APOSTILA filosofia e ética profissional

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FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL 1 ÉTICA: O conjunto de regras morais
1.Definições Preliminares:
A moral é o conjunto de normas de conduta adotado como universalmente válido por uma comunidade humana
ou cultura, num lugar e num tempo determinados. Sócrates elaborou a pergunta: “Como queremos viver?”
Respondendo a esta questão desenvolvemos o conceito de moralidade, nada mais é que o conjunto de regras
sob as quais nós viemos na maioria do tempo.
A ética é o conjunto de regras morais, que se constitui em um importante ramo da filosofia, que procura entender
a natureza, a finalidade, a justificativa e os princípios fundamentais das normas morais e dos seus sistemas
relacionais no contexto de dada sociedade.
As decisões de negócios são decisões morais porque afetam os projetos de
outras pessoas.
1.1. Escolhas m orais:
As escolhas morais podem caracterizar-se como oriundas de fatores subjetivos ou objetivos.
- Fatores objetivos: Estão relacionados às normas e costumes estabelecidos previamente.
- Fatores subjetivos: Estão relacionados às preferências pessoais. De igual modo, estão ligados aos
princípios de liberdade da responsabilidade. Só podem ser falsos se houver desonestidade ou intenção
de enganar por parte de quem faz a escolha. Não se espera que os outros tenham as mesmas
preferências.
1.2. Julgam entos morais:
m orais:
Geralmente relacionados a temas objetivos de avaliação de comportamento. Espera-se que as pessoas estejam
de acordo com as convicções morais do tecido social. A falta de conformidade e/ou violação resultam
normalmente na penalização de quem viola determinado princípio de conduta social. A pessoa que passa por
esta situação em geral sofre censura moral, a condenação e o escárnio.
O Homem é a medida de todas as coisas – Protágoras (490 - 420 a.C.)
No século V a.C. Atenas tornou-se uma cidade-estado importante e próspera e sob a liderança de Péricles (445429 a.C.), entrou em sua “Era de Ouro” de erudição e cultura. Isso atraiu as pessoas de toda a Grécia – e, para
aqueles que conheciam e sabiam interpretar a lei, havia vantagens. A cidade era administrada sobre princípios
democráticos, com o sistema legal estabelecido. Exigia-se de qualquer pessoa levada a corte que defendesse a
sua causa. Não havia advogados, mas uma reconhecida classe de conselhos logo se desenvolveu. Nesse grupo
estava Protágoras.
Tudo é Relativo
Protágoras ensinava legislação e retórica para qualquer um que pudesse pagar. Seus ensinamentos eram
objetivos – preparavam alguém para debater e ganhar uma causa, em vez de provar um ponto de vista –, mas
ele conseguia ver as implicações filosóficas do que ensinava. Para Protágoras, todo argumento tem dois lados e
ambos podem ser válidos. Ele afirmou que podia “transformar o argumento mais fraco em mais forte”provando
não o valor do argumento, mas a persuasão de seu proponente. Dessa forma reconheceu que a crença é
subjetiva: O homem, mantendo um ponto de vista ou opinião, é que dá a medida do seu valor. Este estilo de
raciocínio, comum na justiça e na política daquele tempo era novo na filosofia. Ao colocar seres humanos em
seu centro, seguiu a tradição de retirar a religião de do argumento filosófico e também mudou o foco da filosofia,
da compreensão da natureza do universo para a investigação do comportamento humano.
Protágoras voltou-se principalmente para questões práticas. A principal implicação de “o homem e a medida de
todas as coisas”é que a crença é subjetiva e relativa. Isso levou a Protágoras a rejeitar a existência de definições
absolutas de verdade, justiça ou virtude. O que é verdadeiro para uma pessoa pode ser falso para outra, ele
afirmou. Esse relativismo também se aplicava aos valores morais, tais como o certo e o errado. Para Protágoras
nada é inerentemente bom em si mesmo. Algo é ético e certo apenas porque uma pessoa (ou sociedade) o julga
assim.
Protágoras foi o mais influente de um grupo de professores itinerantes de legislações e retórica que se tornou
conhecida como sofistas (do grego Sophia, sabedoria). Sócrates e Platão ridicularizaram os sofistas como
menores retóricos, mas com Protágoras a ética avançou significativamente rumo a visão de que não há
julgamento, incluindo os morais
FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL 2 TEXTO COMPLEMENTAR:
(LUIS FELIPE PONDÉ – DOUTOR EM FILOSOFIA MODERNA USP)
NADA É MAIS PROFUNDO QUE UMA PESSOA COM OS OLHOS VIDRADOS DE CULPA
A praga do politicamente correto detesta a culpa. Uma das coisas mais comuns nos politicamente corretos é
negar a culpa dizendo que a sociedade que ”impõe” a culpa como forma de controle. A famosa culpa judaicocristã.
Antes de tudo, a ignorância típica do politicamente correto salta os olhos porque a culpa não é um fenômeno
ocidental, e mesmo o darwinismo aponta a culpa (vergonha e mal-estar moral)como um dos centro afetivos da
vida moral do bando de caçadores-coletores, célula máter ancestral de nossa vida social.
Nada é mais profundo do que uma pessoa com os olhos vidrados de culpa. Pessoas sem culpa são monstros
morais. O discurso segundo o qual a culpa é uma forma pensada de controle dos mais fortes sobre os mais
fracos (em que pese o fato de que a culpa pode mesmo ser manipulada, como tudo mais que é verdadeiro na
vida humana) é falso e indica antes de tudo uma mentalidade infantil, na medida em que sentir culpado é um dos
modos mais típicos da consciência moral.
Em assuntos como esses, melhor do que a argumentação pura e simples é a experiência. Você, caro leitor, já
fez mal a alguém? Alguém que não merecia? Se a resposta for não, você é um mentiroso.
O POLITICAMENTE CORR ETO É UMA FORMA DE S ER MAU - CARÁTER.
A praga do politicamente correto deve ser combatida não porque seja bonito dizer piadas racistas (não é), mas
porque ela é um instrumento de (maus) profissionais da cultura, normalmente gente mau-carater, fraca
intelectualmente, pobre e oportunista, para aniquilar o “livre comércio de idéias”ao seu redor, controlando as
instâncias de razão pública, como universidades, escolas, jornais, revistas, rádio, TV e tribunais.
Nascida da esquerda americana, ela é pior do que a esquerda clássica, porque essa pelo menos não era
covarde. A praga do Politicamente correto usa métodos de coerção institucional e de assedio moral, visando
calar quem discorda dela, antes de tudo, tentando fazer dessas pessoas monstros e, por fim, tentando
inviabilizar o comércio livre de idéias. Idéias não são sempre coisas boas, às vezes, doem.
Ao final, a praga do politicamente incorreto é apenas mais uma forma enraivecida de recusar a idade adulta e de
aniquilar a inteligência. O que ela mais teme é a coragem. Por isso, diz que o povo é lindo, quando não é, diz
que as mulheres estão bem sozinhas, quando não estão (estavam mal acompanhadas e agora estão pior
sozinhas, porque a humanidade é infeliz e incoerente em relação aos desejos e às expectativas), diz que a
natureza é uma mãe quando ela é mais Medeia, nos proíbe de reclamar de gente brega ao nosso redor, mente
sobre aqueles que lutaram contra a ditadura (eles não eram muito melhores do que os torturadores se tivessem
a chance de torturar alguém), nega a importância da culpa porque é mau-carater, enfim, não é capaz de
reconhecer valor em nada porque nega a própria capacidade humana de fazer discernimento.
FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL 3 2. A Ética:
2.1. Ética Norm ativa = Ética Moral
Baseia-se em princípios e regras morais fixas, o seu objetivo principal é formular normas válidas de conduta e de
avaliação do carácter.
2.2. Ética não Normativa (relativa, factual, experimental)
- A norma ética é puramente convencional, mutável, subjetiva. Logo existem várias normas aplicáveis (para uma
mesma situação).
- Não existem valores universais, objetivos, mas estes são convencionais,condicionados ao tempo e ao espaço.
- Não existem valores a priori: eles são criados conforme seja necessário ou oportuno.
- Investigação factual do comportamento moral
a) Conceitos:
- Absolutismo Ético: Padrão moral único e universal, isto é, verdadeiro. Ainda não foi descoberto. Quer dizer
que uma vez conhecido esse padrão moral todos deveriam obedecê-lo.
- Relativismo ético simples: Não existe um único padrão moral objetivo (verdadeiros ou falsos) aplicável para
todas as pessoas. A moral está relacionada sempre uma época, grupo social, etc. O que um grupo social julga
correto, é o correto em um determinado tempo e lugar.
- Relativismo ético funcional: São as normas morais consideradas boas por uma sociedade, desde que essa
sociedade existe. Essas normas morais são aquelas que funcionam nessa sociedade, pois
sua obediência propicia benefícios para todos na sociedade.
2.3. Uma observação relevante: O Caráter.
Carater é o modo de ser de um indivíduo, através da soma de seus hábitos, virtudes, sua índole ou sua firmeza
de vontade, seus vícios, suas características próprias, seu temperamento. Existe muitas variações do caráter de
uma pessoa, que pode ser, covarde, dramático, desafiador, briguento, inconstante entre outros.
O caráter não sofre as influências do meio, uma vez que ele é inerente ao individuo e se forma dentro do ventre
materno. O conjunto das qualidades boas ou más é que determina sua conduta e a sua moralidade. Sua
personalidade, seu humor e temperamento que pode sofrer alterações em função da adaptação familiar,
pedagógica e social do indíviduo.
O caráter quando é forte, não se deixa vencer pelas liberalidades, pelas facilidades oferecidas que indicam um
caminho errado, mesmo que naquele instante possa parecer correto. O individuo está sempre em estado de
prontidão. É como se ficasse uma luz vermelha piscando, diante dos caminhos que se apresentam. A educação
e a cultura são as responsáveis na tomada de decisão na vida, porém o diferencial é o caráter.
O individuo é uma construção dele mesmo, ele forja seu próprio eu, presente sem máscaras, dentro dos seus
pensamentos, formando os mais variados graus de caráter. O caráter é modelado, pela experiência, educação,
autoconhecimento, formação familiar, e é lapidado com a perseverança e a determinação.
Ainda sobre o caráter e a personalidade:
Sobretudo as escolas da caracteriologia alemã e franco-holandesa esforçaram-se por dar aos dois termos
(personalidade e caráter) um significado diferente, sem que, no entanto, se chegasse a um consenso. René Le
Senne, por exemplo, propõe a seguinte distinção: Caráter refere-se ao conjunto de disposições congênitas, ou
seja, que o indivíduo possui desde seu nascimento e compõe, assim, o esqueleto mental do indivíduo; já
personalidade, é definida como o conjunto de disposições mais "externas", como que a "musculatura mental" todos os elementos constitutivos do ser humano que foram adquiridos no correr da vida, incluindo todos os tipos
de processo ment
Caráter, em sua definição mais simples, resume-se em sua índole ou firmeza de vontade.
O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, covarde, inconstante. Tais
variações podem ser inúmeras.
Mas não é o caráter que sofre as influências pelo meio em que é submetido, pois o ser humano demonstra sua
pessoal característica desde os primeiros dias, quiçá ainda enquanto dentro do ventre materno. O caráter é
inerente do próprio espírito, e os moldes de educação, adaptação às diferentes condições e fases da vida
humana apenas levam o ser às escolhas que deve fazer, obedecendo elas a esse princípio primeiro.
As culturas antigas costumavam declarar quando de uma pessoa de índole confiável: "Pessoa de caráter forte".
Quando o caráter - presença inerente no ser - é forte, significa que por mais maravilhosos ou recompensadores
os caminhos possam parecer, há sempre um sentimento de alerta dentro, que indica aquele como um caminho
errado, mesmo que no momento possa parecer o correto.
O caráter faz ver além, nas consequências dos atos de hoje, e não pode ser adquirido ou estudado ou mesmo
aprendido.
A educação e a cultura se diferem nesses valores, assim como o caráter se interfere a uma coisa e pessoase
difere das boas maneiras ou do estilo de vida que se leva. Ambos, a cultura e o estilo de vida, são
transformados, adquiridos e estudados e podem ser esquecidos ou aprimorados. Mas o caráter faz desses todos
seus caminhos. Escolher qual deles seguir e quais consequências irão advir só o caráter pode identificar, no
momento que as decisões - de trabalho, amor, relações sociais, escolares, de amizade etc - são tomadas.
FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL 4 3 .Como adquirimos nossos valores éticos pessoais?
3 .1.Tudo começa na infância:
Segundo Freud:
Ego = Eu -> Busca do prazer -> Equilibrio superego/id
Superego = Censura -> Família, religião, Escola, cultura
Id = Instinto -> Primitiva
Pulsões:
Eros (pulsão sexual) = tendência à preservação da vida.
Tânatos (pulsão de morte) = tendência à destruição.
Não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto.
3 .2.Formação da personalidade:
a) Formação do superego: 6 anos
b) Antes: censura externa. Pai, mãe, professora, padre, pastor moravam fora da criança.
c) Depois: censura interna. Pai, mãe, professora, padre, pastor moram dentro da criança.
3.3. A ética é necessária?
- A ética tem é principal regulador do desenvolvimento histórico e cultural da humanidade.
- Sem uma referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos a humanidade já teria se
auto-destruido.
- Os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de
direitos, dignidade, cidadania, solidariedade e outros, entretanto, esses princípios nem sempre são praticados
por todos.
------------------Texto Complementar: Qualidade de Vida (Prof.Alessandro Martins – Blog Filosofando)
Um amigo, certa vez, disse – e concordo com ele – que a qualidade de vida se sustenta em 3 pilares. Se você
souber lidar bem com cada um deles, terá uma vida de boa qualidade. Eles não estão em ordem de importância:
- Saber lidar com o dinheiro: goste-se ou não, não se vive bem sem dinheiro ou sem algum dinheiro. O
segredo aqui não é termuito dinheiro. Mas gastar menos do que se ganha e fazer o que sobra render em mais
dinheiro ou em qualidade de vida.
- Saber lidar com os relacionamentos afetivos: cultivar bons relacionamentos afetivos de caráter sexual,
romântico ou de amizade é fundamental. O homem é um ser social por definição. Mais uma vez, não se mede a
qualidade de sua vida pela quantidade de amigos, romances ou de parceiros sexuais que você tem, mas
pela qualidade desses aspectos e a forma descomplicada e clara com que você administra seus
relacionamentos.
- Saber lidar com a comida: alimentar-se bem aumenta a chance de uma boa saúde, fundamental para a
qualidade de vida.
Note como cada um dos três aspectos interfere nos outros dois. Por exemplo: uma boa alimentação, que traz
melhores chances de você ter a saúde necessária para trabalhar e obter o dinheiro de que precisa para
satisfazer suas necessidades mais ou menos básicas ou para ter a energia necessária para se relacionar com
seus amigos e ser um membro atuante de sua comunidade.
Também note como existem livros de auto-ajuda sobre cada um desses itens. No entanto, é importante alertar
que não existem fórmulas mágicas ou fórmulas prontas para trabalhar com dinheiro, relacionamentos e comida.
O caminho de auto-aprendizado é longo e exigente. Apesar disso, acho que se for encarado com prazer pode
dar melhores resultados.
4.Ética nos Negócios:
4.1. Deci sões Éticas :
- Decisões que dizem respeito ao bem comum:
a) ar, água, terra e outros recursos limitados;
b) os benefícios à sociedade e a legitimidade do negócio na sociedade.
- Decisões feitas com respeito a pessoas, demandas conflitantes e operações de negócio.
4.2 . Estabelecendo a Moral:
- Os gerentes podem não saber raciocinar eticamente, ou podem não querer fazê-lo.
- Tipos de legislações passada como leis ou obrigações:
a) Lei antitruste;
b) Código de Defesa do Consumidor;
c) Legislação sobre verdade na propagada;
d) Segurança do produto ou serviço;
e) Proteção ambiental;
f) Comportamento ético no governo.
4 .3. Regras Fundamentais da Moralidade Comum:
FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL 5 A moralidade comum é o conjunto de regras sob as quais a maioria de nós conduz sua vida na maior parte do
tempo, pois assume que é melhor fazer o “bem”do que o “mal”. São eles:
- Princípio de cumprir a promessa;
- Princípio da não-malevolência;
- Princípio da ajuda mútua;
- Princípio do respeito as pessoas;
- Princípio do respeito à propriedade.
4.4 . Toma ndo uma decisão eticamente moral:
a) Identificar o responsável pela decisão que possua um problema ético;
b) Identificar o tema ético;
c) Descrever as alternativas possíveis;
d) Identificar pessoas, organizações ou grupos que possam se beneficiar ou se prejudicar por cada alternativa;
e) Listar os benefícios e os prejuízos para cada parte envolvida;
f) Mostrar quais as regras éticas usadas, qual o raciocínio que levou à decisão e escolher a Ação recomendada.
Para complementar sugestão do filme : Quanto vale ou é por quil o?
Rindo pra não chorar...
5. A Ética Profissional:
Ética profissional é um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no
exercício de qualquer profissão.
5.1. Código de Ética:
- O Código de Ética é o acordo explicito entre os membros de um grupo social.
- Deve descrever o modelo de conduta para seus membros.
- As profissões regulamentadas possuem um Código de Ética.
5.2. Princípios da Ética Profis s i onal:
- Honestidade enquanto ser humano e profissional.
- Perseverança na busca de seus objetivos e metas
- Conhecimento Geral e Profissional para oferecer segurança na execução das atividades profissionais.
- Responsabilidade na consecução de qualquer tarefa.
Texto complementar:
- Teorias da Ob rigação Moral (VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez, Ética, Editorial Grijalbo):
FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL 6 Os éticos contemporâneos costumam dividir as teorias da obrigação moral em dois gêneros: deontológicas e
teleológicas.
Uma teoria da obrigação moral recebe o nome de deontológica (do grego déon, dever) quando a
obrigatoriedade de uma ação não se faz depender exclusivamente das conseqüências da dita ação ou da norma
a que se ajusta. Chama-se teleológica (de télos, em grego, fim) quando a obrigatoriedade de uma ação deriva
somente das suas conseqüências.
Tanto num caso como no outro, a teoria pretende dizer o que é obrigatório fazer. Ambos os tipos de teorias
pretendem dar resposta à questão de como determinar o que devemos fazer de modo que esta determinação
possa orientar-nos numa situação particular. Suponhamos que um enfermo grave, confiando na minha amizade,
me pergunta pelo seu verdadeiro estado, já que lhe parece que o médico e os familiares lhe ocultam a verdade.
O que devo fazer neste caso? Enganá-lo ou dizer-lhe a verdade? De acordo com a doutrina deontológica da
obrigação moral, devo dizer-lhe a verdade, quaisquer que sejam as conseqüências; ao invés, de acordo com
a teoria teleológica, devo enganá-lo tendo presente as conseqüências negativas que para o doente possam advir
ao ter conhecimento do seu verdadeiro estado.
Enquanto que a ética formal de Kant se enquadra nas teorias deontológicas, a ética de Jeremy Bentham e John
Stuart Mill constituem exemplos de teorias teleológicas.
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