230 – FAÇA DO ALIMENTO O SEU MEDICAMENTO Muitas doenças que acometem os seres humanos podem ter origem ou ser agravas por uma alimentação inadequada, Apenas as moléstias infectocontagiosas é que escapam dessa afirmação. Mesmo nesse caso, uma alimentação equilibrada e baseada em valores nutritivos proporcionados pelos alimentos naturais, frescos e saudáveis, ajudam as pessoas a se recuperarem mais depressa. Citamos abaixo alguns exemplos. 1 – HIPERTENSÃO É uma das mais nocivas doenças e a que atinge o maior número de pessoas em todo o mundo, cerca de 10 a 20%. Para os idosos a incidência passa dos 50%. Como ela não apresentas sintomas na sua fase inicial ela passa despercebida ou então é descoberta por acaso, quando medico mede a pressão do paciente rotineiramente. Ela é responsável pelos derrames cerebrais (AVC) e doenças cardio-circulatórias, como o infarto do miocárdio, mortal em 1 em cada 4 dos casos. Além disso, a hipertensão pode afetar os olhos, as artérias e os rins. Ela pode estar associada a obesidade, ao diabetes, ao aumento do colesterol e dos triglicérides. Diversos fatores podem contribuir para o seu aparecimento. Casos na família, ingestão excessiva de sal, aumento de peso, sedentarismo, excesso de álcool, cigarro, estresse e até alguns medicamentos. A melhor receita para combater a hipertensão é mudar hábitos, Perder peso, fazer exercícios regularmente também ajudam bastante. A alimentação tem uma papel fundamental: ela deve ser equilibrada com pouco sal e poucas gorduras e carboidratos e mais cereais integrais: trigo, centeio, milho e aveia, as frutas, legumes e verduras da feira, frescas. Não se deve consumir alimentos em conserva, pois tem aditivos, nitritos, nitratos, corantes e outros produtos químicos e grande quantidade de sal. Diminuir o sal na comida é muito importante, não ultrapassar seis gramas por dia (uma colher de chá diária). Não consumir alimentos já prontos industrializados e temperados, pois têm grandes quantidades de sal, corantes, conservantes e outros produtos químicos que podem causar uma série enorme de doenças aos seus habituais consumidores. A gordura, principalmente a gordura trans, a saturada e a gordura vegetal hidrogenada aumentam o colesterol, facilitando a sua deposição nas artérias e vasos e dessa maneira aumentando a pressão sanguínea. A mudança de hábitos, se bem que seja prioritária, não deve substituir a medicação dada pelo médico e que deve ser tomada permanentemente ou até que o próprio médico a suspenda. É bastante comum o portador de uma doença crônica abandonar ou fazer só parte das recomendações médicas. No caso do diabetes as complicações fatalmente surgirão e se agravarão com o aumento da idade. DIABETES O diabetes tipo II, mais comum, aparece na idade adulta e mais ainda nos idosos, devido à diminuição da produção da insulina fabricada pelo pâncreas e responsável pelo metabolismo da glicose. Por causa disso, os níveis de glicose no sangue se elevam, causando cegueira, dores crescentes nos nervos do corpo (neuriute diabética), problemas renais graves, formigamentos das mãos e pés e dificuldade de circulação principalmente nas pernas e pés, chegando até a feridas de difícil cicatrização, gangrena e amputação do membro afetado. Devidamente controlado o diabetes não acarreta complicações, permitindo uma vida normal ao seu portador, desde ele siga rigorosamente as recomendações do medico. Todo o diabético deve fazer controles periódicos dos níveis de açúcar no sangue, para avaliar se o tratamento está surtindo efeito. O tratamento consiste em medicamentos, controle do peso, do nível de estresse, abolição de álcool e do cigarro. A alimentação do diabético é um item muito importante do tratamento. Alguns diabéticos acham que como estão tomando medicamentos para controle da taxa de açúcar, podem ter uma alimentação sem restrições. Os açucares, doces, bolos, balas, sorvetes e gorduras (principalmente as de origem animal) devem ser restringidos ao máximo e caso o medico ache necessário, até suprimidos. Devem ser 5 ou 6 refeições em volume menor: café da manhã, pequeno lanche, almoço, pequeno lanche, jantar, dependendo da hora do jantar, pode haver necessidade de um pequeno lanche ao deitar. A preferência é pela alimentação natural com restrição de açucares e gorduras e que seja feita com uma porção de cereais integrais (arroz, trigo, milho, aveia e centeio), uma porção de verduras e legumes e outra porção de carne de ave, peixe ou bovina (sem gorduras). Como sobremesa uma fruta. Produtos dietéticos sem açúcar ou sacarose podem ser consumidos mas é preciso ler com atenção os ingredientes como carboidratos (deve ser baixa) e adoçantes artificiais. Alguns adoçantes são constituídos por aspartame, ciclamato e sacarina, produtos suspeitos de provocar graves alterações e doenças nos seus usuários. Eles devem ser evitados. O produto mais recomendado é estévia (nome comercial Stevita), pois não é produto químico, já que é retirado da planta Stevia Rebaudiana. A stévia já é utilizado no Japão há muitos anos sem relatos de complicações ou efeitos secundários prejudiciais ao organismo. Ultimamente há uma grande oferta no mercado de produtos diet e light , dirigidos às pessoas que querem fazer regime, perdendo peso. Pode ser mais prejudicial que benéfico esse sistema. A melhor conduta para diminuir o peso (fundamental para o diabético) é uma dieta com baixas calorias (com poucos carboidratos e gorduras), rica em fibras – legumes e verduras e as frutas devem ser ingeridas com moderação dado o seu alto teor de açúcar. Além de um controle na ingestão de certos alimentos é preciso iniciar ou manter uma programa de atividade física diária que vai ajudar a controlar melhor o peso e os níveis de glicose. O trio importante para o diabético é composto de três elementos: medicamento, dieta equilibrada e saudável e atividade física regular. Resumindo tudo o que foi explicado acima: o diabetes não tem cura mas tem tratamento. Entretanto quando o tratamento é relaxado, os níveis de açúcar no sangue sobem provocando uma verdadeira devastação nos olhos (cegueira), nervos (dores intensas e crescentes), nos rins (mau funcionamento e lesões irreversíveis), no coração, nas artérias e nas veias inflamações, obstruções, derrame e infarto) e nos pés e pernas (feridas que não cicatrizam e podem levar à gangrena e à amputação). ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO A anemia é uma doença do sangue caracterizada pela diminuição dos glóbulos vermelhos ou, mais precisamente, da quantidade de hemoglobina presente nesses glóbulos. A hemoglobina desempenha um papel importante no organismo, pois contém ferro e transporta o oxigênio para alimentar todos os tecidos e órgãos do corpo. Quando o sangue tem menos oxigênio esse fato prejudica o funcionamento de todo o organismo. A causa mais comum de anemia é a falta de ferro, tanto por uma alimentação pobre nesse mineral, como por perda importante de sangue, por traumatismo, menstruações abundantes ou sangramento intestinal pelo reto. O sintoma mais comum de anemia é a palidez das mucosas, principalmente nas pálpebras dos olhos. Também ocorrem falta de ar, cansaço, desânimo, tonturas ou desmaios. O diagnóstico é feito através do exame de sangue, pela contagem dos glóbulos vermelhos e a dosagem de hemoglobina. A anemia afeta, desde os bebês até as pessoas idosas. A medicação é por ingestão de remédios ricos em ferro e vitaminas, principalmente a Vitamina C, presente na laranja, acerola e limão. A alimentação é muito importante e deve ser baseada em fígado, rim, gema de ovo, carne, frutas secas, ervilhas e feijões secos, castanha, vegetais verdes, cereais integrais. Recomenda-se também o uso de panela de ferro para preparo de algum alimento, não de todos, para evitar intoxicação por esse minério. COLESTEROL AUMENTADO NO SANGUE O colesterol está presente no sangue, sendo indispensável na formação de hormônios, ajudando na restauração das células dos tecidos, faz parte da bílis (responsável pela digestão dos alimentos e na composição da vitamina D que fixa o cálcio nos ossos. O colesterol só é encontrado em produtos de origem animal. O colesterol em excesso costuma formar placas nas paredes das artérias, num processo conhecido como aterosclerose. Com o tempo, as placas vão aumentando e atraem o cálcio circulante. Essas placas calcificadas enrijecem as paredes das artérias, com isso a passagem do sangue é diminuída e coloca em risco também as artérias do coração, podendo levar ao infarto do miocárdio. Muitos alimentos têm grande quantidade de colesterol, o que mostra a importância da alimentação no controle dessa substância. Gema de ovo, fígado, rim, ovas de peixe, banha de porco, na gordura da carne bovina, no leite e derivados (queijos, iogurtes, coalhadas, creme de leite e chantilly, manteiga e margarinas), são fontes abundantes de colesterol. Já os principais alimentos com pouco ou nenhum colesterol, são: frutas, vegetais, cereais, pães (exceto com gordura vegetal hidrogenada), peixe pouco gorduroso, carnes magras, leite desnatado e derivados, sopas magras sem gorduras. As fibras vegetais presentes nos cereais integrais, principalmente na aveia, nas frutas, verduras e legumes desempenham um importante papel quando no processo digestivo se unem às gorduras, impedindo a sua absorção pelo organismo. Leia como máximo cuidado todos os ingredientes dos alimentos que você adquirir evitando os que tenham colesterol, gordura trans ou saturadas e a famigerada gordura vegetal hidrogenada, presente nos pães de forma, bolos, doces e sorvetes cremosos. Depois dos 40 anos de idade, faça todos os anos exame para verificar o nível do seu colesterol. Caso ele esteja aumentado, o médico poderá aconselhar apenas uma alimentação pobre em gorduras saturadas e exercícios. Poderá também prescrever medicamentos que só poderão ser abolidos após novos exames e a juízo medico. Duas pessoas que tenham os mesmos hábitos e a mesma alimentação poderão ter níveis diferentes de colesterol, pois há outros fatores em jogo, como a hereditariedade, a absorção de alimentos e o funcionamento do fígado. A PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE A osteoporose é uma doença caracterizada pela redução da massa e densidade óssea, gerando fraqueza nos ossos. Eles vão se tornando cada vez mais frágeis, podendo haver fraturas espontâneas (isto é, sem quedas ou traumatismos). As mulheres são as maiores vítimas, sendo que as da raça negra apresentam menor risco. Nas mulheres, após a menopausa aumenta a incidência da osteoporose, principalmente após os 60 anos. O alcoolismo e o cigarro também podem dificultar a absorção de cálcio pelos ossos, favorecendo a osteoporose. Outros fatores importantes: o sedentarismo, isto é, a falta de exercícios físicos regulares e uma alimentação que seja pobre em cálcio também contribuem para piorar a osteoporose. Pesquisas recentes feitas na Alemanha mostraram que refrigerantes tipo cola estavam causando osteoporose em crianças e adolescentes em uma grande proporção. Fraturas espontâneas provocadas por pequenas quedas já podem indicar a presença da perda de cálcio nos ossos. O diagnóstico é feito através de uma exame de Raios X, a densitometria óssea. Toda mulher acima de 50 anos deve fazer exame anualmente e dessa maneira avaliar o nível de depósito de cálcio no seu esqueleto. O tratamento da osteoporose é feito com a administração de remédios com cálcio e vitamina D que ajuda a fixar o cálcio nos ossos, exposição ao sol diariamente (antes das 10 e após as l6 horas), atividade física regular (a caminhada é ótima) e uma alimentação que seja rica em cálcio com leite desnatado, iogurte, coalhada, queijos, sardinhas e brócolis (no mínimo 3 porções diárias de um desses alimentos). Os homens também, a partir dos 50 anos podem estar sujeitos à osteoporose e devem adotar as memas medidas preventivas recomendadas para as mulheres. O fumo e o alcool são agravantes do processo da perda de cálcio e devem ser abolidos. DORES DE CABEÇA Não se pode afirmar que as dores de cabeça tenham como única e principal causa a alimentação. Muitos outros fatores podem estar presentes: hereditários, ambientais, alérgicos, emocionais. Para saber se um determinado alimento está provocando dores de cabeça, o especialista orientará o paciente para que faça uma dieta de exclusão (excluir um determinado alimento suspeito durante 10 dias). Havendo melhora o alimento é suspeito e deve ser re-introduzido para confirmar a suposição. Um processo demorado mas que tem validade. Alguns vilões são conhecidos: chocolates, vinho tinto, certos queijos, comidas gordurosas como o bacon, embutidos (salames, lingüiça, presunto, mortadela, salsicha), carnes defumadas e processadas, o álcool (a famosa ressaca), a cafeína, iogurte, frutas cítricas, outras frutas como banana, figo, ameixa e abacate, feijão, fava, vagem e cebola e alguns alimentos que usam o trigo e fermento, como pães caseiros, bolos e biscoitos. Como se percebe a lista é enorme e pode contar outros alimentos aqui não relacionados, mesmo por que não há doenças e sim doentes e alimentos que podem desencadear crises de dor de cabeça numa pessoa, podem não fazê-lo em outra. É como procurar agulha no palheiro ou estar num labirinto com entradas e saídas que não levam a nenhum lugar e é muito demorado achar uma saída. INTESTINO PRESO Também conhecido como prisão de ventre ou constipação, esse problema afeta 30% das pessoas, sendo que as mulheres são e maior número. Essa doença pode provocar hemorróidas, problemas de pele e distúrbios intestinais. Alguns fatores podem contribuir para a constipação: alergias alimentares, falta de exercícios, gravidez, estresse e depressão.Esses fatores podem provocar uma crise aguda ou manter a prisão de ventre crônica. A alimentação tem um papel fundamental para o tratamento desse mal. Os alimentos que contém fibras, como os farelos vegetais, funcionam como laxantes naturais. Esses alimentos, irrigados por uma boa quantidade de líquidos, formam bolo fecal maior, mais pesado e consistente, produzindo fezes macias que passam pelo cólon com maior rapidez e facilidade. Outros alimentos, como a ameixa seca também facilitam o deslocamento do bolo fecal. Os especialistas insistem na importância dos mais variados alimentos ricos em fibras, como o pão integral, os grãos integrais e o farelo de cereais. Pesquisas mostram que um pouco de alimento integral consumido todos os dias pode normalizar o funcionamento de pelo menos 60% das pessoas que sofrem de constipação comum. Muitas pessoas que apresentam essa disfunção recorrem a medicamentos que existem em grande número e que podem resolver de momento a dificuldade mas que acabam viciando o organismo que precisa de doses crescentes para fazer o mesmo efeito de antes. Substituir uma função normal de organismo por um remédio pode criar uma grave dependência: o intestino só funciona com remédios. Nesse caso, mais do que nos anteriores, a alimentação é o medicamento indicado. Mudando essa alimentação errada para outra rica em fibras e cereais integrais a função intestinal vai se regularizar em pouco tempo, principalmente com a ajuda de exercícios físicos regulares. A ingestão de uma boa quantidade de água age como lubrificante, ajudando na formação do bolo fecal e no seu deslocamento harmonioso. Não apenas a prisão de ventre é corrigida com essa alimentação natural, rica em fibras, cereais integrais, legumes, verduras e frutas. Ela também reduz a probabilidade de câncer intestinal, das diverticulites e outras doenças graves que podem acometer os seres humanos, homens e mulheres, principalmente após os 50 ou 60 anos de idade. AZIA, ACIDEZ E MÁ DIGESTÃO Queimação no peito, gosto amargo na boca, sensação de peso no estômago. Eis alguns dos sintomas que caracterizam a acidez, conhecida de todos como a desconfortável azia. Uma das causas mais freqüentes desse mal-estar, é uma reação chamada de regurgitar, bastante comum e conhecida nos bebês. O nome pomposo desse mal é ”refluxo gastroesofágico”. Ocorre quando conteúdo gástrico do estômago, sobe para o esôfago, chegando às vezes até a boca, provocando acidez, desconforto e danos mais graves. É fácil ilustrar como isso acontece: imagine um tubo por onde descem os alimentos que ingerimos. O tubo é o esôfago. Imagine essa pasta percorrendo um espaço e outro, levada pela força da gravidade e pçelos movimentos involuntários, chamados de peristálticos. A cada vez que o bolo alimentar ultrapassa as fronteiras entre um compartimento e outro, a porta que estava aberta, se fecha, impedindo que aquilo que descem volte atrás. É uma espécie de mecanismo de segurança, para que os elementos não se misturem. Esse mecanismo, ou válvula muscular, é o esfíncter, que separa o esôfago do estômago. Quando está “em forma”, o esfíncter age como porta-balcão q eu se abre apenas para quem entra, ou melhor, para quem desce. Quem quiser retornar, encontrará a porta fechada. É essa válvula que explica, por exemplo, porque o menino ou o atleta que fica de ponta cabeça nas suas acrobacias, não deixa escapar pela boca, tudo aquilo que comeu. Pois é a falha desse mesmo mecanismo, mesmo que você esteja de pé ou deitado, que permitirá o refluxo gastro-esofágico e suas conseqüências desagradáveis, queimação no peito, azia e sensação de estomago azedo. Estima-se que 10% da população sofre desse mal com certa freqüência. A “distração” dessa porta-esfíncter, vai permitir que os sucos ácidos que promovem a digestão no estomago – como o ácido clorídrico e a enzima pepsina – retornem à parte inferior do esôfago. Acontece que as paredes do esôfago são particularmente sensíveis, fazendo que reajam com dores e sensação de ardência à presença desses elementos estranhos. Algumas pessoas chegam a sentir pressão tão intensa que imaginam estar tendo ataque cardíaco. Esses elementos estranhos invadem espaços que não deveriam, acabam deixando as paredes do esôfago ainda mais sensíveis, fazendo com que se irritem com muitos dos alimentos que ingerimos, a tal ponto que comidas mais picantes ou sucos cítricos acabam provocando inflamações nessas paredes e causando dor. Algumas pesquisas estão apontando para algo mais grave: a constante irritação do esôfago pelo “refluxo gastroesofágico”, pode ser uma das explicações para o aumento do número de câncer dessa região. O refluxo pode indicar também úlcera do estômago ou hérnia do hiato esofágico. Quando os sintomas persistirem, a pessoa deve procurar ajuda medica. É preciso, antes de tudo, descobrir os alimentos que provocam reações maiores no estômago e no esôfago. O chocolate, o café, os milk-shakes, queijos, hambúrgueres e outros alimentos fritos ou gordurosos, molhos condimentados, cebola, álcool e o cigarro são os alimentos Que mais contribuem para essa irritação do esôfago e do estomago, em pessoas com pré-disposição. O uso habitual de antiácidos pode trazer melhora momentânea mas também pode mascarar a gravidade de algum problema. O antiácido não pode ser usado indefinidamente, como tratamento sintomático. Algumas recomendações práticas: - Evita alimentos fritos, pesados e ricos em gordura. Dê preferência refeições ligeiras e regulares, não muito distantes, umas das outras. Prepare um cardápio que inclua arroz, leite. cereais, peixe e frango grelhados. - Procure comer devagar e em lugar tranqüilo, mastigando bem cada bocado. Evite os líquidos antes de durante a refeição. O ideal é beber apenas uma hora antes e uma hora depois. - Evite alimentos gordurosos, chocolates, cafés e chás cafeinados, especialmente antes de dormir. Descansar pelo menos vinte minutos depois das refeições, é prática saudável, mas dormir de barriga cheia e garantir a azia do dia seguinte. - Álcool e cigarro devem ser evitados. A fumaça do cigarro e seus componentes são elementos que irritam as mucosas do esôfago o tempo todo. O álcool também prejudica, especialmente quando ingerido à noite, pouco antes de dormir. Ele tem a capacidade relaxar o esfíncter; permitindo com que os sucos gástricos subam para o esôfago durante a noite. - Se perceber que acabou de consumir, chocolate, café, álcool, cebola crua, frutas cítricas e comidas picantes, e que a azia apareceu em seguida, tome água ou liquido que não seja ácido. Isso “lavará” a substância que está provocando irritação em seu estômago. - Quem está acima do peso, está mais sujeito aos sinto9mas da azia e outras indisposições. Já se sabe que o excesso de peso pressiona o esfíncter, atrapalhando ou impedindo suas funções. A sugestão é perder o peso que está excedendo. - Evite comer e deitar. Quando você está em pé ou sentado, a força da gravidade impulsiona o alimento para baixo, evitando que retorne ao esôfago. Deitar-se de duas a três horas depois da ultima refeição evitará esse risco. - Alguns especialistas sugerem que as pessoas se deitem sobre o lado esquerdo do corpo, para evitar a azia, pois o esôfago entre no estomago pelo lado direito. Quando alguém se deixa do lado direito, o esôfago ficará abaixo da abertura do estomago, o que facilitará o refluxo de ácido para o esôfago. Isso parece ser verdade para aquelas pessoas que têm tendência à acidez estomacal. A regra não vale para todos, pois alguns dormem de bruços – a posição menos recomendada – e nem sabem o que é ter azia. O importante em todos os casos, é observar a resposta do seu organismo. Assim, você mesmo chegará à melhor receita para as irritações do seu estomago. - Lembre-se que o esôfago é um tubo que permanece fechado todo o tempo. Quando o alimento encosta na superfície de suas paredes, ele se abre na exata medida do tamanho ingerido, daí a importância em se mastigar cuidadosamente os alimentos antes da deglutição. Caso o pedaço de alimento ingerido seja muito grande ou mal mastigado, o esôfago se ressente e a dilatação forçada provoca dor e pode causar irritação e refluxo. A VELHICE DE TODOS NÓS A alimentação saudável é um fator fundamental para conservar a saúde e a vontade de viver. O quadro atual é preocupante: obesidade, desnutrição em mais de 50% da população idosa. É importante conhecer as perdas naturais devidas ao processo de envelhecimento e adaptar as atividades e a alimentação a esta nova fase. Por exemplo, á natural que ocorram mudanças no paladar, com diminuição da sensibilidade para o doce e o salgado. A falta de dentes e maior secreção salivar diminuem a capacidade de mastigar e deglutir o alimento. É comum queda do apetite, especialmente para idosos que vivem sozinhos e passam a preferir salgadinhos e guloseimas, que não fazem bem. A receita é um melhor cozimento e o corte dos alimentos em pedaços menores. Pratos mais variados, coloridos e bem temperados despertam o apetite. Maior quantidade de fibras melhora a motilidade do intestino, evitando a constipação. Comidas gordurosas devem ser substituídas por carnes magras. Com a idade e a redução das atividades, o organismo não queima tantas calorias. O envelhecimento é um processo influenciado por múltiplos fatores: heranças genéticas, estresse, estado sócio-econômico, meio ambiente, enfermidades e os próprios eventos da vida. Por isso mesmo, pessoas com a mesma idade podem ter envelhecimento funcional e fisiológico diferenciados. Na prática, esse quadro torna difícil saber quais as necessidades nutricionais de cada idoso, sem precisa de mais nutrientes e quais, as vitaminas e minerais de que necessita, quanto deve consumir de proteínas, etc. (Fonte: “Faça do alimento o seu medicamento” – Dra. Jocelem Mastrodi Salgado – Professora Titular na Área de Nutrição Humana da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) – Madras Editora – São Paulo – 2003 – 7ª. Edição). Comentário final e resumo. Recomenda-se para o idoso uma alimentação natural e variada, quanto mais colorida melhor, com predominância de pães e cereais integrais (arroz, trigo, milho, centeio e aveia), grãos: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), verduras (cruas, de preferência), legumes e frutas da estação, leite e derivados (desnatados), carne de frango (sem pele), peixes e pequena quantidade de carne vermelha, sem gordura. O óleo mais indicado é o de canola ou o azeite extra virgem. Frituras, alimentos gordurosos e industrializados, salgadinhos, fumo, álcool e refrigerantes devem ser evitados. Beber 8 a 10 copos diários de água evitam a prisão de ventre e a desidratação, principalmente no verão. Deve-se fazer 5 ou 6 refeições diárias a cada 3 horas, evitando grandes volumes de alimentos, A sabedoria popular diz que o idoso deve alimentar-se como um príncipe pela manhã, como um rei no almoço e como um mendigo à noite. Realmente a últimas refeição do dia deve ser bem leve, pois no período noturno a pessoa não se movimenta e a digestão se torna mais difícil. (O site do Movimento www.idosossolidarios.com.br fornece mais informações sobre alimentação do idoso. Clique em download e consulte os números 9, 93, 123, 136 e 153).