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1. Filosofia – Questionamento de princípios fundamentais ou apodíctico – apo
(derivado de) – deicticos (provado diretamente)
2. Russell nos é relevante por problematizar a relação entre a percepção e as
idéias.
a. Foi um dos primeiros filósofos a criticar o que ele denomina de
“realismo ingênuo”: a idéia de que as coisas são apenas o que são e
que não é preciso estranhá-las
b. Também foi um dos primeiros a questionar o papel da linguagem no
conhecimento e a relação entre a percepção e o pensamento.
c. Provavelmente uma das leituras mais difíceis do semestre.
3. O texto
a. Nada fica além de questionamento
b. Aparência vs. Realidade
i. Possibilidade de erro na percepção e nos nossos sentidos.
ii. Muitas características que achamos ser de objetos podem
depender de relações entre objeto e observador, condições de
luz, etc.
1. Página 3: “A cor não é algo inerente à mesa, mas algo
que depende da mesa, do observador e da forma como
a luz incide sobre a mesa.”
2. Isso sugere que o que apreendemos de objetos não
são objetos, mas verdades que nossos sentidos
produzem sob o estímulo deles.
3. Como nossos sentidos estão em nós, os dados dos
mesmos não independem de nossa mente.
iii. Berkeley nega a existência de uma matéria que independe
totalmente de nossa ou qualquer percepção.
1. Considera a matéria independente de nossa visão, mas
não de toda visão.
2. Motivado pela crença de que “não pode existir nada
real – ou, pelo menos, nada que possamos saber que
seja real – a não ser as mentes, seus pensamentos e
sentimentos” (Russell, 6).
a. Necessidade de participação do conhecedor
no conhecido, de alguma afinidade – o
inteiramente estranho não pode ser
conhecido
3. Isso o leva a acreditar que as coisas existem como
“idéias na mente de Deus” (Russell, 6), que as coisas
em si são o que são na mente de Deus.
a. Idéia recorrente na tradição ocidental – a de
Deus como avalista do conhecimento
humano: Agostinho, Tomás de Aquino,
Descartes, até Plotino.
i. “Todas as nossas percepções, de acordo
com Berkeley, consistem em uma
participação parcial nas percepções de
Deus, e é por causa desta participação
que diferentes pessoas vêem mais ou
menos a mesma árvore” (Russell 9-10)
4. Postura chamada “idealista:” só pode ser conhecido o
que existe em alguma mente.
iv. Crítica de Russell a Berkeley: o pensamento de Berkeley
deixa de ver a relação metonímica entre a idéia de uma coisa
e a coisa em si: não é a árvore que está em nossa mente,
mas a idéia da árvore.
1. Para Russell, Berkeley confunde “a coisa apreendida
com o ato de apreensão” (Russell 12) – o ato está na
mente, a coisa não.
2. O fato da cor da mesa depender de quem observa não
prova que a existência da mesma depende de quem
observa.
v. Russell: duas acepções da palavra “conhecer” – conhecer no
sentido de saber e conhecer no sentido de ter contato
imediato sensorial com.
1. Conhecimento de verdades – juízos, crenças e
convicções.
a. Eu sei que meu nome é Andrei, que eu sou
Brasileiro, que eu tenho 12 alunos nesta turma.
2. Conhecimento de coisas – conhecimento de dados
dos sentidos
a. Eu percebo essa mesa e sei que ela existe.
3. O fato de eu saber que o átomo existe não significa que
alguém conhece o átomo, que já o viu ou percebeu de
forma imediata pelos sentidos.
vi. Russell distingue duas formas de conhecimento de coisas:
conhecimento direto e conhecimento por descrição.
1. Conhecimento Direto – Aspecto puramente sensorial
do conhecimento, memória, introspecção (perceber-se
percebendo) e autoconsciência.
a. “Diremos que temos conhecimento direto de
alguma coisa da qual estamos diretamente
conscientes, sem a intermediação de qualquer
método de inferência ou de qualquer
conhecimento de verdades” (16).
2. Conhecimento por descrição – Ponto de encontro entre
conhecimento direto e conhecimento por verdades:
juízos, objetos, categorias, a mente alheia.
a. Diremos que temos conhecimento direto de
alguma coisa da qual estamos diretamente
conscientes, sem a intermediação de qualquer
método de inferência ou de qualquer
conhecimento de verdades (16).
b. Essa série de estímulos que recebo ao olhar
para este objeto – cor, tamanho, textura e cheiro
– não constitui a mesa. Em algum momento, eu
crio a categoria (“idéia abstrata” ou “universal”)
“mesa” para definir objetos que têm uma série
de efeitos específicos sobre meus sentidos e
aplico a categoria a este objeto. Eu julgo que
essa coisa, é uma mesa.
c. Russell 17: “Conhecemos uma descrição e
sabemos que há um objeto ao qual esta
descrição se aplica exatamente, embora o
próprio objeto não nos seja diretamente
conhecido.”
d. Dois tipos de conhecimento por descrição:
ambígua (uma árvore) ou definida (esta árvore).
vii. Problema de Russell – argumento circular: descreve
conhecimento por descrição como sendo diferente do
conhecimento de verdades, mas define o conhecimento de
verdades como sendo resultado de memória, uso de
“universais” ou idéias abstratas que – por sua vez – seriam
uma forma de conhecimento direto.
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