estastísticas, exceção feita para o V2000 que apresentou diferenças entre os cortes aos 37 dias que foi maior que os demais. De uma forma geral as épocas de corte estudadas (30, 44 e 51 dias após o florescimento) pouco influenciaram no Stand, altura, diâmetro do capítulo, porcentagens de capítulo, haste e folha. Luiz G. R. Pereira; Paulo M. A. Almeida ( Graduado em medicina veterinária EV-UFMG, Bolsista Cnpq); Lúcio C. Gonçalves, Iran Borges, Norberto M. Rodrigues, Ana L. C. C. Borges ( Profs. Dep. Zoot. Escola Veterinária da UFMG, cx 567, 30.161-970 Belo Horizonte-MG); José A. S. Rodrigues (Pesquisador da Embrapa/CNPMS). Tabela 1 – Stand (plantas por hectare), altura das plantas ( em cm), diâmetro do capítulo ( em cm) e porcentagem de capítulo, haste e folha de quatro genótipos de girassol cortados em quatro diferentes épocas após o florescimento (1= 30 dias após florescimento, 2= 37 dias após o florescimento, 3= 44 dias após o florescimento e 4= 51 dias após o florescimento). V200 1 2 3 4 DK 180 1 2 3 4 M734 1 2 3 4 Rumbosol 91 1 2 3 4 CV Stand Altura Diâmetro % Capítulo Capítulo % Haste % folha 39,59ABa 26,74Ba 33,34Aa 19,44Aa 195,00Ba 190,00Ba 178,33Ba 176,67Ba 16,84Aa 20,44Aa 17,56Aa 15,55Aa 46,34Aa 42,17Aa 47,22Aa 51,85Aa 31,60Ba 39,58Aba 25,35Aa 38,19Aa 205,00Ba 190,00Ba 200,00Ba 203,33Ba 17,56Aa 15,56Aba 17,67Aa 12,22Aa 44,38Aa 52,00Aa 45,63Aa 41,16Ba 35,46Ba 35,03Ba 38,32Ba 42,41Ba 20,16Aa 12,97Ba 16,05Ba 16,43Aa 30,56Ba 42,71Aba 46,53Aa 39,58Aa 193,33Ba 181,78Ba 198,33Ba 191,67Ba 19,67Aa 14,78Aba 15,11Aa 13,22Aa 48,83Aa 48,99Aa 50,67Aa 48,58ABa 32,68Ba 33,30Ba 31,25Ba 35,62Ba 18,49Aa 17,71ABa 18,08ABa 15,79Aa 58,33Aa 57,64Aa 25,35Aa 42,36Aa 235,00Aa 226,67Aa 228,33Aa 228,33Aa 16,67Aa 13,68Ba 17,78Aa 15,00Aa 26,52Ba 33,38Ba 29,95Ba 24,78Ca 50,27Aab 44,20Ab 46,05Ab 57,20Aa 23,21Aa 22,43Aa 24,01Aa 18,01Aa 32,80 6,616 18,42 11,90 11,23 20,01 35,56Ba 18,12Aab 37,34Aba 20,49Aa 37,16ABa 15,61Bab 37,68Ba 10,47Ab Bibliografia CASTRO, C., CASTIGLIONI, V.B.R., BALLA, A.A cultura dio girssol: tecnologia de produção Documentos, EMBRAPA-CNPSo, n.67, 1996, 20p. COTTE, A. Le tournesol-fourrage. Sunflower for foffer. Herbage Abstract, v.29, n.2, p. 92, 1959. MORRISSON, S.B. Alimentos e alimentação dos animais. 2º ed. São Paulo: Melhoramentos, 1966. 892p. TAN, A.S., TUMER, S. Research on the evaluation of silage quality of sunflowers. Anadolu, v.6, n.1, p.45-57, 1996. (Abstract) TOMICH, T.R. Avaliação das silagens de treze cultivares de girassol (Helianthus annuus L.) participantes do ensaio nacional. Belo horizonte: UFMG, Escola de Veterinária. 1999, 117p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). SCHUSTER, W. Sunflower, an ideal fodder plant. Herbage Abstracts, v.25, n.4, p.225, 1995.