Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias Casos clínicos – Seminário Caso 1 Paciente do sexo masculino, 43 anos, há 5 dias sofreu lesão corto-contusa em mão direita, durante seu trabalho como pedreiro. Evoluiu com aumento do braço, dor, calor e eritema, além de febre não aferida e prostração. Há 24h refere mal estar e tonteira ao se levantar. Ao exame: prostrado, corado, hipohidratado, febril. PA: 90 x 40 FC: 120 bpm Tax:38,5ºC FR: 24 irpm Adenopatia axilar dolorosa à direita. Aumento do volume de MSD, com eritema até próximo ao ombro, calor local. O limite da lesão é impreciso, e há áreas de edema endurecido e extremamente doloroso. O restante do exame físico é normal. 1. Qual a hipótese diagnóstica? A principial hipótese diagnostica é a Celulite. O diagnostico diferencial é feito com erisipela, porem, por se tratar de uma lesão com borodos imprecisos, onde não se consegue delimitar com precisão a separação da era sadia e da área doente. 2. Que exames estariam indicados para este paciente? O diagnostico da celulite é predominantemente clinico, no entanoto, o hemograma pode evidenciar uma infecção bacteriana, mostrando Leucocitose > 15.000/mm³, neutrofilia e desvio pra esquerda. 3. Qual a conduta terapêutica? A conduta terapêutica envolve medidas gerais de repouso no leito com elevação da aera afetada, e a colocação de compressas frias ; medidas locais, como a limpeza e o desbridamento da porta de entrada, e o tratamento sistêmico. No caso apresentado, devido ao fato do paciente ter um importante comprometimento do estado geral, o tratamento deve ser feito como o de infecção grave, com internação e administração da antibióticoterapia Endovenosa, q deve ser feito com: - Penicilina G Cristalina 1.500.000 – 2.000.000 UI, IV de 4/4h - Caso haja suspeita de etiologia estafilococcica(pp ex. infeção originada em infecção de anexos) = Oxacilina 100-150 mg/kg/dia IV - Alérgicos a penicilina = Vancomicina 1,0 a 2,0g IV/dia Caso 2 O paciente supracitado evoluiu favoravelmente na enfermaria, já estando afebril no 3º dia de antibioticoterapia, com redução dos sinais de flogose. Qual a conduta terapêutica? Caso o paciente evolua favoravelmente, pode se conduzir a terapêutica com alta hospitalar, e a continuação da antibioticoterapia em domicilio. Nesse caso seria instituída a Penicilina VO 30-50 mg/kg/dia de 6/6hs, Amoxacilina ou Antibiótico Macrolideo(eritro, claritro ou azitromicina) por 10-14 dias. No caso de suspeita estafilococcia, está indicada a terapia com antibióticos penicilinase resistentes(Cefalo de 1ª) Caso 3 Suponha que o paciente do caso clínico 1 tenha desenvolvido rash cutâneo urticariforme com edema de mucosa no 2º dia de antibiótico. Qual a conduta terapêutica? Nesse caso, o paciente está apresentando uma reação de hipersensibilidade a penicilina, e a conduta terapêutica é a substituição do antibiótico pela Vancomicina Caso 4 O paciente do caso clínico 1 permanece febril e com sinais de flogose no membro superior direito no 4º dia de antibiótico. À palpação da área dantes endurecida, nota-se agora discreta flutuação. A esposa do paciente finalmente aparece para visitá-lo, e esclarece que não tinha vindo até então porque estava acompanhando a mãe, internada num hospital universitário há cerca de 30 dias, 10 deles no CTI. 1. Quais as hipóteses para a manutenção da febre? Existem varias hipóteses para a manutenção da febre, como a resistência antibiótica, o diagnostico clinico errado, bacteremia e formação de abcesso subcutâneo, fascite necrotizante. No entanto, o exame físico de flutuação fala a favor da formação de um abscesso subcutâneo. 2. Qual a conduta diagnóstica a ser tomada? A maioria dos diagnósticos diferencias tem diagnostico clinico, no entanto, pode-se enviar material para cultura(sangue ou aspirado da coleção liquida) com realizaçõa de teste de sensibilidade antibiótica. 3. Qual a conduta terapêutica? A conduta terapueutica deve ser a de drenagem da coleção liquida do abcesso, e manter a antibioticoterapia para controle da infecção sistêmica. Se houver suspeita de resistência antibiótica, deve se trocar o antibiótico. Caso 5 No mesmo dia da internação o paciente do caso 1 evolui com piora do estado geral, da taquicardia, taquipnéia e da hipotensão. Foi feita reposição volêmica com solução cristalóide, com recuperação transitória dos níveis de pressão arterial, e instalada macronebulização com O2 sob máscara, também com alívio transitório da queixa de dispnéia e diminuição da freqüência respiratória. No dia seguinte, no entanto, o quadro clínico deteriorou e o paciente entrou em choque refratário a volume e franca insuficiência respiratória. (vide RX de tórax no leito) 1. Quais as hipóteses para a evolução desfavorável? A principal hipótese é a becteremia e desenvolvimento de uma pneumonia secundaria a celulite. No caso, principalmente se a bactéria em questão for o S. aureus.(derrame pleural no Rx tórax???) 2. Qual a conduta a ser tomada? O tratamento para a pneumonia com critérios de hospitalização e grave , deve ser então instituído = Macrolideos associados a cealosporinas de 3ª geração. No entanto, alguns achados podem modificar a abordagem, como o caso do paciente, que apresenat lesões de pele indicando a porta de entrada da bactéria, nesse caso, muito provavelmente o Staphylococccus aureus; nesse caso, a inclusão de antibióticos com ação anti-estafilococcica é obrigatória(oxacilina, vancomicina, ciprofloxacino, linezolida) Caso 6 O paciente do caso 1 evolui com manutenção da febre no 8º dia de internação, taquicardia persitente, instalação de sopro sistólico em foco mitral e lesão isquêmica do 4º pododáctilo esquerdo, além de raras petéquias em conjuntivas. 1. Qual a principal hipótese para esta evolução? Endocardite infecciosa 2. Qual a conduta diagnóstica? Ecocardiograma para vizualização das vegetações e do comprometimento valvar. No entanto, o ECG, hemograma, VHS e Proteína C Reativa podem ter grande contribuição diagnostica. 3. Qual a conduta terapêutica? Nesse caso, o tratamento empírico deve ser instituído contra as principais bactérias causadoras de EI. Nesse caso especifico, deve se atentar a garnde possibilidade da EI ser pelo S.aureus ou Streptococcica.. Contra o S.aureus, deve ser administrada Oxacilina 2g IV 4/4hs por 4 a 6 semanas. Para os estreptococcus administra-se preferencialmente um aminoglicosideo(pp gentamicina). Pode-se utilizar o esquema Oxacilina+Penicilina+Gentamicina, uma vez q a Gentamicina atua sinergicamente com a Penicilina sobre outros estreptococcus. Nos locais onde há certa resistência estafilococcica a oxacilina, preconiza-se o esquema utilizando Vancomicina e mais um Aminoglicosideo. Caso 7 Criança do sexo masculino, 5 anos, há 2 dias com quadro de febre alta (Tax máx. 39ºC), dor à deglutição, mal estar geral (“não brinca”), anorexia, vômitos e dor abdominal. Nega outros sintomas respiratórios ou sistêmicos. Ao exame apresenta-se prostrado e choroso, com orofaringe e palato mole hiperemiados, amígdalas hipertrofiadas e com exsudato purulento sobre base hiperemiada. Há adenopatia satélite cervical anterior extremamente dolorosa. Restante do exame físico sem alterações. A mãe tratou por conta própria com analgésicos e administrou uma dose de ampicilina hoje pela manhã, “por causa do pus na garganta”. 1. Qual o diagnóstico sindrômico do paciente? NÃO SEI 2. Cite o diagnóstico diferencial do quadro apresentado pela criança. Mononucleose, Abcesso periamigdaliano, Faringite viral, Escarlatina. 3. Quais os dados de história e exame físico falam a favor da etiologia estreptocócica? Inicio súbito da febre, Adenopatia cervical dolorosa, dor a deglutição e Exame da orofaringe apresentando exsudato purulento. 4. Qual a conduta diagnóstica para o caso? O objetivo diagnostico é o de identifcar se tratar de um infecção pelo Streptococcus Beta Hemolítica do Grupo A(SBHGA). Nesse caso, o hemograma pode indicar se trará de uma infecção bacteriana ou viral, e a cultura de orofaringe continua sendo um imperfeito padrão ouro para o diagnostico. 5. Qual a conduta terapêutica? O tratamento deve ser feito visando a prevenção da febre reumática, e deve ser instituído dentro dos primeiros 9 dias da doença. O tratamento preferencial é a administração IM de dose única de Penicilina, uma vez que garante a adesão do tratamento(Penicilina Benzatina 600.000 U para <27kg e; 1.200.000 U para > 27kg). No entanto,existem outra opções como a Penicilina V 250mg/dose, 2 a 3 x/dia por 10 dias. Para alérgicos a penicilina, o tratamento preferencial é a eritromicina(etil succinato 40mg/kg/dia divididos por 3 ou 4 vezes ao dia, durante 10 dias VO; ou estolato 20-40mg/kgh/dia divididos em 2,3 ou 4 veses por 10 dias – VO) Caso 8 A criança do quadro acima evoluiu no mesmo dia com exantema macular confluente, com micropápulas conferindo um aspecto de lixa ao toque, inicialmente em tronco, tornando-se difuso rapidamente. 1. Enumere as possíveis causas do rash apresentado pelo paciente. Escarlatina, Rubéola e Exantema subito 2.Cite quais achados ao exame físico poderiam esclarecer a etiologia do exantema Escaratina – Historia previa de faringoamigdlite, presença dos sinais típicos como Sial de Pastia(hiperemia de dobras) e de Filatov(palides perioral), língua sabugosa e descamção laminar. Caso 9 Paciente do sexo feminino, 66 anos, faxineira, apresenta há 3 dias febre alta com calafrios, mal estar, lesão em pé e 1/3 distal de perna D com calor, rubor, dor e edema, com limite nítido com a pele sã. A pele acometida tem aspecto brilhante, e várias depressões puntiformes (“casca de laranja”). Na face medial da perna e coxa nota-se uma faixa avermelhada, dolorosa à palpação, e linfonodos poplíteos e inguinais ipsilaterais dolorosos. A paciente refere edema vespertino bilateral há vários anos e apresenta hipercromia distal em membros inferiores, múltiplas veias varicosas e lesões maceradas e esbranquiçadas em regiões interdigitais (entre o 3º e 4º, 4º e 5º pododáctilos à direita e entre o 4º e 5º pododáctilos à esquerda). 1. Qual a principal hipótese diagnóstica? Justifique pelos achados do exame físico. Erisipela – Edema, limite preciso da pele sadia e da pele doente, aspecto brilhante e de casca de laranja, quente e dolorsa.Regiao edemaciada e adenopatia regional. 2. Cite o diagnóstico diferencial da síndrome. Celulite. 3. Identifique, na história da paciente, os fatores predisponentes e a porta de entrada para a infecção bacteriana. Os principais fatores predisponentes são a idade(predileção pelos extremos das idades) e a presença de uma sindrome edemigenica(edema de MMII vespertino) e a provável porta de entrada são as lesões maceradas e esbranquiçadas em regiões interdigitais. 4. Qual a conduta diagnóstica e terapêutica? Tratamento com antibioticoterapia= Penicilina Procaína 600.000 UI IM de 12/12hs, ou, Penicilina V VO 30-50mg/kg/dia 6/6hs, Amoxacilica ou Antibiótico Macrolideo por 10 a 14 dias Caso 10 Criança de 4 anos, sexo masculino, apresenta há 5 dias edema progressivo de membros inferiores e periorbitário bilateral. Hoje a mãe notou diminuição do volume urinário, com urina avermelhada, o que a motivou a procurar assistência médica. Ao exame: criança com regular estado geral, com edema periorbitário e de membros inferiores 2 a 3+/4+, PA=135x85mmHg, múltiplas lesões hipocrômicas e lesões crostosas, superficiais, em membros inferiores e nádegas. Afebril, sem outras alterações ao exame físico. 1. Determine o diagnóstico sindrômico do caso. Síndrome Nefritica 2. Qual a hipótese mais provável para o diagnóstico etiológico? Justifique. A principal hipótese seria a de Glomerulonefrite Difusa Aguda. È uma criança, com historia de infeção streptococcicas prévias, sintomatologia e edema súbitos e sem sinais de uremia.(lesões sugestivas de impetigo estreptococcica), aumento da PA, oliguria e Hematuria 3. Liste os exames complementares úteis para o diagnóstico e acompanhamento do caso, e os resultados esperados de acordo com a hipótese formulada no item 2. EAS – Hematuria, Cilindros hematicos(patognomonico) e proteinuria não seletiva(<3g/24hs) Complemento Serico- Consumo do complemento em 90% dos casos(pp CH50) Fator Reumatoide + em 30 a 40% dos casos. Anti-DNAase estão aumentados em 70% dos casos, enquanto os títulos de ASO so se encontram elevados em 30%. Raremnet, o diagnostica da GNDA irá requerer uma biopsia renal. Caso 11 Paciente de 17 anos, sexo feminino, apresenta febre moderada a alta (Tax entre 38 e 38,7º) diária há cerca de 45 dias, associada a perda ponderal não quantificada e adinamia. Nos últimos dias vem apresentando dispnéia aos esforços, permanecendo boa parte do tempo deitada. Procurou no período auxílio médico, sendo diagnosticada “virose”, e mais recentemente anemia, estando em uso de sulfato ferroso. Devido à piora do quadro clínico, procurou novamente assistência, sendo notado ao exame físico: paciente hipocorada 2 a 3+/4+, hidratada, anictérica, acianótica, discretamente taquipnéica, porém sem esforço, febril. PA=100x60mmHg, PR=124bpm. Petéquias em conjuntivas (2 à D e 3 à E), orofaringe sem alterações, exceto por hipertrofia da amígdalas. Pulmões limpos. Pré-córdio hiperdinâmico, com ictus visível e palpável, com frêmito sistólico em ponta. Sopro sistólico pan-cardíaco mais audível em foco mitral, com irradiação para axila e dorso. Traube submaciço à percussão, com ponta de baço palpável na posição de Shuster. Presença de nódulos dolorosos na face palmar do 3º QDD e na eminência hipotenar da mão E. Observa-se manchas de coloração violácea em plantas dos pés. A mãe refere que a filha sempre fora hígida, tendo apresentado apenas as doenças comuns da infância: sarampo, varicela, e alguns episódios de “dor de garganta”. 1. Diante do quadro clínico, qual a principal hipótese a ser formulada? Endocardite Infecciosa 2. Cite o diagnóstico diferencial da síndrome. Febre Reumatica 3. Quais os exames complementares você solicitaria? Justifique. Ecocardiograma Transesofagico, Hemograma, Proteína C Reativa, VHS, Hemocultura 4. Quais são os agentes mais comumente envolvidos na etiologia desta doença? No caso, por se tratar de uma valva nativa, os principais agentes infecciosos são os Gram +. Os mais comumente encontrados são o Streptococcus viridans e o enterecoccos 5. Identifique na história o(s) possível(is) fator(es) predisponente(s) para o quadro atual? Episódios prévios de “dor de garganta” 6. Qual a conduta terapêutica? O ideal é a instituição de uma antibioticoterapia especifica para o agente etiológica em questão, assim, a decisão de iniciar o tratamento empírico ou aguardar pelo resultado da hemocultura, depende da confrontação entre a necessidade de se iniciar o tratamento, o potencial de agressão do quadro e a necessidade de cirurgia urgente. O tratamento empírico é realizado com Vancomicina + Gentamicina. O tratamento especifico para Estreptococcus é feito com PenicilinaG(sensível), PenicilinaG+Gentamicina(relativamente resistente) ou PenicilinaG + Gentamicina(altas doses = 4milhoes de U de penicilina +1mg/kg Genta)(resistentes). Para Enterococcus, o tratamento é feito com Penicilina+Gentamicina ou Ampicilina+Gentamicina.. No caso de alergias a penicilina, o tratamento é feito com Vancomicina+Gentamicina. Para estafilococcus, o tratemento é feito com Oxacilina(cefazolina ou vanco em casos de hipersensibilidade)- meticilino sensível. E Vancomicina- casos meticilino resistente. 7. Qual a conduta profilática a ser adotada após o tratamento da infecção aguda? NÃO ENCONTREI RESPOSTA!