UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE CURSO DE FARMÁCIA JOICE ELENIR VIEIRA DA SILVA ANÁLISE COMPARATIVA DOS MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS EM UM HOSPITAL COM A LISTA DA RENAME E OMS – OS PRIMEIROS PASSOS PARA O PROCESSO DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS CRICIÚMA, JUNHO DE 2009. JOICE ELENIR VIEIRA DA SILVA ANÁLISE COMPARATIVA DOS MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS EM UM HOSPITAL COM A LISTA DA RENAME E OMS – OS PRIMEIROS PASSOS PARA O PROCESSO DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS Projeto de trabalho de conclusão de curso, apresentado para o curso de Farmácia da Universidade o Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador (a): Ângela Erna Rossato CRICIÚMA, JUNHO DE 2009. 1. INTRODUÇÃO A utilização ineficiente e irracional de medicamentos é um problema que afeta todas as esferas da saúde. O gasto supérfluo por paciente derivado de práticas ineficientes e o uso irracional acontecem geralmente com maior freqüência nos hospitais. Este fato é particularmente preocupante por que os recursos financeiros são escassos e por que os prescritores das comunidades com freqüência copiam as práticas dos prescritores hospitalares (WHO, 2003). Desde a antiguidade até a atualidade, é possível detectar o elevado consumo de medicamentos nas instituições hospitalares (MAIA NETO, 2005), pois a prescrição de medicamentos, continua sendo a intervenção médica mais frequentemente utilizada (ORDOVÁS; CLIMENTE; POVEDA, 2002). A terapia medicamentosa, portanto, representa uma das maiores parcelas dos custos hospitalares (CAVALLINI; BISSON, 2002). A organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a cobertura terapêutica da população, em uma política de assistência médico-farmacêutica, com cerca de 270 fármacos básicos (CAVALLINI, BISSON, 2002). Contrastando a esta política, verifica-se a presença da Indústria Farmacêutica, que com seu perfil inovador, disponibiliza no mercado, um grande número de especialidades farmacêuticas (GOMES; REIS, 2001; MARIN et al, 2003). Até o momento não se demonstrou que um grande número de medicamentos disponíveis resulta em maiores benefícios para a saúde do que um número mais limitado de produtos. Ao contrário, a existência de um número elevado de medicamentos pode gerar transtorno em todo o ciclo da assistência farmacêutica, na prescrição e na utilização dos mesmos (FEFER, 1999). No Brasil, além do elevado numero de medicamentos lançados no mercado, é possível deparar-se ainda com medicamentos sem comprovação de eficácia clínica, inadequada política de registro de comercialização de produtos farmacêuticos e, pressão das indústrias através das propagandas de medicamentos, propiciando o uso irracional (GOMES; REIS; 2001). Uma estratégia para minimizar estes problemas e divulgada pela OMS para promover o uso racional de medicamentos é a criação de comitês voltados aos medicamentos nas instituições hospitalares, também chamados aqui no Brasil de Comissão de Farmácia e Terapêutica. Estes comitês são formados por uma equipe multiprofissional e são criados para assegurar o uso seguro e racional dos medicamentos dentro das instituições (OMS, 2002). A Comissão de Farmácia e Terapêutica são instâncias, dentro de hospitais ou clínicas de atendimentos básicos, responsáveis pela avaliação do uso clínico dos medicamentos, desenvolvendo políticas para gerenciar o uso, a administração e o sistema de seleção. Funcionam como um foro que avalia e discute todos os aspectos do tratamento medicamentoso e orientam as áreas médicas, de enfermagem, administrativas e de farmácia sobre temas relacionados a medicamentos (GREEN et al, 2003). Uma comissão de farmácia e terapêutica bem sucedida precisa dispor de lideranças e membros apropriados, sendo composta por um grupo multidisciplinar de profissionais incluindo médicos, enfermeiros, farmacêuticos e um representante da direção do hospital. Uma das suas principais funções é avaliar e selecionar medicamentos para a padronização e promover sua revisão periódica (CEBRIM/CFF, 2003). A Seleção de Medicamentos é um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo. Assegura ao hospital acesso aos medicamentos mais necessários, adotando critérios de eficácia, segurança, qualidade e custo. Promove a utilização racional dos medicamentos. O uso racional dos medicamentos otimiza o equilíbrio entre eficácia, segurança e custo da assistência hospitalar (GOMES; REIS, 2001). A etapa de seleção de medicamentos constitui uma das atividades básicas dos hospitais e seu avanço e desenvolvimento é parte prioritária dos serviços da farmácia hospitalar. É a partir do resultado do processo de seleção de medicamentos que se estabelece o sistema racional de distribuição e informação de medicamentos (OPAS/OMS, 1997). A seleção de medicamentos é considerada o eixo do Ciclo da Assistência Farmacêutica, as demais atividades desse ciclo são desenvolvidas com base no elenco de medicamentos selecionados, tanto na atenção ambulatorial quanto na hospitalar, buscando estruturar e organizar sistemas efetivos (MARIN et al, 2003). Entende-se que no ciclo da Assistência Farmacêutica, o resultado de uma atividade é o ponto de partida da outra e a ausência de uma delas, ou sua execução de forma inadequada, acaba impedindo o correto funcionamento de todo o ciclo (CONASS, 2004). “A seleção de medicamentos constitui em um processo de escolha daqueles medicamentos eficazes e seguros, imprescindíveis ao atendimento das necessidades de uma dada população, tendo como base as doenças prevalentes, com a finalidade de garantir a terapêutica medicamentosa de qualidade nos diversos níveis de atenção à saúde” (BRASIL, 2001). O objetivo da seleção é proporcionar ganhos terapêuticos e econômicos. Os ganhos terapêuticos referem-se à promoção do uso racional e à melhoria da resolutividade terapêutica-acesso a medicamentos eficazes, seguros e voltados às doenças prevalentes. Os ganhos econômicos referem-se à racionalização dos custos dos tratamentos e, conseqüentemente, à otimização dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis (MARIN et al., 2003). A seleção de medicamentos fornece informações confiáveis e atualizadas aos prescritores e aos demais profissionais de saúde, proporcionando várias vantagens à instituição, seja pública ou privada, sendo assim: • Promove o uso racional dos medicamentos e assegura o acesso aos fármacos mais necessários, levando em conta à segurança, eficácia, qualidade e custo, uma vez que desmotiva o uso de medicamentos pouco efetivos, desnecessários e de qualidade duvidosa; • Provê de um mecanismo efetivo de manutenção da prescrição e controle de custos, já que evita a duplicação de prescrições e o uso inadequado de medicamentos através da utilização de um número restrito de medicamentos na instituição; • Facilita a atualização da equipe de saúde no uso apropriado de medicamentos através de informação objetiva e científica sobre os medicamentos selecionados publicados no formulário; • Promove o uso da Denominação Comum Brasileira (DCB) na prescrição e manejo administrativo dos medicamentos (AGUILAR; BITTNER, 1997). Para implementação de um processo de seleção de medicamentos, é recomendável seguir as seguintes etapas: • Escolha da comissão de seleção de medicamentos; • Nomeação da Comissão da Farmácia e Terapêutica; • Levantamento do perfil farmacológico do hospital; • Análise do nível assistencial e da infra-estrutura de tratamento existentes no hospital; • Análise do padrão de utilização de medicamentos; • Definição dos critérios de seleção a serem adotados; • Seleção dos medicamentos, com o desenvolvimento de formulários e métodos a serem empregados; • Edição e divulgação do formulário farmacêutico; • Atualização anual do formulário farmacêutico (GOMES; REIS, 2001; MARIN et al, 2003; FERRACINI; BORGES FILHO, 2005). O trabalho de seleção e padronização de medicamentos, com especial atenção ao seu processo de implementação, quando desenvolvido técnico e estrategicamente de maneira correta, torna possível que os indivíduos, atuando como grupo maximizem os resultados em relação aos recursos disponíveis favorecendo a aplicação de uma terapêutica racional no ambiente hospitalar (MARIN et al, 2003). Dentre as atividades da Comissão de Farmácia e Terapêutica, está será incumbida de realizar o levantamento do perfil farmacológico do hospital no intuito de iniciar a formação de Relação de Medicamentos Padronizados tendo por base a Lista de Medicamentos da OMS e a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). O surgimento dessa relação reflete o desenvolvimento adequado do processo de seleção, considerando à prevenção e o tratamento das patologias mais atendidas pela instituição correspondente (GOMES; REIS, 2001; MARIN et al, 2003). A lista modelo da RENAME juntamente com a Lista Modelo de Medicamentos da OMS, no ambiente hospitalar, pode ser uma referência na orientação e elaboração da Relação de Medicamentos Padronizados, instrumento este pertencente ao processo de Seleção e Padronização de medicamentos, podendo ser adaptados à realidade de cada instituição, segundo suas características locais, perfil epidemiológico da população e, disponibilidades dos medicamentos no mercado (BRASIL, 2002). Selecionar os medicamentos é atividade que necessita de comparações e escolhas fundamentais cientificamente, para as quais torna-se vital o uso de métodos e ferramentas capazes de produzir informações com qualidade e quantidade suficiente para a correta orientações das decisões a serem tomadas. Assim os dois critérios primordiais para a seleção de medicamentos devem ser eficácia e segurança (MARIN et al, 2003). A eficácia e segurança, por sua vez, podem ser alcançadas quando respeitados os critérios estabelecidos pela lista de medicamentos da OMS e Relação Nacional de Medicamentos Essenciais que, propõe-se a selecionar os medicamentos mais adequados para atender as necessidades de assistência à saúde da maioria da população. Seguem os critérios adotados: • Valor Terapêutico comprovado, com suficientes informações clínicas na espécie humana e em condições controladas, sobre a atividade terapêutica e farmacológica; • Baixa toxicidade; • Composição perfeitamente conhecida, como somente um princípio ativo excluindo-se sempre que possível, as associações fixas; • Denominação pelo princípio ativo, conforme DCB, ou na sua falta, DCI; • Informações suficientes sobre as características farmacocinéticas, farmacodinâmicas e farmacotécnicas; • Estabilidade em condições de estocagem e uso; • Menor custo de aquisição, armazenamento, distribuição e controle; • Menor custo no tratamento/dia e custo total do tratamento, resguardadas a qualidade; segurança e eficácia; • Formas farmacêuticas, apresentações e dosagem, considerando: Comodidade para administração aos pacientes; Faixa etária; Facilidade para cálculo da dose a ser administrada; Facilidade de fracionamento ou multiplicações da dose; • Necessidade da maioria da população (BRASIL, 2001). Quando dois ou mais medicamentos forem similares na qualidade, biodisponibilidade e estabilidade sob condições de armazenamento e uso, a seleção deverá ser feita com base em uma cuidadosa avaliação de suas relativas eficácias, inocuidade, qualidade, preço e disponibilidade (WHO, 1997). A Relação de Medicamentos Padronizados no hospital é uma publicação geralmente em forma de Manual que contém a lista de medicamentos selecionados para o uso na instituição. A lista deve ser concisa, completa e de fácil consulta, e a revisão deve ser realizada periodicamente (GOMES; REIS, 2001; BRASIL, 2002). Ao se implementar a Relação de Medicamentos Padronizados, composta somente por medicamentos cuja eficácia clínica é comprovada através da Medicina Baseada em Evidências é essencial que o Serviço de Farmácia incentive sua difusão e o comprimento da padronização de medicamentos do hospital. A habilidade da Comissão de Farmácia e Terapêutica para escolher os melhores fármacos e conscientizar os médicos sobre a relevância da seleção é importante para o êxito da implementação da Relação dos Medicamentos (ORDOVÁS; CLIMENTE; POVEDA, 2002). Apesar do processo de Seleção de Medicamentos caracterizar-se como uma ferramenta poderosa em prol do Uso Racional de Medicamentos, nos hospitais do sul do estado de Santa Catarina, esta atividade é insuficiente. Em um trabalho realizado por Rossato (2008) em 25 Farmácias Hospitalares do Sul do Estado de Santa Catarina, verificou-se que em relação ao processo de seleção e padronização de medicamentos, considerado o eixo do Ciclo Logístico da Assistência Farmacêutica, nenhum hospital entrevistado dispõe de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica e em 68% dos hospitais em estudo a escolha dos medicamentos é realizada exclusivamente pelos médicos. A participação do farmacêutico no processo de escolha dos medicamentos ocorre em apenas oito instituições. Em todas as instituições, independente da freqüência, há a prescrição de medicamentos não padronizados e em 80% dos casos o critério utilizado para a aquisição destes medicamentos é a solicitação médica, evidenciando a falta de uma metodologia objetiva e explicitada, cientificamente comparativa e documentada para a realização do processo de seleção e padronização de medicamentos (ROSSATO, 2008). Cabe ressaltar, que o Processo de Seleção de Medicamentos como estratégia para seu Uso Racional é um assunto recente em nosso país e conseqüentemente ainda pouco conhecido por nossos profissionais (MARQUES, ZUCCHI, 2006). E a tarefa de diagnosticar a necessidade terapêutica do paciente e identificar os medicamentos disponíveis estabelecendo custo-benefício requer conhecimentos não oferecidos na formação dos profissionais de saúde (RUMEL, et al, 2006). No ano de 2005, foi publicado o primeiro estudo internacional sobre a extensão da formação dos profissionais sobre a promoção racional dos medicamentos e constatou-se que na maioria dos casos, o assunto está incluído dentro do currículo, mas o tempo voltado a este tópico é de somente uma a quatro horas diárias. Associado aos fatores acima, temos ainda a relação, nem sempre benéfica, entre a indústria farmacêutica e os profissionais da área da saúde. Sendo assim, a formação de estudantes de medicina e de farmácia tem um papel crucial nas práticas futuras voltadas ao uso racional de medicamentos (MINTZES, 2005). Tendo em vista as inúmeras vantagens que um processo de Seleção e Padronização de Medicamentos propicia aos pacientes, a instituição hospitalar e ao Sistema de Saúde como um todo, é de suma importância incentivar e iniciar esta atividade nos ambientes hospitalares. No entanto para isso faz-se necessário, cumprir uma série de etapas iniciais que servirão de ponto de partida para as demais. Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivo realizar um levantamento dos medicamentos disponíveis em um hospital situado no sul do estado de Santa Catarina classificá-los farmacologicamente e confrontá-los com a lista RENAME e lista modelo de OMS. 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Instigar os profissionais e propor uma estratégia viável para iniciar um processo de Seleção de Medicamentos, com base em literaturas nacionais de fácil acesso, documentos disponíveis em sites, RENAMEs e a Lista Modelo da OMS. 2.2 Objetivos Específicos • Realizar levantamento in loco dos medicamentos disponíveis no hospital; • Categorizar os medicamentos segundo os Grupos Farmacológicos estabelecidas pela RENAME e lista Modelo da OMS; • Comparar os medicamentos disponíveis na instituição com os medicamentos contemplados na lista RENAME e na Lista da OMS. • Realizar análise comparativa, dos medicamentos disponíveis no hospital e não contemplados nas listas, em literaturas confiáveis e acessíveis aos profissionais de saúde, detalhando as etapas deste processo. 3. METODOLOGIA 3.1 Delineamento da Pesquisa O presente estudo constitui-se de um estudo comparativo dos medicamentos disponíveis em um hospital, buscando realizar levantamento in loco dos medicamentos disponíveis no hospital, caracterizando-as segundo os Grupos Farmacológicos, comparando-as com a RENAME e lista Modelo da OMS e posteriormente realizar uma análise comparativa, dos medicamentos disponíveis no hospital e não contemplados nas listas, em literaturas confiáveis e acessíveis aos profissionais de saúde, detalhando as etapas deste processo. 3.2 Local do estudo A instituição, onde será realizado o estudo é uma instiuição hospitalar, localizado na região sul do estado de Santa Catarina. É um hospital geral e atende a população de toda a região sul de SC. 3.4 Procedimento para a coleta dos dados O presente projeto será apresentado à Administração da Instituição Hospitalar. Logo darseá início as atividades no hospital. Ressaltamos a garantia da confidencialidade da instituição participante. A coleta documental darseá in loco, onde será anotados todos os nomes dos medicamentos, conforme sua concentração e formas farmacêuticas disponível no hospital. 3.5 Organização e tabulação dos dados Os dados coletados por meio de anotações, serão organizados na forma de tabelas, segundo sua classificações e posteriormente descritos e comparados com a literatura pertinenete. 3.6 Aspectos Éticos Por tratar-se de um estudo de análise documental os dados serão coletados in loco, pela pesquisadora, não há riscos que ameaçam a vida ou o bem-estar dos indivíduos envolvidos no estudo. Todos os procedimentos para a coleta de dados não são invasivos sob o aspecto físico. A pesquisa será realizada sob o consentimento da Administração do hospital. Salientamos que se por ventura a instituição recusar a continuidade do estudo, este será abandonado, sem danos à mesma. Os resultados da pesquisa serão tornados públicos, sejam eles favoráveis ou não, entretanto o sigilo será garantido, assegurando a privacidade da instituição pesquisada e não há despesas para a instituição participante. Os dados serão arquivados pelo orientador e pelo pesquisador principal até o término do estudo. Após a sua conclusão, os mesmos serão lançados em artigo científico. 4. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE PESQUISA Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Nove mbro Levantamento X bibliográfico Definição da X Metodologia Submissão do Projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa – UNESC Apresentação do Projeto à Direção do Hospital Coleta de dados Analise e tabulação de dados Redação do Artigo Apresentação do artigo X x X x x x x x x x x x x 5. ORÇAMENTO DOS GASTOS COM A PESQUISA Discriminação Valor R$ 150 folhas de papel A4 5,00 1 cartucho de tinta para impressora 20,00 Xeróx 15,00 Caneta 1,50 Total 41,50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUILAR, N. G.; BITTNER, M. R. Guia para el Desarrollo de Serviços Farmacêuticos: selección y formulário de medicamentos. OPAS/OMS, 1997. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. 3 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Gerência Técnica de Assistência Farmacêutica. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. 3 ed. Brasília: 2002. CAVALLINI, M. E.; BISSON, M. P. Farmácia hospitalar: Um Enfoque em Sistemas de Saúde.1 ed. São Paulo: Manole, 2002. 218p. CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE MEDICAMENTOS (CEBRIM); CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Comissão de Farmácia e Terapêutica: Instrumento para promover o uso racional de medicamentos. Farmacoterapêutica, Brasília, out/dez; n04: p.01-04, 2003. CONSELHO NACIONAL DOS SECRETÁRIOS DE SAÚDE. Para entender a gestão do Programa de Medicamentos de Dispensação em Caráter Excepcional. Brasília: CONASS, 2004. 100 p. FEFER, E. Uso racional de medicamentos. IN: BERMUDEZ, J. A. Z.; BONFIM, J. R. A (Org). Medicamentos e a reforma do setor de saúde. São Paulo: Hucitec, 1999.218p. FERRACINI, F. T.; BORGES FILHO, W. M. Prática Farmacêutica no ambiente hospitalar: do planejamento à realização. São Paulo: Atheneu, 2005. 287p. GOMES, M. J. V. M.; REIS, A. M. M. Ciências farmacêuticas uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2001. 558 p. GREEN, T.; BEITH, A.;CHALKER,J. Drugs and therapeutics committees: vehicles for improving rational drug use. WHO.Essential Drugs Monitor, n. 32, p. 10-11, 2003. MAIA NETO, J. F. Farmácia Hospitalar: e suas interfaces com a saúde. 1 ed. São Paulo: RX, 2005. 316p. MARIN, N.; LUIZA, V. L.; OSÓRIO-DE-CASTRO, C. G. S.; MACHADO-DOS-SANTOS, S. Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003. 334 p. MARQUES, D. C; ZUCCHI, P. Comissões farmacoterapêuticas no Brasil: aquém das diretrizes internacionais. Rev Panam Salud Publica , Washington, v. 19, n. 1, 2006 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/>. Acesso em: 01 Dez 2008. MINTZES, B. Educational initiatives for medical and pharmacy students about drug promotion: an international cross-sectional survey. World Health Organization (WHO) and Health Action International (HAI), European Union. 2005. 61p. ORDOVÁS, J.P.; CLIMENTE, M.; POVEDA, J.L. Selección de medicamentos y Guia Farmacoterapéutica. In: SOCIEDADE ESPAÑOLA DE FARMACIA HOSPITALARIA. Farmácia Hospitalaria. 2002. Disponível em <www.sefh.es>.Acesso em: 04 de junho de 2008. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD (OMS). Perspectivas políticas sobre medicamentos de la OMS: Promoción del uso racional de medicamentos: componentes centrales. Ginebra/Suiza: setembro, 2002. Disponible em: <http://www.who.int/en/>. Acesso em: 28/04/2009. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE/ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OPAS/OMS). Guia para el Desarrollo de Serviços Farmacêuticos Hospitalários: Seleción y Formulário de Medicamentos. Washington: OPAS, 1997. 20 p. (SÉRIE 5.1). ROSSATO, A.E. Diagnóstico dos Procedimentos Relacionados à Assistência Farmacêutica das Farmácias Hospitalares dos hospitais de pequeno e médio porte do sul do Estado de Santa Catarina – Brasil. 2008. 158 p. Dissertação (Mestrado em Farmácia). Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. RUMEL, D.; NISHIOKA, S.A.; SANTO, A.A.M. Intercambialidade de medicamentos: abordagem clínica e o ponto de vista do consumidor. Revista Saúde Pública, v.40(5), p.921-927, 2006. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Management Sciences For Health. Managing drug supply: the selection, procurement, distribution, and use of pharmaceuticals. West Hartford: Kumarian Press, 1997. World Health Organization (WHO). Drug and therapeutics committees. A practical guide. Geneva. 2003. APÊNDICE A - Declaração de Anuência Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC Departamento de Farmácia DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA Declaro para os devidos fins que tomei conhecimento dos objetivos do projeto: Análise Comparativa dos Medicamentos Disponíveis em um Hospital com a Lista da RENAME e a Lista da OMS, bem como dos procedimentos de pesquisa a serem realizados. Como representante legal da instituição hospitalar, ___________Fundação Hospitalar Santa Otília____________________________, do município de ______Orleans__________________, estou de acordo com a realização da pesquisa nos termos propostos, nas dependências desta Instituição. ______________________________________________ Assinatura do Representante Legal da Instituição Hospitalar _________________, ____/____/_____ APÊNDICE B - Declaração do Consentimento Livre e Esclarecido Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC Departamento de Farmácia PROTOCOLO DE PESQUISA CIENTÍFICA DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Resolução nº 196/96 e nº 251/97, do Conselho Nacional de Saúde/MS) Título do Projeto: Análise Comparativa dos Medicamentos Disponíveis em um Hospital com a Lista da RENAME e a Lista da OMS. Objetivos e Finalidades do Projeto: Realizar um levantamento dos medicamentos disponíveis em um hospital situado no sul do estado de Santa Catarina classificá-los farmacologicamente e confrontá-los com a lista RENAME e lista modelo de OMS. Coordenação do projeto: Professora Ângela Erna Rossato (Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC) (Fone: (48) 37215076;(48)-91136217 IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO OU RESPONSÁVEL LEGAL Nome do entrevistado: Doc. Identificação: Nome do responsável legal: (quando for o caso) Doc. Identificação: CONSENTIMENTO PÓS- INFORMAÇÃO 1. Declaro que, em ___/___/____, concordei em participar, na qualidade de entrevistado, do projeto de pesquisa acima referido, após devidamente informado sobre os objetivos e finalidades do mesmo. 2. As informações fornecidas aos pesquisadores serão utilizadas na exata medida dos objetivos e finalidades do projeto de pesquisa, sendo que minha identificação será mantida em sigilo e sob a responsabilidade dos coordenadores. 3. Não receberei nenhuma remuneração e não terei qualquer ônus financeiro pelo meu consentimento espontâneo em participar do projeto de pesquisa. 4. Independente deste consentimento, fica assegurado meu direito a retirar-me da pesquisa, em qualquer momento e por qualquer motivo, sendo que para isto comunicarei minha decisão ao coordenador do projeto, acima identificado. ___________, ___/ ____/ ____ _________________________ Assinatura do entrevistado _________________________ Assinatura do entrevistador APÊNDICE C - Carta de Apresentação do Estudo Universidade do extremo sul catarinense-UNESC Departamento de Farmácia Criciúma, _____ de ____________ de 2009. Prezado(a) Senhor (a), Meu nome é Joice Elenir Vieira da Silva, sou estudante da Graduação em Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense e estou desenvolvendo sob orientação da professora Angela Erna Rossato, meu Trabalho de Conclusão de Curso que tem como tema central o processo de Seleção e Padronização no ambiente hospitalar. O presente estudo constitui-se de uma pesquisa documental, utilizando como técnica de coleta de dados a análise documental, buscando realizar levantamento in loco dos medicamentos disponíveis no hospital, caracterizando-as segundo as classes farmacológicas, comparando-as com a RENAME e lista Modelo da OMS e elencando os Equivalentes Terapêuticos. Este levantamento e as análises comparativas são o ponto de partida para futuramente iniciar um processo de Seleção e Padronização de Medicamentos, segundo os critérios da OMS. Dessa forma, solicitamos a colaboração desta instituição para a realização da pesquisa nos termos propostos, nas dependências desta instituição. Antecipadamente agradecemos a atenção _____________________________ Acadêmica:Joice Elenir Vieira Da Silva Fone : (48) 99540414 [email protected] _________________________ Professora: Angela Erna Rossato Fone:48-3721576; 48-91136217 [email protected] JOICE ELENIR VIEIRA DA SILVA ANÁLISE COMPARATIVA DOS MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS EM UM HOSPITAL COM A LISTA DA RENAME E OMS – OS PRIMEIROS PASSOS PARA O PROCESSO DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS Trabalho de Conclusão de Curso, em formato de artigo, apresentado para obtenção do grau de Farmacêutico no curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador (a): Prof. (ª) Angela Erna Rossato CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009 ARTIGO ORIGINAL ANÁLISE COMPARATIVA DOS MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS EM UM HOSPITAL COM A LISTA DA RENAME E OMS – OS PRIMEIROS PASSOS PARA O PROCESSO DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS COMPARATIVE ANALYSIS OF AVAILABLE MEDICINE IN THE HOSPITAL WITH THE LIST OF ‘RENAME’ AND ‘OMS’, abbreviations in Portuguese – THE FIRST STEPS FOR THE SELECTION PROCESS OF MEDICINE Joice Elenir Vieira da SILVA1; Angela Erna ROSSATO2 1 Acadêmica do curso de farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense -UNESC no município de Criciúma (SC). ²Professora Orientadora do Curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Correspondência: Joice Elenir Vieira da Silva. E-mail: [email protected] Endereço para correspondência: Universidade do Extremo Sul Catarinense -UNESC Departamento de Farmácia, Bloco S, 2ºandar. Avenida Universitária - 1105 - Bairro Universitário - C.P. 3167 - CEP: 88806-000 - Criciúma/SC RESUMO: O processo de Seleção assegura ao hospital acesso aos medicamentos necessários ao perfil epidemiológico da instituição, adotando critérios de eficácia, segurança, qualidade e custo. No entanto em virtude da sua complexidade muitos hospitais não conseguem implementá-lo. O presente trabalho tem como objetivo propor uma estratégia viável para iniciar um processo de Seleção de Medicamentos. Trata-se de um estudo Comparativo dos medicamentos disponíveis em um hospital, buscando realizar levantamento in loco dos medicamentos disponíveis, em um hospital de médio porte localizado no sul do Estado de Santa Catarina, caracterizando-os segundo os Grupos Farmacológicos, comparando-os com a RENAME e lista Modelo da OMS, posteriormente realizar uma análise comparativa, dos medicamentos disponíveis no hospital e não contemplados nas listas, em literaturas confiáveis e acessíveis aos profissionais de saúde, detalhando as etapas deste processo. Como principais resultados destacam-se: o hospital em estudo não disponibiliza de uma Comissão de Farmacia e Terapêutica e de uma Relação de Medicamentos Padronizados; dos 236 medicamentos disponíveis no hospital, temos, que 104 estão contemplados nas duas listas (44%), 39 medicamentos somente na RENAME (17%) e 10 medicamentos somente na Lista Modelo da OMS (4%), totalizando 65% dos medicamentos contemplados em uma ou nas duas listas e 35% que corresponde a 83 medicamentos não estão contemplados, em nenhuma das listas. Em relação a literatura consultada, dos 83 medicamentos analisados, quatro estavam contemplados nos “Pareceres de Exclusão” da RENAME 2006 (11,76%) e 67,64% estavam contemplados no livro [Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional.],totalizando aproximadamente 79,4% dos medicamentos não contemplados em nenhuma das listas que foram encontradas informações em fontes nacionais, de fácil acesso e que seguem os critérios da Medicina Baseada em Evidências. O trabalho realizado sinaliza que no hospital em estudo o processo de Seleção e Padronização de Medicamentos nos moldes preconizados inexiste e que com a sistemática proposta neste trabalho é possível inicar e repensar esta prática. Palavras-chave: Seleção de Medicamentos. Hospital. RENAME. Lista Modelo da OMS. ABSTRACT The selection process ensures the hospital the access to the needed medicine for the epidemiological profile of the institution. The criteria of effectiveness, safety, quality and cost were adopted. However, because of its complexity, many hospitals cannot implement it. The current paper aims to propose a feasible strategy to start de medicine selection process.This is a comparative study of available drugs isa hoapital, research which tries to look into the available medicine in loco, in a medium hospital located south state of Santa Catarina, Brazil, characterizing them according to their Pharmacological Groups, comparing them with ‘Rename’ and the model list of ‘OMS’. Afterwards, it is carried out a comparative analysis of the available medicine in hospitals but is not seen in the lists, in reliable literature, and it is not possible for the health professionals. It gives the details of the steps of this process. As the main results are highlighted: the studied hospital does not provide a Commission of Pharmacy and Therapeutics or a List of Standard Medicine; from the 26 available drugs in the hospital, 104 are contemplated in the two lists (44%), 39 drugs are only in ‘RENAME’ (17%) and 10 ones are only in the Model List of ‘OMS’ (4%), adding up to 65% of the medicine contemplated in one or both lists and, 35% that correspond to 83% of medicine that are not contemplated in no list at all. Concerned to the consulted literature, from all the 83 drugs analyzed, four of them were contemplated in ‘Exclusion Concepts’ of RENAME 2006 (11.76%) and 67.64% were contemplated in the book ‘Clinical Pharmacology: fundaments of the rational therapeutics’, adding up to nearly 79.4% of the medicine non-contemplated in any of the lists where there was information from national sources of easy access and that follow the criteria of medicine based in evidences. The work points out that, in the studied hospital, the process of medicine selection and standardization does not exist in the proclaimed standard and that, with the methodology proposed in this paper, it is possible to begin to rethink about this practice. Key words: Medicine selection, hospital, ‘RENAME’, Model List of ‘OMS’ INTRODUÇÃO A utilização ineficiente e irracional de medicamentos é um problema que afeta todas as esferas da saúde. O gasto supérfluo por paciente derivado de práticas ineficientes e o uso irracional acontecem geralmente com maior freqüência nos hospitais. Este fato é particularmente preocupante por que os recursos financeiros são escassos e por que os prescritores das comunidades com freqüência copiam as práticas dos prescritores hospitalares (Who, 2003). Os erros de medicação são ocorrências comuns que podem assumir dimensões clinicamente significativas podendo levar a importantes agravos à saúde dos pacientes, inclusive a morte, com relevantes repercussões econômicas e sociais, sendo considerado atualmente um importante problema de saúde pública (Rosa; Anacleto; Perini, 2008; López, et al, 2003). Tais erros podem estar relacionados com as práticas profissionais, os produtos utilizados para os cuidados de saúde, os procedimentos e os sistemas, incluindo falhas na prescrição. (FIP, 1997). O grande número de especialidades farmacêuticas disponíveis associadas à falta de informação atualizada sobre os medicamentos e sobre os pacientes são fatores que dentre outros contribuem para a ocorrência de erros (Otero et al., 2002). Uma estratégia para minimizar estes problemas e divulgada pela OMS para promover o uso racional de medicamentos é a criação de comitês voltados aos medicamentos nas instituições hospitalares, também chamados aqui no Brasil de Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). Estes comitês são formados por uma equipe multiprofissional e são criados para assegurar o uso seguro e racional dos medicamentos dentro das instituições (OMS, 2002). AS CFTs são instâncias, dentro de hospitais ou clínicas de atendimentos básicos, responsáveis pela avaliação do uso clínico dos medicamentos, desenvolvendo políticas para gerenciar o uso, a administração e o sistema de seleção. Funcionam como um foro que avalia e discute todos os aspectos do tratamento medicamentoso e orientam as áreas médicas, de enfermagem, administrativas e de farmácia sobre temas relacionados a medicamentos e é responsável pela Seleção de Medicamentos (Green; Beith; Chalker, 2003). A Seleção de Medicamentos é um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo. Assegura ao hospital acesso aos medicamentos mais necessários, adotando critérios de eficácia, segurança, qualidade e custo (Gomes; Reis, 2001). O objetivo da seleção é proporcionar ganhos terapêuticos e econômicos. Os ganhos terapêuticos referem-se à promoção do uso racional e à melhoria da resolutividade terapêutica-acesso a medicamentos eficazes, seguros e voltados às doenças prevalentes. Os ganhos econômicos referem-se à racionalização dos custos dos tratamentos e, conseqüentemente, à otimização dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis (Marin et al., 2003). Apesar do processo de Seleção de Medicamentos caracterizar-se como uma ferramenta poderosa em prol do Uso Racional de Medicamentos, no Brasil apenas 3,6% dos hospitais possuem Comissão de Farmácia e Terapêutica funcionamento regularmente e 27,2% possuem a Relação de Medicamentos Padronizados atualizada (Osório de Castro & Castilho, 2004). Nos hospitais do sul do estado de Santa Catarina, esta atividade também é incipiente, como mostra os resultados da pesquisa realizada por Rossato (2008) em 25 Farmácias Hospitalares do Sul do Estado de Santa Catarina. Nesta verificou-se que em relação ao processo de seleção e padronização de medicamentos, considerado o eixo do Ciclo Logístico da Assistência Farmacêutica, nenhum hospital entrevistado dispõe de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica e em 68% dos hospitais em estudo a escolha dos medicamentos é realizada exclusivamente pelos médicos. A participação do farmacêutico no processo de escolha dos medicamentos ocorre em apenas oito instituições. Em todas as instituições, independente da freqüência, há a prescrição de medicamentos não padronizados e em 80% dos casos o critério utilizado para a aquisição destes medicamentos é a solicitação médica, evidenciando a falta de uma metodologia objetiva e explicitada, cientificamente comparativa e documentada para a realização do processo de seleção e padronização de medicamentos (Rossato, 2008). Cabe ressaltar, que o Processo de Seleção de Medicamentos como estratégia para seu Uso Racional é um assunto recente em nosso país e conseqüentemente ainda pouco conhecido por nossos profissionais (Marques & Zucchi, 2006). E a tarefa de diagnosticar a necessidade terapêutica do paciente e identificar os medicamentos disponíveis estabelecendo custo-benefício requer conhecimentos não oferecidos na formação dos profissionais de saúde (Rumel, et al, 2006). No ano de 2005, foi publicado o primeiro estudo internacional sobre a extensão da formação dos profissionais sobre a promoção racional dos medicamentos e constatou-se que na maioria dos casos, o assunto está incluído dentro do currículo, mas o tempo voltado a este tópico é de somente uma a quatro horas diárias. Associado aos fatores acima, tem ainda a relação, nem sempre benéfica, entre a indústria farmacêutica e os profissionais da área da saúde. Sendo assim, a formação de estudantes de medicina e de farmácia tem um papel crucial nas práticas futuras voltadas ao uso racional de medicamentos (Mintzes, 2005). Tendo em vista as inúmeras vantagens que um processo de Seleção e Padronização de Medicamentos propicia aos pacientes, a instituição hospitalar e ao Sistema de Saúde como um todo, é de suma importância incentivar e iniciar esta atividade nos ambientes hospitalares. No entanto para isso faz-se necessário, cumprir uma série de etapas iniciais que servirão de ponto de partida para as demais. Estas etapas são complexas e nem sempre ao alcance dos profissionais, principalmente porque as fontes de informação que atendem aos critérios da Medicina Baseada em Evidências são na sua maioria em outro idioma e necessitam de vários conhecimentos específicos, dificultando a leitura e a interpretação e conseqüentemente, desmotivando os profissionais. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo instigar os profissionais e propor uma estratégia viável para iniciar um processo de Seleção de Medicamentos, com base em literaturas nacionais de fácil acesso, documentos disponíveis em sites, RENAMEs e a Lista Modelo da OMS. MÉTODO O presente estudo constitui-se de um estudo comparativo, onde foi realizado um levantamento in loco dos medicamentos disponíveis no hospital estudado, caracterizando-os segundo os Grupos Farmacológicos, comparando-os com a RENAME e lista Modelo da OMS, posteriormente realizar uma análise comparativa, dos medicamentos disponíveis no hospital e não contemplados nas listas, em literaturas confiáveis e acessíveis aos profissionais de saúde, detalhando as etapas deste processo (realizado). A instituição, onde foi realizado o estudo é uma instiuição hospitalar, localizado na região sul do estado de Santa Catarina. É um hospital geral e atende a população de toda a região sul de SC. A investigação aconteceu mediante autorização e consentimento da Administração da Instituição Hospitalar. Por tratar-se de um estudo de análise documental os dados foram coletados in loco, pela pesquisadora, não havendo riscos que ameaçassem a vida ou o bem-estar dos indivíduos envolvidos no estudo. Todos os procedimentos para a coleta de dados não foram invasivos sob o aspecto físico. Salientando que se por ventura a instituição recusasse a continuidade do estudo, este seria abandonado, sem danos à mesma. RESULTADO E DISCUSSÃO A instituição hospitalar em estudo não dispõe de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) e não possui uma Relação Padrão dos Medicamentos disponíveis na instituição, em virtude disso, para dar início à análise, primeiramente foi realizado in loco um levantamento físico dos medicamentos disponíveis no estoque do hospital (Etapa 1). Após o levantamento, procurou-se nas literaturas específicas (Dicionário Terapêutico Guanabara e Bulário Eletrônico) o nome genérico e comercial dos medicamentos, com estas informações montou-se uma tabela por Nome Genérico, totalizando 236 medicamentos em 285 formas farmacêuticas. Sendo que para análise deste trabalho foi considerado somente o Nome Genérico (Etapa 2). Após elencar os 236 medicamentos estes foram categorizadas um a um em Grupos Farmacológicos segundo os critérios da RENAME e OMS, totalizando 28 Grupos. Posteriormente foi contabilizado quantos medicamentos por Grupo estavam contemplados na RENAME, na OMS e no Hospital, após foi realizada a análise comparativa um a uma nas referidas listas com os medicamentos disponíveis no hospital como ilustra a Figura 1, (Etapa 3). Figura 1: Quadro comparativo dos medicamentos disponíveis no Hospital X RENAME X OMS Na lista Modelo da OMS estão disponíveis 302 medicamentos divididos em 27 Grupos Farmacológicos, já na Lista RENAME estão disponíveis 366 medicamentos divididos em 26 Grupos Farmacológicos, neste trabalho optou-se em seguir a categorização da RENAME. No entanto um fator que dificultou a análise é que a numeração dos Grupos Farmacológicos nas duas listas difere entre si. Dos 236 medicamentos disponíveis no hospital, 114 medicamentos (48,30%) estão contemplados na Lista Modelo da OMS e 143 medicamentos (60,59%) na RENAME. Estratificando temos, que 104 medicamentos estão contemplados nas duas listas (44%), 39 medicamentos somente na RENAME (17%) e 10 medicamentos somente na Lista Modelo da OMS (4%), totalizando 65% dos medicamentos contemplados em uma ou nas duas listas e 35% que corresponde a 83 medicamentos não estão contemplados, em nenhuma das listas. Em um ambiente hospitalar, a implantação de uma CFT deve ser estimulada, pois a CFT traz inúmeros benefícios. Dentre as atividades da CFT, está de realizar o levantamento do perfil farmacológico do hospital no intuito de iniciar a formação de Relação de Medicamentos Padronizados tendo por base a Lista modelo da OMS e a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). O processo de seleção de medicamentos é uma atividade que necessita de comparações e escolhas fundamentadas cientificamente, para as quais se torna vital o uso de métodos e ferramentas capazes de produzir informações com qualidade e em quantidades suficientes para a correta orientação das decisões a serem tomadas. Assim os dois critérios primordiais para a seleção de medicamentos devem ser a eficácia e segurança, que por sua vez, pode ser alcançada quando respeitados os critérios estabelecidos pela lista de medicamentos da OMS e RENAME que se propõem a selecionar os medicamentos mais adequados para atender as necessidades de assistência à saúde da maioria da população (Brasil, 2007; Marin, et al, 2003). A lista da RENAME juntamente com a Lista Modelo da OMS, no ambiente hospitalar, pode ser uma referência na orientação na elaboração da Relação de Medicamentos Padronizados, podendo ser adaptadas à realidade de cada instituição, segundo suas características locais, perfil epidemiológico da população e, disponibilidade dos medicamentos no mercado (Gomes; Reis, 2001; Brasil, 2002). Contrastando a esta política, verifica-se a presença da Indústria Farmacêutica, que com seu perfil inovador, disponibiliza no mercado, um grande número de especialidades farmacêuticas (Gomes; Reis, 2001; Marin et al, 2003). Até o momento não se demonstrou que um grande número de medicamentos disponíveis resulta em maiores benefícios para a saúde do que um número mais limitado de produtos. Ao contrário, a existência de um número elevado de medicamentos pode gerar transtorno em todo o ciclo da assistência farmacêutica, na prescrição e na utilização dos mesmos (F, 1999). Dos 263 medicamentos disponíveis na instituição 83 não estão contemplados em nenhuma das listas (RENAME e OMS). No entanto isso não significa que estes medicamentos não são adequados à instituição, para isso deve ser avaliado o perfil epidemiológico e as evidências científicas, sendo a última, objeto de investigação neste trabalho. Diante da amplitude dos medicamentos não contemplados em nenhuma das listas (35%) optou-se em buscar informações de forma aleatória, sobre seis Grupos Farmacológicos, 1. Analgésicos, Antipiréticos e Medicamentos para Enxaqueca; 2. Antiinflamatório e Medicamentos utilizados no Tratamento da Gota; 3. Medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Central e Periférico; 4. Medicamento que atuam no Sistema Cardiovascular e Renal; 5. Medicamentos que atuam no Sangue; 6. Medicamentos que atuam no Sistema Respiratório; totalizando 34 medicamentos. A busca de dados seguiu a ordem e os critérios estabelecidos na sistemática proposta neste trabalho (Figura 2) os resultados da pesquisa foram organizados em quadros e os aspectos relevantes sublinhados (Figura 3). Estando o medicamento contemplado em pelo menos uma, duas ou três das fontes consultadas, a busca foi suspensa, pois o objetivo é mostrar que há informação disponível e não esgotar o assunto. Início do Processo de Seleção e Padronização de Medicamentos - Passo a Passo Sistemática Proposta Etapa 1: Há Lista dos Medicamentos Disponíveis na Instituição? Se não: Realizar o levantamento in loco um a um, anotando: Denominação, concentração e forma farmacêutica. Se sim: partir para a etapa 2. Etapa 2: Consultar os nomes genéricos dos medicamentos no Dicionário Terapêutico Guanabara, Bulário da ANVISA, a Lista do Código DCB, e demais bulários) e construir uma planilha dos medicamentos disponíveis no hospital por nome genérico, contendo concentração e forma farmacêutica. Nome Genérico Concentração Forma Farmacêutica Amoxicilina 500mg Comprimidos Etapa 3: Após elaboração da planilha, classificá-los segundo a RENAME 2008 e a Lista Modelo da OMS por Classes Farmacológicas e verificar um a um se estes estão contemplados nas listas. Para realizar esta comparação considerar somente o fármaco. Grupo Farmacológico Nome Genérico RENAME 2008 Lista Modelo da OMS Antibacterianos Amoxicilina OK OK Etapa 4: Buscar informações sobre os Fármacos não contemplados em nenhuma das duas listas, conforme critério de busca proposto: a) Pareceres de exclusão disponíveis nas RENAMEs 2006 e 2008: [http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1337] b) Documentos sobre Farmacoterapia Baseada em Evidências, disponível no site da OPAS: [<http://www.opas.org.br/medicamentos/temas.cfm?id=46&CodBarra=2>]. c) Fundamentos Farmacológicos e Clínicos, disponível no site da ANVISA: [< http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/INDEX.HTM>]. d) Boletim Farmacoterapêutica do CEBRIM, disponível no site do Conselho Federal de Farmácia (CFF); [<http://www.cff.org.br/#[ajax]pagina&id=201>] e) Boletim Informativo da OMS sobre produtos Farmacêuticos, diponível no site da ANVISA, sendo necessário consultar um a um OU utilizar como ferramenta de busca no GOOGLE a combinação de palavras : “fármaco + OMS + ANVISA”, se o fármaco estiver disponível, esta combinação de palavras direcionará para o referido boletim. [<http://www.anvisa.gov.br/>] f) Literaturas Nacionais: • • • • • • PRADO, F. C.; VALLE, J. R.; RAMOS, J.A. Atualização Terapêutica 2007. KATZUNG, B.G. Farmacologia Básica & Clínica. FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. FERREIRA, M.B.C. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. G.; HARDMAN, J.G.; LIMBIRD, L. E. Goodman e Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. WELLS, B.G.et al. Manual de Farmacoterapia. DUNCAM, B.B; SCHIMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências g) Biblioteca Virtual em Saúde: [<http://www.bireme.br/php/index.php>] h) Sociedade Espanhola de Farmácia Hospitalar: [< http://www.sefh.es>] Figura 2: Sistemática Proposta: Passo a Passo 1 Grupo Farmacológico Analgésicos, Antipiréticos e Medicamentos para Enxaqueca. Medicamento: Cloridrato de tramadol O tramadol atribui efeitos analgésicos superiores aos de agentes não-opióides e efeitos adversos similar aos outros opióides, porém acrescenta convulsões, o que motivou alerta nos Estados Unidos. Em estudos com dor crônica de neoplasias foi comparadas a eficácia analgésica de tramadol e morfina, por via oral, em pacientes com câncer. Observaram que, apesar de efeitos adversos como náuseas e constipação terem sido menores com tramadol, o controle da dor foi menos satisfatório. A indicação de analgésicos opióides para o manejo de dor crônica não neoplásica ainda suscita controvérsias. Tolerância, dependência física, efeitos adversos e exacerbação de incapacitações funcionais seriam razões para se limitar o seu uso (Ferreira; Hidaldo; Caumo, 2004). Medicamentos: Cafeína + carisoprodol + diclofenaco sódico + paracetamol Cafeína + dipirona sódica + citrato de orfenadrina Cafeína + dipirona sódica+ mucato de isometepteno A cafeína presente entre muitas preparações comerciais, é um coadjuvante analgésico fraco. As associações entre analgésico não-opióides, não são desejáveis, pois a competição pelas proteínas plasmáticas resulta em diminuição da concentração sanguínea de um deles. Além disso, há acentuação dos efeitos gastrintestinais. Cabe ressaltar que as associações não são bem vindas em nenhuma das listas citadas, sendo que a OMS recomenda no sentido de reduzir as associações medicamentosas, a instituir o uso de monofarmacos isso em face da observação de que a toxicidade aumenta na proporção direta do número de fármacos concorrentes. Na Europa foi recomenda a suspensão da comercialização de todos os produtos contendo o carisoprodol. A agência fez esta recomendação após uma revisão que concluiu que os riscos destes medicamentos são maiores que seus benefícios. Há evidências para o risco de abuso ou vício bem como intoxicação e eventos relacionados com o comprometimento psicomotor, carisoprodol. Devido ao risco dos sintomas de abstinência, os pacientes não devem interromper o tratamento com o carisoprodol antes de consultar seus médicos (Ferrira & Wannmacher, 2004; Storpirtis, 2008; OMS, 2007). Medicamento: Tartarato de ergotamina A ergotamina no tratamento de crises de enxaqueca leve a moderada sua eficácia é a mesma de analgésicos nãoopióides que a substituíram. Em crises intensas, não-responsivas aos medicamentos prévios, foi substituída por sumatriptana e outros agonistas da serotonina, uma vez que esses apresentam menos efeitos adversos Além disso, a ergotamina pode exacerbar a náusea e o vômito que comumente acompanham as crises. Outro aspecto importante é o surgimento de um ciclo de dependência após o seu uso no tratamento da enxaqueca, produzindo dor de cabeça “rebote”. Em função do exposto e porque a forma de comprimido sublingual não está disponível no Brasil, recomendou-se a exclusão de tartarato de ergotamina (RENAME, 2006). Medicamento: Meperidina A morfina é agente de escolha no manejo de dor aguda intensa. A meperidina também é comparável à morfina, porém sua meia vida é mais curta e apresenta um décimo da potência desse agente. Em doses equipotentes, produz mais efeitos adversos que a morfina. Com administração prolongada, uso de altas doses, causa excitabilidades no SNC (tremores, abalos musculares e convulsões). Opióides usados por indivíduos sem dor crônica podem ocasionar dependência,(Ferreira; Hidalgo; Caumo, 2004). 2 Grupo Farmacológico Antiinflamatório e Medicamento utilizados no tratamento da Gota. Medicamentos: Celecoxibe, Etodolaco e Nimesulida. Não há diferenças de eficácia entre os AINES, mas estudos mostram que inibidores seletivos da COX-2 (celecoxibe, etodolaco e nimesulida), questiona-se se benefício tão discreto justifica o uso clínico de inibidores seletivos de COX-2 em detrimento de AINES não-seletivos. Além disso, uma metanálise de desfechos de morbidade e mortalidade em ensaios clínicos mostra que a incidência de eventos adversos graves - incluindo morte, internação hospitalar e qualquer evento de risco de morte ou evento levando a incapacidade grave - foi significativamente maior com os antiinflamatórios não-esteroidais (AINE) seletivos da COX-2 comparado com os não seletivos. Como são produtos relativamente novos, seus efeitos de longo prazo em outros sistemas são pouco conhecidos, sendo prudente atentar para efeitos adversos inesperados. Além disso, o custo desses medicamentos é muito maior que o dos AINES não-seletivos. Nimesulida foi suspenso dos mercados espanhol e finlandês em função da hepatotoxicidade grave. Paralelamente ao risco desses agentes, seu custo é muito maior que o dos AINE não seletivos (Ferreira & Wannmacher, 2004; Wannmacher & Bredemeir, 2004; CEBRIM, 2004). Medicamentos: Cetorolaco de trometamina, Cetoprofeno, Diclofenaco e Naproxeno. Todos os AINES não seletivos têm eficácia antiinflamatória similar, porém o cetorolaco é eficaz analgésico com moderada eficácia antiinflamatória. Diclofenaco injetável tem atualmente largo emprego, apesar de serem raros os ensaios clínicos comparativos. A falta de eficácia comprovada, aliada á descrição de efeitos adversos, exige que seu uso seja cauteloso. Estudos de 11 casos e controles mostraram que cetoprofeno induziram maior risco de toxicidade que outros AINES. Naproxeno tem grande eficácia, porém em doses maiores que 500 mg/dia ocorre saturação da ligação às proteínas plasmáticas, aumentando a depuração com conseqüente elevação não proporcional dos níveis plasmáticos de naproxeno. Entretanto, a concentração de naproxeno livre continua aumentando proporcionalmente à dose, por isso há restrições quanto ao seu uso (Ferreira & Wannmacher, 2004). Medicamentos: Fosfato dissódico de dexametasona + dipirona sódica + cianocobalamina Fosfato dissódico de dexametasona + vitamina B1, B6 e B12 + cloridrato de procaína. Não foram encontrados em literatura análises destas associações, porém a literatura consta que Corticosteróide intra-articulares e sistêmicos (dexametasona + associações) estes são eficazes e relativamente seguros, sendo recomendados somente a pacientes com contra indicações a AINE e colchicina. Antiinflamatórios esteróides promovem melhora sintomática de uma série de manifestações clínicas, sem afetar a evolução da doença básica. Ao lado de esperados benefícios, há risco de potenciais efeitos adversos, observados numa variedade de tecidos orgânicos, na dependência de doses empregadas e, sobretudo, de duração do tratamento (Ferreira & Wannmacher, 2004; Brasil, 2008). 3 Grupo Farmacológico Medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Central e periférico. Medicamento: Gincko biloba Apesar da existência de grande número de ensaios clínicos testando Gingko biloba, não há consenso sobre sua real utilidade no tratamento da demência. Curta duração dos ensaios clínicos, utilização de desfechos clinicamente pouco relevantes e pequenos tamanho de efeito encontrado são as justificativas de alguns autores que acreditam na ausência de benefício (Ferreira, 2004; MS, 2002). Medicamentos: Cloridrato de paroxetina, Cloridrato de sertralina, Cloridrato de venlafaxina. Em estudos de comparação entre antidepressivos inibidores, a sertralina, paroxetina e venlafaxina, mostraram efeitos adversos freqüentemente relatados, índices de mortalidade não diferiram entre os fármacos, porém diferenças significativas com eventos menos freqüentes. Estes novos fármacos levaram a uma boa aceitação entre os médicos, embora a eficácia desses fármacos mais recentes não ser superior a dos mais antigos ( Wannmacher, 2004; Baldessarini, 2003). Medicamentos: Alprazolam, Bromazepam, Flurazepam e Lorazepam. A principal diferença entre os fármacos são os parâmetros farmacocinéticas. Os fármacos flurazepam, lorazepam e bromazepam são similares com relação ao efeito sedativo. Sua eficácia hipnótica no tratamento da insônia transitória, quando são administradas por períodos curtos ou intermediários está bem estabelecida, quanto ao uso prolongado, dúvidas ainda persistem. Lorazepam e alprazolam são mais hidrofílicos sendo mais lentos para início de efeito, porém fazem efeito por mais tempo, não sendo recomendados para alívio imediato da ansiedade(Guimarâes, 2004; Wells et al., 2007). 4 Grupo Farmacológico Medicamentos que atuam no Sistema Cardiovascular e Renal Medicamento: Clortalidona A hidroclorotiazida (HCTZ) é o fármaco de primeira escolha como diurético, porém estudos comparativos entre hidroclorotiazida e clortalidona comprovam que a clortalidona, com a metade da dose da HCTZ possui maior potência e período de ação mais prolongado que a HCTZ. Apesar das evidências em favor da clortalidona, a HCTZ continua sendo o diurético tiazídico mais comum utilizado na prática clínica. Essa diferença ocorre principalmente em relação ao reduzido número de combinações fixas contendo clortalidona comparado com a grande disponibilidade de combinações fixas contendo HCTZ (Fuchs, 2004). Medicamento: Clonidina A clonidina têm grande eficácia antihipertensivo, porém o paciente que faz uso deste medicamento dever ter acompanhamento garantido, pois a interrupção do tratamento com clonidina após uso prolongado pode resultar em crise hipertensiva potencialmente fatal. A clonidina também produz bradicardia, provoca grandes números de efeitos colaterais, erupção ou irritação cutânea e atraso de 2 a 3 dias do inicio de ação, além de seu custo ser elevado. Por isso a clonidina não é a primeira opção para tratamento da hipertensão arterial. A metildopa é a mais antiga das drogas sendo padrão do grupo de antihipertensivos que atuam no SNC. (Benowitz, 2006; Schor, 2007; Schwwinghammer, 2007). Medicamento: Pindolol Pindolol pode ser vantajoso em pacientes com Insuficiência Cardíaca e Bradicardia Sinusial, mas, no entanto é menos eficaz que outros betabloqueadores (atenolol, metropolol, etc) em reduzir incidência de ocorrência cardiovascular e pode até aumentar o risco após infarto do miocárdio ou em pacientes com alto risco de doença coronarianas (Schwwinghammer, 2007). Medicamento: Atorvastatina Com base em evidências, selecionaram-se como medicamentos de referência as estatinas mais testadas – pravastatina, sinvastatina e lovastatina. Estudos comparando altas doses de atorvastatina a doses usuais de sinvastatina em pacientes após infarto do miocárdio não mostrou diferença estatisticamente significativa no desfecho primário de evento coronariano maior. A sinvastatina mostrou um perfil de custo-efetividade superior ao de outras estatinas nas hiperlipidemias e na profilaxia secundária da doença coronariana. Não há apresentações de genéricos de atorvastatina. Por todas essas razões, recomendou-se a substituição de atorvastatina por sinvastatina (RENAME, 2006) 5 Grupo Farmacológico Medicamentos que atuam no Sangue. Medicamento: Ferro quelato + glicinato + fumarato ferroso + gliconato ferroso Os sais ferrosos são preferíveis aos sais férricos serem mais absorvidos por via oral. Assim pela extensa experiência de emprego e também pelo menos custo, prefere-se o sulfato ferroso. Entre os sais de ferros, nenhum apresenta melhor biodisponibilidade e tolerabilidade entre eles. Deve-se evitar, sempre que possível, as preparações com vários hematínicos, e as associações com acido ascórbico, succinato e frutose, que apesar de aumentar a absorção, também aumenta os efeitos colaterais (Bordin, 2007; Moreira & Fuchs, 1992). Medicamentos: Bissulfato de clopidogrel e Cloridrato de ticlopidina Em ensaio clínico comparativo entre ácido acetilsalisílico com ticlopidina em pacientes com acidentes cerebrais isquêmicos transitórios a incidência de novos eventos neurológicos ou morte foi de 19% nos paciente do grupo do acido acetilsalisílico e 17 % nos pacientes do grupo de ticlopidina, uma redução de 2%. Embora a diferença de efeito seja relativamente pequena, o uso rotineiro da ticlopidina para essa indicação se mantém controverso, uma vez que ela apresenta potenciais efeitos adversos graves, hematológico grave com elevado índice de morte. Seu custo é alto em comparação a ácido acetilsalicílico. Clopidogrel foi comparado a ácido acetilsalicílico na prevenção de eventos vasculares em pacientes com alto potencial de risco para sangramento. Não houve diferença significativa de eficácia entre os grupos, mas o risco de sangramento foi maior com a associação, sem diferença na mortalidade. Em uma revisão sistemática, ticlopidina e clopidogrel foram modestamente mais eficazes que ácido acetilsalicílico, mas com custo mais alto. Em termos de segurança, clopidogrel superou ticlopidina e não diferiu de ácido acetilsalisílico. Quando a ticlopidina e clopidogrel substituem a aspirina no tratamento o ácido acetilsalisílico no tratamento da síndrome coronária aguda, deve se ter cuidado, porque o efeito não é tão rápido quanto ao do ácido acetilsalisílico, levando alguns dias para alcançar a ação plena (Paola, 2007; Wannmacher, 2005). 6 Grupo Farmacológico Medicamentos que atuam no Sistema Respiratório Medicamento: Aminofilina Em asma aguda, revisão Cochrane mostrou que aminofilina intravenosa não resultou em broncodilatação adicional em comparação a tratamento padrão, e a freqüência de efeitos adversos foi mais alta com aminofilina. Outra revisão Cochrane indicou que sua eficácia não está estabelecida em exacerbações de doença pulmonar obstrutiva crônica, mas os efeitos adversos aumentam.Pela eficácia apenas provável de aminofilina, aliada ao perfil de efeitos adversos e necessidade de monitorização, recomendou-se a exclusão da aminofilina (RENAME, 2006). Medicamento: Bromidrato de Fenoterol Estudo de casos controles demonstrou que o emprego de fenoterol por aerossol dosificado e por nebulizador representa risco relativo para a mortalidade. Também apresenta maiores aumentos de freqüências cardíacas, diminui potássio e QTC no eletrocardiograma, este é menos seletivo, sendo um fator de risco para mortalidade por asma devido às doses excessivas nas crises (Fuchs & Wannmacher, 1992). Medicamento: Teofilina Teofilina tem limitada eficácia em asma brônquica quando comparada a outros broncodilatadores, embora haja estudos que apontem seu benefício em asma crônica grave. O maior problema com seu uso é a toxicidade, pois é fármaco de estreita margem de segurança. Um estudo estimou taxa de mortalidade em torno de 10% associada com intoxicação por teofilina. Teofilina necessita de monitorização, pois, mesmo sendo a dose ajustada individualmente, a concentração sistêmica sofre variações em diferentes circunstâncias da vida do paciente. Como teofilina oral só apresenta benefício provável em terapia adicional de asma brônquica persistente pobremente controlada por corticóides inalatórios, e havendo alternativas mais eficazes e seguras, recomendou-se a exclusão da teofilina (RENAME, 2006; Fuchs, Faccin, Fischer, 2004). Medicamento: Sulfato de terbutalina Com relação à terbutalina, sua seletividade não é absoluta, pois com aumento das doses ocorrem efeitos beta-1. Taquicardia, tremores e nervosismo são os principais efeitos adversos (Thaddeu & Fuchs, 1998). Figura 3: Medicamentos analisados. No entanto, na primeira consulta (a) foram avaliados os 83 medicamentos não contemplados em nenhuma das listas e as fontes consultadas foram os “ Pareceres de Exclusão” das RENAMEs 2006 e 2008, todos disponíveis gratuitamente na net. Na RENAME 2008 não foi encontrado nenhum medicamento, no entanto na RENAME 2006 foram encontrados cinco medicamentos, sendo estes; aminofilina, teofilina e butilbrometo de escopolamina, tartarato de ergotamina, e atorvastatina. Dos 34 medicamentos, selecionados para análise, quatro deles já encontrados na análise global, estão contemplados nos “ Pareceres de Exclusão da RENAME 2006” e vinte e três medicamentos constam no livro [Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.], totalizando 79,4% dos medicamentos cujas informações estavam disponíveis em fontes nacionais, de fácil acesso e que seguem os critérios da Medicina Baseada em Evidências. Em análise da literatura, pode-se constar que a maioria dos medicamentos analisados e não contemplados na Lista RENAME e OMS não apresentam efetividade e segurança superior, quando comparados a outros medicamentos do mesmo grupo farmacológico contemplados nas listas, apresentado na maioria das vezes custo adicional ao tratamento. Outra constatação são os medicamentos disponíveis no hospital de eficácia duvidosa e com recomendação em outros continentes de suspensão do mercado devido à gravidade de seus efeitos adversos. A seleção cuidadosa de número limitado de medicamentos essenciais permite melhorar qualidade de atenção à saúde, gestão dos medicamentos, capacitação dos prescritores e educação do público, inclusive em países ricos. O impacto da adoção de tal política, se efetivamente posta em prática, é de manejar medicamentos mais eficazes, mais seguros, de menor custo e, por conseqüência, garantindo maior acesso à população. Só se incluem na lista medicamentos com suficiente tempo de uso, necessário à detecção de efeitos adversos e potenciais riscos somente observáveis na fase de pós-comercialização. Numa lista de medicamentos essenciais, evita-se incluir agentes com similar eficácia e segurança. Menor número de representantes facilita a prática médica e todos os aspectos do manejo farmacêutico (Wannmacher, 2006). O maior desafio é generalizar e internalizar um novo paradigma – o das condutas baseadas em evidências – em todos os profissionais da saúde. Por ser forma de pensar com pouco mais de 10 anos de existência, alguns de seus precursores assim se expressam: “ A medicina baseada em evidência percorreu um longo caminho, mas os desafios remanescentes sugerem que sua segunda década será mais excitante que a primeira” (Guyatt; Cook; Haynes, 2004). CONCLUSÃO O processo de Seleção e Padronização de Medicamentos segundo as diretrizes nacionais e internacional é extremamente complexo e foge do alcance da grande maioria dos profissionais que estão diariamente envolvidos com as atividades rotineiras do hospitalar. Para atingi-lo na sua plenitude os profissionais da área da saúde necessitariam de uma formação acadêmica sólida com base na Medicina Baseada em Evidências e os responsáveis pela administração hospitalar dispor de conhecimento e consciência de como este processo contribui para a qualidade da assistência prestada ao paciente e que os ganhos financeiros e terapêuticos nem sempre visíveis no primeiro momento, em longo prazo, repercutem em ganhos terapêuticos e econômicos imensuráveis para o paciente, para os profissionais e para a instituição como um todo. A complexidade do processo fica evidente, devido ao grande número de hospitais brasileiros que não dispõe de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica e não possui uma Relação Padrão dos Medicamentos Padronizados, que reflete de certa maneira, a falta de conhecimento técnico dos profissionais e da administração sobre a importância deste processo, dificultando a instituição de colocá-lo em prática. A dificuldade e a complexidade do processo de Seleção de Medicamentos também ficam evidenciadas com os resultados deste trabalho, tanto nas questões que se referem ao hospital, pois este não possui uma Comissão de Farmácia e Terapêutica, tanto na avaliação dos medicamentos pela sistemática proposta neste trabalho. Em relação ao hospital em estudo, quanto ao número de medicamentos disponíveis (n=236) comparando com o número de medicamentos da RENAME (n=366) e da OMS (302), numa análise preliminar tem-se a falsa impressão que a instituição está de acordo com os padrões propostos, no entanto quando comparados, os medicamentos disponíveis com a lista RENAME e OMS, dos 236 medicamentos classificados em 28 Grupos Farmacológicos 65% estavam contemplados em uma ou nas duas listas e 35%, que corresponde a 83 medicamentos não estão contemplados, em nenhuma das listas, perfazendo mais de 1/3 dos medicamentos da instituição. Destes, 34 medicamentos, que foram analisados segundo a sistemática proposta neste trabalho, 11,76% estavam contemplados nos “ Pareceres de Exclusão” da RENAME 2006 evidenciando a necessidade de escolhas e critérios técnicos para a inclusão dos medicamentos na instituição e 67,64% estavam contemplados no livro, [Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional.] totalizando aproximadamente 79,4% dos medicamentos não contemplados em nenhuma das listas que foram encontradas informações em fontes nacionais, de fácil acesso e que seguem os critérios da Medicina Baseada em Evidências, provando que há a disponibilidade de fontes de informação para realizar as análises preliminares e iniciar o processo de seleção de medicamentos na instituição, além dos outros medicamentos analisados cujas informações estavam disponíveis nos sites não governamentais e governamentais como OMS, OPAS, MS, ANVISA. Em relação à sistemática proposta, esta no primeiro momento parece ser uma atividade simples e rápida, no decorrer do processo se revelou trabalhosa, porém factível, sendo necessário dispor de tempo, conhecimentos e habilidades. Se estas são as etapas iniciais e menos complexas de um processo de Seleção e Padronização de Medicamentos, quando comparadas com as etapas que estão por vir, imagina-se o tempo, a disponibilidade de profissionais e o conhecimento que estes deveriam ter e dispor para realizá-la na sua plenitude. Porém o processo de Seleção de Medicamentos, apesar da sua complexidade e estar longe da práxis da maioria dos hospitais, deve ser uma prioridade para os profissionais de saúde e para as instituições hospitalares, iniciá-lo é o primeiro passo para a reflexão e para a busca do conhecimento e do tempo necessário para sua execução. Talvez em um primeiro momento não consigamos executá-lo plenamente, mas segundo proposta apresentada neste trabalho há ferramentas e literaturas nacionais de fácil acesso, onde é possível buscar informações confiáveis e que atendam aos critérios da Medicina Baseada em Evidência, desta forma possibilitando dar os primeiros passos do processo de seleção em prol do Uso Seguro e Racional dos Medicamentos nos ambientes hospitalares. Agradecimentos: Á direção da instituição hospitalar que possibilitou a realização deste trabalho, e a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para o desenvolvimento da mesma. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Baldessarini, RJ. (2003).Fármacos e o Tratamento dos Distúrbios Psiquiátricos. In: Goodman e Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica (LS. Goodman; AG. Gilman; JG. Hardman; LE. Limbird.). Rio de Janeiro: McGraw-Hill. Benowitz, NL.(2006). Fármacos Anti-Hipertensivos. In: Farmacologia Básica & Clínica. (BG. Katzung) Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 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