UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA: HEPATOLOGIA FATORES PROGNÓSTICOS DA HEPATECTOMIA POR METÁSTASE DE CÂNCER COLORRETAL. SERGIO LÓPEZ TÓRREZ PORTO ALEGRE, BRASIL 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA: HEPATOLOGIA FATORES PROGNÓSTICOS DA HEPATECTOMIA POR METÁSTASE DE CÂNCER COLORRETAL. SERGIO LÓPEZ TÓRREZ Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação em Medicina: Hepatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Orientador: Profº. Dr. Antônio Nocchi Kalil Co-orientador: Profª. Dra Gabriela Coral PORTO ALEGRE / BRASIL 2010 Dedicatória A minha família: Scarlett maravilhosa esposa, amor incondicional. Este sucesso é teu. Grace Stephanie, alegria imensa, dedicação e amor. Andre Lucia, filha de amor, vontade e força do céu. A minha Mãe e Irmãos, força, carinho e compreensão. A meus sogros por seu incansável apoio. A memória do meu pai e de Elizabet. Agradecimentos A minhas famílias pelo seu amor e apoio. A meu professor, orientador e amigo Dr. Antonio Nocchi Kalil pela grande oportunidade brindada na minha realização pessoal e profissional. Ao professor e amigo Dr. Angelo de Mattos pela ajuda na aprendizagem da Hepatologia. A Dra. Gabriela Coral, pela colaboração e participação neste trabalho e seu ensinos na patologia. Aos Professores e colegas do Hospital Santa Rita. A Dra. Maria Eugenia Pinto e Eduardo Leite pela revisão e análise dos dados. IV SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................05 LISTA DE TABELAS .................................................................................................06 LISTA DE FIGURAS .................................................................................................07 RESUMO ...................................................................................................................08 ABSTRACT ...............................................................................................................10 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11 2 RESSECÇÃO CIRÚRGICA ...................................................................................12 3 QUIMIOTERAPIA...................................................................................................17 4 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................19 5 OBJETIVOS ...........................................................................................................21 5.1 OBJETIVO PRINCIPAL .......................................................................................21 5.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS .............................................................................21 6 METODOLOGIA ....................................................................................................22 6.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ..........................................................................22 6.2 CASUÍSTICA .......................................................................................................22 6.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ...............................................................................23 6.4 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO .................................................................................23 6.5 TAMANHO E TIPO DA AMOSTRA ......................................................................23 6.6 LISTA DAS VARIÁVEIS .......................................................................................24 6.7 MÉTODO DE COLETA DE DADOS ....................................................................24 6.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ...............................................................................24 6.8.1 Processamento e Análise dos dados ...........................................................25 7 RESULTADOS .......................................................................................................29 7.1 RESULTADOS GERAIS ......................................................................................29 7.2 RESULTADOS NA SOBREVIDA E FATORES PROGNÓSTICOS ......................31 8 DISCUSSÃO ..........................................................................................................44 9 CONCLUSÕES ......................................................................................................49 REFERÊNCIAS .........................................................................................................50 ARTIGO.....................................................................................................................60 ANEXOS ...................................................................................................................80 V LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEA: Antígeno Carcinoembrionário CCR: Carcinoma colorretal MCCR: Metástases do carcinoma colorretal MH: Metástases hepáticas RH: Ressecção hepática TC: Tomografia computadorizada RM: Ressonância magnética PET scans: positron emission tomography FU: 5- fluoracil AIH: Quimioterapia arterial intra-hepática RF: Radiofreqüência TNM: estadiamento tumoral (tamanho, linfonodos e metástases). UTI: Unidade de Terapia Intensiva VI LISTA DE TABELAS TABELA 1. Características Clínico-biológicas, dos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137)...........................................................................26 TABELA 2. Uso de Quimioterapia e Radioterapia Pré-operatória nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). .................................................26 TABELA 3. Resultados Peri-operatórios dos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137)...........................................................................27 TABELA 4. Tipo de Procedimentos associados e Complicações nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). .................................................28 TABELA 5. Características anatomopatológicas dos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137)...........................................................................29 TABELA 6. Análise Univariada dos possíveis Fatores Prognósticos nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n= 137)................................31 TABELA 7. Fatores Prognósticos nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137) ...................................................................................................38 VII LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Sobrevida Global após Hepatectomia por MCCR (n=137). ...............30 FIGURA 2. Sobrevida estratificada por gênero nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137)...........................................................................32 FIGURA 3. Sobrevida estratificada por idade nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137)...........................................................................32 FIGURA 4. Sobrevida segundo nível sérico do CEA nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137)........................................................................33 FIGURA 5. Sobrevida estratificada pelo intervalo de aparição das metástases após o diagnóstico do CCR. (n=137). ....................................................................34 FIGURA 6. Sobrevida segundo uso da Quimioterapia neo-adjuvante nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137).................................34 FIGURA 7. Sobrevida de acordo ao comprometimento hepático nos pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). .................................................35 FIGURA 8. Sobrevida segundo as lesões únicas vs múltiplas nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). .................................................35 FIGURA 9. Sobrevida estratificada pelo grau de diferenciação da metástase nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). .......................36 FIGURA 10. Sobrevida segundo a presença de complicações peri-operatórias nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). ........................37 FIGURA 11. Sobrevida segundo o período de realização da RH nos Pacientes com MCCR (n=137)..................................................................................................37 8 RESUMO O fígado é o órgão mais frequentemente acometido pelas metástases do câncer colorretal (CCR), as quais ocorrem em até 65% dos pacientes, embora a ressecção hepática seja factível em apenas 25% dos casos. Entre os tratamentos curativos, a cirurgia oferece o melhor prognóstico, com sobrevida entre 30-60% em cinco anos. O objetivo do estudo foi avaliar a sobrevida e os fatores prognósticos dos pacientes submetidos à ressecção hepática por metástases de CCR. Trata-se de uma coorte histórica de 173 pacientes operados entre novembro 1993 e março 2008, no Centro de Câncer do Hospital Santa Casa da Região Sul do Brasil. Foram excluídos 36 pacientes por: prontuários incompletos, metástases irresecáveis e ablação por radiofreqüência exclusiva. Foram consideradas as características clínicas, peri-operatórias e histopatológicas de 137 pacientes. A análise da sobrevida foi realizada usando o modelo de Kaplan-Meier. O valor de p considerado estatisticamente significativo foi de 0,05%. A sobrevida global em 1, 3 e 5 anos foi de 82%, 43% e 32,3%, respectivamente, com uma média de 31,7 meses. A mortalidade peri-operatória foi de 3,6% e o índice de complicações de 23,4%. Na análise univariada, a sobrevida foi associada ao gênero, idade, nível sérico do CEA, período de ressecção das metástases, quimioterapia neo-adjuvante, número de lesões, distribuição das lesões no fígado, grau histológico, complicações peri-operatórias e década da ressecção hepática. Na análise multivariada, a melhor sobrevida foi associada ao: gênero feminino (p = 0,007); nível sérico do CEA menor de 100 ng/mL (p = 0,031); lesão metacrônica (p = 0,011); quimioterapia neo-adjuvante (p = 0,028); distribuição unilobar, e ausência de complicações pós-operatórias (p = 0.0109). Conclue-se que a ressecção hepática continua sendo a terapia de escolha nos 9 pacientes com metástases por CCR. Oferece uma boa sobrevida a longo prazo, sobretudo no gênero feminino, em lesões de distribuição unilobar e na ausência de complicações no pós-operatório. Palavras-Chave: Metástases hepáticas, câncer colorretal, fatores prognósticos, ressecção hepática. 10 ABSTRACT The liver is the organ most affected by the metastasis of colorectal cancer (CRC), those occurring in up to 65% of patients, while liver resection is feasible in only 25% of cases. Among the curative treatments, surgery offers the best prognosis, with survival between 30-60% at five years. The objective this study was to evaluate the survival and the prognostic factors of patients undergoing hepatic resection for metastases from CRC. This is a historical cohort of 173 patients submitted to surgery by November 1993 to March 2008, at the Cancer Center of the Hospital Santa Casa from South of Brazil. We excluded 36 patients for the following reasons: incomplete medical records, patients with unresectable metastases and those who underwent radiofrequency ablation only. Therefore, we considered the clinical, histopathological and peri-operative of 137 patients. Analysis of survival was performed using the Kaplan-Meier model. P of 0.05% was considered statistically significant. The overall survival at 1, 3 and 5 years was 82%, 43% and 32.3% respectively, with an average of 31.7 months. Perioperative mortality was 3.6% and 23.4% had complications. In univariate analysis gender, age, levels of CEA, length of resection of metastases, neo-adjuvant chemotherapy, number of lesions, distribution of lesions in the liver, histological grade, peri-operative complications and decade of liver resection were statistically associated to mortality. In multivariate analysis, survival was associated with: female gender (p = 0.007), serum levels of CEA less than 100 ng / mL (p = 0.031); parachronism lesion (p = 0,011), neo-adjuvant chemotherapy (p = 0.028) ; one lobe distribution, and ausence of postoperative complications (p = 0.0109). In conclusion, hepatic resection remains the therapy of choice in patients with metastases in CRC, offers a good long-term survival, especially in females, in one lobe lesions in the absence of postoperative complications. Key-Words: liver metastases, colorectal cancer, prognostic factors, liver resection. 11 INTRODUÇÃO 1- CENÁRIO GERAL Os tumores malignos que acometem o cólon e reto, câncer colorretal (CCR), são responsáveis a cada ano por cerca de 950 mil casos novos, sendo a quarta causa mais comum de câncer no mundo e a segunda em países desenvolvidos. Aproximadamente 153,760 norte-americanos são diagnosticados com câncer colorretal anualmente, dos quais 52,180 morrerão desta doença, a maioria por doença metastática (JEMAL, 2007). No Brasil, em 2008, o número de casos novos de câncer colorretal estimado foi de 12,490 casos em homens e de 14,500 em mulheres, valores que correspondem a um risco estimado de 13 casos novos a cada 100 mil homens e de 15 para cada 100 mil mulheres. Na região sul do Brasil, o câncer colorretal em homens é o quarto mais freqüente (21/100,000), e o terceiro nas mulheres (22/100,000). No Rio Grande do Sul, a estimativa para 2008 foi de 3,060 novos casos, dos quais se esperavam 670 novos casos em Porto Alegre (INCA). O fígado é o lugar mais atingido pelas metástases do CCR, ocorrendo em aproximadamente 65% dos pacientes. Deste, em apenas 25% as metástases são ressecavéisl no momento do diagnóstico. No mundo ocidental, as metástases hepáticas representam a principal causa de morbidade e mortalidade nestes pacientes (PAWLIK, 2008). Pacientes com metástases hepáticas únicas, pequenas, não tratadas podem apresentar uma sobrevida em torno de 50% no primeiro ano e praticamente zero aos dois anos (STEELE, 1991; HESLIN, 2001; SCHINDL, 2005). Portanto, a doença hepática metastática do câncer colorretal representa uma situação de importância clínica no seu diagnóstico e tratamento. Os tratamentos locais disponíveis para as metástases hepáticas estão a ressecção cirúrgica, a ablação local do tumor (aplicação direta de álcool ou ácido acético na lesão metastática, crioterapia, radiofreqüência), a quimioembolização ou quimioterapia arterial intra-hepática e a radioterapia. Dentre estes tratamentos, 12 somente a cirurgia está associada com melhora da sobrevida dos pacientes (NORDLINGER, 2002). A ressecção hepática considera-se a terapêutica de eleição, com uma estimativa de sobrevida entre 30% a 45% em cinco anos, dos quais 20% a 30% estarão livres da doença depois deste período (AZOULAY, 2000; ADAM, 2004). 2- RESSECÇÃO CIRÚRGICA A ressecção hepática (RH) atualmente é aceita como o único tratamento potencialmente curativo das metástases hepáticas por CCR. A mortalidade e morbidade peri-operatória atual está abaixo de 5%, e entre 20% e 30%, respectivamente (MELENDEZ, 1998; FONG, 1999), fazendo da técnica cirúrgica um procedimento seguro. A isto, agrega-se o advento de novas drogas na quimioterapia pré-operatória, permitindo a execução da RH a um maior número de pacientes (ALOIA, 2006). A RH oferece uma sobrevida livre de recidiva em cinco anos de 24% a 58%, (SHEELE, 1995; NORDLINGER, 1996; FONG, 1999; ABDALLA, 2004; WEI, 2006, TAYLOR, 1997; POSTON, 2005). No entanto, é importante relembrar que inicialmente somente 20% dos pacientes com metástases hepáticas poderão ser submetidos à ressecção com potencial curativo. A maioria não é candidato à cirurgia por diferentes motivos: tamanho do nódulo, posição do tumor, multi-focalidade, ou inadequada reserva hepática. Não obstante, pelo impacto na sobrevida, a RH tem sido considerada o tratamento de escolha, quando praticável (HESLIN, 2001). Ekberg et al. estabeleceram há mais de duas décadas as contra-indicações à RH, as quais seriam: pacientes com mais de quatro lesões, distribuição bilobar, presença de metástase extra-hepática, tumores de grande tamanho e nos quais não seja possível conseguir margens de 1 cm (EKBERG, 1986). Entretanto, estes critérios, segundo Pawlik, têm sido expandidos devido aos seguintes avanços: cirurgia mais segura e melhor quimioterapia. A cirurgia pode ser efetiva na ressecção de múltiplos tumores, proporcionando uma sobrevida semelhante àqueles com menor número de lesões (PAWLIK, 2008). 13 A ressecção simples das metástases, geralmente designada como metastasectomia, tem sido associada à maior recidiva que as ressecções anatômicas, nas quais é removida uma margem de tecido hepático normal (ADAM, 1997). A metastasectomia pode comprometer a vascularidade do tecido hepático residual, o que às vezes resulta numa técnica mais difícil. Portanto, a hepatectomia segmentada ou setoretomia (The Brisbane IHPB, 2000) é preferível para as lesões pequenas e localizadas, já que resulta em maior sobrevida para estes pacientes. Para metástases grandes ou múltiplas, as ressecções anatômicas garantem adequadas margens cirúrgicas e, quando necessário, deve-se realizar procedimentos mais radicais, como a trissetoretomia esquerda ou direita, para obter melhores margens. Por outro lado, nestes casos, o tamanho e consequente agressividade do tumor, resultam em pior prognóstico (BISMUTH, 1987; POSTON, 2004). Atualmente a ressecção tem sido aplicada a pacientes mais idosos, sem afetar a sobrevida, embora estes apresentem um maior número de co-morbidades, as quais podem interferir nos resultados operatórios imediatos (ZACHARIAS, 2004). Quanto ao gênero, alguns autores sugerem melhor sobrevida nas mulheres em relação aos homens. Ressalve-se que este, no entanto, não deve ser fator decisivo na indicação do tratamento cirúrgico (HESLIN, 2001; ADAM, 2008). A localização do tumor primário parece não influenciar o prognóstico dos pacientes, embora as MH originadas no cólon direito já tenham sido associadas à pior sobrevida (ROUGIER, 1995). Por outro lado, o estágio do tumor primário tem uma relação direta com o prognóstico após a RH. Em estudo de Heslin et al, foi demonstrado que o tumor pouco diferenciado tem um efeito desfavorável na sobrevida após a ressecção cirúrgica (HESLIN, 2001), o que também foi sugerido por Poston (POSTON, 2004), embora em outro estudo a diferenciação histológica não tenha sido fator independente de sobrevida (GAYOWSKI, 1994). A invasão linfonodal e o nível sérico do antígeno carcinoembrionário (CEA) são fatores independentes de mau prognóstico nestes pacientes. (FONG,1997,1999; BOLTON, 2000; ADAM, 2004; MINAGAWA, 2000;CHEDID, 2003; HERMAN, 2006). Com relação ao número de metástases, para a maioria dos autores, a lesão única oferece melhor sobrevida quando comparada a lesões múltiplas (TAYLOR, 14 1997; FONG, 1999; ALOIA, 2006; BUTTE, 2007; JONAS, 2007). Por outro lado, há quem defenda que a presença de uma, duas ou três lesões não modifica o prognóstico (ADAM, 2004). Da mesma forma, a localização unilobar é conveniente para os pacientes (GAYOWSKY, 1994; BOLTON, 2000; HERMANN, 2006), embora seja razoável considerar que a presença de múltiplos nódulos, assim como em ambos os lobos hepáticos não deva contra-indicar a ressecção cirúrgica. Nestes casos, deve-se avaliar o remanescente hepático com vistas a se evitar a falência hepática no pós operatório (POSTON, 2004; ADAM, 2004). Em geral, o tamanho da metástase representa maior tempo de crescimento tumoral. Em decorrência disto, lesões maiores usualmente são expressão de tumores mais agressivos, com conseqüente pior prognóstico. Para alguns autores, lesões maiores de 5 cm são associadas com pior prognóstico após a RH (NORDLINGER, 1996; FONG, 1999); por outro lado há quem discorde desta assertiva (IRIE, 1999). As metástases com aparecimento depois dos 12 meses do diagnóstico do tumor primário são categorizadas como metacrônicas, que diferem das sincrônicas (menos de 12 meses), as quais apresentam pior prognóstico (FONG, 1999). Com relação ao aparecimento simultâneo do tumor primário e da metástase hepática há controversa na literatura quanto ao prognóstico após a RH. A ressecção simultânea da doença primaria e da metástase seria preferível para melhorar a expectativa de vida do paciente (DE SANTIBAÑES, 2002). Há autores que sugerem um pior prognóstico nestes casos em decorrência da dificuldade na detecção das micro-metástases clinicamente ocultas (SCHEELE, 1995, LAMBERT, 2000). Portanto, há quem defenda que a cirurgia hepática deva ser realizada de três a seis meses após a colectomia. Esta estratégia permitiria que o comportamento biológico da doença metastática pudesse se tornar evidente, melhorando assim a seleção dos pacientes para ressecção hepática com objetivo curativo (LAMBERT, 2000). A presença de metástase extra-hepática reduz as probabilidades de melhor sobrevida, condição clínica que, na maioria das vezes, contra-indica a cirurgia curativa (SHEELE, 1995; POSTON, 2004), com algumas exceções, tais como: invasão do diafragma, recorrência de lesões hepáticas ressecáveis, metástases 15 pulmonares ressecáveis, ou invasão local de uma estrutura regional como a glândula adrenal (NORDLINGER, 1996). Com relação à margem cirúrgica livre de neoplasia, estudo da década de 80 demonstrou que quando a margem era maior de 10 mm a sobrevida era de até 45% ao contrário de apenas 23% naqueles com margem menor (HUGHES, 1988). Recentemente, demonstrou-se que a margem maior de 10 mm não tem diferença estatística na sobrevida aos 5 e 10 anos quando comparada com margem entre 1 a 9 mm (PAWLIK, 2005). Por outro lado, Kokudo et al. propõe margem mínima de 2 mm (KOKUDO, 2002). Aqueles cirurgiões que tem uma opinião a favor da margem ampla justificam que a margem estreita está relacionada com incidência maior de recorrência do tumor (WRAY, 2005). Quanto ao sangramento peri-operatório as evidências são contraditórias. Ressecções maiores, devido a grandes lesões, estão associadas a maiores perdas sangüíneas, sem implicância na sobrevida para alguns autores (GAYOWSKI, 1994), ao contrário de outros (TAYLOR, 1997). A infiltração tumoral dos linfonodos do hilo hepático parece contrapor-se à ressecção curativa, considerando estes casos como uma doença já sistêmica. Segundo Jaeck et al., a RH com ressecção dos linfonodos melhora a sobrevida em três anos, embora não melhore em cinco anos. Isto é mais favorável quando se trata de invasão limitada à tríade portal. (JAECK, 2002; NORDLINGER, 1996). Quanto à avaliação das lesões hepáticas, a ecografia converteu-se na ferramenta diagnóstica mais utilizada para o rastreamento destas, além de ser de grande ajuda no acompanhamento dos pacientes operados por câncer colorretal. A sensibilidade global da ecografia para a identificação das lesões focais é de 53%, e de 20% para aquelas que medem menos de 1 cm de diâmetro (KHATRI, 2005). Na tomografia computadorizada com contraste (TC), as lesões metastáticas geralmente são nodulares (únicas ou múltiplas), hipovasculares, tendo o aspecto de imagens hipodensas. Nos casos de esteatose importante, elas podem aparecer com a mesma densidade do restante do parênquima, ou até mesmo, apresentarem densidade maior que este. Frequentemente, com o uso do meio de contraste, obtém-se um realce periférico com a porção central hipodensa (KALIL, 2001). A ressonância nuclear magnética (RNM) tem uma acurácia maior de 90% para a distinção entre hemangiomas e metástases após injeção de contraste 16 endovenoso, observando-se uma intensificação anular transitória das imagens em T1 e esvaziamento periférico com bordo periférico hipodenso (KALIL, 2001). O PET scan (positron emission tomography) tem sido utilizado, de forma mais eficaz no acompanhamento pós-operatório ante a suspeita de recidiva (FERNANDEZ, 2004). A superioridade do PET scans sobre a TC foi comparada de forma retrospectiva nos pacientes submetidos a RH. A sensibilidade e a especificidade do PET scans para identificar as lesões hepáticas foi de 79,9 e 92,3% e para a TC foi de 82,7 e 84,1%, respectivamente. Da mesma forma, para o diagnóstico da doença extra-hepática, a sensibilidade e especificidade do PET scan foi de 91,2% e 98,4% e para a TC foi de 60,9% e 91,1%, respectivamente (WEARING, 2005). Em casos selecionados, a laparoscopia tem sido usada como um método de avaliação das metástases, com o intuito de identificar aquelas irresecáveis, o que acontece num pequeno número de pacientes que não são adequadamente avaliados nos estudos de imagens (JARNAGIN, 2001). A ecografia intra-operatória constitui um método efetivo de estudo da anatomia normal e patológica do fígado e via biliares, assim como a relação das lesões com principais estruturas vasculares hepáticas. Com relação aos outros métodos de imagem, o uso da ecografia intra-operatória apresenta maior sensibilidade e especificidade na identificação de tumores hepáticos primários ou metastáticos, especialmente para lesões menores do que 1,5 cm. A ecografia intraoperatória pode mudar a conduta cirúrgica até em 33%, devido às informações adicionais fornecidas durante sua execução (BISMUTH, 1987; GUIMARÃES, 2004). Em relação à ablação local, a criocirurgia é aplicada na maioria das vezes como um complemento da RH quando esta não é executável para todas as lesões, assim como nas contra-indicações da mesma. Esta técnica de ablação permite alcançar uma sobrevida até de 22 meses nos pacientes com MHCCR (SHEEN, 2002). Atualmente, a radiofreqüência (RF) tem sido uma técnica de ablação utilizada com maior freqüência. Pode ser utilizada no transoperatório para o tratamento das lesões metastáticas não ressecáveis, mas sua aplicação mais eficaz é por via percutânea no período pré-operatório, conjuntamente com quimioterapia neoadjuvante (LIVRAGHI, 2003; ABDALLA, 2004). 17 Após a ressecção hepática, o acompanhamento deve ser feito com anamnese e exame físico completo, dosagem do antígeno carcinoembrionário, ecografia hepática e CT a cada três meses. Alguns parâmetros clínicos e radiológicos estão relacionados ao risco elevado de presença de doença extra-hepática oculta, são estes: linfonodo positivo no tumor primário, intervalo livre de recidiva inferior a 12 meses, múltiplos tumores hepáticos, tumor único maior >5 cm e nível sérico do antígeno carcinoembrionário >200 ng/mL no intervalo de um mês após da cirurgia (SCHEELE,1995; JARNAGIN, 2001). Quando três a cinco destas variáveis estão presentes há melhor sobrevida com a terapia combinada (cirurgia e quimioterapia) (FONG, 1999). Apesar destes tratamentos, aproximadamente 75% dos pacientes apresentam doença recorrente, sendo que em 20% a 40% recorrem exclusivamente hepática (ADAM, 2004). Uma nova RH pode ser considerada nos pacientes selecionados que não têm evidência da doença extra-hepática, nos pacientes com bom estado geral e naqueles com reserva hepática adequada. A re-ressecção apresenta mortalidade peri-operatória é semelhante à primeira RH (menor de 5%), e a sobrevida livre de doença apresenta taxas entre 20 a 43% em dois e cinco anos respectivamente (ADAM, 1997; NORDLINGER, 1994; SHAW, 2006). 3-QUIMIOTERAPIA A quimioterapia neo-adjuvante, cada vez mais eficaz, tem sido utilizada no período pré-operatório, com o intuito de diminuir o tamanho tumoral antes da cirurgia (downstaging). As taxas de ressecção em pacientes inicialmente considerados irressecáveis variam de 12 a 26%. No subgrupo submetido à ressecção, as taxas de sobrevida em cinco anos são de 30 a 35% (MASI, 2006; ADAM, 2004; ALBERTS, 2005; DELAUNOIT, 2005; POZZO, 2004; NORDLINGER, 2005). Alguns pacientes que inicialmente apresentam metástases hepáticas irresecáveis podem ser submetidos à ressecção depois de receber quimioterapia neo-adjuvante com 5-Fluoracil (FU) /Leucovorin e Oxaliplatino ou Irinotecan. Nestes 18 casos, em estudo recente, a sobrevida em cinco anos foi de 49%, enquanto que naqueles com doença multinodular ou com metástases extra-hepáticas foi de 18% (ADAM, 2004). Embora este tratamento possa ser associado com uma sobrevida mais longa em pacientes com doença limitada ao fígado, alguns aspectos devem permitir melhor inter-relação da quimioterapia com a cirurgia tais como: a otimização dos critérios de seleção, um regime específico e a menor duração da quimioterapia neoadjuvante (BENOIST, 2006). A ressecção não precedida de quimioterapia seria apropriada se as margens adequadas pudessem ser definidas radiograficamente no pré-operatório, na ausência de comprometimento de linfonodos, e na presença de quatro ou menos lesões. Para pacientes com mais de quatro metástases ou a participação bilobar, a RH é considerada apropriada somente após a regressão do tumor usando a quimioterapia neo-adjuvante. Com relação aos efeitos adversos, têm sido recentemente relatada incidência aumentada de esteatose, esteato-hepatite e de lesão hepática vascular nos pacientes tratados com quimioterapia pré-operatória contendo Irinotecan, Leucovirin ou Oxaliplatina (ALOIA, 2006; VAUTHEY, 2006). Em pacientes submetidos à RH, a esteatose acentuada está associada às complicações peri-operatórias (KOOBY, 2003). Aloia et al. descreveram anormalidades hepáticas nos sinusóides similar àquelas que caracterizam a doença veno-oclusiva, principalmente nos pacientes que recebem quimioterapia com Oxaliplatina (ALOIA, 2006). Por outro lado, Vauthey et al. associaram o uso do Irinotecan com a esteato-hepatite. Neste último estudo, houve associação entre o desenvolvimento desta complicação e uma maior taxa de mortalidade em 90 dias (VAUTHEY, 2006). A quimioterapia pós-operatória pode ser considerada apropriada para os pacientes que a receberam no pré-operatório, embora para os pacientes com ressecção adequada o benefício seja incerto (MITRY, 2006). Em estudo recente, o uso no pós-operatório de 5-FU e de Leucovorin comparado com a observação apresentou uma melhor sobrevida livre de doença em cinco anos (34% versus 27 %) (PORTIER, 2006). Outra técnica que pode ser utilizada nestes doentes é a quimioterapia intrahepática, a qual tem sido executada após a ressecção em casos selecionados. A 19 indicação mais freqüente é utilizá-la nos pacientes em que a quimioterapia préoperatória fracassou, mas que têm a doença extra-hepática estável ou ausente (ASAHARA, 1998; LORENZ,1998). O benefício da quimioterapia sistêmica combinada com a arterial intra-hepática foi comparado ao manejo conservador após a ressecção. Foi demonstrado que a combinação prolongou o tempo livre de doença, entretanto, não houve nenhum benefício nos termos da sobrevida total (KEMENY, 1999; KEMENY, 2002). 4. JUSTIFICATIVA O câncer colorretal tem apresentado recente aumento na incidência, principalmente nos países de ocidente. A expectativa é de que aproximadamente a metade destes pacientes apresente metástase hepática em algum momento de sua doença (ADAM, 1997). Nos últimos anos, a ressecção cirúrgica, que constitui o único tratamento curativo destas lesões, tem evoluído, assim como, também tem melhorado o tratamento adjuvante e neo-adjuvante nestes pacientes. Na era moderna, particularmente com os avanços na técnica cirúrgica e na quimioterapia sistêmica mais eficaz, os critérios de ressecção são aplicados cada vez mais a um maior grupo de pacientes. Conhecer as características dos pacientes submetidos à hepatectomia por metástases de câncer colorretal, assim como a taxa de sobrevida e fatores associados permitirá selecionar de forma mais eficaz os pacientes para ressecção hepática, e/ou para tratamento quimioterápico neo-adjuvante, e estabelecer um protocolo para a abordagem destes pacientes. Desta forma, poder-se-á oferecer dados mais concretos aos pacientes, familiares e pessoal médico. Por isso, este estudo se propõe a avaliar os fatores associados à sobrevida nos pacientes submetidos à hepatectomia por metástases de Câncer Colorretal no Centro de Câncer do Hospital Santa Casa, do Sul de Brasil, no período de 1993-2008. 20 PERGUNTA DA PESQUISA Quais são os fatores associados à sobrevida nos pacientes submetidos à Hepatectomia por Metástases de Câncer Colorretal no Centro de Câncer do Hospital Santa Casa, do Sul de Brasil, no período de 1993-2008? 21 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO PRINCIPAL • Analisar a sobrevida e os fatores prognósticos da hepatectomia por metástase de câncer colorretal nos pacientes submetidos a ressecção com tentativa curativa. 5.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS • Avaliar a morbi-mortalidade operatória nestes pacientes. • Estratificar os fatores prognósticos associados à sobrevida em fatores préoperatórios, trans-operatórios e pós-operatórios. • Conhecer as alterações anatomo-patológicas no fígado remanescente. 22 6 METODOLOGIA 6.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO Trata-se de um estudo de tipo descritivo classificado como coorte histórica. 6.2 CASUÍSTICA Pacientes com lesão metastática no fígado secundário ao câncer colorretal, diagnosticado por estudos de imagens: ecografia, tomografia computadorizada e/o ressonância nuclear magnética. Todos os pacientes foram atendidos e submetidos à hepatectomia no Centro de Câncer do Hospital Santa Rita localizado no Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia, da Região Sul do Brasil, no período de novembro 1993 a março 2008. Os pacientes referidos ao Centro de Câncer da Santa Casa para ressecção das metástases hepáticas procederam do mesmo centro, de outros hospitais da capital e das cidades vizinhas. A avaliação clínica pré-operatória foi feita conjuntamente com a oncologia clínica, e foram realizados exames laboratoriais e de imagem. Para planejamento da cirurgia, foram revisadas as imagens diagnósticas (ecografia, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética) e corroboradas através de ecografia peri-operatória. A decisão cirúrgica foi realizada levando em consideração o estado geral do paciente, comprometimento hepático e a disponibilidade de uma efetiva quimioterapia adjuvante ou neo-adjuvante. O procedimento cirúrgico foi efetuado por uma equipe de cirurgiões liderada por um cirurgião hepatobiliar, cirurgiões oncológicos e residentes de cirurgia oncológica. A hepatectomia foi executada, geralmente com técnica de Kellyclasia, usando eletrocauterio uni e bipolar. Nesta técnica, se disseca o fígado com a pinça tipo Kelly, realizando o trajeto da ressecção e fazendo a correspondente dissecção dos vasos e ductos hepáticos, com posterior 23 ligadura ou hemostasia destes com eletrocauterio. Quando disponível, foi usado ligasure ou ultrasicion. Geralmente, nas primeiras horas após a cirurgia, os pacientes permaneceram na Unidade de Cuidados Intensivos até a estabilidade clínica. Após a alta hospitalar o paciente foi encaminhado ao ambulatório onde foi seguido a cada 3 meses com exames de controle laboratoriais e de imagens. 6.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO • Pacientes com metástases hepáticas secundária ao câncer colorretal, diagnosticada através de estudo de imagens (ecografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e/ou PET scan) • Pacientes submetidos à ressecção hepática com tentativa curativa. 6.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO • Presença de doença metastática extra-hepática não ressecável (exceção: metástase pulmonar loco regional). • Pacientes submetidos à ablação por radiofreqüência exclusivamente. • Prontuários incompletos. 6.5 TAMANHO E TIPO DA AMOSTRA Não probabilística (não aleatório) por conveniência, pacientes que preencheram os critérios de inclusão. 24 6.6 LISTA DAS VARIÁVEIS • Variável independente: Ressecção cirúrgica. • Variáveis dependentes: Sobrevida global, morbidade e mortalidade perioperatórias. • Co-variáveis: Variáveis Pré-operatórias: Idade e gênero do paciente, localização do câncer no intestino grosso, estadiamento TNM do Câncer Colorretal, período da ressecção hepática após o diagnóstico do tumor primário, tratamento neo-adjuvante recebido: quimioterapia e tipo de quimioterapia, radioterapia, nível sérico do CEA. • Variáveis Peri-operatórias: número das lesões, comprometimento dos lobos hepáticos, tipo de ressecção cirúrgica, procedimento associado, estimativa de perda sangüínea e transfusão sanguínea, tempo cirúrgico, complicações cirúrgicas e número de dias na CTI e no Hospital. • Variáveis pós-operatórias e anatomo-patológicas: tamanho das lesões, margem cirurgica da peça de ressecção, grau histológico da metastáse, avaliação do figado remanescente e do linfonodo peri-hilar. 6.7 MÉTODO DE COLETA DE DADOS Foram revisados os prontuários de todos os indivíduos atendidos e submetidos à RH por metástase de câncer colorretal durante o período de novembro 1993 a março 2008. A informação óbito do paciente também foi obtida através dos registros da Secretária da Saúde. 6.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS O Estudo e Termo de Confidencialidade foram aprovados pelo Comitê de ética e pesquisa da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Os 25 pacientes não foram individualizados, as informações foram mantidas de modo confidencial, sem apresentar risco para os pacientes. 6.8.1 Processamento e Análise dos dados As informações obtidas foram transportadas a uma base de dados nas planilhas Excel com posterior processamento no SPSS (Stastitical Package for the Social Sciences) versão 13.0. A análise dos dados foi desenvolvida em três etapas distintas. Em um primeiro momento, foi utilizado o modelo de sobrevida de Kaplan-Meier, sendo observados os comportamentos da sobrevida. Foi utilizado o log-rank para comparação da sobrevida, de acordo com o número de fatores prognósticos presentes. Em um segundo momento, foi realizada a análise gráfica bivariada da sobrevida por meio da comparação dos grupos de acordo com a ressecção efetuada. Em seguida, foi realizada a análise estratificada com verificação dos possíveis fatores de confusão: gênero, idade, número de lesões, intervalo de ocorrência. Numa terceira etapa, foi realizada análise multivariada com modelo de regressão de risco proporcional de Cox com as co-variáveis selecionadas a partir de um valor p <0.2. As variáveis numéricas são apresentadas como média e desvio-padrão ou mediana e intervalos inter-quartis. Foi utilizado o test t para a análise da diferença estatística, com um intervalo de confiança de 95% (IC 95%). As variáveis categóricas são apresentadas como freqüência absolutas ou relativas e percentagem. A diferença entre grupo foi analisada usando o test QuiQuadrado, e quando apropriado o test de Fisher. (Tabela de contingência). Para selecionar o nível do CEA e a sobrevida foi utilizado a curva ROC. Em cada análise, considerou-se o valor p menor do que 0.05 como estatisticamente significativa. 26 7 RESULTADOS 7.1 RESULTADOS GERAIS População e Pacientes Cento e setenta e três pacientes foram submetidos à ressecção hepática por metástase hepática secundária ao câncer colorretal no período de novembro 1993 a março de 2008. Foram excluídos 36 pacientes pelas seguintes razões: prontuários incompletos (n=18), pacientes com metástases irressecáveis submetidos a laparotomia exploratória unicamente (n=10) e pacientes submetidos à ablação por radiofreqüência via aberta exclusivamente (n=8). O estudo incluiu 137 pacientes, sendo gênero do masculino 50.4% com uma média de idade de 57 anos (30 a 82 anos). Características do Tumor Primário e das Metástases Hepáticas: Em 86 pacientes (62.8%) a metástase era metacrônica. O tumor primário esteve localizado no cólon em 70 pacientes (51.1%) seguido pelo reto em 32.8%. Aproximadamente metade dos pacientes (43.8%) não apresentava doença em linfonodo. De acordo com a classificação de Dukes mais de 50% da amostra pertencia aos estágios C e D. Quanto ao nível do CEA, a média do valor foi de 136.5 ng/mL, com intervalos entre 1 e 4268 ng/mL. As características clínico-biológicas estão apresentadas na tabela 1. 27 TABELA 1. Características Clínico-biológicas, dos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). Mediana Variável n % (IQ25-75) Masculino 69 50.4 Idade dos pacientes 58 (50-65)* Lesão Metacrônica 86 62.8 Meses (Tumor Primário à Hepatectomia) 11 (1-20) Localização no Intestino Grosso Cólon 70 51.1 Sigmóide 22 16.1 Reto 45 32.8 Linfonodos do Tumor Primário N0 60 43.8 N1 28 20.4 N2 2 1.5 Desconhecido 47 34.3 Estado Patalógico de Dukes Dukes A 3 2.2 Dukes B 14 10.2 Dukes C 34 24.8 Dukes D 42 30.7 Desconhecido 44 32.1 Nível Pré-operatório do CEA 89 64.5 136.5 (493.2)* Desconhecido 48 35.5 * Media (DS) No que se refere às lesões metastáticas, o número de lesões variou de 1 a 9 lesões, com média de 2.1 e desvio-padrão de 1.6 lesões. A maioria dos pacientes recebeu quimioterapia neo-adjuvante, sendo a combinação de 5-Fluoracil e Leucovorin a quimioterapia mais frequentemente usada. Os diferentes tipos de quimioterapia utilizados estão especificados na tabela 2. 28 TABELA 2. Uso de Quimioterapia e Radioterapia Pré-operatória nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). Variável n % Quimioterapia Pré-operatória 85 62.0 Tipo de Quimioterapia 5FU+Leucovorin 35 25.6 5FU+Oxaliplatina 9 6.6 5FU+Irinotecan 1 0.7 Outros/Combinação 27 19.7 Quimioterapia Arterial e Sistêmica 1 0.7 Nenhuma 52 38.0 Radioterapia Pré-operatória 25 18.2 Resultados Peri-operatórios: Realizou-se hepatectomia maior para ressecção de 3 ou mais segmentos hepáticos em 56 pacientes (59.1%). A bissetoretomia e hepatectomia direita foram os procedimentos mais praticados com 28.5% e 23.6%, respectivamente. Todas as caracteristicas estão detalhadas na tabela 3. A estimativa de perda sangüínea teve uma mediana de 400 ml (IQ25-75 de 250-800). A permanência na UTI e hospitalar teve uma mediana de 3 e 8 dias, respectivamente. A mortalidade peri-operatória foi 3.6% (cinco casos). As complicações perioperatórias ocorreram em 23.4% da casuística, sendo as pulmonares e renais as mais freqüentes. Os tipos de complicações estão detalhados na tabela 4. Em 31% dos pacientes houve necessidade de outro procedimento cirúrgico ou de ablação, inclusive radiofreqüência, quimio-embolização e ressecção pulmonar no trans-operatório (ver tabela 4). 29 TABELA 3. Resultados Peri-operatórios dos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). Mediana Variável n % media (IQ25-75) Número de lesões metastática 2 (1-3) Comprometimento Bilobar Hepatectomia Maior Tipo de Cirurgia hepática Metastasectomia/Ressecção Atípica Bissetoretomia Hepatectomia Esquerda Hepatectomia Direita Hepatectomia Central Trissetoretomia Esquerda 52 56 38.0 59.1 28 39 19 36 6 5 20.4 28.5 13.9 26.3 4.4 3.6 Trissetoretomia Direita 4 2.9 Procedimento cirúrgico associado Transfusão sangüínea Estimativa de Perda Sangüínea (ml) 43 39 32 29 Tempo Cirúrgico (minutos) Complicações no Pós-operatório Não Dias de permanência na UTI Dias de Estadia Hospitalar 400 (250-800) 225 105 (162-270) 76.6 3 (2-3) 8(7-10) TABELA 4. Tipo de Procedimentos associados e Complicações nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). Tipo de Procedimento associado N % Colecistectomia 12 8.8 Radiofreqüência 10 7.3 Ressecção Intestinal 14 10.2 Ressecção Vascular 2 1.5 Ressecção Pulmonar 2 1.5 Ressecção Pancreática 1 0.7 Quimioterapia arterial intrahepática 2 1.5 Nenhuma 94 68.6 Tipo de Complicações GI: RENAL GIa: PULMONAR GII: PULMONAR GIIa: RENAL GIIa: GASTROINTESTINAL GIIIb: RENAL GIIIb: OUTRA GIIIa: GASTROINTESTINAL GIIIa: PULMONAR GIVa: NEUROLOGICA 1 1 5 4 1 1 1 7 1 4 2.6 2.6 13.1 10.5 2.6 2.6 2.6 18.4 2.6 10.5 GIVa: PULMONAR GIVa: RENAL Óbito TOTAL 5 1 5 38 13.1 2.6 13.1 27/100 30 Avaliação Histopatológica: Quanto ao grau de diferenciação histológica da metástase, o mais freqüente foi o moderadamente diferenciado em 80 pacientes (58.4%). Por outro lado, o fígado remanescente foi normal em 64.2% (88 pacientes), apresentando alterações em 35.8%, sendo a esteatose a mais freqüente, acometendo 17.5% (24 pacientes). Figado reacional foi encontrado em 12.4%, fibrose em 3%, colestase em 2.2% e cirrose hepática em um caso. Estes resultados estão mostrados na tabela 5. TABELA 5. Características Patológicas dos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). Variável n % Mediana (IQ25-75) Maior diâmetro da lesão metastática cm Margens cirúrgicas das peças Livre Comprometida Grau histológico das metástases Pouco diferenciado Moderadamente diferenciado Bem diferenciado Desconhecido Histopatologia do fígado não tumoral Normal Esteatose Colestase Fibrose Reacional Cirrose Linfonodos no trans-operatório Não 4.5 (3-6.1) 107 30 78.1 21.9 14 80 20 23 10.2 58.4 14.6 16.8 88 24 3 4 17 1 64.2 17.5 2.2 2.9 12.4 0.7 129 94.2 31 7.2 RESULTADOS NA SOBREVIDA E FATORES PROGNÓSTICOS Sobrevida após a ressecção hepática A sobrevida dos pacientes submetidos à RH variou de 3 dias a 134 meses, com uma média de 31.7 meses, incluído nesta análise os óbitos peri-operatórios (ver figura 1). Excluídos estes 5 pacientes, obteve-se uma sobrevida de 34.7%. A sobrevida global em um, três e cinco anos foi de 82%, 43% e 32.3%, respectivamente. Por outro lado, não foi possível avaliar o período livre de doença neste estudo. FIGURA 1. Sobrevida Global após Hepatectomia por MCCR (n=137). Fatores Prognósticos da Sobrevida: Análise Univariada. Na análise univariada, não houve diferença estatística nas curvas de sobrevida para as seguintes variáveis: sítio do tumor primário, classificação de Dukes, radioterapia, tamanho da lesão metastática, tipo de ressecção hepática, margem cirúrgica, transfusão sangüínea e alteração histológica no fígado remanescente. Por outro lado, foi identificada diferença estatisticamente significativa para as seguintes variáveis: gênero, idade, nível sérico do CEA, período de ressecção das metástases desde o diagnóstico do tumor primário, quimioterapia neo-adjuvante, número de lesões, distribuição no fígado (unilobar ou bilobar), grau histológico das metástases, complicações peri-operatórias e década da ressecção hepática. Estes dados são descrito detalhadamente na tabela 6. 32 TABELA 6. Análise Univariada dos possíveis Fatores Prognósticos nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n= 137). Sobrevida 5 Mediana Fatores Prognóstico N P anos (%) meses Gênero: Feminino 68(49,6) 44.0 35.4 0.009 Masculino 69 (50,4) 19.7 24.4 Idade: <65 anos 107(68,5) 35.1 31.6 0.023 > 65 anos 30 (21,9) 12.1 22.2 Nível do CEA: < 50 ng/mL 56 (40,9) 49.4 57.0 <0.001 > 50 ng/mL 81 (59,1) 33.1 22.5 Lesã: Sincrônica 79 (57,7) 24.3 23.5 0.019 Metacrônica 58 (42,3) 40.4 38.3 Quimioterapia Pré-Op: Sim 85 (62,0) 35.5 35.4 0.031 Não 52 (38,0) 23.1 24.4 Tamanho da Lesão: > 5 cm 88 (64,2) 28.7 26.2 0.225 < 5 cm 49 (35,8) 33.0 31.1 Lesões: únicas 64 (43,7) 40.0 45.0 0.005 múltiplas 73 (57,3) 20.3 24.1 Distribuição: Unilobar 85 (62,0) 40.1 38.3 0.002 Bilobar 52 (38,0) 17.4 21.1 Hepatectomia: Menor 56 (40,9) 37.4 35.4 0.328 Maior 81 (59,1) 28.3 28.4 Margens de Ressecção: Livre 107 (78,1) 33.7 31.2 0.225 Comprometida 30 (21,9) <25.9 24.4 Diferenciação do Tumor: Bem 20 (14,6) 52.4 63.0 0.016 Modero/Pouco Diferenciado. 100 (69,0) 22.9/19.0 20.5 Fígado remanescente: Normal 88 (64,2) 31.6 29.4 0.74 Alterado 49 (35,8) 24.5 31.4 Complicações Não 105 (76,6) 34.8 31.2 0.014 Sim 32(23,4) 12.6 23.5 Período da R H: antes de 2000 39 (28,5) 17.9 25.3 0.058 Depois de 2001 98 (71,5) 40.6 35.0 33 A sobrevida foi superior para o gênero feminino, observando-se uma sobrevida aos 5 anos de 40.0% versus 19.7% nos homens (p = 0.009) (figura 2). FIGURA 2. Sobrevida estratificada por gênero nos Pacientes submetidos à hepatectomia por MCCR (n=137). 34 Foi evidenciada diferença significativa para os pacientes com idade menor de 65 anos, resultando numa sobrevida de 35.1% em 5 anos versus 12.1% para aqueles com 65 anos ou mais (p = 0.023). Ver figura 3. FIGURA 3. Sobrevida estratificada por idade nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). 35 No que se refere ao nível sérico do CEA, foi observada sobrevida favorável aos 5 anos para os pacientes com nível sérico do CEA menor de 50 ng/mL em relação com aqueles com nível acima deste valor, 34.4% versus 18.8%, respectivamente (p = <0.001). Ver figura 4. FIGURA 4. Sobrevida segundo nível sérico do CEA nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). 36 As lesões metacrônicas foram associadas a maior sobrevida em comparação às sincrônicas, 40.4% versus 24.3% aos 5 anos, respectivamente (p = 0.019). Ver figura 5. FIGURA 5. Sobrevida estratificada pelo intervalo de aparição das metástases após o diagnóstico do CCR. (n=137). 37 A quimioterapia neo-adjuvante oportunizou também melhor sobrevida, 35.5% aos 5 anos, comparado com 23.1% em aqueles que não a receberam (p = 0.031). Ver figura 6. FIGURA 6. Sobrevida segundo uso da Quimioterapia neo-adjuvante nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). 38 Os pacientes com metástases únicas, assim como de localização unilobar, apresentaram melhor sobrevida, quando comparados com os pacientes cujas metástases eram múltiplas ou bilobares. Sendo a sobrevida aos 5 anos de 40.0% vs 20.3%, e 40.1% vs 17.4%, respectivamente (p = 0.005) (p = 0.002) (figuras 7 e 8). FIGURA 7. Sobrevida de acordo ao comprometimento hepático nos pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). 39 FIGURA 8. Sobrevida segundo as lesões únicas vs múltiplas nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). FIGURA 7. Sobrevida de acordo ao comprometimento hepático nos pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). 40 Quanto ao grau histológico do tumor, os pacientes com lesões bem diferenciadas tiveram melhor sobrevida, 52.4% aos 5 anos, quando comparados com os pacientes com neoplasia moderadamente ou pouco diferenciada, com sobrevidas de 20.9% e 19.0%, respectivamente (p = 0.016) ver figura 9. FIGURA 9. Sobrevida estratificada pelo grau de diferenciação da metástase nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). 41 Segundo a presença de complicações peri-operatórias, identificou-se diferença significativa para os pacientes que não tiveram complicações, resultando numa sobrevida de 34.8% em 5 anos versus 12.6% para aqueles que apresentaram (p = 0.014). Ver figura 10. FIGURA 10. Sobrevida segundo a presença de complicações peri-operatórias nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137). 42 A sobrevida foi melhor para os pacientes submetidos à ressecção hepática a partir do ano 2001, atingindo uma sobrevida de 40.6% versus 17.9% nos submetidos antes desta data (p = 0.058) (figura 11). FIGURA 11. Sobrevida segundo o período de realização da RH nos Pacientes com MCCR (n=137). 43 Fatores Prognósticos da Sobrevida: Análise Multivariada. Na análise multivariada, melhor sobrevida foi associada aos seguintes fatores: gênero feminino (p = 0.007); nível sérico do CEA menor de 100 ng/mL (p = 0.031); lesão metacrônica (p = 0.011); quimioterapia neo-adjuvante (p = 0.028); distribuição unilobar das metástases e a ausência de complicações pós-operatórias (p = 0.010). Ver tabela 7. TABELA 7. Fatores Prognósticos nos Pacientes submetidos à Hepatectomia por MCCR (n=137) Fatores Prognóstico Hazard Ratio 95% IC Gênero: Feminino Masculino Nível do CEA: < 50 ng/mL > 50 ng/mL Lesão Metacrônica: Sim Não Quimioterapia Neo-adjuvante: Sim Não Distribuição: Unilobar Bilobar Complicação Pós-operatória: Sim Não 1 2.09 1 1.97 1 1.77 1 1.56 1 1.841 1 2.096 _ 1.31-3.34 _ 1.17-3.31 _ 1.34 -2.77 _ 0.99 - 2.44 _ 1.18-2.85 _ 1.26-3.46 P 0.002 0.010 0.012 0.051 0.006 0.004 44 8 DISCUSSÃO No presente estudo, a média de sobrevida encontrada foi de 31.7 meses; sendo em um, três e cinco anos de 82%, 43% e 32.3%, respectivamente. Estes resultados são próximos aos relatados nas grandes séries das últimas duas décadas (GAYOWSKI, 1994; NORDLINGER, 1994; TAYLOR, 1997; FONG, 1999; BOLTON, 2000; WEBER, 2000; CHEDID, 2003; ELIAS, 2004; SCHINDL, 2005; ETO, 2006; JONAS, 2007; ZAKARIA, 2007; REES, 2008). A sobrevida relatada após a ressecção cirúrgica das MHCCR é bastante ampla, variando entre 25% e 60% em 5 anos, sendo de qualquer forma muito superior à oferecida pelo manejo conservador obtido exclusivamente por quimioterapia ou ablação, seja crioablação ou radiofreqüência: 3%, 22% e 27%, respectivamente (STEELE, 1991; HESLIN, 2001; SCHINDL, 2005; SHEEN, 2002; ABDALLA, 2004; ALOIA, 2006). Por outro lado, as últimas grandes séries relatam sobrevida entre 40% e 60% (CHOTI, 2002; FERNANDEZ, 2004; ABDALLA, 2004; HERMAN, 2006; WEI, 2006, NAGASHIMA, 2006; ALOIA, 2006; TAKAHASHI, 2006; BUTTE, 2007; MALIK, 2007; TANIANI, 2007; TANAKA, 2008; ARRU, 2008). A sobrevida dos pacientes neste estudo, como já referido, é similar aos resultados dos autores anteriores, reforçando a idéia de que a RH é a terapêutica de escolha para as metástases hepáticas por câncer colorretal. Por outro lado, provavelmente a quimioterapia usada no tratamento dos pacientes do presente estudo não necessariamente reflete a usada nos países desenvolvidos. Pode-se observar que a maioria dos pacientes recebeu como base da quimioterapia o 5-FU e Leucovorin unicamente, que atualmente deve ser combinado ao uso de Oxaliplatin ou Irinotecan e recentemente com Bevacizumab, como primeira linha de tratamento quimioterápico (KEMENY, 2002; ELLIS, 2005). Apesar disso, observa-se que a quimioterapia neo-adjuvante teve uma influência positiva nos pacientes com uma sobrevida duas vezes superior nos pacientes que a receberam. Tal achado também foi registrado por Pawlik et al. e por Adam et al (PAWLIK, 2005; ADAM, 2004). No presente estudo, foram considerados distintos parâmetros com relação a sobrevida após ressecção das metástases hepáticas. Desde os primeiro relatos de 45 casos de RH por Nordlinger et al (1987) até os estudos recentes, vários fatores têm sido elencados como de importância prognóstica (GAYOWSKI, 1994; TAYLOR, 1997, WEBER, 2000; OLIVEIRA, 2004; WEI, 2006; HERMAN, 2006; NAGASHIMA, 2006; ARRU, 2008) (NORDLINGER, 1987), (EKBERG, 1986). Características próprias do paciente, do câncer primário e das metástases, derivadas da ressecção hepática propriamente dita e as que decorrem no pós-operatório têm sido avaliadas (CAPUSSOTTI, 2007). Identificar estes fatores nas distintas etapas é muito importante tanto para a equipe cirúrgica e oncológica como para a família a fim de planejar de forma conjunta a melhor conduta terapêutica. Têm sido propostos inúmeros escores prognósticos na avaliação do paciente com MHCCR (NORDLINGER, 1996; FONG, 1999; NAGASHIMA, 2006; SCHINDL, 2005; WRAY, 2005; ZAKARIA, 2007; MALIK, 2007; TAN, 2008; KATTAN 2008), inclusive retoma-se a importância da laparoscopia nesta nova era da cirurgia para avaliar os pacientes que irão se beneficiar da ressecção cirúrgica (JARNAGIN, 2001). Com relação aos resultados aqui apresentados, o fato de que o gênero feminino e a idade menor de 65 anos resultarem em fatores de bom prognóstico, deve-se provavelmente ao fato de que este é um subgrupo de pacientes com melhor expectativa de vida, com melhor resposta orgânica após a ressecção. Achados similares são encontrados na literatura (HESLIN, 2001)(KATTAN, 2008)(ADAM, 2008). Do mesmo modo, em diversos estudos, a idade avançada foi identificada como fator de mau prognóstico (WEI, 2006; HESLIN, 2001; GAYOWSKI, 1994; NORDLINGER, 1996; LEPORRIER, 2006; MANFREDI, 2006; THELEN, 2007; ZACHARIAS, 2004; KATTAN, 2008). O presente estudo tem algumas limitações traduzidas pela ausência de informações clínicas relacionadas à classificação de Dukes e nível de CEA no pré operatório em aproximadamente 30% da amostra analisada. No entanto, os pacientes com níveis sérico de CEA acima de 50 ng/mL, assim como as metástases de localização bilateral, associaram-se ao pior prognóstico. Considera-se que estas condições traduzem tanto uma doença avançada quanto agressiva. A localização hepática bilateral das metástases foi referida como um fator de mau prognóstico por vários autores (GAYOWSKI, 1994; BOLTON, 2000; HERMAN, 2006; MALIK, 2007; TANAKA, 2008; KATTAN, 2008). 46 Do mesmo modo, as metástases sincrônicas determinaram pior sobrevida nesta série, o qual manifesta a agressividade do tumor, já comprovado em várias importantes casuísticas (FONG, 1999; CHEDID, 2003; MINAGAWA, 2000; HESLIN, 2001; GAYOWSKI, 1994; NORDLINGER, 1996; ARRU, 2008; ZAKARIA, 2007; ADAM, 1997; FONG 1997; SCHINDL, 2005). Houve uma tendência a melhor sobrevida para lesões únicas, embora na análise multivariada este achado não tenha sido confirmado. Na literatura, a maioria dos estudos demonstra que a presença de metástase única favorece o paciente, pois representa uma etapa mais precoce da doença metastática, portanto sua ressecção acarreta melhor prognóstico a longo prazo (FONG, 1999; TAYLOR, 1997; BOLTON, 2000; WEBER, 2000; CHEDID, 2003; HERMAN, 2006; BUTTE, 2007; MINAGAWA, 2000; HESLIN, 2001; CHOTI, 2002; ABDALLA, 2004; NAGASHIMA, 2006; ALOIA, 2006; TANIANI, 2007; JONAS, 2007; ZAKARIA, 2007). Dentro desta linha de raciocínio, alguns autores demonstraram diferença na sobrevida quando havia a presença de três lesões ou mais (REES, 2008; ZACHARIAS, 2004; SCHINDL, 2005). Em outros dois estudos a diferença foi encontrada com relação a quatro ou mais lesões (NORDLINGER, 1996; GAYOWSKI, 1994). E, ainda, outros evidenciaram diferença ao avaliar cinco (ELIAS.2004) ou mais lesões (TANAKA, 2008). Entre os resultados peri-operatórios, como seria de se esperar, a presença de complicações resultou em fator independente de mau prognóstico na sobrevida. Por outro lado, o tipo de ressecção hepática, a estimativa de sangramento e o tempo cirúrgico não foram associados ao prognóstico. No estudo de Khuri et al. (2005) a ocorrência de complicações dentro dos primeiros 30 dias após diferentes cirurgias de alta complexidade determinou a diminuição da sobrevida a longo prazo. Postulase que a resposta inflamatória e imunológica inadequadas seriam as responsáveis por esta pior sobrevida (KHURI, 2005). Um dado importante a ser considerado é o grau de diferenciação tumoral. Observa-se nesta análise uma tendência à pior sobrevida naqueles pacientes com tumor pouco diferenciado. Resultados adversos com este grau histológico já foram evidenciados na literatura (HESLIN, 2001; ARRU, 2008; FERNANDEZ, 2004; REES, 2008; TAN 2008). 47 Com relação ao fígado remanescente, não houve correlação com a sobrevida neste estudo. Na maioria dos pacientes o fígado era normal ou reacional. Ressalvese que no presente estudo apenas uma minoria recebeu Irinotecan e Oxaliplatin, drogas relacionadas como esteato- hepatite e alteração sinusoidal, respectivamente (KOOBY, 2003; ALOIA, 2006; VAUTHEY, 2006; MCCORMACK, 2007; NAKANO, 2008). Da mesma forma, não se evidencia diferença entre o tamanho da lesão e a sobrevida com relação ao diâmetro acima de 5 cm (FONG, 1999; BOLTON, 2000; NAGASHIMA, 2006; NORDLINGER, 1996; REES, 2008), acima de 8 cm (ZAKARIA, 2007) ou maior de 10 cm (FONG, 1997). O tamanho do tumor pode traduzir maior agressividade tumoral ou até mesmo um diagnóstico mais tardio (PAWLIK, 2008). Com o advento da cirurgia em dois tempos (ADAM, 2004), o tamanho deixou de ser uma contra-indicação absoluta da RH. Neste estudo, a margem de ressecção cirúrgica não teve impacto nos resultados. Apesar de ser este um princípio da cirurgia oncológica, nem sempre é possível conseguir margens livres, mesmo que este seja um parâmetro fundamental dentro dos fatores prognóstico da RH MCCR; uma vez que a maioria dos relatos associa a margem a melhor prognóstico (FONG, 1997A; 1999B; WEI, 2006; WEBER, 2000; CHEDID, 2003; HESLIN, 2001; CHOTI, 2002; NORDLINGER,1996; GAYOWSKI, 1994; TANIANI, 2007; ARE, 2007, REES, 2008). Porém, para outros autores a margem não influencia a sobrevida (BOLTON, 2000; HERMAN, 2006; BUTTE, 2007; NAGASHIMA, 2006; MINAGAWA, 2000; ARRU, 2008; JONAS, 2007; ZAKARIA, 2007; TAYLOR, 1997; MALIK, 2007). Não obstante, os autores sugerem que se deve tentar na medida do possível a ressecção curativa como princípio oncológico. Fernandez et al. afirmaram não haver mudança na sobrevida ao longo do tempo (2004); porém, vários autores evidenciaram uma melhor sobrevida no período recente (CHOTI, 2002; MANFREDI, 2006; JONAS, 2007). Neste estudo, percebe-se igual propensão nos pacientes operados a partir do ano 2001, que tiveram uma sobrevida superior a 50% comparada com 12% dos operados antes desta data. Provavelmente tal fato se deve aos seguintes avanços: melhor treinamento da equipe cirúrgica, melhor técnica anestésica, utilização de novos instrumentos de ressecção e ablação, ressecção hepática em dois tempos, novas drogas de 48 quimioterapia assim como o advento de melhores técnicas diagnósticas (TAN, 2008; LUBEZKY, 2007; FERNANDEZ, 2004). A literatura sugere que a seleção do paciente é mais importante que as características das metástases, embora as duas condições sejam determinantes para o sucesso da ressecção curativa (PAWLIK, 2008). Por outro lado, cada vez mais os critérios de ressecabilidade têm se expandido a um maior grupo da pacientes graças à experiência dos grupos de cirurgia hepática, assim como ao advento de novas drogas (ALBERTS, 2005;MASI, 2006). Apesar da acurácia de vários sistemas de avaliação destes fatores (GAYOWSKI, 1994, FONG, 1999, NAGASHIMA 2006, TAN, 2008; REES, 2008), alguns deles não podem ser avaliados previamente à ressecção nem no pós operatório, por exemplo, o tipo de ressecção, estimativa de sangramento, margem cirúrgica, complicações e a alteração da histologia hepática, especificamente a presença de esteato-hepatite (MCCORMACK, 2007). Descreve-se neste relata uma das maiores séries de caso consecutivo realizado por uma mesma equipe no Brasil, com resultados são bastante semelhantes aos publicados em grandes centros internacionais em termos de sobrevida, mortalidade e morbidade, reafirmando a ressecção hepática como o melhor tratamento para estes pacientes. Contudo, este estudo trata-se da experiência de um Centro de Câncer do Sul do Brasil que pelo, número de procedimentos hepáticos, considera-se um centro de alto volume, que influencia positivamente na sobrevida dos pacientes, como foi analisado por Fong et al. (2005). Considera-se que este estudo tem o poder estatístico para reforçar a literatura nacional e internacional sobre a importância dos fatores prognósticos antes citados. Embora não tenha sido possível avaliar o período livre de doença, reconhece-se a importância de acompanhar de perto estes pacientes e oferecer maior informação ao paciente, familiares e médicos tratantes com o intuito de oferecer um adequado e oportuno tratamento ante a presença de recorrência. 49 9 CONCLUSÕES • A Sobrevida global dos pacientes em um, três e cinco anos foi de 82%, 43% e 32.3%, respectivamente, com uma média de 31.7 meses. • A ressecção hepática esteve associada a 3.6% de mortalidade e 23.4% de complicações pós-operatorias, respectivamente. • Os fatores independentes que se associaram ao bom prognóstico foram: gênero feminino; nível sérico do CEA menor de 50 ng/mL; lesão metacrônica; uso da quimioterapia neo-adjuvante; distribuição unilobar das metástases e a ausência de complicações pós-operatórias. • Um terço dos pacientes apresentaram alterações anátomo-patológicas discretas no fígado remanescente. REFERÊNCIAS ABDALLA, E.K.; VAUTHEY, J.N.; ELLIS, L.M. et al. 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Patients and Methods: On the Cancer Center of the Hospital Santa Casa southern Brazil, from November 1993 to March 2008, data of 173 patients with CRLM (historical cohort) were collected prospectively. We analyzed outcome of patient who underwent resection of CRLM, we considered the clinical, histopathological and perioperative of 137 patients. Analysis of survival was performed using the Kaplan-Meier model, and calculation of significance by * log-rank *. Results: The overall survival at 1, 3 and 5 years was 82%, 43% and 32.3% respectively, with an average of 31.7 months. There were 3.6% of peri-operative death and 23.4% of complications. In univariate analysis the statistically significant difference in gender, age, levels of CEA, length of resection of metastases, neoadjuvant chemotherapy, number of lesions, distribution of lesions in the liver, histological grade, peri-operative complications and decade of liver resection . In multivariate analysis was associated with better survival: female gender (p = 0.007), serum levels of CEA less than 100 ng / mL (p = 0,031); parachronism lesion (p = 0,011), neoadjuvant chemotherapy (p = 0,028); one lobe distribution, and no postoperative complications (p = 0.0109). Conclusion: Hepatic resection remains the therapy of choice in patients with metastases in CRC, offers a good long-term survival, especially in females, one lobe distribution of lesions, and in the absence of postoperative complications. Key-Words: liver metastases, colorectal cancer, prognostic factors, liver resection. 62 INTRODUCTION Colorectal cancer each year total almost 950 000 cases new, being the fourth most common cause of cancer worldwide and second in developed countries. The liver is the most affected by CRLM, occurs in approximately 65% of patients, and only 25% present a viable tumor resection at diagnosis, liver metastases are the leading cause of morbidity and patient mortality (2). Although only 20 of the patients benefited from surgery, this treatment offers is associated with improved survival of patients with a survival rate between 30% and 45% at five years, (3,4,5). The old criteria for LR (6), have been expanded due to better and more efective chemotherapy (2). Has been considered numerous factors associated with survival, including patient characteristics, (4,7), the primary tumor and metastases, (4,5,7-15). Some data suggest that patients can be identified with high risk for extrahepatic disease using a hidden count clinical risk for outcomes after liver resection of these have been used some criteria to select the preoperative whow patient benefit from LR (4,15). We sought to know the survival of patients with MCL undergoing LR a center of Cancer, Hospital Santa Casa, southern Brazil, period 1993-2008. PATIENTS AND METHODS Patient populations and definitions Between November 1993 and March 2008, the date on 137 who underwent surgical resection Were Were Collected prospectively for CLM (history cohort) in the Cancer Center, Hospital Santa Rita (CCHSR) of a Hospital in Southern Brazil. We excluded patients who had extrahepatic metastatic disease unresectable not submitted to biopsy or only radiofrequency ablation. The Study and Confidentiality Agreement were approved by the Ethics Committee and research Santa Casa de Misericordia de Porto Alegre. Preoperative assesment The policy of the CCHSR make the preoperative clinical evaluation was done in conjunction with the oncology clinic, assessing the patient, laboratory tests and radiologic studies in the images. For planning the surgery, diagnostic images were reviewed (ultrasonography and computed tomography, magnetic resonance. If the patient had CRLM of resection was feasible routed to LR, the contrary, the patient 63 first received chemotherapy, imaging studies were done after the 3 or 5 chemotherapy cycles, the surgery was indicated. Surgical Procedure: Liver resections with curative intent were performed, However other techniques were used, ie, radiofrequency ablation and intraabdominal resections. The stars with the surgery laparotomy exploration, bimanual palpation liver intraoperative ultrasonography were carried out to define the location of the CRLM and their relations with vascular structures. Parenchymal transection was performed using Kellyclasy technique, with eletrocautery, or LigaSure ultrasicion. Major hepatectomy was defined including the liver resection 3 or more contiguous liver segments. Usually the recovery patients was in the Intensive Care Unite for the first 24 or 48 hours, until to get clinic stabilization. After discharge, the patient was sent to the clinic every three months in the first year. Survillance included imagen CT of the thorax, abdominal and pelvis, and control laboratory tests. Perioperative results: Postoperative morbidity, mortality, 30 days rates were evaluated. Postoperative complications were graded using the Dindo classification, inside that major postoperative complications graded 3 or more in the Dindo classification was evaluated. Cumulative overall postoperative morbidity and mortality rates were defined as the ratio of patients with postoperative complications and the ratio of postoperative death, respectively, after the primary tumor and/or resection of CLM. Postoperative period and long-term outcomes: Overall survival rates was calculated from the time of liver resection and the last follow up or the date of death of the patient. Statistical analysis: Quantitative and qualitative variables were expressed as mean (range), and frequency. Overall survival was calculated using the Kaplan Meier method and compared using the log rank test. To detect factors associated with survival in patients, univariate analysis was used to examine the relationship between the 64 survival and the following variables: age, gender, location of the primary tumor, nodes status of the primary tumor, sateg of the primary tumor, time of diagnostic CRLM in the relations with the primary tumor, number of CRLM, the size of CRLM, localization CRLM in the liver, CEA plasma level > 5 ng/dL, preoperative or postoperative chemotherapy, the type of chemotherapy, the type of liver resection (major hepatectomy for three or more segments liver), associated procedures, blood lost during the surgery, transfusions, ocurrence of postoperative complications, anatomopathology report, and the period the surgery was perfomed before 2001 or after. All variables associated with survival with p <_ 0.2 in a univariate proportional hazard model were subsequently entered into a Cox multivariate regression model. Values of p < 0.05 were considered statistically significant. Comparisons between groups were analyzed with the chisquare or Fisher exact test for proportions (contingence table). Stastistical analysis was performed using the statistical sowfware package SPSS version 13.0 (SPSS). RESULTS Patients and Tumor Characteristcs This study of 137 patients underwent liver resection of CRLM were 69 (50.4%) male gender, the median patient age was 57 years (IQ 50-65) and the half of the m had a primary colon tumor (70/137). Most CRLM presentation was metachronous (86/62.8%). The mean of CRLM was 2.1 (DS 1.6), the majority the patients received preoperative chemotherapy (62%). All characteristics are detailed in table 1. Perioperatives outcomes and postoperative morbidity and mortality Perioperative and postoperative characteristics of the 137 patients who underwent resection of CRLM as listed in table 2. Most patients underwent with major hepatectomy (56/59.1%). The bisectomy and right hepatectomy were the most common procedures performed with 28.5% (39/137) and 23.6% (36/137), respectively, and one third of the patients underwent additional procedures (31%). The median estimated blood loss was 400 mL (IQ25-75, 250-800). The median Intensive United Care and hospital stay was 3 and 8 days, respectively. As to mediate postoperative outcomes, there were 5 (3.6%) deaths postoperative, with 23.4% (32/137) of complications. Regarding the histopathological analysis, the 65 median diameter of lesions was 4.5 cm (intervals 3-6.1). Resection margin free (R0) was 78.1% (107/137). Survival: With a median follow-up of 28 months, overall median survival 31.7 months (range 1 to 134 months), with 1-year, 3-year, and 5-year actuarial overall survival rate were 82%, 43% and 32.3% respectively (Figure 1). This analysis included perioperative deaths 5 patients, excluding these, we obtained 34.7% 5-year overall survival rate. In this study we analyzed the time when liver resection was performed in relation with 2001 year, we found 40.6% 5-year overall survival rate in the patients underwent after 2001, in comparison with 17.9% 5-year before this time (p = 0.058) (figure 2). Univariate and multivariate predictors of survival following resection of CRLM Results of univariate and multivariate analysis for factors associated with survival following LR of CRLM are detailed in table 3 and 4 respectively. Univariate analysis showed difference was statistically significant for the following variables and their categories: sex, age, preoperative CEA level >50 ng/mL, period of resection of metastases from diagnosis of primary tumor, preoperative chemotherapy, number of lesions, distribution in the liver, histology grade of metastases, perioperative complications and decade of liver resection. In multivariate analysis, male gender (p = 0.002, hazard ratio = 2.09, confidence interval 95% = 1.31-3.34); preoperative CEA level >50 ng/mL (p = 0.010, hazard ratio = 1.97, confidence interval 95% = 1.17-3.31); synchronous lesion (P = 0.012, hazard ratio = 1.77, confidence interval 95% = 1.34-2.77), not preoperative chemotherapy (p = 0.051 hazard ratio = 1.56, confidence interval 95% = 0.99 - 2.44), bilateral metastases and postoperative complications (p = 0.006, hazard ratio = 1.841, confidence interval 95% = 1.18-2.85) were independent factors associated to overall survival. 66 DISCUSSION The reported survival after surgical resection is the MHCCR quite wide, ranging between 25% and 60% in 5 years, being anyway superior to that offered by not surgical management obtained exclusively by chemotherapy, cryoablation or radiofrequency albation: 3%, 22% and 27% respectively (15, 7, 16). In this study, the median survival was found 31.7 months, being in one, three and five years of 82%, 43% and 32.3%, respectively. These results are close to reported in large series the past two decades (4, 8, 10, 14, 16-20, 29,30). On the other hand, there are large series reporting good survival in selective patients very, 40% and 60% (3, 21, 11, 23, 24, 13, 25, 26, 27, 28). Survival in this study, as mentioned above, is similar to the results of previous authors, reinforcing the idea that the LR is the therapy of choice for colorectal cancer liver metastases. On the other hand, was observed that the majority of patients received as a basis chemotherapy flouruoracil (5-FU) and leucovorin alone that now be combined with the use of oxaliplatin or irinotecan and recently with bevacizumab as first line chemotherapy treatment (22,31). Nevertheless, it is observed that the neo-adjuvant chemotherapy had a positive effect in patients with a survival two times higher in patients who received. This finding was also recorded by Pawlik et al. and Adam et al (32; 33). Regarding the results presented here, the fact that the female and younger than 65 years resulting in good prognostic factors, this is probably due is a subgroup of patients with better expected life, with better biologic response after resection. Findings similar are found in the literature (7, 8, 23, 33, 35, 36). This study has some limitations translated by absence of clinical information related to the classification Dukes and level of preoperative CEA in approximately 30% of the sample. However, patients with preoperative CEA levels >50 ng/mL, and the bilateral location of metastases, were associated with worse prognosis. It is considered that these conditions reflect both an advanced and aggressive disease. The location of the liver metastases was reported bilateral as a factor of poor prognosis by several authors (8 17, 11 26; 28; 36). Similarly, synchronous metastases of worse survival in this series, which shows the aggressiveness of tumor, already proven in several major case series (4, 8-10, 16, 29, 34). Among the perioperative outcomes, as would be expected, the presence of complications resulted in a factor independent poor prognostic outcome like Vauthey et al, in their series found (37). Moreover, the type 67 of liver resection, the estimated bleeding and duration of surgery were not associated with the prognosis. In the study of Khuri et al. the occurrence of complications within the first 30 days after different surgical procedures of high complexity led to the decreased survival in the long term. It is postulated that the inflammatory and immune response inadequate would be responsible for this poor survival (38). Fernandez et al. reported no change in survival over time (21), but several authors showed a better survival in the recent period (14,39-40). In this study, we found the same propensity in patients operated on from 2001, which had a survival above 50% compared with 18% of those operated before this date. Probably this is due to the following advances: better training of the surgical team, the better anesthetic technique, new instruments resection and ablation, two stages LR, new chemotherapy drugs as well as the advent in diagnostic techniques (21, 41, 42). The patient selection is more important that the characteristics of metastases, although the two conditions are crucial for the success of resection curative (2). On the other hand, increasing the criteria for resectability have expanded to a larger group of patients due to groups' experience of liver surgery, as well as the advent of new drugs (43,44, 45). In conclusion, although 5-year survival was 32.3% in variated group of patient with CRLM, this is s good outcome in report one of the largest case series consecutive conducted by the same team in Brazil, results are quite similar to those published in large international centers in terms of survival, mortality and morbidity, reaffirming the liver resection as the best treatment for these patients. We confirmed that better survival of patient with CRLM dependent overall of the biologic characteristic of the tumor, in that we need to know more about the molecular biology of this kind of tumor. However, this study focuses on the experience of a center Cancer in southern Brazil that the, number of procedures liver, it is considered a center of high-volume, positive influence on patient survival, as analyzed by Fong et al. (46). 68 Authors Contributions Study conception and designs: Kalil, Lopez T. Aquisition of data: Lopez T, Leite. Vittoreti. Analysis and interpretation: Lopez T. Kalil, Pinto, Coral. Drafting of manuscript: Lopez T, Kalil, Coral Critical revision: Lopez T, Leite, Pinto, Coral, Kalil Acnkowledgements The authors thank Secretaria da Saude de Rio Grande do Sul for provide the data set use in this study and Orieta de Lima to provide the liver resection data base. REFERENCES 1. Jemal A, Siegel R, Ward E, Hao Y, Xu J, Thun MJ: Cancer statistics, 2008. CA Cancer J Clin 58:71-90, 2008. 2. Abdalla E, Vauthey JN, Ellis LM, et al: Recurrence and outcomes following hepatic resection, radiofrequency ablation, and combined resection/ablation for colorectal liver metastases. Ann Surg 239: 818–27, 2004. 3. Pawlik T, Schulick R, Choti M. et al: Expanding criteria for resectability of colorectal liver metastases. The Oncologist 13:51-64, 2008. 4. Fong Y, Fortner J, Sun R, Brennan M, Blumgart L: Clinical score for predicting recurrence after hepatic resection for metastatic colorectal cancer analysis of 1001 consecutive cases. Ann Surg 230:309–21, 1999. 5. 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Variable Number (%) Patient characteristics Gender (male) 69 (50.4) Age (median) 58 (50-65)* Preoperative factors CEA level (n=89) Disease-free interval > 12 months Preoperative chemotherapy 136.5 86 (62.8) 85 (62) Primary tumor characteristics Primary tumor site (colon) 70 (55.1) N-positive disease 60 (43.8) Dukes stage (n=93) > B 76 (82) Hepatic metastasis characteristics Tumor number (median) Size of largest hepatic lesion (cm) Bilateral disease Poor/moderate grade tumor *Median (Interquantiel Intervals 25-75) 2.1 (1-3) 4.5 (3-6.1) 52 (38) 117 (85.4) TABEL 2. Perioperative and Postoperative outcomes (n=137). Variable Minor hepatic resection (two segments or less) Number (%) 67 (48.9) Non-anatomical resection/metastasectomy 28 Bisegmectomy 39 Major hepatic resection (three or more segments) 70 (59.1) Left hemihepatectomy 19 (13.9) Right hemihepatectomy 36 (26.3) Central hepatectomy 6 (4.4) Left trisegmentectomy 5 (3.6) Right trisegmentectomy 4(2.9) Additional procedure Blood lost estimative (ml) 43 (32) 400 (250-800) Transfusion (median) 39 (29) Surgical time (median) 225 min Complications 32 (23.3) Margen R0 (> 1mm) 107 (78.1) Mean UTI days 3 (2-3) Mean hospital days 8(7-10) FIGURA 1. Sobrevida Global após Hepatectomia por MCCR (n=137). TABEL 3. Univariate and analysis of prognostics factor of survival in 137 patients following resection of colorectal liver metastases. Number (%) Gender: Female Male Age: < 65 year > 65 year CEA level: < 50 ng/mL > 50 ng/mL Lesion Synchromous <12 m Metachronous >12 m Preoperative chemotherapy: Yes No Size Lesion: > 5 cm < 5 cm Lesion unique multiples Liver distribution one lobe both lobe Minor hepatectomy Major hepatectomy R0 (> 1 mm) R1 (involved) Histopathology tumor grade: Well Moderate/poorly Liver remnant: Normal Steatotosis/hepatitis Complication: No Yes Liver resection: before 2001 after 2001 68 (49,6) 69 (50,4) 107(68,5) 30 (21,9) 56 (40,9) 81 (59,1) 79 (57,7) 58 (42,3) 85 (62,0) 52 (38,0) 88 (64,2) 49 (35,8) 64 (43,7) 73 (57,3) 85 (62,0) 52 (38,0) 56 (40,9) 81 (59,1) 107 (78,1) 30 (21,9) 20 (14,6) 107 (85.4) 88 (64,2) 49 (35,8) 105 (76,6) 32(23,4) 39 (28,5) 98 (71,5) 5 year survival 44.0 19.7 35.1 12.1 49.4 33.1 24.3 40.4 35.5 23.1 28.7 33.0 40.0 20.3 40.1 17.4 37.4 28.3 33.7 25.9 52.4 23.9 31.6 24.5 34.8 12.6 17.9 40.6 p 0.009 0.023 <0.001 0.019 0.031 0.225 0.005 0.002 0.328 0.225 0.016 0.74 0.014 0.058 FIGURE 2. Comparison of survival after liver resection practiced before and after 2001 in 137 patients. TABEL 4. Multivariate analysis of prognostic factors in survival in 137 patients following resection of colorectal liver metastases Hazard Ratio 95% IC p 1 2.09 _ 1.31-3.34 0.002 < 50 ng/mL 1 _ > 50 ng/mL 1.97 1.17-3.31 Yes 1 _ No 1.77 1.34 -2.77 Yes 1 _ No 1.56 0.99 - 2.44 One lobe 1 _ Both lobe 1.841 1.18-2.85 1 _ 2.096 1.26-3.46 Gender Female Male CEA level 0.010 Metachronous lesion 0.012 Preoperative chemotherapy 0.051 Liver distribution 0.006 Complication Yes 0.004 Anexo 80 ANEXOS Anexo 81 Anexo I Categorização Operacional Variável Definição Idade Tempo transcorrido em anos desde o nascimento até Em anos a data da cirurgia hepática. Divisão biológica segundo o fenótipo do individuo. Não mensurável Gênero Medição Escore TNM e Estádio Clínico Dukes Estado clínico e patológico do tumor primário com Não mensurável relação ao tamanho do tumor, infiltração linfonodos e metástases a distância. Antígeno carcinoembrionário Medição pré-operatório à hepatectomia do antígeno ng/mL tumoral sérico. Intervalo de ocorrência das metástases Número de metástases Período de aparecimento das lesões a partir do diagnóstico do tumor primário. Quantidade de lesões identificadas por médio de imagens radiológicas. Divisões anatômicas do fígado segundo a classificação de Couinaud. Tratamento a base de drogas oncológicas recebido pelo paciente com objetivo curativo ou paliativo. Meses Cirurgia realizada Tipo de procedimento efetuado para ressecar as lesões metastática segundo a International HepatoPancreatoBiliar Association. Não mensurável Tipo de Hepatectomia Ressecção hepática tomando em consideração o Não mensurável mumero de segmentos ressecados. (Bismuth 1983). Tratamento Adicional Procedimento de ablação das lesões adicionado ao procedimento cirúrgico. Não mensurável Tempo cirúrgico Duração do procedimento cirúrgico. Minutos Perda sangüínea Quantidade de sangue que resultado procedimento cirúrgico hepático. mililitros Transfusões sangüíneas: Administração endovenosa de sangue e substituto durante o ato cirúrgico mililitros Tamanho da Lesão O maior diâmetro da lesão maior cm Alterações hepáticas patológicas Estado histológico apresentado pelo parênquima hepático. Não mensurável Segmentos Tipo de Quimioterapia Grau de diferenciação histológica. Característica morfológica de malignidade do tumor metastático. Margem de ressecção em milímetros. Linfonodos hepático Estadia na UTI Tipo de complicações Morte operatória Recorrência hepática Recorrência extra-hepática Recidiva e Tempo: Re-ressecção hepática Tratamento da recidiva Mortalidade Mensurável Mensurável Não mensurável Não mensurável Distancia da neoplasia na borda da peça ressecada milímetro Infiltração de neoplasia nos linfonodos ressecado quando identificado Tempo de 24 horas de permanência pós-operatória na Unidade de Cuidados Intensivo. Resultado adverso na evolução pós-operatório do pacientes, segundo a Classificação STROC (Dindo, 2002). Não mensurável dias Grau I-IV Óbito do paciente dentro dos 30 dias após a cirurgia Não mensurável ou depois deste período se o paciente continua hospitalizado Aparecimento de lesões metastática após a Não mensurável ressecção hepática Aparecimento de lesões metastática após a Não mensurável ressecção hepática Aparição de novas lesões hepáticas ou extrahepáticas após a primeira ressecção hepática. Tipo de procedimento efetuado para ressecar as lesões metastática recidivantes. Tratamento proporcionado à recorrência das metástases Mensurável Óbito relacionado à doença. Não mensurável Não mensurável Não mensurável Escala 15 a 100 Homem Mulher pT pN pM Dukes A B C D <100 ng/dL, 100-200 ng/dL >200 ng/dL Sincrônica <12 meses Metacrônica >12 meses 1 __ 2___ 3____ 4____ 5___ mais ____ I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII Unilobar / Bilobar Adjuvante Neoadjuvante 5-Flouracilo, Ácido Fólinico Leucovorin, Oxaliplastino, Irinotecan, outras. Metastasectomia não anatômica Bissetoretomia Hepatectomia Direita Hepatectomia Esquerda Hepatectomia Central Trissetorectomia Esquerda Trissetorectomia Direita Hepatectomia menor = ressecção de 2 ou menos segmentos Hepatectomia maior = ressecção de 3 ou mais segmentos. Radiofreqüência Quimioembolização Crioablação Quimioterapia arterial intra-hepática <120 minutos 120-180 minutos >180 minutos <500 mililitros 500-1000 mililitros > 1000 mililitros 300 mililitros 600 ml >600 ml Cm Normal Esteatose Fibrose Cirrose Pobremente Moderadamente Altamente Livre= >1mm Comprometido= <1mm Comprometidos Não comprometidos 2dias > 2 dias Insuficiência renal Sepse/abscesso intra-abdominal Pneumonia Alteração gastrointestinal Complicação neurológica Outras Sim Não Sim Não Cérebro Pulmão Intra-abdominal Meses Sim Não Cirúrgico Radiofreqüência Quimioterápico Sim Não Meses AnexoMensurável II FATORES DE SOBREVIDA EM PACIENTES SUBMETIDOS À HEPATECTOMIA POR METÁSTASES DE CÂNCER COLORETAL, CENTRO DE CANCER HOSPITAL SANTA RITA 1993-2008. POA, BRASIL. Ficha de Colheita da informação Sobrevida Global Intervalo entre a ressecção hepática e morte ou último acompanhamento do paciente. 1. Dados Pessoais Nome: _______________________________________________________ID:_____________ •Idade: Origem: Sexo: 2. Estadiamento do Câncer Primário Localização: Cólon Sigmóides Reto Anexo • pT____ N____ M____ Estádio Clínico Dukes: A B C D •Período desde o diagnóstico do CCR até à Hepatectomia (meses):<6__ 6-12___ >12___ 3. Antígeno Carcinoembrionário: <100 mg/dL 100-200mg/dL, > 200mg/dL 4. Imagens: •Ecografia: Sim Não Tomografia Computadorizada: Sim Não •Ressonância Magnética: Sim Não PET scan: Sim Não •Número de Nódulos 1__ 2___ 3____ 4____ 5___ mais ____ •Segmentos I II III IV V VI VII VIII •1 Lobo Bilobar •Tamanho _______________ cm 5. Tratamento Qumioterápico • Neo-adjuvante Sim Não Adjuvante: Sim Não • Esquemas: 5-FU/Oxiplatino_____ 5FU/Leucovorin______ 5FU/Irinotecan____ 5-FU/ Acido Folínico_____ Outro______ 6. Tratamento regional auxiliar: • Radiofreqüência ___ Quimioembolização_____ • Crioablação___ Quimioterapia intra-hepática arterial_____ • Quimioterapia IHA + Quimioterapia Sistêmica______ 7. Tipo de Ressecção efetuado a) Metastasectomia b) Bissetoretomia c) Hepatectomia Esquerda d) Hepatectomia Direita d) Trisstoretomia Esquerda f) Trissetoretomia Direita g) Hepatectomia Central 8. Estimativa de Perda Sangüínea:______ml; Transfusões sangüíneas: Sim__ Não__ Quantidade___________ ml 9. Anatomopatólogico No.___________ • Margem da ressecção: ____________ mm • Alterações hepáticas: Esteatohepatite___________ Alteração vascular: _____________ • Grau : Leve______, Moderado____ Severo:_______ 10. Tipo de complicações: Sim____ Não ______Grau de Complicação____ • Infecção FO: __ Pneumonia: ____Sangramento: _____ Disfunção Hepática: _____ • Insuficiência Renal: ________ Insuficiência Cardíaca: _____ Abscesso • Intra-abdominal:______ Alteração Neurológica: ______ Outra: ________ 11. Recidiva: Sim____ Não ____ 12. Localização: Hepática: Sim___ Não____ Extrahepática: Sim____ Não___ 13. Número de lesões: _______ 14. Tempo da recidiva em meses após a cirurgia: ____________meses 15. Reintervenção: Sim__ Não ___ 1___ 2___ >3 16. Ressecção efetuada na reintervenção (pergunta 8): _____ 17. Tipo de tratamento adjuvante: 18. Causa e Data de óbito: _____________ 82 Anexo 83 Anexo III Termo de Consentimento Informado, Livre e Esclarecido. (Confidencialidade dos Prontuários) Estamos realizando um estudo retrospectivo para avalizar os fatores prognóstico da sobrevida nos pacientes submetidos à Hepatectomia por Metástases de Câncer Coloretal no Hospital Santa Casa, pelo qual devemos incluir a todos os pacientes que foram operados nesse centro hospitalar durante os últimos 14 anos. Para tal fim, precisamos registrar o nome dos pacientes conforme as estatísticas e revisar as anotações armazenadas nos prontuários em quanto a: dados gerais do paciente, diagnósticos e resultados de exames laboratoriais, tratamento médico e cirúrgico, anatomopatológico da peça cirúrgica, evolução pós-operatória e acompanhamento no ambulatório. É compromisso dos pesquisadores garantir e manter o sigilo e privacidade tanto das informações dos pacientes, resultados de exames, descrição operatória e registro das evoluções pela equipe médica assim como das informações armazenadas no banco de dados. _______________________________________ Pesquisador Anexo 84 Anexo IV Terminologia da anatomia segmentária e das ressecções do fígado Terminologia anatómica segmentaria do Fígado Anexo 85 Anexo 86 Anexo 87 Anexo 88