Alerta 59 - Unifal-MG

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No 59
Dezembro/2016
CEFAL- Centro de Farmacovigilância da UNIFAL/MG
Site: www2.unifal-mg.edu.br/cefal
Email: [email protected]
Tel: (35) 3299-1273
Equipe editorial: Prof. Dr. Ricardo R. Rascado; Profª. Drª.
Luciene Alves Marques; Camila Neder e Julia Rossato.
Antivirais de ação direta para o tratamento de Hepatite C:
risco de reativação da Hepatite B
A hepatite do tipo B, causada
pelo vírus B (VHB) é uma doença
infecciosa também chamada de sorohomóloga. Como o VHB está presente
no sangue, no esperma e no leite
materno, a hepatite B é considerada
uma
doença
sexualmente
transmissível. A maioria dos casos de
hepatite B não apresentam sintomas.
Como as hepatites virais são doenças
silenciosas, é necessário que se faça o
teste e consulte regularmente um
médico 1.
A hepatite C é causada pelo
vírus C (VHC), que, assim como o
vírus causador da hepatite B, está
presente no sangue. Quando a
infecção pelo VHC persiste por mais
de seis meses, o que é comum em até
80% dos casos, caracteriza-se a
evolução para a forma crônica. O
tratamento da hepatite C depende do
tipo do vírus (genótipo) e do
comprometimento do fígado (fibrose)
2
.
A Agência Reguladora dos
Estados Unidos - Food and Drug
Administration (FDA), emitiu um
alerta sobre o risco de reativação do
vírus da hepatite B em pacientes com
infecção prévia ou atual e que estejam
utilizando medicamentos antivirais de
ação direta (direct-acting antiviral DAA) para o tratamento da hepatite
C. Há relatos de um pequeno número
de casos de reativação do VHB em
pacientes em tratamento com DAA
que resultaram em graves problemas
hepáticos e até mesmo morte.
Em 2015, a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa)
registrou os novos medicamentos para
tratamento da hepatite C, são eles:
Sofosbuvir (Sovaldi®), Simeprevir
(Olysio®), Daclatasvir (Daklinza®) e
Ombistavir/Veruprevir/Ritonavir
+
®
Dasabuvir (Viekira Pak ). Com isso,
médicos e pacientes passaram a ter
mais opções terapêuticas para o
tratamento da hepatite C e além disso,
esses
medicamentos
apresentam
vantagens em relação às terapias já
existentes, como o tempo reduzido de
tratamento e os benefícios do uso
oral. Contudo, recentemente a Anvisa
solicitou a inclusão da nova
advertência
nas
bulas
desses
medicamentos antivirais de ação
direta contra o vírus da hepatite C
registrados
no
Brasil.
Esses
medicamentos atuam diretamente no
VHC, interrompendo sua replicação,
constituindo um avanço recente no
tratamento da hepatite C crônica 3.
Porém, se o paciente já teve hepatite
B, esses medicamentos podem causar
a volta desta condição ou piorar. Por
isso, pacientes que estejam fazendo
uso desses medicamentos antivirais de
ação direta para tratar hepatite C, é
1
necessária a realização de exames de
sangue frequentes para verificação da
sua função hepática 4.
A Anvisa orienta que no intuito
de minimizar os riscos descritos
anteriormente, os pacientes com
hepatite C em tratamento com
medicamentos antivirais de ação
direta devem realizar a triagem para
hepatite B antes de iniciar o
tratamento e fazer o monitoramento
para VHB durante e após a conclusão
do tratamento. E ainda, não se deve
interromper o tratamento com os
medicamentos antivirais de ação
direta sem antes consultar o seu
médico.
Assim,
por
meio
da
farmacovigilância
ativa
destes
medicamentos
pretende-se
caracterizar
clinicamente
e
epidemiologicamente os pacientes
tratados para hepatite C; identificar
possíveis fatores associados ao
abandono de tratamento e ausência de
resposta
virológica;
identificar
possíveis reações não descritas e
graves e caracterizar as principais
reações
ocorridas
durante
o
tratamento.
E,
desta
forma,
desenvolver ações para o tratamento
dos pacientes com hepatite C com
maior segurança e efetividade 3.
Caso queira notificar reação adversa
a algum medicamento, desvio de
qualidade ou erro de medicação,
acesse o portal do CEFAL
(http://www.unifal-mg.edu.br/cefal)
e preencha o formulário.
Referências bibliográficas
1. BRASIL. Hepatite B. Disponível
em:
<http://www.aids.gov.br/pagina/hepati
te-b>. Acesso em: 19 dez. 2016.
2. BRASIL. Hepatite C. Disponível
em:
<http://www.aids.gov.br/pagina/hepati
te-c>. Acesso em: 19 dez. 2016.
3. BRASIL. Antivirais de ação
direta para tratamento de hepatite
C: risco de reativação da hepatite B.
Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/informaco
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86667&_101_INSTANCE_FXrpx9q
Y7FbU_type=content>. Acesso em:
19 dez. 2016.
4. DRUGS.COM. Simeprevir.
Disponível em:
<https://www.drugs.com/mtm/simepr
evir.html>. Acesso em: 19 dez. 2016.
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