UMA DEFINIÇÃO LÓGICA-MATEMÁTICA DE NÚMERO PROPOSTA POR BERTRAND RUSSELL Adriana Matheus da Costa Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP, SP. Introdução A Filosofia da Matemática, no início do século XX, tem sido até o presente tão discutida, obscura e estacionária como os outros ramos da Filosofia. Porém, nesse período, prevalecia que a Matemática é verdadeira num certo sentido, os filósofos discutiam e disputavam acerca do significado real das proposições matemáticas. De acordo com essa perspectiva, pode-se afirmar que os idealistas consideravam que toda a Matemática trabalhava simplesmente com aparências, enquanto os empíricos sustentavam que toda a Matemática era uma aproximação a certa verdade exata sobre a qual nada tinham a dizer; assim, pode-se dizer que esse estado conjetural e tumultuoso de concepções era completamente ingrato. A Filosofia perguntava à Matemática: Que queres dizer? No passado a Matemática não podia contestar e a Filosofia respondia introduzindo uma noção completamente equivocada dos fundamentos daquela. Mas, no começo do século XX, a Matemática pôde contestar, pelo menos até o ponto de reduzir todas as suas proposições a certas noções fundamentais de lógica. Com efeito, neste ponto a discussão foi retomada pela Filosofia da Matemática. Neste contexto, esta última procurou indicar quais são as noções fundamentais intrínsecas, provar detalhadamente que não figuram outras em Matemática e assinalar as dificuldades filosóficas involucradas na análise da noção e definição de número. Em busca dessa definição foi estudado o livro de Bertrand Arthur William Russell (18721970) Introdução a Filosofia da Matemática. análise lógica é reduzir essa teoria ao menor conjunto de premissas e termos não definidos dos quais pudesse ser reduzida. Esse trabalho foi feito por Giuseppe Peano (1858-1932), que reduziu a teoria dos números naturais a três idéias primitivas e cinco proposições primitivas.Com efeito, não está explicito, no sistema de Peano, nada que permita distinguir entre as múltiplas e diferentes interpretações de suas idéias primordiais. Para contornar essas dificuldades filosóficas e lógicas em conceituar número, poderia adotar uma atitude passível em relação à constituição de uma definição coerente das idéias de Peano cujos significados conhecemos embora não os possamos definir. Porém, uma resposta coerente sobre o que é número, foi proposta em 1884, por Friedrich Ludwig Gottlob Frege (1848-1925), e foi redescoberta e reformulada por Russell. Em sua formalização do conceito de número, Russell, deixa evidente que ao se buscar uma definição de número, o primeiro assunto a elucidar é aquilo que se pode chamar a gramática de nossa indagação. Muitos filósofos, ao tentarem definir número, dedicaram-se, na realidade, ao trabalho de definir pluralidade que é coisa muito diferente. Assim, Russell, conforme as reflexões expostas, enuncia que: Um número é algo que caracteriza certas coleções, isto é, aquelas que têm aquele número. Em conformidade, com o seu propósito, Russell, define uma relação bijetora, a definição de similaridade, explicita a noção de similaridade e define número utilizando essa noção. Por fim, Russell, conceitua e define número: Um número é qualquer coisa que seja o número de alguma classe. Desenvolvimento e conclusão Referências Bibliográficas Objetivos Desse modo, segundo Russell, pode-se reduzir toda a Matemática pura à teoria dos números naturais, uma vez feito isso o passo seguinte na. Russell, B. Introdução à Filosofia da Matemática. Rio de Janeiro: Zahar, 1966. Russell, B. The Principles of Mathematics. W. W. Norton & Company: London, 1996.