Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário

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Indicador de Confiança do
Micro e Pequeno Empresário
Fevereiro 2017
Indicador de Confiança do MPE alcança o maior
resultado desde maio de 2015
INDICADOR DE CONFIANÇA
52,5
44,7
42,0
36,6 36,4 37,1 36,7
38,7 38,3
37,6
43,0 43,1
42,2
51,0
50,6 50,2
50,2
48,9
46,0
42,9
40,0
37,9
Em fevereiro de 2017, o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário varejista registrou
52,5 pontos, o maior resultado da série histórica, iniciada em maio de 2015. Pela segunda vez
seguida, o dado ficou acima dos 50 pontos, a indicar que há confiança, ainda que comedida, com o
ambiente de negócios. A comparação com fevereiro de 2016, quando o indicador registrara 43,1
pontos, mostra inequívoca mudança no humor dos empresários – em termos percentuais, o avanço
foi de 22,1%. Já na comparação mensal, isto é, com janeiro de 2017, a variação foi de 2,9%. Como
nos meses anteriores, o componente das expectativas com o futuro ficou acima da avaliação dos
últimos meses, mostrando que apesar do retrospecto ruim, os empresários esperam dias melhores.
A melhora da confiança coincidiu com o recuo da inflação, com início da aceleração do corte de
juros e com a expectativa de liberação de recursos do FGTS, que completou a pauta de boas
notícias. Esses recursos poderão ser destinados ao pagamento de dívidas e ao consumo, aliviando o
problema da inadimplência e da queda do volume de vendas, de modo a favorecer o comércio e
serviços. No campo político, o cenário é diferente daquele que se apresentava no auge da crise e,
embora a tensão persista, não impede o encaminhamento das medidas econômicas. Em suma, os
dados são positivos, mas precisam ser vistos com cautela. Isto porque a consolidação da confiança
e a retomada do crescimento dependerão do sucesso das reformas propostas pelo governo, o que
podem não se concretizar.
Para o MPE, cenário econômico pode melhorar, mas
ainda está ruim...
O Indicador de Confiança é composto por dois outros indicadores: o de Condições Gerais e o de
Expectativas. O primeiro afere a avaliação dos empresários acerca dos últimos seis meses da
economia e dos negócios. O segundo mede as perspectivas dos empresários para os próximos seis.
Pela metodologia, quanto mais acima de 50 pontos, maior é a confiança; quanto mais abaixo, maior
a desconfiança. Em fevereiro de 2017, o Indicador de Expectativas registrou 65,4 pontos, ficando
acima do nível neutro. Já o Indicador de Condições Gerais marcou 35,2 pontos, ficando abaixo
daquele nível. Para comparação, o Indicador de Expectativas registrara, em fevereiro de 2016, 54,5
pontos; já o de Condições Gerais registrara 27,7 pontos.
Outra leitura dos dados mostra que, ao tratar do próprio negócio, os entrevistados foram mais
otimistas do que ao tratar da economia. Enquanto a o Indicador de Expectativas com a Economia
registrou 62,9 pontos, o Indicador de Expectativas sobre o próprio negócio registrou 68,0. Observase diferença semelhante quando se compara as Condições Atuais da Economia e dos Negócios,
como mostra a tabela abaixo.
Indicador de Confiança
Indicador de Condições Gerais
Condições Gerais dos Negócios
Condições Gerais da Economia
Indicador de Expectativas
Expectativas para os Negócios
Expectativas para a Economia
fev/16
jan/17
fev/17
43,0
51,0
52,5
27,7
34,0
21,5
54,5
60,8
48,1
34,2
37,4
31,0
63,6
66,5
60,7
35,2
38,2
32,2
65,4
68,0
62,9
Em termos percentuais, 57,1% dos entrevistados disseram-se otimistas com a economia, contra
16,0% que se disseram pessimistas. Com os negócios, 65,9% disseram estar confiantes, contra
11,4% que se disseram pessimistas. A mesma diferença se observa na avaliação dos últimos seis
meses: para 60,5% dos entrevistados, a economia piorou, contra 12,9% que consideram que
piorou. No que tange aos negócios, 49,0% consideraram que houve piora e apenas 17,5%
consideraram que houve melhora.
O que pensam os empresários
É positivo o fato de os empresários terem iniciado o ano mais confiantes. Observa-se, porém, que
45,3% dos empresários otimistas com o futuro da economia não sabem ao certo explicar as razões
de seu otimismo. Outra justificativa que se destaca, mencionada por 20,6%, é a percepção de que
alguns indicadores econômicos têm mostrado sinais de melhora. Aponta-se, ainda, a esperança de
que a crise política possa ser resolvida (16,6%).
OTIMISMO COM A ECONOMIA
As razões do otimismo
Não sei, mas estou otimista, sinto que as coisas irão melhorar
45,3%
Porque alguns indicadores econômicos já dão sinais de melhora
20,6%
A crise política será resolvida
16,6%
O país tem um amplo mercado consumidor
12,5%
Outros
5,0%
Já entre os empresários pessimistas, 35,2% citam as incertezas políticas para justificar seu
desânimo e para 22,7%, o que pesa é a percepção de que os problemas econômicos são graves.
19,5% dizem-se pessimistas porque suas vendas continuam caindo e 12,5% porque acreditam que
o país não passará pelas reformas de que precisa.
PESSIMISMO COM A ECONOMIA
As razões do pessimismo
Porque ainda há incertezas políticas
35,2%
Porque os problemas econômicos que o país atravessa são graves
22,7%
Porque a as vendas continuam caindo
19,5%
Porque acredito que o país não passará pelas reformas de que precisa
12,5%
Outros
10,2%
Com relação aos negócios, 33,8% dos otimistas não sabem justificar por que estão confiantes.
30,4% sustentam sua percepção em base mais sólida e afirmam estar fazendo boa gestão do
próprio negócio, enquanto 13,3% dizem estar investindo no negócio para enfrentar a crise. Outros
13,3% apontam o fato de que a economia está dando sinais de melhora.
OTIMISMO COM OS NEGÓCIOS
As razões do otimismo
Não sei por que, mas tenho o sentimento de que as coisas vão melhorar
33,8%
Tenho feito uma boa gestão do negócio
30,4%
Porque a economia está dando sinais de melhora
13,3%
Estou investindo no negócio para enfrentar a crise
13,3%
Outros
9,3%
Entre os pessimistas com o próprio negócio, a principal justificativa, mencionada por 54,3%, é que a
crise econômica pode continuar. Menciona-se também a queda das vendas (16,5%). Como se vê, o
futuro da economia divide opiniões: serve para justificar tanto o otimismo quanto o pessimismo
com os negócios. As projeções de especialistas apontam para um crescimento de 0,5% do PIB. O
número é baixo, mas, se confirmado, interromperia uma sequência de dois anos de retração
econômica.
PESSIMISMO COM OS NEGÓCIOS
As razões do pessimismo
A crise econômica ainda pode continuar
54,9%
Minhas vendas foram afetadas demais, não tenho mais como recuperar
16,5%
A procura pelo meu produto não vai aumentar porque é considerado supérfluo.
13,2%
Não tenho recursos para investir mais no meu negócio para que ele se mantenha
5,5%
Outros
9,9%
Metade dos empresários esperam crescimento do
faturamento nos próximos 6 meses
Um dado positivo é que a maior parte dos micro e pequenos empresários de Varejo e Serviços
esperam que seu faturamento cresça nos próximos seis meses. A opinião foi manifesta por 50,5%
dos empresários. Há, porém, 34,9% que acreditam que seu faturamento permanecerá estável e
8,1% que acreditam que poderá cair. Entre os que esperam crescimento, 30,9% dizem que são
otimistas e têm fé que tudo vai dar certo; 27,7%, apontando razão mais sólida, dizem estar
buscando novas estratégias de vendas e 14,4% dizem ter melhorado a gestão. Já entre aqueles que
esperam queda do faturamento, o impacto da crise nas vendas é a razão maior, mencionada por
55,4%. 13,8% alegam que a demanda por seu produto está caindo e 12,3% dizem que tiveram que
baixar os preços para se manterem no mercado.
Vai aumentar / crescer
Vai cair
Não vai se alterar
50,5%
8,1%
34,9%
Metodologia
A pesquisa abrange todo o território nacional e considera somente as empresas de micro e
pequeno porte que atuam no Varejo e no Setor de Serviços. Ao todo, são consultados 800
empresários, que avaliam a evolução da economia e dos negócios nos últimos seis meses e revelam
suas expectativas para os próximos seis. As sondagens são realizadas nos 10 primeiros dias úteis de
cada mês.
O Indicador de Confiança (IC) é uma média ponderada de dois outros indicadores: o Indicador de
Condições Gerais e o Indicador de Expectativas. Por meio do Indicador de Condições Gerais, buscase medir como os empresários avaliam a evolução da economia e do seu negócio nos últimos seis
meses. Por meio do Indicador de Expectativas, busca-se medir o que os empresários esperam para
a economia nos próximos seis meses.
Em ambos os casos, a escala dos indicadores varia de zero a 100, tendo como ponto neutro o valor
de 50. Assim, para valores abaixo de 50, o Indicador de Condições Gerais da Economia mostra que,
na percepção dos micro e pequenos empresários, as Condições Gerais da economia pioraram nos
seis meses; para valores abaixo de 50, o Indicador de Expectativas para a Economia mostra que os
empresários estão pessimistas com os rumos do país; valores acima de 50 indicam que os
empresários estão confiantes. A mesma regra vale para os indicadores de negócios.
Como média ponderada dos demais indicadores, o IC (Indicador de Confiança) também varia de
zero a 100. O número irá refletir a avalição dos micro e pequenos empresários sobre o presente e o
futuro da economia e de seus negócios. Abaixo de 50, indicará falta de confiança; acima de 50,
indicará confiança.
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