cardiomiopatia chagásica com derrame pericárdico agravada por

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CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA COM DERRAME PERICÁRDICO AGRAVADA POR
INFECÇÃO POR EPSTEIN-BARR VÍRUS, UM RELATO DE CASO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Ana Gabriela Moraes Tupiassú1, Isaías Burlamarqui de Morais Junior2, Juliana Matos Pessoa1, Larice Assef Bastos1, Yandra Sherring Einecke1
1. Médicas Residentes Hospital Ophyr Loyola e Hospital Jean Bitar/2. Médico Infectologista Instituto Evandro Chagas e Medicina Tropical,
Hospital Ophyr Loyola e Hospital Jean Bitar, Belém-PA, Brasil
INTRODUÇÃO
A Amazônia é endêmica para Doença de Chagas (DC). O
acometimento cardíaco manifesta-se com alterações do ritmo,
miocardiopatia dilatada e tromboembolia e a apresentação
com derrame pericárdico é rara. A Mononucleose Infecciosa
(MI), afeta jovens entre 15-25 anos, maioria é benigna, porém
há relatos de indivíduos cronicamente infectados com
depleção de linfócito T. A co-infecção de DC com MI
representa um agravo.
OBJETIVO E MÉTODO
Relatar caso de DC aguda agravada por infecção MI
cursando com derrame pericárdico moderado. Paciente
internado no Hospital Jean Bitar (HJB), Belém-Pará, em
agosto de 2015, com descrição de sua rara forma de
apresentação clínica, método diagnóstico e tratamento.
RESULTADOS
Homem, 27 anos, paraense (Cametá), há 13 dias com quadro
de febre alta, cervicalgia intensa, dor retro-orbitária e edema
de face, membros superiores e inferiores e mialgia. Há 6 dias
evoluiu com hematêmese de grande volume. Relata ingesta
diária de açaí. Nega etilismo, tabagismo e consumo de
drogas ilícitas. Internou em bom estado geral, taquicárdico
(130bpm), febril (38,3ºC), levemente hipocorado, eupneico,
ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações. Abdome
flácido, sem visceromegalias e doloroso em epigástrio. Trazia
endoscopia digestiva alta com úlcera gástrica pré-pilórica de
7mm. Evoluiu durante a internação com febre, mialgia e
hipofonese de bulhas cardíacas. ECO com fração de ejeção
de 71%, derrame pericárdico de 800ml, com grande espaço
ecolucente envolvendo o ápice do ventrículo esquerdo e toda a
parede ântero-lateral até a junção atrioventricular e cavidades
direitas. Eletrocardiograma com ritmo sinusal, com baixa voltagem
e QRS com baixa amplitude. VHS:76,2; PCR:50; Hb:7,6;
linfocitose (61%), neutropenia (24%). Sororologia para DC IgM e
IgG positiva 1/160, anticorpo IgM para EBV reagente: 35,5U/ml.
Iniciado tratamento com Benznidazol, realizado drenagem
pericárdica.
CONCLUSÃO
A co-infecção DC com MI é rara e constitui um agravo na
evolução da doença. A manifestação cardíaca na DC com derrame
pericárdico moderado chama a atenção dos profissionais de
saúde, para diagnóstico e tratamento precoce.
REFERÊNCIAS
SOUSA, G.R, et al. Health-related quality of life in patients with Chagas disease:
a review of the evidence. Rev Soc Bras de Medic Tropical 48(2):121-128, MarApr, 2015
OLIVEIRA, J.L.O, et al. Epstein-Barr virus and infectious mononucleosis. Rev
Bras Clin Med. São Paulo, 2012 nov-dez;10(6):535-43
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