Obesidade contribui para aumento dos casos de câncer de esôfago

Propaganda
Obesidade contribui para aumento dos casos de câncer de esôfago
O quadro é também registrado no Brasil, país em que o câncer consta entre os dez mais incidentes,
segundo dados obtidos dos Registros de Base Populacional do Instituto Nacional de Câncer (INCA).A
grande incidência da doença preocupa os oncologistas. Até a década de 1960, esse tipo de câncer
era pouco frequente e alcançava menos de 5% dos casos no mundo. No entanto, sua incidência tem
aumentado vertiginosamente nos últimos anos e, hoje, responde por mais de 70% dos casos de
tumores de esôfago nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Austrália. “No Brasil, estudos no
Hospital das Clínicas de Porto Alegre indicam um crescimento de 20% nos últimos 20 anos”,
comenta o coordenador do setor de Oncologia do Hospital Lifecenter, André Murad.
Como a doença ocorre
O esôfago é um tubo musculomembranoso, longo e delgado, que comunica a garganta ao estômago.
Ele permite a passagem do alimento ou líquido ingerido até o interior do sistema digestivo, por meio
de contrações musculares. O aumento do volume abdominal, provocado pela obesidade e
sedentarismo, resulta em refluxo de ácido gástrico do estômago para o intestino, que provoca
inflamação crônica e pode levar à patologia pré-cancerosa denominada “epitélio de Barret”. Esse
quadro aumenta em até 40 vezes as chances de surgimento do câncer adenocacinoma de esôfago.
A má alimentação, excessivamente calórica, rica em carnes salgadas, defumadas e gordurosas,
pobre em legumes, verduras e frutas é uma forte causa para o surgimento da doença. “Um dado
interessante, constatado por estudos recentes da oncologia mundial, é que o consumo moderado de
vinho tinto atua como um fator de prevenção bastante eficaz contra esse tipo de tumor”, afirma
André Murad.
O oncologista aconselha adultos com sintomas recorrentes de azia a procurar auxílio médico para
realizar exame de endoscopia digestiva alta, que detecta com segurança a presença do refluxo, do
epitélio de Barret ou mesmo de um câncer, que, em fase inicial, pode ser curado com o tratamento
cirúrgico. “A vigilância periódica do epitélio de Barret reduz a mortalidade por câncer de esôfago”,
enfatiza.
Dados sobre câncer de esôfago
Nos Estados Unidos, os números de novos casos e de óbitos por câncer de esôfago, são,
respectivamente, 14.250 e 13.300. Dos casos novos, 10.860 ocorrem em homens e 3.390 em
mulheres. No Brasil, em 2008, a incidência foi de 11.000 casos, sendo o sexto tipo mais mortal, com
expectativa de 7.000 óbitos anuais.
Download