CARCINOMA DE CÉLULAS DE MERKEL: RELATO DE CASO TRATADO NO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER-RJ Marta Tavares, Pedro Ricardo Milet, José Roberto Netto Soares, Luciana Corrêa de Araújo Arcoverde, Uirá Coury Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional de Câncer - INCA - MS/RJ (Rio de Janeiro, Brasil) INTRODUÇÃO Carcinoma de células de Merkel (CCM) é um tumor raro, originário do sistema neuro endócrino, da camada basal da epiderme. Ocorre tipicamente em pacientes do sexo masculino, caucasianos, na sexta e sétima décadas de vida, e em áreas expostas ao sol, principalmente cabeça e pescoço, seguido do tronco. Na avaliação inicial, cerca de 75% dos pacientes têm doença localizada. Tem comportamento agressivo e a disseminação linfonodal é precoce e frequente, com aproximadamente 20% dos casos apresentando linfonodos clinicamente positivos. Figura 3 Figura 4 OBJETIVO Relatar um caso de CCM, tratado em um serviço de referência em cirurgia de cabeça e pescoço. PACIENTE Paciente, 81 anos, com múltiplas lesões em região malar direita e linfonodos clinicamente positivos em nível I e II a direita, com diagnóstico confirmado após biopsia incisional, histopatologia e imunohistoquímica, tratada com ressecção local, esvaziamento cervical terapêutico ipsilateral e reconstrução. Foi encaminhada para radioterapia adjuvante. (Figuras 1, 2, 3 e 4) O CCM é um tumor raro e pouco conhecido, proveniente da camada basal da epiderme, a partir de células do sistema neuroendócrino. Sua apresentação clínica típica é sob a forma de uma lesão rosácea, com telangectasias, em pequena parte dos casos ulcerada. Pode estender-se para derme, gordura subcutânea e músculo esquelético adjacente. São lesões firmes e indolores. Tem como principais diagnósticos diferenciais o carcinoma metastático de pequenas células, melanoma, linfoma, carcinoma indiferenciado, sarcoma Ewing, rabdomiossarcoma e neuroblastoma. O tratamento está baseado na ressecção da lesão primária, com margens microscópicas livres e macroscópicas de 1 a 3 cm, associada ou não a tratamentos adjuvantes pós-operatórios. A radioterapia pós-operatória, para o leito tumoral e cadeia linfática, é defendida considerando um melhor controle local e diminuição nos índices de recidivas, porém não há comprovação do aumento da sobrevida global. O CCM tem comportamento agressivo, apresentando elevada incidência de recidivas locais (20-75%), metástase linfonodal (30-70%) e à distância (25-50%), principalmente em fígado, ossos, pulmões e sistema nervoso central. A sobrevida média destes pacientes é de 6-12 meses. O principal fator preditivo em relação à sobrevida é o estadiamento inicial. CONCLUSÃO O CCM apresenta um comportamento agressivo e a disseminação linfonodal é precoce e frequente. A mortalidade atinge 30% dos casos nos primeiros três meses. Em relação ao manejo terapêutico, apresenta-se bem definido através da ampla ressecção cirúrgica e radioterapia convencional pós-operatória. A utilização da quimioterapia ainda apresenta-se de maneira discutível e sem padronização na literatura. Figura 1 Figura 2 Projeto Gráfico: Serviço de Edição e Informação Técnico-Científica / CEDC / INCA DISCUSSÃO