230 – faça do alimento o seu medicamento

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230 – FAÇA DO ALIMENTO O SEU MEDICAMENTO
Muitas doenças que acometem os seres humanos podem ter origem
ou ser agravas por uma alimentação inadequada, Apenas as moléstias infectocontagiosas é que escapam dessa afirmação. Mesmo nesse caso, uma
alimentação equilibrada e baseada em valores nutritivos proporcionados pelos
alimentos naturais, frescos e saudáveis, ajudam as pessoas a se recuperarem
mais depressa. Citamos abaixo alguns exemplos.
1 – HIPERTENSÃO
É uma das mais nocivas doenças e a que atinge o maior número de
pessoas em todo o mundo, cerca de 10 a 20%. Para os idosos a incidência passa
dos 50%. Como ela não apresentas sintomas na sua fase inicial ela passa
despercebida ou então é descoberta por acaso, quando medico mede a pressão
do paciente rotineiramente. Ela é responsável pelos derrames cerebrais (AVC) e
doenças cardio-circulatórias, como o infarto do miocárdio, mortal em 1 em cada
4 dos casos.
Além disso, a hipertensão pode afetar os olhos, as artérias e os rins.
Ela pode estar associada a obesidade, ao diabetes, ao aumento do colesterol e
dos triglicérides. Diversos fatores podem contribuir para o seu aparecimento.
Casos na família, ingestão excessiva de sal, aumento de peso, sedentarismo,
excesso de álcool, cigarro, estresse e até alguns medicamentos.
A melhor receita para combater a hipertensão é mudar hábitos,
Perder peso, fazer exercícios regularmente também ajudam bastante. A
alimentação tem uma papel fundamental: ela deve ser equilibrada com pouco sal
e poucas gorduras e carboidratos e mais cereais integrais: trigo, centeio, milho e
aveia, as frutas, legumes e verduras da feira, frescas.
Não se deve consumir alimentos em conserva, pois tem aditivos,
nitritos, nitratos, corantes e outros produtos químicos e grande quantidade de
sal. Diminuir o sal na comida é muito importante, não ultrapassar seis gramas
por dia (uma colher de chá diária). Não consumir alimentos já prontos
industrializados e temperados, pois têm grandes quantidades de sal, corantes,
conservantes e outros produtos químicos que podem causar uma série enorme
de doenças aos seus habituais consumidores.
A gordura, principalmente a gordura trans, a saturada e a gordura
vegetal hidrogenada aumentam o colesterol, facilitando a sua deposição nas
artérias e vasos e dessa maneira aumentando a pressão sanguínea. A mudança
de hábitos, se bem que seja prioritária, não deve substituir a medicação dada
pelo médico e que deve ser tomada permanentemente ou até que o próprio
médico a suspenda. É bastante comum o portador de uma doença crônica
abandonar ou fazer só parte das recomendações médicas. No caso do diabetes
as complicações fatalmente surgirão e se agravarão com o aumento da idade.
DIABETES
O diabetes tipo II, mais comum, aparece na idade adulta e mais
ainda nos idosos, devido à diminuição da produção da insulina fabricada pelo
pâncreas e responsável pelo metabolismo da glicose. Por causa disso, os níveis
de glicose no sangue se elevam, causando cegueira, dores crescentes nos
nervos do corpo (neuriute diabética), problemas renais graves, formigamentos
das mãos e pés e dificuldade de circulação principalmente nas pernas e pés,
chegando até a feridas de difícil cicatrização, gangrena e amputação do membro
afetado.
Devidamente controlado o diabetes não acarreta complicações,
permitindo uma vida normal ao seu portador, desde ele siga rigorosamente as
recomendações do medico. Todo o diabético deve fazer controles periódicos dos
níveis de açúcar no sangue, para avaliar se o tratamento está surtindo efeito. O
tratamento consiste em medicamentos, controle do peso, do nível de estresse,
abolição de álcool e do cigarro.
A alimentação do diabético é um item muito importante do
tratamento. Alguns diabéticos acham que como estão tomando medicamentos
para controle da taxa de açúcar, podem ter uma alimentação sem restrições. Os
açucares, doces, bolos, balas, sorvetes e gorduras (principalmente as de origem
animal) devem ser restringidos ao máximo e caso o medico ache necessário, até
suprimidos. Devem ser 5 ou 6 refeições em volume menor: café da manhã,
pequeno lanche, almoço, pequeno lanche, jantar, dependendo da hora do jantar,
pode haver necessidade de um pequeno lanche ao deitar.
A preferência é pela alimentação natural com restrição de açucares
e gorduras e que seja feita com uma porção de cereais integrais (arroz, trigo,
milho, aveia e centeio), uma porção de verduras e legumes e outra porção de
carne de ave, peixe ou bovina (sem gorduras). Como sobremesa uma fruta.
Produtos dietéticos sem açúcar ou sacarose podem ser consumidos mas é
preciso ler com atenção os ingredientes como carboidratos (deve ser baixa) e
adoçantes artificiais.
Alguns adoçantes são constituídos por aspartame, ciclamato e
sacarina, produtos suspeitos de provocar graves alterações e doenças nos seus
usuários. Eles devem ser evitados. O produto mais recomendado é estévia (nome
comercial Stevita), pois não é produto químico, já que é retirado da planta Stevia
Rebaudiana. A stévia já é utilizado no Japão há muitos anos sem relatos de
complicações ou efeitos secundários prejudiciais ao organismo.
Ultimamente há uma grande oferta no mercado de produtos diet e
light , dirigidos às pessoas que querem fazer regime, perdendo peso. Pode ser
mais prejudicial que benéfico esse sistema. A melhor conduta para diminuir o
peso (fundamental para o diabético) é uma dieta com baixas calorias (com
poucos carboidratos e gorduras), rica em fibras – legumes e verduras e as frutas
devem ser ingeridas com moderação dado o seu alto teor de açúcar.
Além de um controle na ingestão de certos alimentos é preciso
iniciar ou manter uma programa de atividade física diária que vai ajudar a
controlar melhor o peso e os níveis de glicose. O trio importante para o diabético
é composto de três elementos: medicamento, dieta equilibrada e saudável e
atividade física regular.
Resumindo tudo o que foi explicado acima: o diabetes não tem cura
mas tem tratamento. Entretanto quando o tratamento é relaxado, os níveis de
açúcar no sangue sobem provocando uma verdadeira devastação nos olhos
(cegueira), nervos (dores intensas e crescentes), nos rins (mau funcionamento e
lesões irreversíveis), no coração, nas artérias e nas veias inflamações,
obstruções, derrame e infarto) e nos pés e pernas (feridas que não cicatrizam e
podem levar à gangrena e à amputação).
ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO
A anemia é uma doença do sangue caracterizada pela diminuição
dos glóbulos vermelhos ou, mais precisamente, da quantidade de hemoglobina
presente nesses glóbulos. A hemoglobina desempenha um papel importante no
organismo, pois contém ferro e transporta o oxigênio para alimentar todos os
tecidos e órgãos do corpo. Quando o sangue tem menos oxigênio esse fato
prejudica o funcionamento de todo o organismo.
A causa mais comum de anemia é a falta de ferro, tanto por uma
alimentação pobre nesse mineral, como por perda importante de sangue, por
traumatismo, menstruações abundantes ou sangramento intestinal pelo reto. O
sintoma mais comum de anemia é a palidez das mucosas, principalmente nas
pálpebras dos olhos. Também ocorrem falta de ar, cansaço, desânimo, tonturas
ou desmaios.
O diagnóstico é feito através do exame de sangue, pela contagem
dos glóbulos vermelhos e a dosagem de hemoglobina. A anemia afeta, desde os
bebês até as pessoas idosas. A medicação é por ingestão de remédios ricos em
ferro e vitaminas, principalmente a Vitamina C, presente na laranja, acerola e
limão. A alimentação é muito importante e deve ser baseada em fígado, rim,
gema de ovo, carne, frutas secas, ervilhas e feijões secos, castanha, vegetais
verdes, cereais integrais. Recomenda-se também o uso de panela de ferro para
preparo de algum alimento, não de todos, para evitar intoxicação por esse
minério.
COLESTEROL AUMENTADO NO SANGUE
O colesterol está presente no sangue, sendo indispensável na
formação de hormônios, ajudando na restauração das células dos tecidos, faz
parte da bílis (responsável pela digestão dos alimentos e na composição da
vitamina D que fixa o cálcio nos ossos. O colesterol só é encontrado em produtos
de origem animal. O colesterol em excesso costuma formar placas nas paredes
das artérias, num processo conhecido como aterosclerose.
Com o tempo, as placas vão aumentando e atraem o cálcio
circulante. Essas placas calcificadas enrijecem as paredes das artérias, com
isso a passagem do sangue é diminuída e coloca em risco também as artérias do
coração, podendo levar ao infarto do miocárdio. Muitos alimentos têm grande
quantidade de colesterol, o que mostra a importância da alimentação no controle
dessa substância.
Gema de ovo, fígado, rim, ovas de peixe, banha de porco, na
gordura da carne bovina, no leite e derivados (queijos, iogurtes, coalhadas,
creme de leite e chantilly, manteiga e margarinas), são fontes abundantes de
colesterol. Já os principais alimentos com pouco ou nenhum colesterol, são:
frutas, vegetais, cereais, pães (exceto com gordura vegetal hidrogenada), peixe
pouco gorduroso, carnes magras, leite desnatado e derivados, sopas magras sem
gorduras.
As
fibras
vegetais
presentes
nos
cereais
integrais,
principalmente na aveia, nas frutas, verduras e legumes desempenham um
importante papel quando no processo digestivo se unem às gorduras, impedindo
a sua absorção pelo organismo. Leia como máximo cuidado todos os
ingredientes dos alimentos que você adquirir evitando os que tenham colesterol,
gordura trans ou saturadas e a famigerada gordura vegetal hidrogenada,
presente nos pães de forma, bolos, doces e sorvetes cremosos.
Depois dos 40 anos de idade, faça todos os anos exame para
verificar o nível do seu colesterol. Caso ele esteja aumentado, o médico poderá
aconselhar apenas uma alimentação pobre em gorduras saturadas e exercícios.
Poderá também prescrever medicamentos que só poderão ser abolidos após
novos exames e a juízo medico. Duas pessoas que tenham os mesmos hábitos e
a mesma alimentação poderão ter níveis diferentes de colesterol, pois há outros
fatores em jogo, como a hereditariedade, a absorção de alimentos e o
funcionamento do fígado.
A PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE
A osteoporose é uma doença caracterizada pela redução da
massa e densidade óssea, gerando fraqueza nos ossos. Eles vão se tornando
cada vez mais frágeis, podendo haver fraturas espontâneas (isto é, sem quedas
ou traumatismos). As mulheres são as maiores vítimas, sendo que as da raça
negra apresentam menor risco. Nas mulheres, após a menopausa aumenta a
incidência da osteoporose, principalmente após os 60 anos.
O alcoolismo e o cigarro também podem dificultar a absorção
de cálcio pelos ossos, favorecendo a osteoporose. Outros fatores importantes: o
sedentarismo, isto é, a falta de exercícios físicos regulares e uma alimentação
que seja pobre em cálcio também contribuem para piorar a osteoporose.
Pesquisas recentes feitas na Alemanha mostraram que refrigerantes tipo cola
estavam causando osteoporose em crianças e adolescentes em uma grande
proporção.
Fraturas espontâneas provocadas por pequenas quedas já
podem indicar a presença da perda de cálcio nos ossos. O diagnóstico é feito
através de uma exame de Raios X, a densitometria óssea. Toda mulher acima de
50 anos deve fazer exame anualmente e dessa maneira avaliar o nível de
depósito de cálcio no seu esqueleto.
O tratamento da osteoporose é feito com a administração de
remédios com cálcio e vitamina D que ajuda a fixar o cálcio nos ossos, exposição
ao sol diariamente (antes das 10 e após as l6 horas), atividade física regular (a
caminhada é ótima) e uma alimentação que seja rica em cálcio com leite
desnatado, iogurte, coalhada, queijos, sardinhas e brócolis (no mínimo 3 porções
diárias de um desses alimentos).
Os homens também, a partir dos 50 anos podem estar sujeitos
à osteoporose e devem adotar as memas medidas preventivas recomendadas
para as mulheres. O fumo e o alcool são agravantes do processo da perda de
cálcio e devem ser abolidos.
DORES DE CABEÇA
Não se pode afirmar que as dores de cabeça tenham como
única e principal causa a alimentação. Muitos outros fatores podem estar
presentes: hereditários, ambientais, alérgicos, emocionais. Para saber se um
determinado alimento está provocando dores de cabeça, o especialista orientará
o paciente para que faça uma dieta de exclusão (excluir um determinado
alimento suspeito durante 10 dias). Havendo melhora o alimento é suspeito e
deve ser re-introduzido para confirmar a suposição.
Um processo demorado mas que tem validade. Alguns vilões
são conhecidos: chocolates, vinho tinto, certos queijos, comidas gordurosas
como o bacon, embutidos (salames, lingüiça, presunto, mortadela, salsicha),
carnes defumadas e processadas, o álcool (a famosa ressaca), a cafeína, iogurte,
frutas cítricas, outras frutas como banana, figo, ameixa e abacate, feijão, fava,
vagem e cebola e alguns alimentos que usam o trigo e fermento, como pães
caseiros, bolos e biscoitos.
Como se percebe a lista é enorme e pode contar outros
alimentos aqui não relacionados, mesmo por que não há doenças e sim doentes e
alimentos que podem desencadear crises de dor de cabeça numa pessoa, podem
não fazê-lo em outra. É como procurar agulha no palheiro ou estar num labirinto
com entradas e saídas que não levam a nenhum lugar e é muito demorado achar
uma saída.
INTESTINO PRESO
Também conhecido como prisão de ventre ou constipação,
esse problema afeta 30% das pessoas, sendo que as mulheres são e maior
número. Essa doença pode provocar hemorróidas, problemas de pele e distúrbios
intestinais. Alguns fatores podem contribuir para a constipação: alergias
alimentares, falta de exercícios, gravidez, estresse e depressão.Esses fatores
podem provocar uma crise aguda ou manter a prisão de ventre crônica.
A alimentação tem um papel fundamental para o tratamento
desse mal. Os alimentos que contém fibras, como os farelos vegetais, funcionam
como laxantes naturais. Esses alimentos, irrigados por uma boa quantidade de
líquidos, formam bolo fecal maior, mais pesado e consistente, produzindo fezes
macias que passam pelo cólon com maior rapidez e facilidade.
Outros alimentos, como a ameixa seca também facilitam o
deslocamento do bolo fecal. Os especialistas insistem na importância dos mais
variados alimentos ricos em fibras, como o pão integral, os grãos integrais e o
farelo de cereais. Pesquisas mostram que um pouco de alimento integral
consumido todos os dias pode normalizar o funcionamento de pelo menos 60%
das pessoas que sofrem de constipação comum.
Muitas pessoas que apresentam essa disfunção recorrem a
medicamentos que existem em grande número e que podem resolver de
momento a dificuldade mas que acabam viciando o organismo que precisa de
doses crescentes para fazer o mesmo efeito de antes. Substituir uma função
normal de organismo por um remédio pode criar uma grave dependência: o
intestino só funciona com remédios.
Nesse caso, mais do que nos anteriores, a alimentação é o
medicamento indicado. Mudando essa alimentação errada para outra rica em
fibras e cereais integrais a função intestinal vai se regularizar em pouco tempo,
principalmente com a ajuda de exercícios físicos regulares. A ingestão de uma
boa quantidade de água age como lubrificante, ajudando na formação do bolo
fecal e no seu deslocamento harmonioso.
Não apenas a prisão de ventre é corrigida com essa
alimentação natural, rica em fibras, cereais integrais, legumes, verduras e frutas.
Ela também reduz a probabilidade de câncer intestinal, das diverticulites e
outras doenças graves que podem acometer os seres humanos, homens e
mulheres, principalmente após os 50 ou 60 anos de idade.
AZIA, ACIDEZ E MÁ DIGESTÃO
Queimação no peito, gosto amargo na boca, sensação de
peso no estômago. Eis alguns dos sintomas que caracterizam a acidez,
conhecida de todos como a desconfortável azia. Uma das causas mais
freqüentes desse mal-estar, é uma reação chamada de regurgitar, bastante
comum e conhecida nos bebês. O nome pomposo desse mal é ”refluxo gastroesofágico”. Ocorre quando conteúdo gástrico do estômago, sobe para o esôfago,
chegando às vezes até a boca, provocando acidez, desconforto e danos mais
graves.
É fácil ilustrar como isso acontece: imagine um tubo por onde
descem os alimentos que ingerimos. O tubo é o esôfago. Imagine essa pasta
percorrendo um espaço e outro, levada pela força da gravidade e pçelos
movimentos involuntários, chamados de peristálticos. A cada vez que o bolo
alimentar ultrapassa as fronteiras entre um compartimento e outro, a porta que
estava aberta, se fecha, impedindo que aquilo que descem volte atrás. É uma
espécie de mecanismo de segurança, para que os elementos não se misturem.
Esse mecanismo, ou válvula muscular, é o esfíncter, que
separa o esôfago do estômago. Quando está “em forma”, o esfíncter age como
porta-balcão q eu se abre apenas para quem entra, ou melhor, para quem
desce. Quem quiser retornar, encontrará a porta fechada. É essa válvula que
explica, por exemplo, porque o menino ou o atleta que fica de ponta cabeça nas
suas acrobacias, não deixa escapar pela boca, tudo aquilo que comeu.
Pois é a falha desse mesmo mecanismo, mesmo que você
esteja de pé ou deitado, que permitirá o refluxo gastro-esofágico e suas
conseqüências desagradáveis, queimação no peito, azia e sensação de estomago
azedo. Estima-se que 10% da população sofre desse mal com certa freqüência. A
“distração” dessa porta-esfíncter, vai permitir que os sucos ácidos que
promovem a digestão no estomago – como o ácido clorídrico e a enzima pepsina
– retornem à parte inferior do esôfago.
Acontece que as paredes do esôfago são particularmente
sensíveis, fazendo que reajam com dores e sensação de ardência à presença
desses elementos estranhos. Algumas pessoas chegam a sentir pressão tão
intensa que imaginam estar tendo ataque cardíaco. Esses elementos estranhos
invadem espaços que não deveriam, acabam deixando as paredes do esôfago
ainda mais sensíveis, fazendo com que se irritem com muitos dos alimentos que
ingerimos, a tal ponto que comidas mais picantes ou sucos cítricos acabam
provocando inflamações nessas paredes e causando dor.
Algumas pesquisas estão apontando para algo mais grave: a
constante irritação do esôfago pelo “refluxo gastroesofágico”, pode ser uma das
explicações para o aumento do número de câncer dessa região. O refluxo pode
indicar também úlcera do estômago ou hérnia do hiato esofágico. Quando os
sintomas persistirem, a pessoa deve procurar ajuda medica. É preciso, antes de
tudo, descobrir os alimentos que provocam reações maiores no estômago e no
esôfago.
O chocolate, o café, os milk-shakes, queijos, hambúrgueres e
outros alimentos fritos ou gordurosos, molhos condimentados, cebola, álcool e o
cigarro são os alimentos Que mais contribuem para essa irritação do esôfago e
do estomago, em pessoas com pré-disposição. O uso habitual de antiácidos pode
trazer melhora momentânea mas também pode mascarar a gravidade de algum
problema. O antiácido não pode ser usado indefinidamente, como tratamento
sintomático.
Algumas recomendações práticas:
- Evita alimentos fritos, pesados e ricos em gordura. Dê
preferência refeições ligeiras e regulares, não muito distantes, umas das outras.
Prepare um cardápio que inclua arroz, leite. cereais, peixe e frango grelhados.
- Procure comer devagar e em lugar tranqüilo, mastigando bem
cada bocado. Evite os líquidos antes de durante a refeição. O ideal é beber
apenas uma hora antes e uma hora depois.
- Evite alimentos gordurosos, chocolates, cafés e chás
cafeinados, especialmente antes de dormir. Descansar pelo menos vinte minutos
depois das refeições, é prática saudável, mas dormir de barriga cheia e garantir
a azia do dia seguinte.
- Álcool e cigarro devem ser evitados. A fumaça do cigarro e
seus componentes são elementos que irritam as mucosas do esôfago o tempo
todo. O álcool também prejudica, especialmente quando ingerido à noite, pouco
antes de dormir. Ele tem a capacidade relaxar o esfíncter; permitindo com que os
sucos gástricos subam para o esôfago durante a noite.
- Se perceber que acabou de consumir, chocolate, café, álcool,
cebola crua, frutas cítricas e comidas picantes, e que a azia apareceu em
seguida, tome água ou liquido que não seja ácido. Isso “lavará” a substância que
está provocando irritação em seu estômago.
- Quem está acima do peso, está mais sujeito aos sinto9mas da
azia e outras indisposições. Já se sabe que o excesso de peso pressiona o
esfíncter, atrapalhando ou impedindo suas funções. A sugestão é perder o peso
que está excedendo.
- Evite comer e deitar. Quando você está em pé ou sentado, a
força da gravidade impulsiona o alimento para baixo, evitando que retorne ao
esôfago. Deitar-se de duas a três horas depois da ultima refeição evitará esse
risco.
- Alguns especialistas sugerem que as pessoas se deitem
sobre o lado esquerdo do corpo, para evitar a azia, pois o esôfago entre no
estomago pelo lado direito. Quando alguém se deixa do lado direito, o esôfago
ficará abaixo da abertura do estomago, o que facilitará o refluxo de ácido para o
esôfago. Isso parece ser verdade para aquelas pessoas que têm tendência à
acidez estomacal. A regra não vale para todos, pois alguns dormem de bruços – a
posição menos recomendada – e nem sabem o que é ter azia. O importante em
todos os casos, é observar a resposta do seu organismo. Assim, você mesmo
chegará à melhor receita para as irritações do seu estomago.
- Lembre-se que o esôfago é um tubo que permanece fechado
todo o tempo. Quando o alimento encosta na superfície de suas paredes, ele se
abre na exata medida do tamanho ingerido, daí a importância em se mastigar
cuidadosamente os alimentos antes da deglutição. Caso o pedaço de alimento
ingerido seja muito grande ou mal mastigado, o esôfago se ressente e a
dilatação forçada provoca dor e pode causar irritação e refluxo.
A VELHICE DE TODOS NÓS
A alimentação saudável é um fator fundamental para
conservar a saúde e a vontade de viver. O quadro atual é preocupante:
obesidade, desnutrição em mais de 50% da população idosa. É importante
conhecer as perdas naturais devidas ao processo de envelhecimento e adaptar
as atividades e a alimentação a esta nova fase. Por exemplo, á natural que
ocorram mudanças no paladar, com diminuição da sensibilidade para o doce e o
salgado.
A falta de dentes e maior secreção salivar diminuem a
capacidade de mastigar e deglutir o alimento. É comum queda do apetite,
especialmente para idosos que vivem sozinhos e passam a preferir salgadinhos e
guloseimas, que não fazem bem. A receita é um melhor cozimento e o corte dos
alimentos em pedaços menores. Pratos mais variados, coloridos e bem
temperados despertam o apetite.
Maior quantidade de fibras melhora a motilidade do intestino,
evitando a constipação. Comidas gordurosas devem ser substituídas por carnes
magras. Com a idade e a redução das atividades, o organismo não queima tantas
calorias. O envelhecimento é um processo influenciado por múltiplos fatores:
heranças genéticas, estresse, estado sócio-econômico, meio ambiente,
enfermidades e os próprios eventos da vida.
Por isso mesmo, pessoas com a mesma idade podem ter
envelhecimento funcional e fisiológico diferenciados. Na prática, esse quadro
torna difícil saber quais as necessidades nutricionais de cada idoso, sem precisa
de mais nutrientes e quais, as vitaminas e minerais de que necessita, quanto
deve consumir de proteínas, etc.
(Fonte: “Faça do alimento o seu medicamento” – Dra. Jocelem Mastrodi Salgado –
Professora Titular na Área de Nutrição Humana da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) – Madras Editora –
São Paulo – 2003 – 7ª. Edição).
Comentário final e resumo.
Recomenda-se para o idoso uma alimentação natural e
variada, quanto mais colorida melhor, com predominância de pães e cereais
integrais (arroz, trigo, milho, centeio e aveia), grãos: feijão, lentilha, ervilha, grão
de bico), verduras (cruas, de preferência), legumes e frutas da estação, leite e
derivados (desnatados), carne de frango (sem pele), peixes e pequena
quantidade de carne vermelha, sem gordura.
O óleo mais indicado é o de canola ou o azeite extra virgem.
Frituras, alimentos gordurosos e industrializados, salgadinhos, fumo, álcool e
refrigerantes devem ser evitados. Beber 8 a 10 copos diários de água evitam a
prisão de ventre e a desidratação, principalmente no verão. Deve-se fazer 5 ou 6
refeições diárias a cada 3 horas, evitando grandes volumes de alimentos,
A sabedoria popular diz que o idoso deve alimentar-se como
um príncipe pela manhã, como um rei no almoço e como um mendigo à noite.
Realmente a últimas refeição do dia deve ser bem leve, pois no período noturno a
pessoa não se movimenta e a digestão se torna mais difícil.
(O site do Movimento www.idosossolidarios.com.br fornece mais informações
sobre alimentação do idoso. Clique em download e consulte os números 9, 93,
123, 136 e 153).
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