ANS - Nº 33415-4 CUIDAR DE VOCÊ. ESSE É O PLANO. Caçapava Manual de Reeducação Alimentar Este manual tem como objetivo mostrar que uma alimentação equilibrada fornece ao organismo energia e nutrientes para o bom desenvolvimento das atividades, bem como a manutenção da saúde. ALIMENTAÇÃO E SEUS NUTRIENTES Nutrientes são compostos essenciais para a nossa saúde e estão presentes nos alimentos. Podem ser classificados em energéticos: carboidratos; Construtores: proteínas; reguladores: vitaminas e minerais; e energéticos: gorduras e açúcares. CARBOIDRATOS Os carboidratos são nutrientes, responsáveis principalmente pelo fornecimento de energia para o organismo e podem ser divididos em simples e complexos. - Carboidratos simples: são formados por estruturas pequenas (glicose, frutose, sacarose) e são encontrados principalmente nos alimentos doces e nas massas: açúcar, mel, balas, arroz e macarrão refinados e outros. Por sua pequena estrutura, são rapidamente digeridos e absorvidos, o que pode levar a uma grande alteração dos níveis de glicose no sangue (glicemia). Podem ser imediatamente utilizados para produção de energia ou estocados (principalmente no fígado e nos músculos) para uso posterior, conforme a necessidade. - Carboidratos complexos: são formados pela união de várias estruturas de carboidratos, geralmente associados a fibras; por isso têm digestão mais lenta. São encontrados nos grãos integrais. A absorção gradual desses carboidratos é capaz de não causar grandes alterações na glicemia e garantir energia ao organismo por um maior período. Após absorvidos, assim como os carboidratos simples, podem ser imediatamente utilizados ou estocados. PROTEÍNA Proteínas são responsáveis pela renovação e construção de tecidos, músculos e hormônios. As principais fontes são: carnes, frango, peixe, ovos, leites e derivados, e as fontes de proteínas vegetais são: as leguminosas, como: feijão, soja, ervilhas, lentilha e grãos de bico. GORDURA As gorduras são fonte de energia e essenciais para a absorção de algumas vitaminas. Mas é muito importante determinar a quantidade e o tipo de gordura a ser ingerida para uma alimentação saudável. Existem três tipos de gorduras nos alimentos: saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas. Consumir gorduras em excesso, principalmente saturadas, é pouco saudável, sendo que a maioria das gorduras consumidas diariamente deve ser monoinsaturada e poliinsaturada. Saturadas – A gordura saturada é um derivado dos produtos de origem animal. É encontrada principalmente em carnes vermelhas e também brancas, pele de aves, creme de leite, manteiga, iogurte, azeite de dendê e bacon, por exemplo. Ela é considerada uma gordura prejudicial para o organismo humano, principalmente pelo fato de aumentar o colesterol ruim (LDL), podendo causar problemas cardiovasculares. Insaturadas (mono e poli) – São as gorduras boas, insaturadas, que têm origem principalmente vegetal, mas estão em alguns peixes também. São encontradas em azeite de oliva, óleo de milho e canola, castanha do pará, amêndoa, salmão, sementes de linhaça, abacate e outros alimentos. Ela faz com que o colesterol ruim (LDL) diminua no organismo, porém consumida em excesso poderá causar doenças coronarianas. A gordura insaturada é melhor do que a gordura saturada, quando consumida corretamente. Poliinsaturadas - A gordura poliinsaturada é rica em ácidos graxos essenciais, o Ômega 3 e Ômega 6, substâncias que não são produzidas pelo organismo mas devem ser consumidas, tendo que ser obtidas por meio da alimentação; também auxilia na redução e controle dos níveis de colesterol no sangue. O único ponto negativo é que ela reduz tanto o colesterol ruim (LDL) quanto o bom colesterol (HDL). Pode ser encontrada nos seguintes alimentos: óleo de soja, girassol, canola, milho; em peixes como o atum, sardinha e em frutos do mar; nozes e sementes de abóbora. Monoinsaturadas - No combate ao colesterol, à gordura monoinsaturada se mostra mais benéfica do que a poli, pelo fato de que ela reduz apenas os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue, enquanto estimula o aumento dos níveis do bom colesterol (HDL). Alimentos que são boa fonte de gordura monoinsaturada: azeite de oliva, abacate, amendoim, nozes e óleo de canola. O consumo de gordura monoinsaturada reduz as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. VITAMINAS E MINERAIS As vitaminas e os minerais são nutrientes essenciais para o funcionamento do nosso corpo. Regulam enzimas e hormônios, participam da manutenção do ritmo cardíaco, da contração muscular, do funcionamento cerebral e do equilíbrio do organismo como um todo. Devem ser ingeridos através da alimentação, já que não são produzidos pelo organismo. Algumas situações requerem aumento da necessidade desses nutrientes. São elas: estresse, exposição a poluentes ambientais, consumo de aditivos químicos, uso excessivo de medicamentos, gestação, lactação, crianças, idosos, doenças imunológicas, câncer e etc. As frutas, verdura, legumes, oleaginosas e grãos integrais são as principais fontes de vitaminas, minerais e fibras e devem estar presentes diariamente nas refeições. ORIENTAÇÕES GERAIS 1- Fazer 3 refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) onde estarão presentes: carboidrato ( pão, batata, mandioca...), proteína (carne, frango, peixe e ovo) e vitaminas e minerais (frutas, verduras e legumes). 2- Fracionar as refeições, após 3 horas das principais refeições, consumir um pequeno lanche ex: fruta, iogurte light, frutas secas, castanhas... 3- Dar preferência aos alimentos integrais, pois são ricos em fibras e tem o índice glicêmico baixo. 4- Consumir de 3 a 5 frutas variadas por dia. 5- Consumir 2 litros de água por dia. 6- Mastigar bem os alimentos (mastigação é o inicio da digestão) 7- Evitar consumir líquidos durante as refeições. 8- Evitar consumo de fritura, refrigerante, temperos prontos (glutamato monossódico), comidas industrializadas, corantes (suco pó e gelatina) e guloseimas em geral. 9- Praticar atividade física. Deixe que a alimentação seja o seu remédio e o remédio a sua alimentação (Hipócrates). O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam (Brillat-Savarin, 1825). ALIMENTAÇÃO E DOENÇAS CRÔNICAS: As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs) são uma das maiores causas de morte, principalmente em países desenvolvidos e grandes cidades brasileiras. As DCNTs não possuem uma única causa, geralmente seu surgimento se dá pela combinação de fatores genéticos com hábitos de vida, como atividade física e alimentação. Em relação à alimentação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) na Estratégia Global recomenda: • Controlar o balanço energético (equilibrar as calorias ingeridas e gastas pelo organismo) e o peso saudável; • Limitar o consumo de gorduras totais, substituir o consumo de gorduras saturadas por insaturadas e eliminar o consumo de gorduras trans; • Aumentar o consumo de frutas, vegetais, cereais integrais e castanhas; • Limitar o consumo de açúcares livres; • Limitar o consumo de sal (sódio) de todas as fontes e assegurar que o sal seja iodado. Alimentação na Hipertensão Um dos principais fatores ambientais modificáveis para o controle e prevenção da hipertensão arterial é a alimentação. O consumo excessivo de sal e o baixo consumo de vegetais, associado ao sedentarismo, obesidade e consumo exagerado de álcool, são os principais responsáveis pela doença. A dieta moderada mostra benefícios significativos para o controle da pressão arterial, inclusive em pacientes fazendo uso de medicamentos anti-hipertensivos. Recomendações: Reduzir a quantidade de sal na elaboração de alimentos para não mais que 2g; Retirar o saleiro da mesa; Restringir o consumo de alimentos industrializados como: molhos prontos, sopas em pó, embutidos, conservas, enlatados, congelados, defumados e salgados de pacote tipo snacks; Dar preferência aos temperos naturais como: limão, ervas, alho, cebola, salsa, cebolinha, em substituição aos similares industrializados. Alimentação e Dislipidemia A dislipidemia é definida como um distúrbio que altera os níveis séricos de lipídios circulantes. As alterações do perfil lipídico podem incluir elevação do colesterol total, dos triglicerídeos (TG), da LDL (lipoproteína de baixa densidade) e a diminuição da HDL (lipoproteína de alta densidade). O quadro de dislipidemia tem como principal fator desencadeador a aterosclerose, pode acontecer em decorrência de vários fatores (hábito alimentar, obesidade, sedentarismo, tabagismo, etilismo, envelhecimento, distúrbios genéticos); sendo a dieta o mais importante deles por exerce papel fundamental na determinação dos demais fatores. Evitar: • Alimentos com gordura saturada e/ou colesterol: toucinho, linguiça, bacon, carnes gordas, pele de aves, óleo/leite de coco, manteiga, azeite de dendê, creme de leite, mortadela, salame; • Alimentos com gordura trans: margarina comum (80% de lipídios), sorvetes cremosos, chocolates industrializados, biscoitos recheados, alimentos précozidos congelados, bolos industrializados prontos e em pó; • Frituras e gratinados; • Bebidas alcoólicas e refrigerantes; • Cereais refinados (pães, arroz e macarrão feitos com farinha de trigo refinada); • Excesso de açúcar e doces em geral. Preferir: • Carnes magras de aves (peito de frango) e boi (coxão duro e/ou patinho); • Peixes do tipo salmão, anchova, sardinha, atum, cavala; • Leite/iogurtes/coalhada desnatados, requeijão light, ricota, cottage, queijo minas frescal; • Alimentos ricos em ômega 3 como semente de linhaça, óleo de soja e canola, salmão, sardinha; • abacate, açaí são ricos em gordura monoinsaturada (gordura “boa”); • Farelo de aveia (1colher de sopa por dia) reduz absorção de colesterol. • Cereais integrais (pão, arroz, biscoito, macarrão); • Leguminosas diariamente (feijão, lentilha, grão-debico, soja); • Azeite de oliva extra virgem, margarina light (até 40% de lipídios) ou margarina líquida; • Ovos até 1 unidade por dia (cozido, pochê ou mexido); • Alimentos antioxidantes como: laranja, kiwi, limão, alho, couve-flor, brócolis, cenoura. Alimentação e diabetes O diabetes mellitus é uma alteração no metabolismo da glicose causada pela deficiência na produção ou na ação da insulina – hormônio responsável pela diminuição da taxa glicêmica no sangue. Dicas para uma boa alimentação: Para evitar episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia, fracionar dieta, fazendo de cinco a seis refeições ao dia, a cada três horas, com alimentos variados em pequena quantidade; Realize as refeições em local tranquilo, mastigando bem os alimentos. A boa mastigação contribui para uma boa digestão e melhor saciedade; Comece a refeição sempre pela salada para aumentar a saciedade, varie os tipos de verduras, legumes e frutas; Evite tomar líquidos durante as refeições, mas mantenha a boa hidratação, consumindo em média dois litros de água por dia - se não houver nenhuma restrição; Evite frituras e alimentos gordurosos. Prefira assados, grelhados e cozidos; Atenção ao consumo de sal! Tempere os alimentos com ervas aromáticas, temperos naturais. Eles realçam o sabor e dão cor aos alimentos, além de enriquecer o valor nutricional; Evite cereais refinados (pães, arroz e macarrão feitos com farinha de trigo refinada), excesso de açúcar e doces em geral. ALIMENTAÇÃO E OBESIDADE A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa corporal (IMC). Veja a Interpretação do IMC IMC Menor que 18,5 Entre 18,5 e 24,9 Entre 25,0 e 29,9 Entre 30,0 e 39,9 Maior que 40,0 CLASSIFICAÇÃO OBESIDADE Magreza Normal Sobrepeso Obesidade Obesidade Grave 0 0 I II III Recomendações: • Praticar atividade física; • Beber 2 litros de água por dia; • Evitar consumo de alimentos gordurosos (embutidos, comidas prontas, salgadinhos, bolachas recheadas...); • Evite cereais refinados (pães, arroz e macarrão feitos com farinha de trigo refinada), excesso de açúcar e doces em geral; • Faça as refeições principais como: café da manhã, almoço e jantar; • Fracione as refeições: coma de 3 em 3 horas – pequenos lanches; • Mastigue bem os alimentos; • Consuma frutas, verduras e legumes variados; • Prefira alimentos integrais; • Prefira alimentos naturais e preparações caseiras. CURIOSIDADES: Diet: Os produtos diet são aqueles especialmente formulados e que sofreram modificação no conteúdo de nutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas, sódio) e açúcares adequando-os à utilização a que se destina e, ao mesmo tempo, atendendo às necessidades das pessoas que apresentam alguma necessidade específica. Light: O alimento será definido como light quando apresentar uma diferença mínima, para menos, de 25% no valor energético ou de nutrientes em relação ao alimento comparado. Intolerantes à lactose: A intolerância à lactose é a incapacidade de digerir lactose. A lactose é um tipo de açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos, podendo ocasionar dores abdominais, enxaqueca e mau funcionamento do intestino. Devese evitar o consumo de leites e derivados. Doença celíaca (intolerância ao glúten): A Doença Celíaca (DC) é uma enfermidade do Intestino Delgado, hoje considerada comum. É ocasionada pelo consumo do Glúten, uma proteína presente no trigo, centeio e cevada, e ocorre em indivíduos geneticamente predispostos, podendo ocasionar enxaqueca, retenção de líquido e desconfortos abdominais. REFERÊNCIAS: http://www.einstein.br/einstein-saude/em-diacom-a-saude/Paginas/diabetes-em-crescimentoacelerado.aspx http://www.acelbra.org.br/2004/doencaceliaca.php http://www.nutricaopraticaesaudavel.com.br/index. php/saude-bem-estar/entenda-a-nova-piramidealimentar/ http://www.alimentacaosaudavel.org/Nutrientes.html http://www.semlactose.com/index.php/sobreintolerancia-lactose/ GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA Promovendo a Alimentação Saudável - Série A. Normas e Manuais Técnicos; Brasília DF; 2006. CUIDAR DE VOCÊ. ESSE É O PLANO. Ca apava Conteúdo produzido pela equipe do Espaço Saúde da Unimed Caçapava