20a ABCr Comparando comprimidos comerciais do fármaco Ácido Acetilsalicílico através da difração de raios X por pó S. T. B. Salvia; D. L. Tita a; S. G. Antonioa; F. M. S. Carvalhob ; C. O. P. Santosa b Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, Brasil. a Instituto de Geociências, Universdade de São Paulo, São Paulo, Brasil. O ácido acetilsalicílico (AAS), C 9 H8 O4 e 180,16gmol-1 , foi o primeiro fármaco sintético a ser utilizado em tratamentos. Hoje é utilizado terapeuticamente como antipirético, antitrombótico e antiinflamatório [1]. Tem sido utilizado profilaticamente em doses toleráveis para reduzir os riscos de acidente vascular cerebral [2]. O AAS apresenta polimorfismo que é a propriedade dos materiais de cristalizar de mais de uma estrutura cristalina podendo alterar suas propriedades físico-químicas e assim podendo apresentar biodisponibilidades diferentes. O AAS teve sua estrutura cristalina descrita em 1964 [6], a qual é conhecida como a forma I (P21/c), com parâmetros de cela unitária: a=11,233(3) Å, b=6,544(1) Å, c= 11,231(3) Å, β=95,89(2)˚, V=821,218Å 3 . Em 2005 foi descrita a forma II (P21/c), uma nova estrutura cristalina, com parâmetros de cela unitária: a=12,095(7) Å, b=6,491(4) Å, c= 11,323(6) Å, β=111,509(9)˚, V=827,1(8) Å 3 [3]. A literatura também descreve apenas um pseudopolimorfo para o AAS, que corresponde a uma forma solvatada, cuja estrutura cristalina contém o solvente acetamida e foi descrita em 2007 [4]. A difração de raios X é uma ferramenta adequada para a caracterização de polimorfos desde que sejam cristalinos e, utilizando o método de Rietveld (MR)[5], é possível identificar e quantificar os polimorfos com precisão, quando a estrutura cristalina da substância é conhecida. Neste trabalho comprimidos de AAS adquiridos nas farmácias de Araraquara foram analisados pelo MR com dados de difração de raios X. As medidas foram realizadas em um equipamento Rigaku RINT2000, com monocromador curvo de grafite no feixe difratado, fenda de divergência de 0,25°, fenda soller de 2,5° de divergência e fenda de recepção de 0,3mm. Em todos os comprimidos foram encontrados a Forma I do AAS. Em alguns casos foi possível também identificar excipientes cristalinos, mostrados na Tabela 1. Nos códigos R significa medicamento de referência; G genérico e S similar. No caso S-01 a cafeína aparece em associação com o AAS. Todos os medicamentos apresentam a mesma forma cristalina do comprimido de referência, sendo que as diferenças encontradas foram relacionadas ao tamanho e forma dos cristalitos e aos tipos de excipientes. Tabela 1. Relação de medicamentos de referência e os excipientes identificados. Apresentação (mg) 500 500 100 500 650 100 100 85 Código R G-01 G-02 S-01 S-02 S-03 S-04 S-05 Excipientes identificados por DRX Amorfo Fosfato de cálcio dibásico Fosfato de cálcio dibásico; sacarina sódica Amorfo Cafeína Lactose monoidratada e sacarina sódica Talco Manitol; sacarina sódica e sacarose [1] The MERCK INDEX. 14 ed. 2006: Merck Reseash Laboratories. [2] Sagar, K.A. and M.R. Smyth, Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 21(2), 383-392 (1999). [3] Vishweshwar, P., McMahon, J.A., Oliveira, M., Peterson, M.L., Zaworotko, M.J. Journal of the American Chemical Society,.127(48), 16802-16803 (2005). [4] Bond, A.D., Boese, R., Desiraju, G.R. Angew.Chem, 46, 618-622 (2007). [5] Rietveld, H. M. Journal of Applied Crystallography 2, 65-71 (1969). Agradecimentos: FAPESP; CNPq; Capes.