Divulgação Científica – Pop Science

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Guido N. Lopes e Magna M. M. Ferreira – Descoberto mecanismo molecular responsável pelo florescimento das plantas
Descoberto Mecanismo Molecular Responsável pelo Florescimento das Plantas
Guido N. Lopes
Doutor em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP,
Membro Titular Fundador da Academia Roraimense de Ciências,
Docente do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola do Centro de Ciências Agrárias da UFRR,
[email protected]
Magna M. M. Ferreira
Doutora em Fitotecnia pela Universidade Federal de Viçosa,
Docente da Escola Agrotécnica da UFRR
Cientistas ingleses concluíram em abril de 2007 uma
busca científica que durava a mais de 70 anos, sobre o
mecanismo molecular responsável pelo florescimento das
plantas.
Dr. Katja Jaeger e Dr. Philip Wigge publicaram no
Current Biology os resultados da pesquisa sobre a ação da
proteína FT (Flowering Locus T) como um sinal de longo
intervalo na família de Arabidopsis thaliana.
A descoberta científica decorrente de pesquisa básica
revela a operação de um mecanismo vital do
funcionamento das plantas, demonstrando como o sinal
que controla o florescimento sendo enviado para a parte
aérea das plantas.
Mas como é o controle do florescimento no espaço e no
tempo?
O iniciar do processo de florescimento é uma das mais
importantes decisões que fazem as plantas para
desenvolver.
Plantas são organismos sensíveis e respondem as
mudanças ambientais.
O fotoperiodismo ou a capacidade de um organismo de
detectar o comprimento do dia torna possível para um
evento ocorrer em um determinado momento do ano,
permitindo, desse modo, uma resposta sazonal. Os ritmos
circadianos e o fotoperiodismo têm a propriedade comum
de responder a ciclos de luz e escuro.
A classificação das plantas de acordo com suas respostas
fotoperiódicas está baseada no florescimento, embora
muitos outros aspectos do desenvolvimento das plantas
possam também ser afetados pelo comprimento do dia. As
duas principais categorias de respostas fotoperiódicas são
plantas de dias curtos e plantas de dias longos:
A distinção essencial entre plantas de dias longos e
plantas de dias curtos é que o florescimento nas LDPs do
inglês Long-day plants é estimulado somente quando o
comprimento do dia excede uma certa duração, chamada
de comprimento crítico do dia, em cada ciclo de 24 horas,
enquanto a estimulação do florescimento nas SDPs do
inglês Short-day plants requer um comprimento de dia
menor do que o comprimento crítico do dia. O valor
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ISSN 1982-8470
absoluto do comprimento crítico do dia varia amplamente
entre as espécies.
Espécies que florescem em qualquer condição de
fotoperíodo são referidas como plantas de dias neutros,
DNPs; do inglês Day-neutral plant, e insensíveis ao
comprimento do dia. O florescimento das DNPs está
tipicamente sob regulação autônoma, isto é, controle do
desenvolvimento interno. Algumas espécies de dias
neutros, tais como feijão (Phaseolus vulgaris), evoluíram
próximo ao equador, onde o comprimento do dia é
constante ao longo do ano
Mudanças ambientais são sentidas pelas folhas enquanto
as respostas acontecem no ápice, requerendo comunicação
de longo alcance dentro da planta.
Por muitos anos foi aceito, em experimento de enxertia,
que folhas expostas a iluminação podiam ativar o estímulo
floral das folhas até o ápice da parte aérea.
O entendimento desse mecanismo abre a possibilidade
de que se manipule a quantidade de vezes que uma planta
produz flor. Um importantíssimo assunto para pesquisa
aplicada.
Essa descoberta deverá produzir um impacto sobre a
produtividade agrícola.
A floração produz as frutas, assim como as sementes nas
plantas.
Frutas, sementes, brotos e inflorescências são os
constituintes básicos para quase todos os alimentos de
origem vegetal.
Controlar a floração significa que nós temos o
entendimento básico necessário para aumentar a
produtividade de plantas que produzem frutos e/ou
sementes, aumentando o número ciclos de floração em um
ano ou inibindo a floração.
Se aumentarmos o número de ciclos de floração em um
ano, poderíamos incrementar a produtividade, regulando o
mercado ou até produzindo super safras.
Se inibirmos a floração, teríamos a possibilidade de
incremento à produção de biomassa, seja para a produção
de biocombustíveis ou biogás, seja para a geração de
fitomassa verde para alimentação humana e/ou animal.
Agro@mbiente On-line, vol. 1, no. 1, jul/dez. 2007.
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Palavras-Chave: Biologia Molecular, Floração, Arabidopsis thaliana.
Guido N. Lopes e Magna M. M. Ferreira – Descoberto mecanismo molecular responsável pelo florescimento das plantas
O próximo passo da pesquisa científica é aprender a
manipular a proteína FT, responsável por disparar o sinal
que faz surgirem às flores, de forma que o conhecimento
adquirido venha transformar-se em uma tecnologia
disponível.
Para saber mais consulte no Portal de Periódicos da
CAPES:
KATJA E. JAEGER; PHILIP A. WIGGE. FT Protein Acts as a
Long-Range Signal in Arabidopsis. Current Biology. 31 May 2007.
DOI: 10.1016/j.cub.2007.05.008.
KATJA E. JAEGER; ALEXANDER GRAF; PHILIP A. WIGGE. The
Control of Flowering in Time and Space. Journal of Experimental
Botany, vol. 57, n. 13, p. 3415-3418, 2006. DOI: 10.1093/jxb/erl159.
Recebido e aceito para publicação em 13/12/07.
BATTEY, N.; CHIURUGWI, T. e TOOKE, F. Flowering Newsletter
bibliography for 2006. Journal of Experimental Botany Advance
Access published April 20, p. 1-11, 2007. DOI: 10.1093/jxb/erm028.
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ISSN 1982-8470
Agro@mbiente On-line, vol. 1, no. 1, jul/dez. 2007.
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