Seja o doutor do seu arroz - IPNI

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ARQUIVO DO AGRÔNOMO - Nº 9
Seja o doutor do seu arroz
Nand Kumar Fageria1
Evane Ferreira1
Anne Sitarama Prabhu2
Morel P. Barbosa Filho1
Marta Cristina Filippi1
1. NUTRIÇÃO MINERAL DO ARROZ
N
o processo de modernização e racionalização da
agricultura brasileira, o uso de adubação e de
calagem constitui um fator importante para o
aumento da produtividade. A crescente globalização da economia
exige, cada vez mais, a adoção de métodos e técnicas de cultivo
adequados, para manter a competitividade e a sustentabilidade do
sistema agrícola. Neste contexto, a manutenção da fertilidade do
solo, em nível adequado, é fundamental.
• Exigência nutricional do arroz
Para manter a fertilidade de um dado solo no nível adequado
necessita-se conhecer não só seus parâmetros de fertilidade do solo
bem como a exigência nutricional de uma dada cultura. A exigência
nutricional do arroz é determinada por vários fatores como condições
climáticas, tipo de solo, cultivar plantada, produtividade esperada
e práticas culturais adotadas.
As Tabelas 1 e 2 mostram a acumulação de nutrientes pela
cultura de arroz, de sequeiro e irrigado, em solo de cerrado e de
várzea, respectivamente. A acumulação de nutrientes na cultura de
arroz de sequeiro segue a seguinte ordem: N > K > P > Ca > Mg >
Fe > Mn > Zn > Cu. Para produzir uma tonelada de grãos de arroz
de sequeiro são extraídos 47 kg de N, 7,5 kg de P, 34 kg de K,
5,5 kg de Ca, 4,5 kg de Mg, 96 g de Zn, 23 g de Cu, 377 g de Mn
e 1.043 g de Fe. Na cultura de arroz irrigado, a acumulação de nutrientes segue a seguinte ordem: K > N > Ca > P > Mg > Fe > Mn
> Zn > Cu. Para produzir uma tonelada de grãos de arroz irrigado
são extraídos 20 kg de N, 4,5 kg de P, 34 kg de K, 5,3 kg de Ca,
3,2 kg de Mg, 113 g de Zn, 32 g de Cu, 718 g de Mn e 788 g de Fe.
2. DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS NA
CULTURA DE ARROZ
O crescimento normal das culturas exige, como essenciais,
os 16 nutrientes seguintes: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro,
cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco. Carbono, hidrogênio
e oxigênio vêm do ar e da água. De acordo com a quantidade
absorvida pelas plantas, os nutrientes restantes são divididos em
macro e micronutrientes, que para serem absorvidos devem se
encontrar na forma “disponível” e em concentrações e proporções
adequadas. Ainda que os macronutrientes N, P, K, Ca, Mg e S
sejam necessários em maior quantidade do que os micronutrientes
B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn, todos são igualmente essenciais.
Tabela 1. Produção e acumulação de nutrientes pela cultura de arroz de sequeiro, sob diferentes níveis de fertilidade do solo.
Parte da
planta
Produção
Baixa
Parte áerea
Grãos
Total
2.110
1.684
3.794
20
51
71
4
5
9
53
3
56
7,00
0,69
7,69
5,00
1,86
6,86
97
38
135
16
26
42
445
54
499
1.517
120
1.637
Média
Parte aérea
Grãos
Total
2.992
2.117
5.109
28
88
116
7
7
14
72
4
76
10,00
0,83
10,83
7,00
2,36
9,36
152
46
198
20
31
51
639
72
711
1.454
137
1.591
Alta
Parte aérea
Grãos
Total
3.494
2.104
5.598
35
106
141
7
7
14
77
4
81
14,00
0,84
14,84
9,00
2,40
11,40
178
46
324
20
32
52
814
78
892
2.062
119
2.181
Média + adubo verde
Parte aérea
Grãos
Total
3.524
2.403
5.927
26
39
65
10
15
25
67
5
72
11,00
0,96
11,96
7,00
2,79
9,79
176
63
239
15
31
46
914
113
1.027
3.109
142
3.251
Fertilidade do solo
kg/ha
N
P
K
Ca
Mg
- - - - - - - - - - - - - kg/ha - - - - - - - - - - - - - -
Zn
Cu
Mn
Fe
- - - - - - - - - - - g/ha - - - - - - - - - - -
Os valores são média de três cultivos. No tratamento fertilidade média + adubo verde os dados são de apenas um cultivo.
1
2
Engº Agrº, Pesquisador da EMBRAPA-CNPMS. Caixa Postal 151, 35701-970 Sete Lagoas-MG. Telefone:
Biólogo, Pesquisador da EMBRAPA-CNPMS. Caixa Postal 151, 35701-970 Sete Lagoas-MG. Telefone:
POTAFOS - Caixa Postal 400 CEP 13400-970 Piracicaba-SP Telefone e fax: (19) 433-3254
1
Tabela 2. Produção e acumulação de nutrientes pela cultura de arroz irrigado, sob diferentes níveis de fertilidade, em solo de várzea1.
Parte da
planta
Produção
kg/ha
- - - - - - - - - - - (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - -
Baixa
Parte áerea
Grãos
Total
5.406
4.307
9.713
29
80
109
6
19
25
169
13
182
22,00
1,91
23,91
9,00
4,38
13,38
443
177
620
22
152
174
2.728
218
2.946
2.952
620
3.572
Média
Parte aérea
Grãos
Total
7.987
5.523
13.510
41
56
97
8
14
22
154
14
168
24,00
1,80
15,80
11,00
6,14
17,14
413
133
546
24
125
149
3.320
228
3.548
3.135
908
4.043
Alta
Parte aérea
Grãos
Total
10.726
5.464
16.190
55
61
116
11
15
26
207
13
220
36,00
1,68
7,68
16,00
6,10
22,10
642
134
776
53
140
193
4.902
228
5.130
3.927
884
4.811
Média + adubo verde
Parte aérea
Grãos
Total
6.879
6.332
13.211
41
72
113
7
17
24
144
15
159
24,00
2,57
26,57
9,00
7,40
16,40
334
157
491
26
139
165
3.668
214
3.882
3.533
1.054
4.587
Fertilidade do solo
1
N
P
K
Ca
Mg
Zn
Cu
Mn
Fe
- - - - - - - - - - (g/ha) - - - - - - - - - - - -
Os valores são média de três cultivos. No tratamento fertilidade média + adubo verde os dados são de apenas dois anos.
Dois instrumentos muito utilizados para diagnosticar o
estado nutricional das plantas são a análise de planta e a análise de
solo.
FILHO & FAGERIA, 1980). As folhas defeituosas, atacadas por
insetos, doenças, ou que receberam pulverizações recentes de
inseticidas, não devem ser amostradas. O número de plantas ou
de partes dela deve ser suficiente para avaliar efetivamente o estado nutricional da cultura. Para arroz, recomenda-se o método de
amostragem contido na Tabela 3.
Após a amostragem, as plantas ou as partes delas devem
ser colocadas, de preferência, em sacos de papel devidamente identificados, e enviadas ao laboratório para as análises.
· Análise de planta
A análise de planta constitui um método prático para
diagnosticar problemas nutricionais em plantas. A idéia básica da
análise de planta é que o elemento essencial esteja presente na
planta numa concentração suficiente para o seu crescimento. Esta
concentração (nível crítico) pode ser estabelecida para cada nutriente, onde somente este será variável, mantendo todos os outros
em níveis adequados.
(2). Preparo da amostra e análise no laboratório
Em geral, é necessário eliminar contaminações de solo
quando se deseja analisar ferro, manganês, silício e alumínio;
quando a amostra destina-se à análise de boro, cobre, molibdênio
e zinco, este tipo de contaminação não afeta os resultados. No
caso de plantas que receberam aplicações de inseticidas, fungicidas
à base de zinco, cobre, manganês e outros, é necessário lavar as
amostras com uma solução de detergente ou com HCl 0,1 N.
A possibilidade de se corrigir deficiências nutricionais no
campo vai depender, sobretudo, da idade da planta e do tempo a
que ela está submetida à deficiência. Em plantas ainda jovens, e
quando a correção é feita no início do aparecimento dos sintomas,
a possibilidade de resposta é grande.
O processo de análise da planta envolve vários passos:
amostragem, preparação da amostra, análise de laboratório e interpretação dos resultados.
O teor de um elemento na planta pode ser influenciado
pelo nível de outros elementos no meio de crescimento, podendo haver antagonismo ou sinergismo. Por isso, recomenda-se a
análise de vários nutrientes, mesmo que o interesse direto não
seja por todos (MALAVOLTA, 1980).
(1). Amostragem
A amostragem bem feita é tão importante quanto a análise.
Em geral, as folhas mais novas, que tenham completado seu desenvolvimento normal mas que ainda não entraram em senescência,
situadas pouco abaixo do ponto terminal de crescimento, refletem
com maior precisão o estado nutricional da planta (BARBOSA
(3). Interpretação dos resultados
Na cultura do arroz, a interpretação dos resultados é feita
com base nos dados da Tabela 4.
Tabela 3. Método de amostragem sugerido por Jones & Steyn.
Estádio de crescimento
Plântulas (< 30 cm)
Período imediatamente anterior à floração
Parte da planta
Número de plantas por amostragem
Toda a parte aérea
50-100
As 4 folhas superiores bem desenvolvidas
60-80
Não se recomenda fazer amostragem após a floração
Fonte: Jones & Steyn, citados por BARBOSA FILHO & FAGERIA (1980).
2
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
Tabela 4. Teores deficientes, críticos, adequados e tóxicos de vários elementos na planta de arroz.
Elemento
Parte da planta analisada
Nível
Estádio de crescimento
Deficiente
Crítico
Adequado
Tóxico
N
Folha
Diferenciação da panícula
< 1,8%
1,8-2,6%
2,6-4,2%
-
P
Toda a parte superior
75 dias de idade
< 0,15%
0,15-0,25%
0,25-0,48%
> 0,8-1%
K
Toda a parte superior
75 dias de idade
< 1%
1,0-1,5%
1,5-4%
> 5%
Ca
Toda a parte superior
100 dias de idade
< 0,2%
0,20-0,25%
0,25-0,4%
> 0,65%
Mg
Toda a parte superior
100 dias de idade
< 0,12%
0,12-0,17%
0,17-0,3%
> 0,3%
S
Folha
Perfilhamento
< 0,1%
0,1-0,2%
0,2-0,6%
> 0,6%
Fe
Toda a parte superior
Perfilhamento
< 50 ppm
50-70 ppm
70-300 ppm
> 300 ppm
Zn
Toda a parte superior
Perfilhamento
< 10 ppm
10-20 ppm
20-150 ppm
> 500 ppm
Mn
Toda a parte superior
Perfilhamento
< 20 ppm
20-30 ppm
30-600 ppm
> 1.000 ppm
B
Folha adulta superior
Perfilhamento
< 15 ppm
15-20 ppm
20-100 ppm
> 200 ppm
Cu
Folha adulta
Perfilhamento
< 4 ppm
4-5 ppm
5-20 ppm
> 20 ppm
Mo
Folha adulta
Perfilhamento
< 0,1 ppm
0,1-0,5 ppm
0,5-2 ppm
-
Al
Toda a parte superior
Perfilhamento
-
-
-
> 300 ppm
Si
Toda a parte superior
Maturação
< 5%
-
-
-
Fonte: Chapman et al., Mikkelson & Hunziker, citados por FAGERIA (1984).
• Análise de solo
A análise de solo é importante para os agricultores que
desejam aplicar fertilizantes e que não dispõem de informações
sobre sintomas de deficiência ou de resultados de análise de planta. Mesmo assim, a análise de solo apresenta uma série de limitações que podem ser compensadas pela análise de planta e viceversa. Por exemplo, não têm sido realizadas rotineiramente análises de solo visando detectar possíveis deficiências de enxofre e de
micronutrientes. As recomendações de nitrogênio são baseadas
em ensaios de campo e não em análises de solo.
Por outro lado, a análise de planta apresenta certas limitações. Normalmente, é feita quando a cultura já está bastante desenvolvida, impedindo, muitas vezes, que o problema seja resolvido em tempo. Para a cultura de arroz não existem estudos de
calibração com base em análise de planta para fins de recomendação de adubação.
Quando usar uma ou outra?
Na verdade, as duas servem a uma só finalidade, e assim
sendo, a análise de solo completa-se com a análise foliar e viceversa. A utilidade da análise de planta é muito grande como instrumento de controle da nutrição, ao passo que a análise de solo é
insubstituível para avaliar a fertilidade do solo e estimar a concentração de um dado nutriente “disponível” para as plantas, como
por exemplo acidez do solo, salinidade, fósforo, potássio, cálcio e
magnésio.
3. SINTOMAS DE DEFICIÊNCIAS E CORREÇÃO
Os sintomas de deficiência de um dado nutriente podem
ocorrer quando:
• o teor do nutriente é tão baixo que não satisfaz as necessidades da planta;
• a quantidade do nutriente é suficiente, mas com pouca
disponibilidade para a cultura;
• não há equilíbrio no balanço nutricional.
Com o objetivo de auxiliar técnicos e agricultores na identificação de problemas nutricionais da cultura do arroz, são feitas,
neste trabalho, descrições dos sintomas visuais, acompanhadas de
fotografias, e apresentadas sugestões para que sirvam de orientação na solução dos problemas nutricionais mais comuns ocorridos
com a cultura do arroz.
3.1. MACRONUTRIENTES
• Nitrogênio
A deficiência de nitrogênio no solo é causada por baixo
teor de matéria orgânica e perdas por lixiviação, volatilização,
desnitrificação e erosão. O sintoma de deficiência de nitrogênio é
caracterizado por amarelecimento das folhas mais velhas e, dependendo da intensidade e da evolução da deficiência, pode atingir toda a planta. As lâminas das folhas inferiores morrem, ficando o tecido com coloração marrom-chocolate. A Foto 1 mostra a
deficiência de nitrogênio em plantas inteiras de arroz.
Correção: por ser o nitrogênio um elemento muito instável no solo e por se encontrar, na sua maior parte, em formas
orgânicas, não existem ainda critérios que avaliem satisfatoriamente sua disponibilidade no solo para as plantas. Por esta razão, o
critério atualmente usado para recomendar adubação nitrogenada
baseia-se em curvas de resposta das culturas às várias doses de
nitrogênio. Com base nestes estudos, para a cultura de arroz de
sequeiro recomenda-se de 40 a 50 kg de N/ha, parcelados em duas
vezes (um terço no plantio e dois terços no início do aparecimento
do primórdio floral) e 90 a 100 kg N/ha para o arroz irrigado,
parcelados em três vezes durante o ciclo (um terço no plantio, um
POTAFOS - Caixa Postal 400 CEP 13400-970 Piracicaba-SP Telefone e fax: (19) 433-3254
3
terço aos 40-45 dias após o plantio e o um terço restante no início
do aparecimento do primórdio floral, aproximadamente na metade do ciclo da cultivar).
Como fonte de nitrogênio pode-se usar tanto o sulfato de
amônio como a uréia. Resultados de vários experimentos mostram que, em geral, não há diferença entre estas fontes quanto ao
seu aproveitamento pela cultura do arroz. O sulfato de amônio
contém, aproximadamente, 24% de enxofre, podendo superar a
uréia em solos com deficiência deste nutriente. Por outro lado, a
uréia contém maior teor de nitrogênio que o sulfato de amônio, o
que lhe confere uma vantagem em relação ao custo de transporte e
aplicação.
Tanto a uréia como o sulfato de amônio devem ser incorporados ao solo para evitar perdas de N por volatilização.
• Fósforo
O fósforo, assim como o nitrogênio, é um elemento móvel
na planta, e a deficiência aparece primeiramente nas folhas velhas. A deficiência de fósforo reduz o perfilhamento e prolonga o
ciclo da cultura (Foto 2). As folhas mais velhas apresentam coloração bronze, principalmente nas margens. O sintoma progride
da ponta para a base e as folhas novas adquirem uma coloração
verde-escura. O fósforo promove o desenvolvimento do sistema
radicular.
Correção: a necessidade de fósforo pelas culturas é determinada pela curva de calibração, que relaciona o P extraível do
solo com a produção relativa. A adubação fosfatada pode ser feita
objetivando o fornecimento de fósforo às plantas sem se preocupar em elevar o nível de fósforo do solo (adubação de manutenção) ou com o objetivo de se elevar o nível de fósforo do solo
(adubação corretiva). No primeiro caso, recomenda-se que a adubação seja feita com fontes solúveis de fósforo, na forma de grânulos, aplicados no sulco de plantio. Em geral, a dose varia de 40 a
60 kg de P2O5/ha, para o arroz de sequeiro, e de 60 a 90 kg de
P2O5/ha, para o arroz irrigado, dependendo dos resultados da análise do solo. No caso da adubação corretiva, recomendam-se fontes menos solúveis na forma de pó, aplicadas a lanço e, posteriormente, incorporadas ao solo. Por se tratar de fonte de fósforo menos solúvel, recomenda-se que seja aplicada antes da calagem,
portanto, ao contrário do que se faz na adubação de manutenção.
É importante ressaltar que uma adubação não exclui a outra, isto
é, caso seja realizada a adubação corretiva, é necessário também
que se proceda a adubação de manutenção no sulco de plantio.
• Potássio
A deficiência de potássio na cultura de arroz não é tão comum como a de nitrogênio e a de fósforo. Entretanto, em solos
muito arenosos, com baixa capacidade de retenção de potássio,
poderá ocorrer deficiência deste elemento. A maior parte do potássio extraído pela cultura do arroz permanece na palhada. Em
termos práticos, isto é importante à medida que os restos culturais
são incorporados ao solo.
A deficiência de potássio resulta na redução do crescimento da planta. Os sintomas aparecem primeiro como clorose branca
nas pontas das folhas mais velhas (Foto 3). À medida que o grau
de deficiência se intensifica, o tecido torna-se marrom e necrótico
na ponta da folha e o sintoma progride pela margem da mesma,
desenvolvendo-se mais na metade da folha. A aplicação de potássio promove o desenvolvimento do sistema radicular.
4
Correção: em solos oxídicos, o potássio apresenta pequena possibilidade de retenção, sendo necessários, por isso, alguns
cuidados no seu manejo, para evitar perdas por lixiviação. Por ser
pouco exportado, recomenda-se que os restos culturais sejam mantidos na área de produção e incorporados ao solo. No caso de solos
muito arenosos, a adubação deve ser parcelada, aplicando-se metade no plantio e metade em cobertura, juntamente com o
nitrogênio.
A dose de K2O recomendada varia de 30 a 50 kg/ha para
arroz de sequeiro e de 40 a 80 kg/ha para arroz irrigado, dependendo do teor de potássio revelado pela análise de solo.
• Cálcio
O cálcio é um nutriente imóvel na planta, portanto, os sintomas de deficiência aparecem nas folhas mais novas. As folhas
terminais morrem conforme a deficiência se acentua, causando
severo atrofiamento das plantas (Foto 4). À medida que a deficiência persiste, as folhas mais velhas desenvolvem uma necrose
marrom-avermelhada nas nervuras.
Correção: a deficiência de cálcio pode ser corrigida através de aplicações de calcário. A quantidade necessária de calcário
é determinada pela análise de solo. Para o arroz de sequeiro, cultivado em solos de cerrado, recomenda-se elevar o pH a 5,5, o que
é feito utilizando-se o critério do alumínio trocável mais cálcio e
magnésio. Não se esquecendo de que a quantidade calculada deve
ser corrigida para calcário com PRNT = 100%, aplica-se, portanto, a seguinte fórmula:
N.C. (t/ha) = { (2 x Al) + [2 - (Ca + Mg)] } x f
onde:
N.C. = necessidade de calagem
f = 1 para incorporação do calcário na camada de 0-20 cm;
f = 1,5 para incorporação na camada de 0-30 cm de profundidade.
• Magnésio
Os sintomas de deficiência iniciam-se nas folhas mais velhas, com coloração amarelada e, mais tarde, a área entre as
nervuras da folha torna-se alaranjada (Foto 5). Quando a deficiência se espalha por toda a folha, esta fica completamente seca.
Correção: para a correção da deficiência de magnésio recomendam-se aplicações de calcário dolomítico, cuja quantidade
deve ser calculada conforme a fórmula explicitada para a correção
da deficiência de cálcio.
• Enxofre
Os sintomas de deficiência de enxofre assemelham-se aos
de nitrogênio. A diferença básica é que a deficiência de enxofre
começa nas folhas mais novas e a de nitrogênio nas folhas mais
velhas. Inicialmente, as folhas com esta deficiência tornam-se
amarelo-esverdeadas (Foto 6). Com a intensificação da deficiência, quase todas ficam secas.
Correção: a deficiência de enxofre pode ser corrigida com
a aplicação de sulfato de amônio no plantio ou em cobertura ou,
ainda, com a aplicação de gesso espalhado na superfície do terreno, posteriormente incorporado ao solo através da aração e da
gradagem.
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
Foto 1. Deficiência de nitrogênio em lavoura de arroz.
Foto 2. Parcelas com plantas normais (ao fundo) e com
deficiência de fósforo (`a frente).
Foto 3. Folhas de arroz com deficiência de potássio.
Foto 4. Planta de arroz com deficiência de cálcio.
Foto 5. Folhas de arroz com deficiência de magnésio.
Foto 6. Folhas de arroz com deficiência de enxofre.
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5
3.2. MICRONUTRIENTES
As deficiências de micronutrientes mais freqüentes em arroz são as de zinco e de ferro. As causas da ocorrência destas
deficiências são decorrentes, principalmente, da correção da acidez para elevar o pH acima de 6,0. Outra causa associada à deficiência de zinco é atribuída ao baixo teor deste elemento no material de origem.
• Ferro
O primeiro sintoma de deficiência de ferro pode ser identificado por uma clorose internerval das folhas mais novas. Com o
tempo, toda a planta torna-se amarelada em tom de palha (Foto 7).
Toxidez de ferro
Contrariamente ao arroz de sequeiro, em arroz irrigado
existe problema de toxidez de ferro. A toxidez ocorre devido ao
aumento da concentração de Fe2+ na solução do solo, devido à
inundação. Este aumento de Fe2+ é conseqüente da redução de
Fe3+ que se encontra no solo drenado, sob a forma de óxidos de
ferro de baixa solubilidade.
A Foto 8 mostra os sintomas de toxidez de ferro em arroz
irrigado, em condições de campo.
• Zinco
O primeiro sintoma de deficiência de zinco observado em
arroz é uma coloração verde esbranquiçada que se desenvolve no
tecido, na base da folha de cada lado da nervura central. A lâmina
da folha tem um alargamento proeminente na zona de clorose. A
medida que a folha se torna mais velha, o tecido clorótico adquire
coloração ferruginosa. As margens da folha, na área de coloração
ferruginosa, são geralmente verdes.
As folhas mais novas, em desenvolvimento, têm tecido
clorótico branco que, com a progressão da deficiência, tornam-se
marrom-ferrugem. O crescimento da planta é atrofiado e as folhas, de cor ferrugem, tornam-se proeminentes em estágios posteriores (Foto 9).
• Manganês
Nas lâminas das folhas mais novas desenvolve-se clorose
internerval (Foto 10), com nervuras proeminentes. São observadas linhas internervais amareladas, mais ou menos da mesma largura. Com a evolução da deficiência, o tecido internerval torna-se
necrótico, de coloração amarronzada.
• Cobre
As folhas mais novas aparecem azul-esverdeadas, tornando-se cloróticas junto às pontas. A clorose desenvolve-se para baixo, ao longo da nervura principal de ambos os lados, seguida de
necrose marrom-escura das pontas. As folhas enrolam-se, mantendo a aparência de agulhas em toda a sua extensão ou, ocasionalmente, na metade da folha, com a base final desenvolvendo-se
normalmente (Foto 11).
• Boro
A deficiência de boro ocorre de forma localizada, nas folhas novas ou brotos. As pontas das folhas emergentes tornam-se
6
brancas e dobram-se, como no caso da deficiência de cálcio. Em
casos severos, os pontos em crescimento podem morrer (Foto 12).
• Molibdênio
Na deficiência de molibdênio observa-se clorose internerval
nas folhas mais novas, com enrolamento da lâmina para cima (Foto 13).
• Cloro
Os sintomas de deficiência de cloro são murcha e expansão
restrita das folhas, podendo apresentar clorose com bronzeamento
e necrose.
O cloro é um nutriente pouco estudado e, por não ser ainda
encontrada deficiência nas culturas, não são apresentadas ilustrações a respeito.
Correção da deficiência de micronutrientes
A correção da deficiência de micronutrientes pode ser feita
através de aplicações do elemento no solo ou via foliar. Entretanto, quando a causa da deficiência for pH elevado (acima de
6,0), a aplicação de micronutrientes (Zn ou Fe) no solo pode
não corrigir a deficiência, por se tratar, neste caso, de um problema de disponibilidade, e não de falta propriamente dita, do
elemento no solo. Para este caso, a aplicação foliar é mais recomendável.
Na Tabela 5 estão relacionadas as principais fontes de
micronutrientes e as quantidades equivalentes para as duas formas de aplicação.
4. TABELAS DE RECOMENDAÇÃO
DE ADUBAÇÃO
A seguir são apresentadas as tabelas de recomendação de
adubação de manutenção para arroz de sequeiro e irrigado em
alguns Estados brasileiros (Tabelas 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14).
As quantidades de fertilizantes recomendadas nas tabelas levam
em conta a análise de solo, os aspectos econômicos e outras variáveis, como teor de matéria orgânica, porte da cultivar, textura do
solo, e são determinadas a partir de curvas de resposta obtidas em
solos com diferentes classes de fertilidade.
Deve-se observar que as quantidades recomendadas em
muitos casos são diferentes para uma mesma classe de disponibilidade entre os diferentes Estados. Estas diferenças são conseqüências do nível de detalhamento das curvas de resposta e de
calibração e do nível de produtividade esperado. Por outro lado,
são encontradas recomendações de doses semelhantes de adubos
para regiões diferentes com condições de solos também diferentes. Neste caso, são conseqüências de simples adaptações de recomendações adotadas em outras regiões (ANGHINONI &
VOLKWEISS, 1984).
O fato é que as tabelas de recomendação de adubação
elaboradas em cada Estado não passam de uma simples sugestão de adubação, porquanto, ao nível de produtor, a recomendação de adubação deve ser feita pelo técnico local, o qual deve
considerar o histórico da área, o nível de produtividade esperado, o tipo de cultivar e a capacidade do produtor em aceitar
tecnologias.
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
Foto 7. Planta de arroz, em fase inicial de crescimento,
com deficiência de ferro.
Foto 8. Sintomas de toxidez de ferro em arroz irrigado.
Foto 9. Folhas de arroz com deficiência de zinco.
Foto 10. Planta de arroz com deficiência de manganês.
Foto 11. Folhas de arroz com deficiência de cobre.
Foto 12. Folhas de arroz com deficiência de boro.
Foto 13. Folhas de arroz com deficiência de molibdênio.
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7
Tabela 5. Doses de micronutrientes para aplicação no solo e via foliar em arroz.
Nutriente
Boro
Dose aplicada no solo
(kg/ha)
Dose via foliar
(kg/500 l de água)
Bórax (Na2B4O7 - 10,6% B)
10-15
1-2
Fertilizante, fórmula e teor de nutriente
Cobre
Sulfato de cobre (CuSO4.5H2O - 26% Cu)
20-25
1-2
Ferro
Sulfato ferroso (FeSO4.7H2O - 20% Fe)
-
5-8
Manganês
Sulfato de manganês (MnSO4.4H2O - 27% Mn)
-
1-2
Molibdênio*
Molibdato de amônio [(NH4)6Mo7O24.4H2O - 54% Mo]
0,5-1,0
0,25-0,5
Zinco
Sulfato de zinco (ZnSO4.7H2O - 23% Zn)
20-30
1,0-2,5
* Antes de fazer a correção deve-se medir o pH do solo. Pode ser que a deficiência seja devida ao baixo pH; neste caso, uma simples correção do pH
para os próximos cultivos é suficiente para aumentar a disponibilidade de molibdênio no solo.
Tabela 6. Recomendação de adubação de arroz irrigado, para os Estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina (SIQUEIRA et al. 1987).
NITROGÊNIO
Cultivares
Teores de matéria orgânica
Altas
%
Médias
Baixas
- - - - - - - - - - - - - - - - - kg N/ha - - - - - - - - - - - - - - - - -
≤ 2,5
40
60
90
2,6-5,0
25
45
80
> 5,0
≤ 10
≤ 30
≤ 70
FÓSFORO E POTÁSSIO
Teores de
P no solo
Teores de
K no solo
Interpretação
Adubação fosfatada/cultivo
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
- - - - - - - - - - - kgP2O5/ha - - - - - - - - - - -
- - - - - - - ppm - - - - - - - -
Adubação potássica/cultivo
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
- - - - - - - - - - - kgK2O/ha - - - - - - - - - - - -
≤ 3,0
≤ 30
Muito baixo
60
40
60
80
3,1-6,0
31-60
Médio
40
40
40
60
> 6,0
> 60
Bom
≤ 20
≤ 20
≤ 20
≤ 40
Observações:
Nitrogênio: aplicar 10 kg N/ha na semeadura e o restante em cobertura, dependendo do teor de matéria orgânica do solo, do tipo de cultivar e das
condições climáticas. Quando a dose de N a aplicar em cobertura for menor do que 50 kg N/ha, pode-se proceder uma única aplicação no início da
diferenciação do primórdio floral. Quando a dose for maior do que 50 kg N/ha, é mais eficiente aplicar metade da dose aos 35 dias após a emergência
das plântulas, ou no início do perfilhamento (emissão da quarta folha), e o restante no início da diferenciação do primórdio floral da maioria dos
perfilhos. Para cultivares de porte alto e com baixo índice de perfilhamento o nitrogênio pode ser aplicado 1/3 no início do perfilhamento e o restante
na diferenciação do primórdio floral. A adubação nitrogenada em cobertura deve ser aplicada a lanço sobre uma lâmina de água não circulante,
interrompendo-se, para isto, as entradas e saídas de água do quadro por um período de 3 a 5 dias. Na decisão do total de N a aplicar na lavoura, devem
também ser considerados os seguintes aspectos: a) histórico da área no que diz respeito à resposta da cultura ao nitrogênio em anos anteriores;
b) incidência de doenças, especialmente Brusone, cujo desenvolvimento é favorecido pelo excesso de nitrogênio, e c) desenvolvimento vegetativo e
caracterização de sintomas de deficiência de nitrogênio. No caso de desenvolvimento vegetativo exuberante, não é recomendável aplicar nitrogênio,
especialmente para cultivares de porte alto e médio, mesmo em solos com baixos teores de matéria orgânica.
Fósforo e potássio: no caso de plantio de arroz pré-germinado, ou seja, em solos preparados sob lameiro, os fertilizantes fosfatados e potássicos
podem ser incorporados na formação de lama ou aplicados após o renivelamento antes da semeadura. No sistema de semeadura em solo seco, os
fertilizantes são aplicados e incorporados juntamente com as sementes ou nos sulcos, quando a semeadura for em linha.
Calagem: de modo geral, não se recomenda calagem para correção da acidez do solo para a cultura do arroz sob inundação, porque, nestas condições,
o pH do solo estabiliza-se entre 6,0 e 6,5, aproximadamente 1 mês a partir do início da inundação. Após a drenagem do solo, o pH volta ao seu valor
original. Entretanto, se o solo apresentar teores de cálcio e de magnésio trocáveis inferiores a 5 meq/100 ml, recomenda-se aplicar 1 t/ha de calcário
dolomítico para suprir as deficiências nos nutrientes mencionados, funcionando, neste caso, o produto como fonte de nutrientes para a cultura.
Cultivares:
Cultivares altas: EEA-405, EEA-406, IRGA-407, Agulha, Bico Torto, Farroupilha, Japonês, Batatais, EMPASC-100 e IAC-435.
Cultivares porte médio: Bluebelle, Labelle, Labonnet, Dawn, BR/IRGA-411.
Cultivares baixas: CICA-4, CICA-8, CICA-9, IRGA-408, BR/IRGA-409, BR/IRGA-410, BR/IRGA-412, BR/IRGA-413, EMPASC-101, EMPASC-102,
EMPASC-103, EMPASC-104 e IR-841.
8
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
Tabela 7. Recomendação de adubação de arroz de sequeiro para o Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1989).
N (aplicado
junto ao P e
K no plantio)
10
P2O5
K2 O
Teor de P no solo
Teor de K no solo
N
(em cobertura)
Baixo
Médio
Alto
Baixo
Médio
Alto
60
40
20
90
60
30
30
Observações:
(1). Calagem: utilizar cerca de 50% da quantidade de corretivo recomendada pelo critério do Al3+ e Ca2+ + Mg2+ trocáveis, levando-se em consideração
o valor Y, variável em função da textura do solo. No caso de se utilizar o critério por saturação de bases, recomenda-se a elevação desta para cerca
de 40%. Se for conduzida outra cultura após a do arroz, a calagem poderá ser feita utilizando-se a quantidade total recomendada para a nova
cultura.
(2). Na adubação nitrogenada em cobertura, feita por ocasião do perfilhamento, pode-se aplicar, de acordo como desenvolvimento das
plantas, até 30 kg de N/ha. Se o arroz for cultivado após a soja, ou se constituir num cultivo de primeiro ano, reduzir esta quantidade.
(3). As quantidades de P2O5 recomendadas são válidas para aplicações localizadas de fertilizantes solúveis em água. Para aplicações a lanço desses
fertilizantes e termofosfatos, que além de fontes de P2O5 contêm Mg e Si, recomenda-se aumentar em 50% estas doses de P2O5.
(4). Constatando-se deficiência de zinco, bastante comum em áreas de cerrado, aplicar 2 a 4 kg de Zn/ha.
(5). Em solos com baixos teores de matéria orgânica, ou com uso generalizado de fórmulas concentradas, sugere-se o uso de enxofre, aplicando-se
quantidade de 20 a 30 kg de S/ha.
(6). Produtividade esperada: 1.500 a 3.000 kg/ha com espaçamento de 0,50 m entre sulcos e 60 sementes por metro linear.
Tabela 8. Recomendação de adubação de arroz irrigado para o Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1989).
N (aplicado
junto ao P e
K no plantio)
20
P2O5
K2 O
Teor de P no solo
Teor de K no solo
N
(em cobertura)
Baixo
Médio
Alto
Baixo
Médio
Alto
90
60
30
90
60
30
40
Observações:
(1). Calagem: para as várzeas com irrigação por inundação, no caso de solos turfosos ou mesmo com elevados teores de matéria orgânica, aplicar 50%
da calagem recomendada pelo critério de Al3+ e Ca2+ + Mg2+ trocáveis, levando-se em consideração o valor de Y, variável em função da textura do
solo. Em várzeas com solos contendo baixos teores de matéria orgânica, utilizar a quantidade total sugerida pelo mesmo critério. Para áreas
irrigadas não por inundação, recomenda-se o uso integral da dose proposta. Se a cultura subseqüente à cultura do arroz for mais exigente em
fertilidade, como o feijoeiro nos solos turfosos ou com elevados teores de matéria orgânica, usar a quantidade integral do corretivo recomendado.
(2). No caso de várzea úmida irrigada não por inundação, cultivada com uma variedade melhorada, utilizar o total da adubação recomendada. Entretanto, se for uma situação de área alta, com irrigação, utilizando-se uma variedade de sequeiro com espaçamento adequado, deve-se reduzir a
adubação recomendada em 30 a 40%, evitando-se a possibilidade de acamamento (as variedades melhoradas não são recomendadas em áreas
altas, sob irrigação).
(3). A adubação nitrogenada de cobertura deverá ser feita por ocasião do perfilhamento. Nos solos turfosos, ou com altos teores de matéria orgânica
(várzeas com irrigação por inundação), não se deve aplicar N no plantio. Utilizar 1/3 da dose total (20 kg de N/ha) no início do perfilhamento e
os 2/3 restantes (40 kg N/ha), por ocasião do primórdio floral.
(4). Em várzeas com irrigação por inundação, utilizar fontes de N que não sejam nítricas. Já em áreas irrigadas não por inundação pode-se fazer uso
de fontes nítricas.
(5). Para aplicações de fertilizantes a lanço, recomenda-se que as quantidades sejam elevadas em 50%. Na utilização de termofosfatos magnesianos
que, além do P, são fontes de Mg e Si, deve-se aplicá-los, também, a lanço, com incorporação, aumentando-se sua quantidade em 50%.
(6). Zinco: constatando-se a deficiência desse nutriente, aplicar 2 a 4 kg de Zn/ha.
(7). Silício: em várzeas com irrigação por inundação, quando os solos forem turfosos ou com elevados teores de matéria orgânica, é aconselhável a
adição de Si. Os termofosfatos magnesianos e as escórias de siderurgia são materiais que podem, eventualmente, ser usados para adicionar Si ao
solo.
(8). Enxofre: nos solos com baixo teor de matéria orgânica ou com uso generalizado de formas concentradas, sugere-se a aplicação de 20 a 30 kg de
S/ha.
(9). Produtividade esperada: várzeas com irrigação por inundação: 5.000 a 6.000 kg/ha. Áreas irrigadas, não por inundação: 3.500 a 4.000 kg/ha.
Espaçamento: 0,20 x 0,30 m (plantio em covas, 10 a 20 sementes/cova) ou 0,30 m entre sulcos, com 120 sementes/metro linear.
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9
Tabela 9. Recomendação de adubação N-P2O5-K2O para arroz de sequeiro no Estado do Maranhão (BARBOSA FILHO, 1987).
P no solo
(ppm)
K trocável
0-45
46-150
N em cobertura
(kg/ha)
> 150
- - - - - - - - - - - - - - - N-P2O5-K2O (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - - - 0-10
10-60-40
10-60-30
10-60-20
11-30
10-30-40
10-30-30
10-30-20
> 30
10-20-40
10-20-30
10-20-20
30
Tabela 10. Recomendação de adubação para o arroz de sequeiro no Estado de Goiás (UFG/EMGOPA, 1988).
P 2O 5
Disponibilidade no solo
K 2O
- - - - - - - - - - - - - - - kg/ha - - - - - - - - - - - - - Muito baixa
50-60
40-50
Baixa
40-50
40-50
Média
30-40
30-40
Alta
20-30
20-30
Observações:
(1). Adubação nitrogenada: aplicar de 10 a 15 kg de N/ha. Caso necessária, a adubação de cobertura deverá ser feita no início do primórdio floral,
utilizando-se até 30 kg de N/ha.
(2). Zinco: aplicar no sulco de plantio de 3 a 5 kg de Zn/ha a cada 2 ou 3 anos.
(3). Calagem: recomenda-se aplicar a metade da dose indicada pela equação abaixo quando a saturação por alumínio for superior a 50%.
NC (t/ha) = {Al x 2 + [2* - (Ca + Mg)]} x 100/PRNT
* Para solos com teor de argila inferior a 20% deve-se substituir o valor 2 por 1,2.
(4). A expectativa de produção para esta recomendação é de 1.800 kg de grãos/ha e sua eficiência depende de aração profunda e rotação de culturas.
Tabela 11. Recomendação de adubação para arroz irrigado por aspersão no Estado de Goiás (CFSG, 1988).
P 2O 5
Disponibilidade no solo
K2O
- - - - - - - - - - - - - - - kg/ha - - - - - - - - - - - - - Muito baixa
80-90
50-60
Baixa
60-80
50-60
Média
40-60
40-50
Alta
30-40
30-40
Observações:
(1). Adubação nitrogenada: aplicar 10 kg de N/ha no plantio e 20 kg de N/ha em cobertura, no início do primórdio floral.
(2). Zinco: aplicar 5 kg de Zn/ha no sulco de plantio, sempre que se fizer a calagem.
(3). Calagem: quando se visa cultura em sucessão deve ser indicada a critério do técnico.
(4). A expectativa de produção para esta recomendação é de 2.500 a 3.500 kg de grãos/ha.
Tabela 12. Recomendação de adubação para arroz irrigado por inundação no Estado de Goiás (CFSG, 1988).
Teor de P no solo
(extrator Mehlich)
Teor de K no solo
(extrator Mehlich)
- - - - - - - - - - - - - - - - - ppm - - - - - - - - - - - - - - - - -
P2O 5
K2O
- - - - - - - - - - - kg/ha - - - - - - - - - - - -
<5
< 25
61-80
61-80
5-10
25-50
51-60
51-60
> 10
> 50
40-50
40-50
Observações:
(1). Adubação nitrogenada: aplicar 10 kg de N/ha no plantio e 60 kg de N/ha em cobertura, no início do primórdio floral ou parcelar em duas
aplicações. Evitar as fontes nítricas.
(2). Calagem: recomendada para eliminar a toxidez de ferro e/ou suprir as necessidades de cálcio e magnésio da cultura em sucessão.
(3). A expectativa de produção para esta recomendação é de 4.000 a 6.000 kg de grãos/ha.
10
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
Tabela 13. Recomendação de adubação de arroz irrigado para o Estado de São Paulo (CAMARGO & CAMARGO, 1985).
P resina
µg/cm3
K trocável (meq/100 cm3)
0-0,07
0,08-0,15
> 0,15
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - N-P2O5-K2O (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - 0-6
10-60-60
10-60-40
10-60-20
7-15
10-40-60
10-40-40
10-40-20
> 15
10-20-60
10-20-40
10-20-20
Observações:
(1). Adubação nitrogenada em cobertura: aplicar até 30 kg de N/ha para cultivares de porte alto, 40 dias após a emergência, se o desenvolvimento
vegetativo não for muito exuberante. Para cultivares de porte baixo, aplicar 30 kg de N/ha decorridos 40 dias da emergência, repetindo a
cobertura 30 dias após, na mesma quantidade.
(2). Aplicar 10 kg de S/ha e, se houver constatação de deficiência de zinco, 5 kg de Zn/ha.
(3). Calagem: aplicar calcário quando a saturação por bases for inferior a 40%, em quantidade suficiente para elevá-la a 50%. Não aplicar mais do que
4 t de calcário/ha.
(4). Produtividade esperada: cultivares altas: 3.500-4.500 kg/ha; cultivares baixas: 5.000-8.000 kg/ha.
Tabela 14. Recomendação de adubação de arroz de sequeiro para o Estado de São Paulo (CAMARGO & CAMARGO, 1985).
P resina
µg/cm3
K trocável (meq/100 cm3)
0-0,07
0,08-0,15
> 0,15
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - N-P2O5-K2O (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - 0-6
10-60-40
10-60-20
10-60-0
7-15
10-40-40
10-40-20
10-40-0
> 15
10-20-40
10-20-20
10-20-0
Observações:
(1). Adubação nitrogenada em cobertura: aplicar até 30 kg de N/ha 40 dias após a emergência, quantidades maiores para solos há muito cultivados.
Reduzir a aplicação de N em solos com crescimento inicial muito vigoroso e com as plantas muito verdes.
(2). Aplicar 10 kg de S/ha e, se houver constatação de deficiência de zinco, 5 kg de Zn/ha.
(3). Calagem: aplicar calcário quando a saturação por bases for inferior a 40%, calculando a quantidade para elevá-la a 50%. Não aplicar mais do que
3 t de calcário/ha.
(4). Produtividade esperada: 1.500-3.500 kg/ha.
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11
PRAGAS DO ARROZ
DIAGNÓSTICO E CONTROLE
O
s principais ecossitemas de arroz no Brasil, irrigado e de sequeiro, abrigam um grande número de
animais, principalmente artrópodes, que se comportam como fitófagos ou zoófagos.
Dentre os muitos artrópodes fitófagos encontrados atualmente em nossos arrozais destacam-se 10 espécies que, por terem
grande poder daninho e ocorrerem com maior freqüência e abundância nas regiões de orizicultura mais concentrada, são responsabilizadas pela maior parte da perda anual causada, por este ramo,
à produção de arroz.
PRAGAS PRINCIPAIS
1. CUPINS RIZÓFAGOS
Cornitermes, Heterotermes
Procornitermes spp.
Procornitermes triacifer (Foto 14)
Syntermes molestus
Os cupins são muito prejudiciais ao arroz de sequeiro, principalmente P. triacifer, em solos de cerrado. O dano é causado
pelas formas assexuadas, operários e soldados, que têm de 5 a
10 mm de comprimento. Reduzem a emergência das plantas e o
sistema radicular das plantas nascidas, causando-lhes destruição
total ou parcial (Foto 15), eliminando ou prejudicando as plantas,
em manchas de tamanho variável na lavoura.
2. PERCEVEJO DO COLMO
Tibraca limbativentris (Foto 16)
Os adultos têm cerca de 13 mm de comprimento, coloração marrom, mais escura na parte ventral. Atacam os colmos das
plantas com mais de 20 dias de idade, localizando-se próximo da
base, com a cabeça para baixo. No local em que o percevejo introduz o rosto, na bainha da folha, observa-se um pequeno ponto de
coloração marrom, coincidindo internamente com o estrangulamento do colmo. A atividade alimentar do inseto, durante a fase
vegetativa do arroz, provoca o sintoma de “coração morto” e, na
fase reprodutiva, o de “panícula branca” (Foto 17) ou de panículas
com alta porcentagem de espiguetas vazias.
grãos imaturos de arroz e também as partes verdes da planta. As
espiguetas, na fase leitosa, quando sugadas, podem ficar vazias,
enquanto a alimentação em espiguetas com conteúdo pastoso pode
originar grãos manchados (Foto 19), que quebram facilmente no
beneficiamento. O. poecilus também é vetor de várias espécies de
fungos causadores de manchas nos grãos de arroz, cuja intensidade aumenta com a atividade alimentar do inseto (ANTONIOLLI,
1988).
4. CIGARRINHA DAS PASTAGENS
Deois flavopicta
D. incompleta
D. schach
D. flexuosa
Zulia entreriana
(Foto 20)
Os adultos têm de 7 a 10 mm de comprimento, corpo de
coloração geral preta, marrom ou vermelha e possuem um ou dois
espinhos nas tíbias das pernas posteriores. Estes insetos atacam as
folhas e também os colmos das plantas jovens de arroz que, em
conseqüência, podem secar parcial ou totalmente (“queima de
cigarrinhas”, Foto 21). A D. flavopicta tem sido mais importante,
por ocorrer com maior freqüência em altas populações nas regiões
onde se concentra a cultura de arroz de sequeiro.
5. LAGARTA MILITAR
Spodoptera frugiperda - lagarta (Foto 22)
Os adultos atingem de 35 a 38 mm de envergadura e apresentam dimorfismo sexual nas asas anteriores. As lagartas têm
cinco pares de pernas abdominais, sendo um terminal; são de coloração verde-clara, marrom-escura ou quase pretas e, ao completarem o desenvolvimento, medem cerca de 40 mm, após o que
enterram-se no solo para pupação. As infestações geralmente ocorrem no ínicio da fase vegetativa. As lagartas alimentam-se das
folhas do arroz e também dos colmos das plantas jovens, podendo
consumí-las até no nível do solo, destruindo totalmente a cultura.
6. CURUQUERÊ DOS CAPINZAIS
Mocis latipes, lagarta (Foto 23)
3. PERCEVEJOS DAS PANÍCULAS
Oebalus poecilus
O. ypsilongriseus
O. grisescens
(Foto 18)
Oebalus poecilus e O. ypsilongriseus são as espécies mais
importantes; seus adultos medem de 8 a 10 mm de comprimento e
migram para os arrozais, geralmente quando aparecem as primeiras espiguetas com endosperma leitoso. Sugam, de preferência, os
12
Os adultos medem cerca de 42 mm de envergadura. As
lagartas têm três pares de pernas abdominais, sendo um terminal,
e locomovem-se como mede-palmos; são de coloração verde a verde-amarelada, com listras longitudinais marrom-escuras, limitadas por listras amarelas; atingem cerca de 40 mm de comprimento ao completarem o desenvolvimento e transformam-se em pupas,
em casulos tecidos entre as folhas atacadas ou em torno da base
das plantas, próximo ao solo. As lagartas alimentam-se das folhas, geralmente de plantas já afilhadas, as quais podem ficar reduzidas às nervuras principais.
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
7. BROCA DO COLO
Elasmopalpus lignosellus - adultos e lagarta (Foto 24)
Os adultos têm de 15 a 25 mm de envergadura, sendo a
coloração cinza das fêmeas bem mais escura do que a dos machos.
A lagarta, completamente desenvolvida, mede aproximadamente
15 mm de comprimento, apresentando cabeça de cor marrom-escura e o restante do corpo de coloração verde-avermelhada. O dano
se inicia com a penetração da lagarta na planta, pouco abaixo da
superfície do solo, onde faz um orifício transversal ao colmo (Foto
25). Ligado ao orifício de entrada, a lagarta constrói um tubo com
teia, terra e detritos vegetais, dentro do qual se abriga e, mais
tarde, transforma-se em pupa. Ocorre com maior intensidade nos
períodos secos, sendo mais prejudicial ao arroz quando ataca plantas ainda não afilhadas, provocando o sintoma conhecido por “coração morto”.
8. BROCA DO COLMO
Diatraea saccharalis, adulto (Foto 26), lagarta (Foto
27)
Rupela albinella
A primeira é a principal broca do colmo do arroz e seus
adultos têm em torno de 25 mm de envergadura. As lagartas, depois do primeiro ínstar, penetram nos colmos onde se desenvolvem, podendo provocar, pela atividade de alimentação, os sintomas de “coração morto” e “panícula branca”. Ao completarem o
desenvolvimento as lagartas medem de 22 a 25 mm de comprimento e transformam-se em pupas no interior dos colmos, de onde
os adultos escapam por orifícios previamente feitos pelas lagartas.
9. CASCUDOS PRETOS
Euetheola humilis
Dyscinetus dubius
Stenocrates sp.
(Foto 28)
Os adultos medem de 14 a 21 mm de comprimento, sendo
suas larvas vulgarmente conhecidas por bicho bolo ou pão-de-galinha. Adultos e larvas atacam as plantas sob o solo, provocando a
morte de plantas jovens e o enfraquecimento e tombamento das
desenvolvidas. O E. humilis é o mais amplamente distribuído e
prejudicial aos arrozais; sua larva (Foto 29), que quando desenvolvida pode chegar a 50 mm de comprimento, transforma-se em
pupa, em câmaras construídas no solo.
10. GORGULHOS AQUÁTICOS
Oryzophagus oryzae, adultos (Foto 30), larva (Foto
31)
Lissorhoptrus tibialis
Helodytes faveolatus
Neobagous sp.
Hydrotimetes
São típicos do arroz irrigado por inundação. O oryzae é a
espécie mais importante, cujos adultos medem de 2,6 a 3,5 mm de
comprimento, sendo os machos menores do que as fêmeas. As
larvas completamente desenvolvidas medem em torno de 8,5 mm
de comprimento, são ápodas e conhecidas como “bicheira da raiz
do arroz”; transformam-se em pupas no interior de casulos envol-
vidos em barro. Os adultos aparecem nos arrozais após a inundação das lavouras, localizando-se onde a água chega primeiro e
com maior profundidade; alimentam-se das folhas de arroz mais
novas, nas quais deixam faixas longitudinais descoloridas, com
cerca de 1,5 mm de largura mas, também, podem danificar a
radícula e o caulículo das sementes pré-germinadas sob a água.
As larvas, em geral mais prejudiciais, alimentam-se das raízes,
podendo destruí-las parcial ou totalmente, originando nas lavouras manchas de plantas menores, amarelecidas e com as extremidades das folhas murchas.
PRAGAS SECUNDÁRIAS
Enquadram-se aqui os demais fitófagos do arroz
(FERREIRA & MARTINS, 1984; COSENZA, 1987), que numa
ou noutra localidade do país podem comprometer a produtividade
da cultura mas que, no momento, não preenchem as condições
daquelas mencionadas como principais.
INIMIGOS NATURAIS
A relação dos inimigos naturais (predadores, parasitas e
entomopatógenos) de fitófagos do arroz (MARTINS & MAGALHÃES, 1987) é expressiva para algumas das principais espécies,
como Spodoptera frugiperda, Mocis latipes, Elasmopalpus
lignoselus, Diatraea saccharalis; pequena para Tibraca
limbativentris, Oebalus poecilius, Deois flavopicta, e quase
inexistente para Procornitermes triacifer, Euetheola humilis e
Oryzophagus oryzae.
A maior parte desses insetos exercem seu poder daninho
na fase inicial da cultura do arroz, quando ainda não houve tempo
suficiente para o controle biológico se estabelecer e atuar. Até hoje,
no Brasil, pouquíssimos trabalhos têm sido desenvolvidos, visando a aplicação de controle biológico artificial em arroz. Indiretamente, o arroz está sendo beneficiado em certo grau pelo controle
biológico aplicado em outras culturas que têm as mesmas espécies
de pragas. De qualquer modo, sabe-se que o controle biológico
natural atua simultaneamente com outros fatores do meio e contribui decisivamente para diminuir a importância dos fitófagos do
arroz em nossos principais agroecossitemas. Deste modo, os inimigos naturais de fitófagos do arroz precisam ser preservados pela
utilização adequada das práticas de manejo.
CONTROLE
O controle deve basear-se no manejo dos insetos principais, através da combinação de várias medidas de controle (Tabela 15). Os inseticidas (Tabela 16) devem ser utilizados quando o
monitoramento dos arrozais indicar sua real necessidade, isto é,
quando o histórico das lavouras ou seus diagnósticos atuais forem
indicativos de que os níveis de controle dos fitófagos (Tabela 17)
foram atingidos, existindo grande probabilidade de ocorrerem perdas econômicas.
Os plantios de arroz devem ser visitados semanalmente nos
períodos da germinação ao ínicio do afilhamento e do ínicio do
primórdio da panícula até a maturação. Se durante as visitas for
notado ataque de pragas, deve-se fazer amostragens para determinar a necessidade de aplicar tratamento. As amostragens são feitas em vários locais das lavouras, por diferentes modos, para determinar o número ou danos dos insetos.
POTAFOS - Caixa Postal 400 CEP 13400-970 Piracicaba-SP Telefone e fax: (19) 433-3254
13
Tabela 15. Medidas que podem ser integradas ao nível de propriedade para reduzir a infestação ou dano dos insetos, marcado com X, em
arroz.
Principais fitófagos*
Práticas de manejo
01 02 03 04 05
06 07
08 09 10
CULTURAL
• Evitar plantar arroz a menos de 500 m de cana-de-açúcar, milho, braquiária e outras gramíneas hospedeiras de
pragas
• Evitar plantar arroz em áreas anteriormente ocupadas com gramíneas muito infestadas por cupim
• Manter o solo livre de vegetação por um período de 15 a 20 dias antes do plantio
• Antecipar ou retardar as épocas de semeadura de acordo com os surtos de pragas
• Eliminar depressões do terreno, pelo aplainamento do solo, para permitir camada de água baixa (saturação) e
uniforme
-
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X
X
X
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X
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X
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X
• Evitar plantio escalonado de arroz na mesma área ou em áreas próximas; quando isto não for possível, fazer os
plantios em sentido contrário à direção do vento dominante na área
• Efetuar o plantio em solo úmido após o início das chuvas
• Manter o interior e margens dos campos livres de plantas hospedeiras de pragas e acúmulo de quaisquer materiais que possam abrigar pragas
• Utilizar adubação de base, equilibrada, evitando excesso de adubo nitrogenado
• Adubação nitrogenada em cobertura
• Inundação dos quadros após a germinação por três dias ou após a colheita por 15 dias
• Manter os quadros inundados o maior tempo possível
• Utilizar irrigação complementar por aspersão, 30 mm a cada cinco dias
• Utilizar arroz como cultura armadilha, plantando 5 a 10% da área para aplicação de inseticida, 10 a 15 dias
antes do plantio geral
• Evitar preparo de solo com grade em áreas infestadas de cupim rizófilo
• Destruir os restos de cultura após a colheita ou no início da época seca, por aração ou pré-incorporação com
grade e aração profunda de pré-plantio
-
X
X
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X
X
X
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X
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X
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X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
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VARIETAL
• Utilizar cultivares de maior crescimento inicial
• Utilizar cultivares de ciclo curto
• Utilizar cultivares de maior volume radicular
• Utilizar cultivares afilhadores
• Utilizar cultivares resistentes (potencial)
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X
X
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X
X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
MECÂNICO
• Coleta de plantas com alta concentração de ovos para destruição de ninfas
• Roçar vegetação infestada ou passar rolo compressor sobre a mesma
FÍSICO
• Utilizar armadilha luminosa
BIOLÓGICO
• Preservar os inimigos naturais (predadores, parasitóides, patógenos)
• Utilizar agentes microbiológicos de controle (em estudo)
QUÍMICOS
• Utilizar inseticidas de modo preventivo ou curativo
* 01 = Cupim rizófago, 02 = Percevejo do colmo, 03 = Percevejo das panículas, 04 = Cigarrinha das pastagens, 05 = Lagarta militar, 06 = Lagarta dos capinzais, 07 = Lagarta
elasmo, 08 = Broca do colmo, 09 = Besouro preto, 10 = Gorgulho aquático.
14
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
Tabela 16. Dosagens, modos de aplicação, carências e grupos tóxicos de alguns inseticidas permitidos1 para tratamento contra fitófagos do
arroz.
Nome comum ou
ingrediente ativo
Grupo tóxico
Pragas controladas2
Dose (g/ha ou
g/100 kg de sementes)
Modo de
aplicação3
Carência (dias)
IV
III
II
II
I
I
II
II
III
II
II
I
I
I
II
II
III
I
II
II
5, 6
3, 5, 6, 7, 10
2, 3, 5, 6, 7, 10
5, 6, 7, 10
10
1, 4, 7
1, 4, 7
1, 4, 7, 9
7
6, 10
5
2, 5
5
5
2, 3, 5, 6, 7, 8
5
2, 3, 5, 6
2, 3, 5
5
2, 5, 6, 7
13-20
1.000-1.200
1.000-1.300
900-1.100
750-1.000
525-550
525-700
525-600
320
5-12
10-14
7-10
25
60-90
625-1.250
7,5
1.000-1.250
210-400
25
500-1.000
1
2
1
1
3
4
4
4
4
1
1
1
1
12
1
1
1
1
1
1
1
14
14
14
30
37
11
20
21
1
14
14
7
15
20
7
Bacillus thurigiensis
Carbaryl 75 P
Carbaryl 850 PM
Carbaryl 480 SC
Carbofuran 50 G
Carbofuran 350 SC
Carbosulfan 350 TS
Thiodicarb 350 SC
Furathiocarb 400 SC
Deltamethrin 25 CE
Cypremethrin 200 CE
Cyfluthrin 50 CE
Esfenvalerate 25 CE
Fenvalerate 200 CE
Fenitrothion 500 CE
Lambdacyalothrin 50 CE
Malathion 500 CE
Parathion metil 600 CE
Permethrin 384 CE
Trichlorfon 500 SC
1
Com base na validade dos registros junto ao MAARA, fornecidos em 1993/94 por empresas fabricantes.
1 = Cupim, 2 = Percevejo do colmo, 3 = Percevejo da panícula, 4 = Cigarrinha das pastagens, 5 = Lagarta militar, 6 = Curuquerê dos
capinzais, 7 = Broca do colo, 8 = Broca do colmo, 9 = Cascudo preto (bicho bolo), 10 = Gorgulho aquático (bicheira da raiz).
3
1) Pulverização, 2) polvilhamento, 3) na água de irrigação, 4) no tratamento das sementes.
2
Tabela 17. Níveis de infestação ou dano para aplicar tratamentos contra os principais fitófagos do arroz.
Fitófago
Níveis de infestação dos arrozais para início do tratamento
Cupim - Procornitermes triacifer
Quando o plantio anterior tiver apresentado manchas de plantas atacadas, correspondentes a 10% da área
Percevejo do colmo - Tibraca limbativentris
Quando as plantas com 40 a 50 dias de idade apresentarem uma proporção média de
1 a 2 insetos/15 colmos
Percevejo da panícula - Oebalus poecilus
Quando nas duas primeiras e nas duas últimas semanas após iniciar a emissão
das panículas for coletado, em média, 0,5 e 1,0 percevejo por redada ou quando for
observado 0,8 a 1,0 inseto/10 panículas
Cigarrinha das pastagens - Deois flavopicta
Quando na ausência de tratamento preventivo forem encontradas, em média, 1 ou
mais cigarrinhas/30 colmos (antes do afilhamento) e 2 ou mais após este estádio
Lagarta militar - Spodoptera frugiperda
Quando a porcentagem de folhas atacadas (limbo reduzido em mais de 50%) nas fases vegetativa e reprodutiva estiver entre 25-30% e 15-20%, respectivamente, estando as lagartas em plena atividade
Curuquerê dos capinzais - Mocis latipes
Quando a porcentagem de folhas atacadas (limbo reduzido em mais de 50%) nas fases vegetativa e reprodutiva estiver entre 25-30% e 15-20%, respectivamente, estando as lagartas em plena atividade
Broca do colo - Elasmopalpus lignosellus
Quando na ausência de tratamento preventivo o número médio de colmos correr risco
de ficar inferior a 20/m ou 100/m2 em arroz irrigável, antes da irrigação; 20/m ou
60/m2 antes do afilhamento e 40/m ou 120/m2 após esta fase, em arroz de sequeiro
Broca do colmo - Diatraea saccharalis
Quando durante a fase vegetativa e reprodutiva das plantas forem encontradas 4 e
2 posturas/100 colmos, respectivamente, e se o parasitismo de ovos estiver inferior a
50%
Cascudo preto (bicho bolo) - Euetheola humilis
Quanto antes ou depois do plantio apresentar uma infestação média de 4 larvas ou
2 adultos/m2
Gorgulho aquático (bicheira da raiz) - Oryzophagus oryzae
Quando na ausência de tratamento preventivo as plantas apresentarem 4 a 7 e 11 a
14 dias após a emergência (pré-germinado) ou inundação, 16 e 8% da última folha
com sinais de alimentação de adultos e quando a partir de 15 dias da irrigação forem
encontradas, em média, duas a três larvas por amostra de solo e raízes
Estimativa para custos de tratamento correspondentes a 100 kg/ha em arroz de sequeiro e 6.000 kg/ha em arroz irrigado.
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15
Foto 14. Soldados e operários de cupim
(Procornitermes triacifer).
Foto 16. Percevejo do colmo (Tibraca limbativentris).
16
Foto 15. Graus de ataque de cupim
(Procornitermes triacifer) às raízes.
Foto 17. "Coração morto" e "panícula
branca" causados pelo
percevejo do colmo (Tibraca
limbativentris).
Foto 18. Percevejos das panículas: à esquerda,
Oebalus poecilus; ao centro, Oebalus
ypsilongriseus; à direita, Oebalus
grisescens.
Foto 19. Grãos vazios (à esquerda) e atrofiados (ao centro), devido ao ataque de Oebalus poecilus, e
grãos normais (à direita).
Foto 20. Cigarrinhas das pastagens. Da esquerda para a
direita: Deois flexuosa, D. schach, D. flavopicta,
D. incompleta e Zulia entreriana.
Foto 21. Plantas jovens de arroz mortas pela cigarrinha
das pastagens (Deois flavopicta).
Foto 22. Lagarta militar (Spodoptera frugiperda).
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
Foto 23. Lagarta dos capinzais (Mocis latipes).
Foto 24. Adultos e lagarta da broca do colo
(Elasmopalpus lignosellus).
Foto 25. Colmos atacados pela broca do colo
(Elasmopalpus lignosellus).
Foto 26. Adulto da broca do colmo (Diatraea saccharalis).
Foto 27. Lagarta ou broca do colmo (Diatraea saccharalis)
no interior do colmo de arroz.
Foto 28. Cascudos pretos. À esquerda, Stenocrates sp.;
ao centro, Dyscinetus dubius e à direita,
Euetheola humilis.
Foto 29. Larva do cascudo preto ou bicho bolo (Euetheola
humilis).
Foto 30. Gorgulho aquático (Oryzophagus oryzae).
Foto 31. Larva de gorgulho aquático ou bucheira da raiz
do arroz (Oryzophagus oryzae).
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17
DOENÇAS DO ARROZ
SINTOMATOLOGIA E CONTROLE
A
O manejo integrado de controle possibilita diminuir os
prejuízos com a brusone. Em arroz de sequeiro, a incidência de
brusone, em geral, atinge níveis baixos no primeiro ano de plantio
nos solos de cerrado, principalmente, nos plantios feitos no mês de
outubro, coincidindo com o início das chuvas.
1. BRUSONE
Bom preparo do solo com aração profunda reduz a incidência
da brusone. Para evitar a disseminação do patógeno oriundo do
plantio anterior para o sucessivo, na mesma área, deve-se terminar
o plantio no mais curto espaço de tempo possível. A adubação
nitrogenada em cobertura deve ser evitada entre 30 e 50 dias após
a germinação, para não aumentar a severidade de ataque de brusone na fase mais suscetível. Aconselha-se a cobertura nitrogenada,
quando necessária, somente no primórdio floral.
s doenças de importância econômica no Brasil são
relativamente poucas mas bastante prejudiciais,
tanto em arroz de sequeiro como em irrigado, e
variam de acordo com o clima e com o solo.
Dentre as doenças do arroz, a brusone é a mais séria e
constitui um dos fatores limitantes da produtividade do arroz de
sequeiro e irrigado, em todo o território brasileiro. Ela é causada
pelo fungo Pyricularia grisea (Cooke) Saccardo. Outros nomes
aceitáveis são Pyricularia oryzae Cav. e seu estádio perfeito
Mangnaporte grisea (T.T. Herbert) Yaegashi & Udagawa.
A brusone afeta toda a parte aérea das plantas. As lesões
características nas folhas são elípticas, com centro cinza e os bordos
de cor marrom (Foto 32). O tamanho da lesão é variável, de acordo
com o grau de resistência da cultivar e a idade. Lesões necróticas,
do tamanho da cabeça de alfinete, são comuns nas cultivares
resistentes (Foto 33). Nas plantas adultas, o tamanho da lesão
atinge até 2,0 cm de comprimento. A infecção, em outras partes da
planta, afeta os nós do colmo (Foto 34), entrenós (Foto 35) e várias
partes da panícula. A infecção do nó da base da panícula é mais
conhecida como brusone de pescoço (Foto 36). A brusone afeta
também todas as ramificações da panícula, causando o chochamento
das espiguetas.
O molhamento da folha é essencial para a infecção. A
deposição de orvalho, por períodos prolongados, favorece alta
severidade da doença. As plantas de arroz tornam-se mais suscetíveis
em solos secos do que em solos úmidos. Em arroz de sequeiro, a
incidência da brusone nas folhas aumenta o efeito da seca, causando
secamento mais rápido das folhas nas cultivares suscetíveis do que
nas cultivares moderadamente resistentes. As temperaturas
noturnas, variando de 17 a 21oC, e diurnas, entre 25 e 30 oC, são
ótimas para a infecção, esporulação do fungo e rápido desenvolvimento da doença. A incidência de brusone e os conseqüentes
prejuízos são menores em anos chuvosos. A ocorrência de chuvas
durante o enchimento dos grãos também reduz a severidade da
brusone nas panículas. Em geral, a incidência de brusone nas
panículas é menor em campos irrigados por aspersão do que
naqueles sujeitos à deficiência hídrica.
Todos os desequilíbrios nutricionais aumentam a severidade
da brusone. A brusone nas folhas e nas panículas aumenta com altas
doses de nitrogênio, quando aplicado todo no plantio, no sulco. A
forma de nitrogênio afeta a severidade da doença. A suscetibilidade
da planta à brusone aumenta mais intensamente quando o nitrogênio é aplicado na forma de nitrato (NO3-) do que sob a forma
amoniacal (NH4+). Isto explica parcialmente a maior suscetibilidade
da planta de arroz de sequeiro onde o nitrato foi a principal fonte
de nitrogênio inorgânico, comparativamente ao arroz irrigado,
onde o nitrogênio em forma de amônio é disponível. Algumas
práticas culturais, como altas densidades de plantas, aumentam a
brusone nas folhas. Sementes infestadas, restos culturais e esporos
provenientes de lavouras infectadas e disseminados pelo vento
constituem as fontes de inóculo primário.
18
• Controle
A colheita deve ser feita na época apropriada, pois a
infecção de brusone causa perda significativa na colheita, devido à
quebra de pescoço da panícula. No caso de arroz irrigado, são
recomendados bom preparo e nivelamento do solo e manutenção do
nível de água durante todo o ciclo do arroz. A falta de água na fase
vegetativa resulta em alta severidade da brusone, resultando na
morte das folhas. Inundação da lavoura por 24 horas, seguida por
drenagem e manutenção da lâmina de água com profundidade
adequada durante o resto do ciclo, permitem a recuperação e o
desenvolvimento das plantas através de controle da brusone.
O plantio de sementes infestadas com esporos de fungo pode
transmitir o potógeno e causar lesões nas folhas, na fase vegetativa
(Foto 37). Nos plantios seguidos por chuvas contínuas, as sementes
caídas na superfície do solo germinam e fornecem inóculo inicial
para a infecção e disseminação do fungo. O tratamento de sementes
com fungicidas sistêmicos, como carboxin + thiram, thiabendazol
e pyroquilon, pode controlar a brusone nas folhas, variando de 25
a 50 dias após a semeadura. Não se aconselha pulverização com
fungicidas na fase vegetativa. A idade da planta mais sensível à
brusone nas folhas é entre 30 e 60 dias após a semeadura. Após este
período, as folhas adquirem resistência e a doença não causa dano
significativo.
A brusone nas panículas causa maiores prejuízos na produção do que a brusone nas folhas, quando as condições climáticas
são favoráveis à incidência. A pulverização com fungicidas sistêmicos é recomendada como medida preventiva, principalmente
para cultivares como Guarani, Douradão, Rio Paranaíba, Progresso,
Caiapó e Carajás. A disponibilidade no mercado de fungicidas com
alta atividade sistêmica, como triciclazol, benomyl, kasugamicina
e thiobendazol, abriu novas perspectivas de controle da brusone
nas cultivares suscetíveis. Outros fungicidas utilizados para controle
da brusone nas panículas incluem edifenphos, fentin acetato,
kitazin e manzate. A pulverização com fungicida é feita uma vez,
na época de emissão das panículas, ou duas vezes com intervalo de
10 dias após a primeira. O controle com produtos químicos constitui um dos componentes na estratégia de controle integrado.
O uso de cultivares resistentes ou moderadamente resistentes
dispensa a aplicação de fungicidas para controlar a brusone nas
panículas. A cultivar de arroz de sequeiro Araguaia é moderadamente
resistente e não requer medidas preventivas de controle químico da
ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 10 - SETEMBRO/95
brusone nas panículas. Entretanto, o tratamento de sementes é
efetivo e econômico no controle da brusone nas folhas. A cultivar
de arroz irrigado Javaé, recentemente desenvolvida para cultivo no
Estado do Tocantins, é altamente resistente e não necessita de
tratamento de semente ou pulverização com fungicidas, visando o
controle da brusone.
2. MANCHA PARDA
A mancha parda ocorre em arroz irrigado e arroz de
sequeiro em todas as regiões do Brasil.
Esta doença é causada pelo fungo Dreschslera oryzae
(Breda de Haan) Subram & Jain. Outros nomes aceitáveis são
Bipolaris oryzae (Breda de Haan) Shoem e Helminthosporium
oryzae Breda de Haan. O estágio perfeito desta enfermidade é
Cochiliobolus miyabeanbus (Ito & Kuribayashi) Dreschs &
Dastur.
A mancha parda pode causar lesões nas folhas na fase de
plântula, na planta adulta e nos grãos. Ela geralmente se manifesta
nas folhas, durante ou logo após a floração. Em arroz irrigado,
quando semeado com sementes altamente infectadas, a doença
pode manifestar-se logo na germinação da semente, causando
queima das folhas até o estádio de duas folhas. Nas folhas de plantas
adultas, as manchas típicas são circulares ou ovais, em geral de
coloração marrom, com centro acinzentado ou esbranquiçado
(Foto 38). Sintomas nas folhas são variáveis em diferentes cultivares, dependendo do grau de suscetibilidade da cultivar. Nos grãos,
as manchas têm coloração marrom escura e muitas vezes juntamse, cobrindo o grão inteiro. Em casos severos, todos os grãos das
panículas são manchados (Foto 39).
As manchas nos grãos afetam o peso dos grãos, a porcentagem de grãos cheios e acarretam redução no rendimento de
engenho. As manchas nas folhas superiores fornecem inóculo para
a infecção dos grãos. Este fungo é altamente transmitido por
sementes infectadas e pode sobreviver por três anos ou mais nos
grãos, no solo ou nos restos culturais. A germinação de sementes
infectadas em geral é baixa, comparada a sementes sadias. O fungo
pode ser encontrado em várias outras gramíneas.
A doença é associada com o cultivo em solos deficientes em
nutrientes, principalmente potássio. A deficiência e o excesso de
nitrogênio mostram aumento de lesões de mancha parda nas folhas
em solos de cerrado. O conteúdo de sílica nas folhas é negativamente
correlacionado com a incidência de mancha parda nas folhas. A
suscetibilidade à mancha parda aumenta com o aumento da idade
da planta. As espiguetas são mais sensíveis à infecção nas fases de
floração e leitoso. Alta umidade e temperaturas entre 20 e 30 oC são
ótimas para a infecção e o desenvolvimento da doença.
• Controle
O tratamento de semente com fungicidas reduz o inóculo
inicial. O fungicida carboxin + thiram foi eficiente no aumento de
germinação e vigor de sementes infectadas. A aplicação aérea de
fungicidas para controle de manchas no grão, no momento, não é
eficiente e economicamente viável.
3. ESCALDADURA
Em arroz irrigado e de sequeiro, a escaldadura é uma doença
comum nas folhas. A enfermidade tem importância econômica nos
primeiros anos de plantio de arroz, que se seguem ao desbravamento
do cerrado, em plantios em rotação com soja, e em lavouras
conduzidas com irrigação suplementar. Esta enfermidade paralisa
o crescimento da planta no início do emborrachamento, principalmente quando associada com chuvas contínuas.
A escaldadura é causada por fungo Microdochium oryzae
(Hashioka & Yokogi) Samuels and Hallett. Outros nomes, utilizados
antigamente, como Gerlachia oryzae (Hashioka & Yokogi) W.
Gams, Rhynchosporium oryzae Hashioka & Yokogi, são sinônimos. O estágio perfeito é Monographella albescens (Thumen)
Parkinson et al. (syn. Metasphaeria albescens Thumen).
A doença se inicia pela extremidade apical das folhas ou
pelas bordas da lâmina foliar. A mancha não apresenta margem
bem definida e tem, inicialmente, coloração verde-oliva. Mais
tarde, as áreas atacadas mostram uma sucessão de faixas concêntricas
verde-claras e marrom-escuras (Foto 40). As lesões coalescem,
causando secamento e morte da folha. Estes sintomas são mais
freqüentes nas folhas baixas. As faixas concêntricas, muitas vezes,
desaparecem com a idade da lesão. Quando as condições não são
muito favoráveis ao desenvolvimento da doença, o fungo causa
pequenas manchas marrom-avermelhadas nas folhas e lesões
marrons, sem margens definidas, nas bainhas. Estas pequenas
manchas geralmente são confundidas com outras doenças.
O fungo sobrevive nas sementes de arroz e nos restos
culturais. As sementes infectadas com o fungo transmitem esta
doença. Altas doses de adubação nitrogenada e densidade de
plantas favorecem um rápido desenvolvimento da doença. As
chuvas contínuas e o molhamento das folhas, com deposição de
orvalho, provocam alta severidade da escaldadura.
• Controle
Medidas preventivas incluem o uso de sementes sadias ou
tratadas com fungicidas e rotação de culturas. A pulverização com
fungicidas sistêmicos, como benomil, na fase vegetativa, pode
diminuir a incidência da doença. A viabilidade econômica da
pulverização com fungicida é desconhecida.
4. MANCHAS NOS GRÃOS
No campo, as manchas nos grãos são comuns em arroz de
sequeiro e irrigado. As manchas aparecem desde o início da
emissão das panículas até o amadurecimento, causando grandes
prejuízos na qualidade de grãos e sementes.
Os principais patógenos associados com manchas nos grãos
incluem Phoma sorghina (Sacc.) Boerema, Dorenbosch & Van
Kesteren e Dreschslera oryzae (Breda de Haan) Subram & Jain.
Muitos outros fungos, que infectam grãos, são patógenos de outras
partes das plantas, como Alternaria padwickii (Ganguly) Ellis,
Microdochium oryzae (Hashioka & Yokogi) Samuels and Hallet,
Sarocladium oryzae (Sawada) W. Gams, além de diferentes espécies de Drechslera, Curvularia spp., Nigrosporoa sp., Fusarium
spp. e outros. As bactérias que causam descoloração de grãos
incluem Pseudomonas fuscovagina Tanu, Miyajima & Akita e
Erwinia spp.
Em arroz de sequeiro, Phoma sorghina, o agente causal de
queima das glumelas, é o principal patógeno associado com manchas nos grãos, seguido por Drechslera oryzae. Em arroz irrigado,
os fungos (predominantemente) associados com mancha dos grãos,
no Estado do Tocantins, são D. oryzae e A. padwickii.
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Os sintomas são variáveis e podem ocorrer nas glumas
durante a formação de grãos. A queima das glumelas em arroz de
sequeiro é esporádica e às vezes pode atingir altas proporções,
quando a emissão das panículas coincide com períodos de chuvas
contínuas. As panículas emergem com os grãos manchados. Neste
caso, as manchas são de coloração marrom-avermelhada e bem
semelhantes às manchas causadas por D. oryzae. As manchas em
forma de lente, com centro esbranquiçado e borda marrom, aparecem
quando a infecção ocorre após a emissão da panícula. Os picnídios
do fungo desenvolvem-se no centro da lesão, sob condições de alta
umidade.
DOENÇAS DE MENOR IMPORTÂNCIA
ECONÔMICA
Em arroz irrigado, é difícil identificar os patógenos
associados com manchas nos grãos pelo sintoma. As chuvas
contínuas durante a formação de grãos e as injúrias causadas por
insetos, principalmente percevejos (Oebelus poecilus), provocam
alta incidência de manchas nos grãos.
3. Podridão de bainha – Sarocladium oryzae (Sawada)
Gams & Hawksworth
• Controle
O uso de sementes sadias ou tratadas com fungicidas e de
cultivares que apresentam certo grau de resistência aos fungos pode
diminuir os prejuízos. Ainda não existem fungicidas eficazes para
controle satisfatório das manchas nos grãos.
5. QUEIMA DA BAINHA
A queima da bainha tem grande potencial de causar danos
em arroz irrigado. A doença ocorre no Sul, no Brasil Central e no
Norte do Brasil.
Esta doença é causada pelo fungo Rhizoctonia solani Kühn.
Outra doença, associada à espécie de fungo Rhizoctonia oryzae
Ryker & Gooch, que causa sintomas semelhantes à queima da
bainha, é comumente chamada de mancha da bainha. O estágio
perfeito de ambas as espécies é Thanatephorus cucumeris (A.B.
Frank) Donk. No Estado do Tocantins, a mancha da bainha em
arroz irrigado é mais comum do que a queima da bainha.
A queima da bainha geralmente ocorre nos colmos e bainhas
e é caracterizada inicialmente por manchas circulares, elípticas ou
ovaladas, de coloração verde-acinzentada. As lesões encharcadas
aparecem nas bainhas ao nível da água e, posteriormente, aumentam
de tamanho e apresentam-se rodeadas por bordadura irregular e
marrom (Foto 41). Em ataques severos, manchas semelhantes, com
aspecto irregular, são comuns nas folhas. As lesões de mancha de
bainha são ovais, com bordadura marrom-avermelhada. As lesões
são isoladas, raramente coalescem e, às vezes, aparecem nas folhas.
A queima da bainha provoca o acamamento da planta.
O patógeno afeta várias outras gramíneas e leguminosas,
principalmente soja. Usado na rotação com arroz, o fungo permanece no solo e nos restos culturais. A doença progride rapidamente
durante a emissão das panículas e a formação de grãos. O patógeno
sobrevive em forma de sclerotia e micélio em restos culturais.
• Controle
Todas as cultivares comerciais são suscetíveis ou moderadamente resistentes à queima da bainha. A remoção de restos
culturais pode reduzir a população de sclerotia, mas não em níveis
que reduzam a incidência da doença. A aplicação de fungicidas é
uma prática comum para controle da doença nos Estados Unidos.
Não existe informação quanto à eficiência e à viabilidade econômica do controle com fungicidas disponíveis no Brasil.
20
As doenças de menor importância econômica, pelos danos
causados, são:
1. Mancha estreita – Cercospora janseana (Racib.) O.
Const. (syn. Cercospora oryzae Miyake)
2. Mancha circular – Alternaria padwickii (Ganguly) Ellis
(syn. Trichoconis padwickii Ganguly)
4. Podridão de colmo – Nakataea sigmoidea (Cav.) Hara,
(syn. Sclerotium oryzae Cattaneo) [= Magnaporthe salvinii
(Cattaneo) R. Krause & R.K. Webster]
5. Carvão da folha – Entyloma oryzae Syd. & P. Syd.
6. Carvão – Tilletia barclayana (Bref.) Sacc. & Syd.
7. Falso carvão – Ustilaginoidia virens (Cooke) Takahasi
8. Ponta branca – Aphelenchoides besseyi Christie
9. Nematóide formador de galhas – Meloidogyne javanica
(Treub.) Chitwood
10. Mal do colo – Fusarium oxysporum
11. Lista parda – Erwinia sp.
• Controle
Não se aconselha nenhum controle.
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Foto 32. Brusone nas folhas.
Foto 33. Reação resistente de brusone nas
folhas.
Foto 34. Brusone nos nós dos colmos.
Foto 35. Brusone no colmo.
Foto 37. Lesões típicas de brusone nas plântulas, transmitidas por sementes infestadas.
Foto 36. Brusone no pescoço da panícula.
Foto 39. Mancha parda nas panículas.
Foto 38. Mancha parda nas folhas.
Foto 40. Escaldadura nas folhas.
Foto 41. Queima das bainhas nos colmos.
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