O RELACIONAMENTO EMPRESA-CLIENTE NO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS. Maria Lia Carvalho Dantas Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas – UFSC, Tel: (71) 363-5912, [email protected] Norberto Hochheim Dr., Professor Titular do Departamento de Engenharia Civil – UFSC. [email protected] Abstract: This paper describes the consumer relationship management in the construction industry of Florianópolis. The survey identified contact points between clients and the building companies and how the contact occurs, in situations such as the product exposition, negotiations, real estate adaptation, delivery, maintenance and pos occupancy evaluation. Key-words: marketing, consumer relationship management, user satisfaction. 1.1 – O MARKETING DE RELACIONAMENTO O marketing de relacionamento, prega o atendimento individualizado, o chamado marketing “um-a-um”, através do profundo conhecimento dos clientes, oferecendo-lhes exatamente aquilo que desejam. Isto deve ser associado com a idéia de “trazer o cliente” para dentro da organização, fazendo com que ele participe do desenvolvimento de novos produtos/serviços e crie vínculos com a empresa. Assim as empresas dedicam-se mais aos seus clientes, monitoram constantemente seus concorrentes e desenvolvem um sistema de análise de “feedback” que transforma essa informação sobre o mercado e a concorrência em uma nova e importante informação sobre o produto (SALIBY, 1997). Para SOUZA (1994) a tônica desta abordagem está na chegada definitiva do computador ao marketing, através dos programas de database marketing, ou seja, se a empresa estiver organizada para guardar e registrar não apenas o nome, endereço, telefone de seus clientes, mas também as preferências, características comportamentais e outras informações, estará apta a desenvolver um programa longo e duradouro de marketing de relacionamento. RIBEIRO apud SALIBY (1997), destaca a importância do database marketing, apontando alguns benefícios da sua utilização, tais como: [1] permitir o diálogo com o cliente, através de vários meios de análise do feedback do cliente, como históricos de compras, pesquisas e etc, [2] Viabilizar o aprofundamento na base de clientes, através de programas de fidelização, de intensificação do valor, de volume e de freqüência de compras. [3] Permitir trabalhar nichos de mercado com eficiência e lucro, [4] oferecer maior controle sobre o canal de distribuição e [5] tornar o marketing mais contabilizado. O marketing de relacionamento também corrobora com a diminuição de diferenças entre a visão do empreendedor e do cliente. PARASURAMAN et al. (1985) identificam cinco hiatos em relação à qualidade, que podem ocorrer na prestação de serviços e que podem ser amenizados através do relacionamento com o cliente: Falha na comparação entre a expectativa do consumidor e a percepção gerencial; Falha entre a percepção gerencial e a especificação da qualidade do serviço; Falha na comparação entre a especificação e a prestação do serviço; Falha na comparação entre a prestação do serviço e a comunicação externa com o cliente; Falha na comparação entre expectativa do cliente e a percepção do cliente. ABREU (1996) enfatiza a necessidade do relacionamento empresa-cliente no pósvenda como forma de: manter os clientes satisfeitos após a compra, diminuir o efeito da dissonância cognitiva, aumentar a probabilidade de recompra, reconhecer os clientes como indivíduos e ocasionar situações de “recuperação de serviço” (transformar reclamações dos clientes em oportunidade para superar suas expectativas). É importante que a empresa atue de forma ativa e se antecipe ao cliente, procurando saber sua satisfação com o produto adquirido. O relacionamento com os clientes atuais, também é útil para antecipar o que estes desejarão dos produtos no futuro, contudo FREID; FREID (1995) alertam para o fato de que o comportamento do consumidor é bastante instável e pode mudar repentinamente. Desta forma, além de monitorar mudanças nos padrões de compra dos consumidores, deve-se monitorar as mudanças em forças externas que influenciam estes padrões. Quanto a operacionalização do gerenciamento relacional cliente-empresa STONE; WOODCOCK (1998) verificam a necessidade de identificar o período durante o qual os clientes se consideram envolvidos com a empresa e distinguir também entre os “episódios de contato”, quais são os de grande importância para os clientes. Além disto, estes autores definem de forma sucinta as etapas indispensáveis para o planejamento do gerenciamento do relacionamento empresa-cliente: [1] A mídia por meio da qual os contatos ocorrem; por exemplo, correspondência, telefone, contato pessoal; [2] A freqüência dos contatos (e o timing) pode ser um elemento importante nesse item;[3] Com quem cada contato ocorre (que parte da organização, que pessoa etc.);[4] O escopo de cada contato – que assuntos são cobertos;[5] As informações trocadas em cada contato; [6] Os resultados de cada contato, isto é, os próximos passos a serem dados tanto pelo cliente como pela organização; [7] O custo de cada contato para o cliente (não apenas em termos de dinheiro, mas também de tempo e tensão). 1.2 – O RELACIONAMENTO EMPRESA-CLIENTE NO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL No setor da construção civil, o período de contato empresa-cliente é bastante longo, visto que o cliente começa a relacionar-se com a empresa muitas vezes antes do inicio da construção, e continua ainda durante todo o período de obras e após a entrega desta. A justificativa alegada para não praticar o marketing de relacionamento, na maioria dos casos, seria que esta filosofia tem como premissas básicas a manutenção e a fidelização de clientes, então porque investir se a compra de residências (apartamentos ou casa) não ocorre com frequência ? De fato, neste setor existe uma tendência em focalizar excessivamente os diferenciais de qualidade do produto (ainda que seja sob a ótica do construtor), objetivando, sobretudo, a venda em si, não priorizando a qualidade de atendimento e serviços (ou qualquer outra forma de relacionamento em geral). Porém dados de pesquisas recentes apontam para outra direção. Na pesquisa realizada por JOBIM (1997) em Porto Alegre, constata-se que os itens relativos ao atendimento prestado pela empresa, como a demora na prestação dos serviços de assistência técnica, em conseqüência da falta de procedimentos formalizados para prestação destes serviços, foram as principais causas de insatisfação, evidenciando a importância das relações empresa cliente na formação da satisfação dos clientes de imóveis residenciais. Além disto os efeitos da satisfação (ou insatisfação) pós-ocupação não cessam nos clientes que efetivamente adquiriram os imóveis, mas se propagam rapidamente para os prováveis clientes. Este relacionamento pode ser dividido e analisado de acordo com o período em que ocorre seja antes, durante ou depois da compra, onde procura-se aqui listar quais as atividades que envolvem cliente e empresa, com quem o contato ocorre e o objetivo do mesmo buscando identificar algumas das oportunidades nas quais as empresas construtoras podem desenvolver e fortalecer o relacionamento com seus clientes (JOBIM,1997; SCARDOELLI et al.,1995; SOUZA et al., 1994). Desta forma, o quadro a seguir descreve este processo de forma sucinta: QUADRO1 - Relacionamento cliente-empresa, período antes e durante a compra. Período Ocasiões Meio do contato Objetivos Planejamento Pesquisa Questionários (enviados por Identificação de classes sócioestratégico mercadológica correio ou aplicados econômicas e identificação e pessoalmente) previsão de demanda Planejamento Pesquisa Entrevistas em locais de grande Identificação de necessidades e preferências em termos de tático mercadológica afluência de compradores localização, padrão, equipamentos, potenciais (feiras,salões); áreas de uso comum e privativo; Entrevistas telefônicas; captação de clientela Grupos foco Durante a Exposição do Stand de vendas, plantões nas Fornecer informações claras e compra produto imobiliárias e nas construtoras. completas a respeito do produto; Registro dos visitantes ou interessados; Coleta da opinião do cliente a respeito do atendimento prestado; Identificar novas necessidades e necessidades latentes dos clientes; Consolidar a imagem da empresa; Fechar a venda. QUADRO 2– Relacionamento cliente-empresa, período após a compra. Período Ocasiões Negociação das condições de pagamento Pagamento das parcelas Adaptação do Imóvel Após a compra Visitas à obra Entrega do imóvel (física) Entrega do imóvel (legal) Manutenção e assistência técnica Objetivos Estabelecimento das condições de pagamento (descontos, prazos, índice de correção das parcelas e etc); Estabelecimento de garantias e condições contratuais Cobrança por parte da construtora ou requerimento de informações e renegociação por parte dos clientes Alteração do produto para melhor atender as necessidades dos clientes (alteração do uso dos espaços internos, e ou materiais de acabamento); Registro das alterações acompanhamento da obra Vistoria; Entrega de manuais e projetos; Formação do condomínio; Proposta de sistema de controle de custos e operação Assinatura dos termos de vistoria e recebimento; Estabelecer legalmente as atribuições e responsabilidades de cada uma das partes envolvidas Manutenção preventiva e de reparação; Identificação e registro das falhas e causas; Monitorar custos de reparos; Reverter a insatisfação de alguns clientes; Aumentar e credibilidade da empresa. Avaliação pósocupação Diagnosticar falhas de projeto ou construtivas; Coletar dados sobre o desempenho em uso da edificação; Confirmar o perfil do cliente; Verificar a satisfação do cliente; Coletar dados em geral sobre comportamento e características dos clientes; Retroalimentar o sistema com informações. 2 – METODOLOGIA A pesquisa revestiu-se de caráter qualitativo e exploratório, não estabelecendo amostras que pudessem fornecer algum tipo de validade estatística, permitido generalizar as conclusões. Os sujeitos da pesquisa foram os diretores das empresas construtoras da cidade de Florianópolis. A seleção das empresas foi efetuada com base no “Sindusdata–Imobiliário”, banco de dados do Sinduscon-SC (Sindicato patronal da indústria da construção civil da Grande Florianópolis). Os critérios de seleção destas empresas foram os seguintes: Empresas que atuam no segmento de obras residenciais multifamiliares, no bairro centro de Florianópolis. Empresas que possuíssem o tipo de produto acima citado entregues recentemente (data de habite-se de 1997 à 1999). O total de empresas que respondiam a estes critérios, o número de empresas contatadas e efetivamente pesquisadas, encontram-se na Tabela 2. Tabela 2: População e amostra Empresas com empreendimentos no Centro com data de habite-se de 1997,1998, e 1999. Empresas contatadas Empresas pesquisadas 21 10 8 A entrevista estruturada buscou mapear o relacionamento cliente-empresa nos diversos pontos de contato da empresa com o cliente, como na exposição do produto, condução das negociações, adaptação do imóvel, entrega, manutenção e avaliação pós-ocupação, de maneira a identificar as ações, os meios, e a frequência que ocorrem estes contatos. 3 - RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS Com a aplicação da entrevista estruturada, foram obtidos os dados que são apresentados a seguir, por meio de tabelas e acompanhados por comentários. Inicialmente apresenta-se a visão das empresas quanto ao número e finalidades dos contatos entre clienteempresa. Observa-se no Quadro 3, uma falta de visão sistêmica do processo por parte das empresas, visto que as mesmas não fazem gestão do relacionamento formalmente. Este relacionamento ocorre de forma ocasional e passiva por parte da empresa, sendo que, geralmente, o cliente toma as iniciativas, através de reclamações ou procura informações por meio telefônico ou pessoal. Quadro 3 - Identificação dos contatos empresa-cliente Empresa A B C D E F G Piloto Contatos dos clientes. Negociação com imobiliárias; Com o mestre de obras para alteração do projeto; Pagamento na empresa ou bancos. Telefona para saber o valor da prestação; Promissória enviada pelo correio. Fase de negociação, há contato com gerente comercial ou presidente da empresa; Pagamento da cobrança em carteira, gerente financeiro; Manutenção com o gerente comercial. Há centralização dos pedidos. Durante a fase de negociações, com a imobiliária; No pós-venda: com a gerência de clientes. Contato com a empresa para fechar negócio; Contatos para modificação do projeto; Contatos para pagamentos; Contatos para manutenção. Corretor da empresa; Fechar negócio com empresa ou corretor; Contrato co corretor ou construtora; Pagamento no banco; Manutenção. Não soube definir ao certo. Com o diretor de vendas da imobiliária: 4 a 5 contatos. Tem autonomia para fechar negócio; Contato com o diretor da construtora; Contato para alteração do projeto durante a venda; Visitas a obra (mestre/vigia registram data e horário da visita) Entrega das chaves, manual de uso, reunião para entrega das chaves. Instalações de tanques, pias (por conta do construtor) Manutenção Não soube definir ao certo. Quadro 4- Tomada de decisão e público-alvo Empresa A B C D E F G Piloto Base para tomada de decisão 1. Definição do público-alvo; 2. Aproveitamento do terreno; 3. Padrão construtivo. 1. Potencial do terreno; 2. Projeto baseado no feeling de mercado; 3. Consulta imobiliária para definir preço, condições de absorção pelo mercado (demanda e oferta) 1 Definição do público-alvo. A empresa tenta manter um mix de produtos que atinja todas as faixas do mercado; 2 Compra do terreno que atenda a um projeto prédeterminado de acordo com a falta d eunidades do próprio estoque. 3 Oportunidade de compra do terreno; 4 Definição do público-alvo. 5 Localização do terreno; 6 que está sendo vendido melhor (fonte: corretores); 7 Não olha a oferta porque o grande diferencial é o preço. 8 Oportunidade de compra do terreno; 9 Oferta no local (informação básica para tipologia); 10 Definição do público-alvo; 11 Oportunidade de compra do terreno 12 Define-se a capacidade de pagamento; 13 Define-se e projeta-se de acordo com a necessidade e capacidade de pagamento; 14 Definição do público-alvo; 15 Número de dormitórios adequados. Descrição do perfil do público-alvo Não faz descrição prévia. A imobiliária faz o desenvolvimento do perfil do cliente potencial. O público-alvo é definido em função da localização do empreendimento e da renda familiar. Descreve apenas em função da renda. Não faz definição prévia. Não faz definição prévia. Descreve apenas em função da renda. Descreve apenas em função da renda. Outra característica destes contatos é que os mesmos ocorrem de forma descentralizada, pois antes da venda o contato ocorre usualmente com os corretores ou imobiliárias, sem interferência das construtoras; o mesmo acontecendo na fase de alteração de projeto, onde muitas vezes não há o requerimento formalizado. Quanto às ações que antecedem a definição do produto, como a definição do público alvo e identificação das necessidades dos deste público, ver quadro 4, nota-se que somente em três empresas a definição do público-alvo configura como primeira base para a tomada de decisão. Nenhuma das empresas pesquisadas faz a identificação das necessidades dos clientes em base formal, apenas uma consulta os corretores de imóveis informalmente. Observa-se ainda que nenhuma das empresas descreve com exatidão o público para o qual se destinará o empreendimento e, das três que o fazem, consideram apenas a renda. No caso da empresa B, que possui uma descrição mais acurada do perfil do cliente, este é desenvolvido pela imobiliária. Na fase de exposição, os veículos de mídia utilizados para vender os apartamento são variados, observa-se, todavia, no quadro 5, que as construtoras fazem uso intensivo de veículos de massa, não praticando publicidade direcionada a nichos ou segmentos de público específico. O jornal destaca-se como mídia utilizada por todas as empresas pesquisadas e poucas empresas praticam a propaganda institucional. Quadro 5: Mídias, manuais de instrução e formas de informação durante a obra Empresa A B C D E F G Piloto Informações durante a obra e solicitação de alterações de projeto Caso o cliente deseje alterar algo, a solicitação é feita, informalmente, com o mestrede-obras. Quanto a maiores alterações tratar com engenheiro. Folders, lâminas, televisão, Mala direta informando o jornais e encartes em revistas. estágio da obra, acesso à obra (facultativo), toda visita é acompanhada por técnico da empresa. Panfletagem, outdoors e Mensalmente, através de jornais. comunicação escrita. Visita à obra, agendada antecipadamente com a gerência de clientes. Jornal Correspondências. Mídia utilizada para propaganda Folders, jornal, revistas e televisão (pouco). Manual de instruções Não, mas entrega o projeto elétrico, hidráulico, arquitetônico e planeja para o futuro fornecer manual. Sim. Muito detalhado, elétrico, hidro-sanitário e manual do síndico. Sim. Planta hidrosanitária, elétrica e manual. Não. Mas fornece os projetos hidro-sanitário e elétrico Sim. Elaborado pela Campanha de vendas, jornais Cartas mensais detalhando o andamento da obra e prazo para própria construtora. e televisão, outdoors (painel alteração de projetos. eletrônico) e panfletagem. Jornal, TV, placas e panfletos, Home page (acompanhamento Não. somente fotos da tubulação na parede, da obra), alteração de projeto Faz pouca propaganda feito na própria até início da alvenaria institucional. construtora. (especificado no contrato). Sim. Fornece uma cópia Através de cartas, por fase de Folders, jornais, televisão, para o condomínio obra, estabelecendo prazos e busdoor, site na Internet, indicando empresas para como forma de propaganda. realização dos serviços de efetuação de compras. TV, outdoor, jornal e material Boletim informativo trimestral, Fornece manual do reuniões e telefonemas. proprietário. publicitário em geral (camiseta, folders etc). No que se refere à adaptação do imóvel e a prestação de informações da obra aos clientes, a maioria das empresas consultadas mantém seus clientes informados através do envio de correspondências, seja por meio de cartas, seja por boletins informativos, informando as fases construtivas e os prazos limites para alteração. Quanto à visitação da obra, apenas duas empresas declararam esta possibilidade, apesar de que, usualmente não haja proibição de visitas, nenhuma das empresas incentiva esta prática. Os procedimentos relativos à entrega do imóvel como a vistoria e entrega de manuais também foram abordados no quadro acima, onde observa-se que das oito empresas consultadas, três não fornecem manual, sendo que destas duas entregam os projetos complementares básicos para cada um dos proprietários e uma entrega somente uma cópia para o condomínio. No que tange ao atendimento ao cliente pós-venda as ações estão listadas no quadro 6 abaixo, onde Quadro 6: Atendimento ao cliente após entrega do imóvel Empresa Atendimento ao cliente Não. Qualquer funcionário pode atender. A Sim. Arquiteta para atendimento ao cliente B das unidades em produção. Gerente comercial para documentação e formalização de pedidos de manutenção. Sim. Através da gerência de clientes. C Sim. Tem o departamento de manutenção. D Sim. Possui dois funcionários para E atendimento, mas a função não é exclusiva. Sim. Funcionário exclusivo para F atendimento. Sim. Tem um funcionário na empresa e G serviço de atendimento telefônico 24 horas. Sim. Tem Serviço de Atendimento ao Cliente Piloto (telefone 0800). Pesquisa pós-ocupação Não. Não faz, mas está previsto para o futuro. Não faz, pensando para o futuro Não utiliza Sim. Por correspondência. Não. Sim. Entrevista pessoal. Sim. Aparentemente não existe uma formalização de pedidos e solicitações de manutenção dos clientes por parte das empresas. observa-se ainda que sete das oito empresas entrevistadas mantém serviço de atendimento ao cliente, por meio de atendimento exclusivo porém somente duas mantém atendimento telefônico dedicado, sendo que apenas uma delas fornece este serviço 24 horas. A pesquisa pós-ocupação do imóvel ainda não faz parte do processo de relacionamento da maioria das empresas. Apenas duas empresas pesquisadas utilizam destes dados para melhoria de futuros projetos, apesar desta ser uma ferramenta reconhecida para o fornecimento de informação que possibilitam um incremento da satisfação dos clientes atuais e um indicativo da satisfação dos clientes futuros. 4 - CONCLUSÕES As empresas pesquisadas não gerenciam formalmente o relacionamento com seus clientes, visto as dificuldades destas em definirem quais e em que quantidade os contatos ocorrem. As ações neste sentido encontram-se isoladas e descentralizadas, havendo inclusive contatos diretos com o pessoal da obra ou com funcionários que não ocupam a função exclusiva (ou dedicada) ao atendimento do cliente. As deficiências na gerência do relacionamento se apresentam desde a concepção do empreendimento, que normalmente acontece baseada em outras decisões que precedem a definição (quando esta existe) do público-alvo. De forma geral, as empresas agem passivamente em relação ao atendimento dos clientes, e somente duas realizam pesquisa pós-ocupação, que poderiam balizar a melhoria da qualidade do serviço fornecido, embora utilizem-se dos dados coletados apenas para melhoria dos próximos empreendimentos. Conclui-se desta forma, que, em sua maioria, as empresas encontram-se ainda em fase embrionária quanto às premissas básicas que envolvem a problemática do relacionamento empresa-cliente. 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABREU, C. B.. Serviço pós-venda: a dimensão esquecida do marketing. RAE, V.36, N.3, p.24-31, 1996. FREID, C., FREID, S.. Beyond relationship marketing... Anticipating what customers want. Planning Review, july/August, 1995. JOBIM, M. S. S.. Método de avaliação do nível de satisfação dos clientes de imóveis residenciais. Dissertação de mestrado, Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre, setembro, 1997. KOTLER, P. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed., São Paulo: Atlas, 1998. OLIVEIRA, E. C.; TEIXEIRA, J. E.. O despertar para o marketing. Revista construção São Paulo, n.2415, maio, 1994. PARASURAMAN, L. B.; ZEITHML, V. A. ; BERRY, L.L. A. Conceptual model of service quality and its implications for future research. Journal of Marketing, V.49,p.41-50, 1985. PETERSON, R. A . . Relationship marketing and the consumer. Journal of the Academy of marketing science, Vol.23 No.4, p 278-281, 1995. SALIBY, P. E.. O marketing de relacionamento: O novo marketing da nova era competitiva. RAE, V.4, N.3, P6-12,1997. SCARDOELLI. L. S. et al. Melhorias de qualidade e produtividade: as iniciativas das empresas de construção. Porto Alegre, Série SEBRAE Construção Civil, SEBRAE/RS, 1995. SHETH, J. N. ; PARVATIYAR, A. . Relationship marketing in consumer markets: Antecedents and Consequences. Journal of the Academy of marketing science, Vol. 23, No.4, p. 255-271, 1995. SOUZA, F. A M. de. Introdução ao marketing de 6a geração. Capítulo 3, Makron Books, 1994. SOUZA, R. et al. Sistemas de gestão da qualidade para empresas construtoras. São Paulo, CTE, SEBRAE/SP, Sinduscon/SP. 1994. STONE, M.; WOODCOCK, N.. Marketing de relacionamento. São Paulo, Littera Mundi, 1998.