A Relação entre o Ser Humano e os Animais O Convívio com os animais O afeto e o amor que existem entre os homens e seus animais de estimação ajudam a tranqüilizar a mente. Segundo reportagem publicada no site da revista VIDA SIMPLES, um dos méritos dos pets é conseguir, sem esforço, arrancar um sorriso das pessoas. Uma risada espontânea vale por uma sessão de relaxamento, porque enche o sangue de endorfina, um calmante natural que, além de amolecer o corpo, ainda fortalece o sistema de defesa do organismo. Ou seja, quem sorri mais adoece menos. Um estudo publicado no ano passado no American Journal of Cardiology mostrou que o convívio com animais ajuda a controlar o estresse, diminui a pressão arterial e reduz o risco de problemas cardiovasculares. Pesquisas médicas na Austrália concluíram que donos de bichos de estimação se consultam com menor freqüência com clínicos gerais e requerem menos medicação que as outras pessoas. “Os bichos de estimação nos colocam em contato com a natureza animal, uma dimensão elementar que a sociedade e nosso estilo de vida se empenham em suprimir”, diz Marty Becker, médico veterinário, autor de "O Poder Curativo dos Bichos”. “Por meio de um relacionamento íntimo com nossos animais, despertamos em nós características poderosas como lealdade, amor, instinto e jovialidade." Os animais têm alma? Os animais também têm almas vegetativas, que organizam o crescimento do embrião, o desenvolvimento do corpo e sua manutenção em um estado saudável. Mas, além disso, os animais tinham almas de animais relacionadas com os movimentos, a sensibilidade e os instintos. E, é claro, a palavra animal vem do latim anima que quer dizer "um ser com alma." Nós os seres humanos, além de termos uma alma vegetativa, que nos liga a todas as plantas, teríamos uma alma animal, que nos liga a todos os animais e uma alma intelectual, aquele aspecto especificamente humano da psique, que tem a ver com o pensamento, a razão e a linguagem. Essa era a visão adotada na Europa Medieval e por Santo Tomás de Aquino. Essa visão grega da psicologia foi incorporada pela teologia cristã. E essa foi também a visão dos seres humanos e da natureza que foi ensinada nas universidades por toda a Europa até o século dezessete. A revolução cartesiana no século dezessete mudou o curso do pensamento acerca da psicologia na tradição científica. Para Descartes, todos os animais e plantas, como todo o universo, eram apenas máquinas. Assim, a alma foi retirada de toda a natureza, já não havia qualquer princípio dando vida aos animais e às plantas. Portanto, se o mundo é uma máquina, se os animais são máquinas, podemos ter uma ciência totalmente mecânica e essa ainda é a base em que se apóia toda a ciência institucional. Contrapondo a tudo o que estamos escrevendo neste forum, ACHO QUE NÃO SOMOS CARTESIANOS NÃO É? O estudo do comportamento animal O estudo do comportamento animal revela padrões geneticamente determinados e uma interferência ambiental inquestionável Numa série de comportamentos analisados, os especialistas em etologia conseguem revelar, também, uma perspectiva claramente evolucionista. Desde quando Konrad Lorenz passou a estudar os gansos, por volta de 1934, o enquadramento teórico dos seus estudos não deixa de revelar o paradigma científico da época estudando os padrões de crescimento, o ritual de conquista, do acasalamento e de formação de ninhos, dentro de uma perspectiva reducionista e behaviorista. O reducionismo surgiu como prática científica depois que René Descartes publicou em 1637 o “Discurso sobre o método”. A idéia era que nós poderíamos conhecer o funcionamento de um relógio estudando o papel que cada uma de suas peças desempenha. Esse método ordenou a pesquisa científica como nenhum outro consegui em toda história da Ciência. Qualquer um de nós sabe que estudar o comportamento complexo das formigas implica em analisar, parte por parte, os inúmeros elementos relacionados com a colônia, seus indivíduos e seu meio ambiente. Hoje se admite novas interpretações que estão além do reducionismo. Já se aceita que a soma das partes não expressa, necessariamente, o significado do todo. Os matemáticos ensinam que um conjunto de elementos só pode ser explicado por um elemento externo ao conjunto. Está na hora de questionarmos qual a contribuição destas novas percepções na avaliação do comportamento animal. O fisiologista russo, Ivan Pavlov, no início do século passado, inaugurou o estudo do comportamento animal em laboratório. Ele construiu um método experimental inédito revelando a existência de uma atividade reflexa condicionada à estímulos externos. Tocando sua sineta ele estimulava o cão a produzir secreção gástrica depois de condicionar o ruído da sineta com a oferta de alimentos. Pavlov não estava interessado na repercussão psicológica da sua descoberta, no entanto, ela abriu as portas para a correlação entre o fenômeno físico e o psicológico com a vantagem de se poder quantificar o valor tanto do estímulo quanto da resposta. Foi nos Estados Unidos, porém, que a psicologia comportamental adquiriu significado mais importante. J. B. Watson e posteriormente B. F. Skiner construíram a escola behaviorista. Para eles, os fenômenos psicológicos deviam ser estudados através dos comportamentos que eles expressam. Não tinham interesse no chamado mentalismo. A introspecção, o pensamento, os desejos, as intenções, os planejamentos, a reflexão ou qualquer outra forma de representação mental não teriam qualquer como a alma O estudo do comportamento animal revela padrões geneticamente determinados e uma interferência ambiental inquestionável. Numa série de comportamentos analisados, os especialistas em etologia conseguem revelar, também, uma perspectiva claramente evolucionista. Desde quando Konrad Lorenz passou a estudar os gansos, por volta de 1934, o enquadramento teórico dos seus estudos não deixa de revelar o paradigma científico da época estudando os padrões de crescimento, o ritual de conquista, do acasalamento e de formação de ninhos, dentro de uma perspectiva reducionista e behaviorista. O reducionismo surgiu como prática científica depois que René Descartes publicou em 1637 o “Discurso sobre o método”. A idéia era que nós poderíamos conhecer o funcionamento de um relógio estudando o papel que cada uma de suas peças desempenha. Esse método ordenou a pesquisa científica como nenhum outro consegui em toda história da Ciência. Qualquer um de nós sabe que estudar o comportamento complexo das formigas implica em analisar, parte por parte, os inúmeros elementos relacionados com a colônia, seus indivíduos e seu meio ambiente. Hoje se admite novas interpretações que estão além do reducionismo. Já se aceita que a soma das partes não expressa, necessariamente, o significado do todo. Os matemáticos ensinam que um conjunto de elementos só pode ser explicado por um elemento externo ao conjunto. Está na hora de questionarmos qual a contribuição destas novas percepções na avaliação do comportamento animal. O fisiologista russo, Ivan Pavlov, no início do século passado, inaugurou o estudo do comportamento animal em laboratório. Ele construiu um método experimental inédito revelando a existência de uma atividade reflexa condicionada à estímulos externos. Tocando sua sineta ele estimulava o cão a produzir secreção gástrica depois de condicionar o ruído da sineta com a oferta de alimentos. Pavlov não estava interessado na repercussão psicológica da sua descoberta, no entanto, ela abriu as portas para a correlação entre o fenômeno físico e o psicológico com a vantagem de se poder quantificar o valor tanto do estímulo quanto da resposta. Foi nos Estados Unidos, porém, que a psicologia comportamental adquiriu significado mais importante. J. B. Watson e posteriormente B. F. Skiner construíram a escola behaviorista. Para eles, os fenômenos psicológicos deviam ser estudados através dos comportamentos que eles expressam. Não tinham interesse no chamado mentalismo. A introspecção, o pensamento, os desejos, as intenções, os planejamentos, a reflexão ou qualquer outra forma de representação mental não teriam qualquer significado para os behavioristas (Searle, 1997). Eles não consideravam, também, a possibilidade de o indivíduo agir por idéias, intenções ou tendências de criação autônoma originadas no seu aparelho cognitivo, os indivíduos apenas refletiriam as várias forças ou fatores que seu ambiente determina. Foi Skiner quem introduziu os conceitos de “comportamentalismo operante” atuando no ambiente do experimento com reforço e recompensa. Em 1938 ele publicou “O comportamento dos organismos” como uma introdução aos princípios do comportamento operativo e uma idéia do aprendizado por meio do reforçamento. Na caixa de Skiner o animal era recompensado com alimento quando desempenhava a tarefa corretamente. Suas técnicas permitiram investigar a interação de um organismo com o seu meio ambiente. O comportamentalismo, visto como um reflexo desencadeado por um determinado estímulo, mostrou-se insuficiente para explicar a complexidade do ser humano. Numa percepção evolucionista, não poderíamos supor que a mente humana apareceu a partir de um certo volume de neurônios no cérebro dos hominídeos que nos antecederam. Mais do que multiplicação de neurônios, a evolução revela uma complexidade comportamental acompanhando as mudanças do organismo dos diversos animais que nos antecederam. A mente, assim como a racionalidade e todas as outras funções psíquicas que hoje o ser humano revela possuir, só pode ter surgido às custas de acúmulo de experiências psíquicas (Pinker, 1998). Não podemos fugir da existência de graus de hierarquização entre a nossa mente e a de outros animais que mal acostumamos chamar de irracionais, mas, se relutamos em lhes atribuir racionalidade não podemos, pelo conhecimento que a neuropsicologia de hoje fornece ignorar a existência da mente nos animais. A discussão sobre a natureza da mente ganhou novo impulso com os conhecimentos atuais de neuropsicologia que a ressonância funcional esta permitindo. Além disso, novos paradigmas estão sendo incorporados ao processo de reconhecimento da mente. George Hegel, quando publicou a “Fenomenologia do Espírito” em 1806, sugeria que a mente progride segundo um padrão dialético dentro da seqüência clássica da tese, da antítese e da conclusão da síntese. Podemos questionar qual seria o significado da existência de uma mente animal, da mesma maneira que a mente humana já esteve por muito tempo excluído da especulação científica e ainda vive uma crise de identidade que parece interminável. Em primeiro lugar, seria a oportunidade de seguirmos o fio de Ariadne para nos guiar no labirinto da construção da mente que até hoje não está esclarecido. O estudo da evolução tem revelado com muito mais propriedade as mudanças anatômicas, mais do que as transformações psicológicas que em última análise irão construir a mente. Precisamos aprender de que maneira ficam estruturadas as atividades reflexas básicas que se nota nas primeiras organizações celulares, depois, analisar a organização dos automatismos motores, a criação dos instintos, dos hábitos, do discernimento, dos julgamentos e dos raciocínios, que são todos expressões de “atividades mentais”, mais do que simplesmente “comportamentos” reagindo a determinados estímulos. Podemos visualizar, nitidamente, uma hierarquização de reflexos viscerais que se submetem a reflexos somáticos; instintos de aversão e de medo que se submetem ao instinto de sobrevivência e flexibilidade de comportamentos que se submetem a escolhas inteligentes. Precisamos “organizar” essa constelação de atividades na construção do enigma que modula o mosaico da mente. Para se aprofundar na pesquisa, procurar pelos autores: Nubor Orlando Facure –Ex - Prof. Titular de Neurocirurgia - UNICAMP e Kátia Gomes Facure – Doutora em biologia pela UNICAMP. Reflitam sobre a ciência...os animais possuem comprovadamente uma mente...por que não podem ser os melhores amigos dos 'seres humanos'? ( Algumas idéias e pesquisas feitas pela nossa colega de equipe Lena)