a ética é a disciplina... ideal

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ÉTICA E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E EMPRESARIAL – EAD MÓDULO I – CONCEITOS E FUNDAMENTOS DA ÉTICA Nesse módulo iremos abordar o conceito da ética, a classificação da ética, a moral absoluta e relativa. Nunca foi tão importante e necessário falar sobre ética no contexto atual que a humanidade vive. A crise da humanidade é refletida através da violência, da discriminação, da pobreza, da indiferença que as pessoas vivem e convivem. Segundo Maximiano (2002, p.416): “a ética é a disciplina... ideal”. Esse comportamento ideal é definido pela sociedade onde o ser humano está inserido pela sua conduta. De acordo com Nalini (2004, p.26): “ética é o ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado”. A expressão “ética” vem do grego ethos que significa costume, ou seja, ética é a ciência dos costumes, que tem como objeto a moral. Moral vem do latim mores quem tem o mesmo sentido de costumes, apesar de ser considerada uma ciência. Podemos concluir que apesar da identidade semelhante entre ética e moral, a ética é uma ciência e a moral é o objeto dessa ciência, ou seja, o conjunto de normas adquiridas pelo hábito de sua prática. Alguns autores da área afirmam que a ética é diferente da moral, isto é, a ética é uma reflexão crítica sobre um sistema baseado na moralidade dos indivíduos. Já outros autores afirmam que a moral e a ética se complementam. Ashley (2005, p.5) e outros afirmam que: “a ética corresponde aos valores morais específicos, que dizem respeito a crenças pessoais sobre... outros”. Podemos entender que as regras de comportamento dos indivíduos em sociedade são focadas em cima de valores morais, ou seja, aquelas atitudes que são desejáveis e corretas. Quando se fala sobre ética, abordam­se termos como o bem, o mal, o certo, o errado, o permitido, o proibido, a virtude, o vício, dentre outros. A grande questão é a seguinte: os valores morais de um grupo, de uma organização, enfim, de uma sociedade, devem ser definidos claramente para os indivíduos através de normas de conduta que mostra o que é ser ético para si e para os outros. Conforme Saldanha (2002, p.5): “valor é o conjunto de qualidades, utilidades, finalidades, propriedades de diferentes ordens como física, funcional, emocional, social, atribuídos a uma realidade, situação ou condição de ordem pessoal ou coletiva”. De acordo com algumas variáveis como cultura, religiosidade, tradição, status, dignidade humana, padrões de comportamento, dentre outros, os valores se transformam de um lugar para outro e de uma sociedade para outra. Temos como campo de atuação da ética os problemas que são relacionados ao comportamento humano, tendo como objetivo minimizar o nível de conflito de
interesses dentro de um grupo ou sociedade. A partir daí, ou seja, a partir da existência do comportamento humano, surge o que chamamos de dilemas morais. Segundo Valle (2003, p.19): “os dilemas morais estão relacionados ao cotidiano de cada sociedade, o que nos permite afirmar que um mesmo comportamento pode ser visto por uma sociedade como desprovido de moral, enquanto aos olhos de outra sociedade pode ser considerado moralmente aceito”. Temos como exemplo alguns países, os homens podem e devem possuir muitas mulheres, não descumprindo nenhuma norma ou regra de conduta. Já no Brasil, o homem só pode casar­se com apenas uma mulher, praticando dessa maneira a monogamia. Seguem abaixo alguns princípios éticos que devem ser adotados pelos indivíduos: ­ Responsabilidade: o indivíduo deve procurar adotar um critério livre e imparcial na sua vida pessoal e profissional, evitando participar de conflitos de interesses, de discriminação, de situações injustas e desleais. ­ Lealdade: o ser humano necessita utilizar como característica a lealdade em todas as situações pessoais e profissionais, os conflitos, as discussões que possam interferir no seu comportamento. ­ Respeito às pessoas: a cordialidade, a educação e o bom relacionamento com os outros é ponto primordial para que o indivíduo seja ético. Alguns autores definem claramente a moral absoluta e a moral relativa. Afirma Nalini (2004, p. 30): “para a moral absoluta, a pessoa que é dotada de um mínimo de consciência é dotado de uma bússola natural que o predispõe ao discernimento do que é certo e errado em termos éticos”. Podemos entender nesse caso, que a pessoa sabe que precisa se definir, bastando atentar para sua consciência e o seu conceito de valor. Já na moral relativa, o aspecto empírico sinaliza a existência de inúmeras morais, isto é, ao lado subjetivo da questão. De acordo com Nalini (2004, p.31): “os relativistas entendem não haver sentido falar em valores à margem da subjetividade humana, ou seja, o bom e o mau são palavras cujo conteúdo é condicionado por referenciais de tempo e espaço”. Temos como exemplo da perspectiva da ética relativa: quando o vendedor faz a oferta de um preço mais baixo, desde que o comprador não exija Nota Fiscal. Quando se acredita que esse comportamento é correto, pois se acredita que existe alguma justificativa, é o enfoque da ética relativa. Para facilitar o estudo e o entendimento da ética, podemos classificá­la em quatro formas fundamentais: ética empírica, ética de bens, ética formal e ética valorativa. Vamos abordar cada uma. Segundo Saldanha (2002, p.23): “sustentam os empiristas que as teorias de conduta se baseiam no exame da vida moral onde os preceitos disciplinadores do comportamento estão implícitos no próprio comportamento”. Podemos entender que não se deve questionar o que a pessoa deve fazer, sem o que sempre faz, pois deve enfatizar que o comportamento natural não deve ser substituído.
De acordo com Teixeira (2005, p.20): “a ética dos bens prioriza a existência de um valor fundamental denominado bem supremo, que é quando a pessoa se defronta com um bem que não pode ser maior do que qualquer outro”. Na vida humana podemos conceituar o bem supremo como a realização do fim próprio do indivíduo, isto é, a luta para atingir um ideal como gerar um filho, construir uma família, viver em harmonia conjugal, etc. Segundo Valle (2003, p.55): “a ética dos valores foca o valor como um conceito ético essencial, pois o que é valioso vale por si, ainda quando seu valor não seja conhecido nem apreciado”. Devemos entender que o valor moral não se baseia na idéia de dever e esse valor não é convencionado, isto é, cada indivíduo descobre, identifica seu valor. Enfim, a ética formal aborda a moralidade de uma ação a partir do foro íntimo do indivíduo, ou seja, do momento ético de escolher a melhor decisão, de fazer ou não fazer determinada ação.
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