Análise Comparativa Das Elasticidade De Exportações Brasileiras e Paranaenses Por Setores de Intensidade Tecnológica Sob A Ótica Da Restrição Externa Michael Robson Somer [email protected] UEM Aréa 9 - Comércio exterior paranaense Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em investigar a existência de uma relação entre o padrão de especialização produtiva no comércio exterior, o nível tecnológico e exportações no Brasil e no Paraná. Para isso, estimou-se as elasticidades-renda das exportações e importações do país nos anos de 2000 a 2012, por meio de dados em painel. Busca-se identificar o padrão de especialização produtiva do Brasil e do Paraná no comércio exterior, analisando-se as suas implicações para o crescimento do setor comercial destes. Os resultados mostram que o Paraná possui maiores elasticidade setoriais em comparação a dos produtos nos mesmo setores em relação ao país. Palavras-chave: Crescimento Econômico; Restrição Externa; Especialização no Comércio Exterior. Abstract: The objective of this paper is investigate the existence of a relationship between the pattern of productive specialization in foreign trade, technological level and exports in Brazil and Paraná. For this, we estimated income elasticities of exports and imports of the country in the years 2000-2012 through panel data. Seeks to identify the pattern of productive specialization of Brazil and Paraná in foreign trade, analyzing their implications for the growth of the commercial sector of these. The results show that the Paraná has higher elasticity compared to industry of products in the same sectors for the country. Key Words: Economic Growth; External Restriction; Specialization in International Trade. 1. Introdução Na qualidade de país emergente o Brasil tem peculiaridades econômicas que o tornam singular entre seus pares, entre elas está a baixa poupança que impõe restrição externa ao crescimento econômico. Este artigo trata, portanto de dinâmica macroeconômica e a eficiência do comércio exterior. As principais proposições analíticas deste trabalho se assentam sobre a contribuição das tocas comerciais de quatro setores de intensidades tecnológicas diferentes e as principais políticas praticadas pelo Governo Brasileiro que nortearam o comércio exterior no período em discussão. Considera-se neste trabalho que a inserção do Brasil na economia mundial depende de políticas estruturais, macroeconômicas e financeiras tanto internas como externas, capazes de criar condições de competitividade favoráveis aos setores exportadores na concorrência externa, possibilitando criar vantagem comparativa. Assim as autoridades 2 brasileiras regulamentadoras de políticas de comércio exterior atentarão às assimetrias internacionais financeiras e macroeconômicas que condicionam os resultados da pauta de exportações brasileira. A implementação de políticas que visem redução de custos, e promovam ganhos de informação, produtividade, inovação e qualidade, garantem ao exportador melhores condições competitivas internacionais. A condição da economia brasileira aberta, facilita a inovação por meio da importação de bens com alto teor tecnológico, além de aumentar o tamanho dos mercados, permitindo que as economia se beneficiem dos retornos crescentes de escala e dos ganhos de especialização (GROSSMAN e HELPMAN, 1990; BARRO e SALA-I-MARTIN, 1997; EDWARDS, 1993). Ao mesmo tempo, a argumentação principal do segundo grupo é a de que, se a promoção do comércio internacional de um país conduzir a sua especialização em setores de baixa tecnologia pode-se ter uma deterioração dos seus termos de troca, podendo a abertura afetar até mesmo negativamente o seu crescimento econômico (GROSSMAN e HELPMAN, 1990). No entanto, por mais que existam prejuízos para algumas nações/regiões ao intensificarem o comércio internacional, a base da teoria econômica, por alegações diversas, chega ao mesmo ponto quanto à necessidade de ampliar o mercado (indo além do interno) para manter o dinamismo econômico. Em especial, na teoria keynesiana, a importância do comércio externo é vista tanto pelo lado do efeito multiplicador das exportações sobre a produção e o emprego, como pelo lado monetário, em que o aumento dos meios de pagamentos provocados pelo afluxo de renda do exterior reduz a taxa de juro e estimula, ao mesmo tempo, os investimentos (SOUZA, 2002). Thirlwall (1979), numa abordagem de inspiração keynesiana, propõe que a explicação para as diferentes taxas de crescimento existente entre os países origina-se nas restrições de demanda, que por sua vez vinculam-se ao equilíbrio no Balanço de Pagamentos (BP). Para ele, a possibilidade de ampliar as exportações sem deteriorar a conta-corrente do BP tornar-se o elemento central, o qual impulsiona uma utilização mais adequada da capacidade produtiva instalada, a geração de novos investimentos, o desenvolvimento tecnológico e a continuidade do crescimento econômico. Neste sentido, o crescimento é liderado pelas exportações e o balanço de pagamentos pode limitar esse crescimento bem abaixo de seu potencial produtivo. Desta forma, a taxa de crescimento compatível com o equilíbrio externo é dada pela razão entre o coeficiente de elasticidade-renda da demanda por exportações e importações multiplicada pela taxa de crescimento da economia mundial. As exportações de produtos com níveis elevados de elasticidade-renda da demanda indicam produtos de maior valor agregado. 3 Além dessa introdução, esse trabalho possui outras três seções. Em seguida, faz-se uma revisão bibliográfica acerca das abordagens do crescimento econômico nas óticas de Thirlwall. Na sequência, apresentam-se os elementos metodológicos da pesquisa. Na quarta, são apresentados os resultados da estimação das elasticidades-renda e preço das exportações para o caso brasileiro e paranaense. Por último, discorrem-se as considerações finais. 2. Referencial Teórico Existem na literatura diversas teorias que discutem a respeito da importância que as exportações tem para o crescimento de um país ou uma região. Na sequência, apresentamse brevemente três modelos que são relevantes dentro da teoria econômica. 2.1 A teoria da base de exportação Tal teoria enfatiza o papel crucial da demanda externa para determinar o crescimento da produção de uma região (ARMSTRONG e TAYLOR, 2000). Para North (1955), o crescimento de uma região está intimamente ligado ao sucesso de suas exportações, podendo ocorrer como resultado da melhoria da posição das exportações existentes, relativamente às áreas competitivas, ou como resultado do desenvolvimento de novos produtos. Quando se tem um produto exportado, ele reflete, segundo o autor, vantagens comparativas quanto aos custos relativos da produção, em que, à medida que as regiões crescem em torno desta base geram-se economias externas, as quais estimulam a competitividade dos bens exportados. Jacobs (1969) desenvolveu algumas ideias que estão diretamente relacionadas com o conceito da teoria da base da exportação. Para a autora, a produção de bens voltados para a indústria exportadora e para o mercado interno é fundamental para o crescimento econômico. Torna-se inevitável que novos produtos sejam, no decorrer do crescimento, criado tanto para a exportação como para o mercado local, havendo a necessidade de se inovar e diversificar constantemente visando à expansão da economia. E para isso, duas variáveis (importação e a exportação) trabalham juntas, formando um sistema recíproco de crescimento. Partindo desta constatação, Jacobs (1969) identificou dois efeitos multiplicadores presentes neste sistema. O primeiro refere-se ao das exportações e o segundo ao das importações. No caso do primeiro, ao se especializar na produção de alguns bens para o mercado local, torna-se mais fácil que os mesmos avancem para o mercado internacional, o que gera renda, emprego e importações. Uma parte destas importações 4 atende diretamente a demanda do trabalho exportador e a outra parte, denominada de extra, incorpora-se à parcela de bens e serviços consumida pela população trabalhadora ou à demanda dos produtores de atividades voltadas para o mercado interno, possibilitando o aumento e a diversificação da produção local. Este movimento interno permite que as exportações aumentem novamente de tal forma que o processo continua em um círculo virtuoso. No efeito multiplicador das importações, à medida que as regiões crescem e apreendem o modo de produção de determinados produtos, elas substituem importações com novo trabalho local, estimulando o emprego, havendo uma sobra de recursos que é utilizada para importar novos bens. Uma parte destas importações pode estimular o emprego local e a outra, considerada extra, pode incentivar as exportações, realimentando o processo com o efeito multiplicador das exportações. 2.2 Teoria do crescimento com restrição no balanço de pagamentos O modelo constituído por Thirlwall (1979) mostra claramente o papel da demanda externa para o crescimento econômico, no sentido que expressa a relação entre este e a restrição externa, provando o papel das elasticidades renda das exportações e das importações são elementos chave para um bom desempenho do produto no longo prazo. A ideia central do modelo é a capacidade que este tem de explanar diferenças entre o crescimento de longo prazo dos países por meio de uma abordagem que leva em consideração a demanda efetiva. Deste modo, as exportações apresentam um diferencial aos demais componentes da demanda agregada em três itens principais: Primeiro, é o único componente da demanda autônoma de um sistema econômico que procede fora do sistema. Segundo, são elas as únicas capazes de financiar a demanda por importações para o crescimento no longo prazo, visto que os demais componentes possuem conteúdo de importações. Portanto, quando não há receita das exportações para pagar tais conteúdos, a demanda deve ser contida. O último item, as importações (permitidas pelas exportações) podem ser mais eficazes do que os recursos internos quando alguns bens indispensáveis ao crescimento não serem produzidos internamente (THIRLWALL, 2005). Partindo das funções de demanda por exportações e importações, admitindo a hipótese de que os termos de trocas são constantes. A formulação do modelo de crescimento sob restrição externa, parte da balança comercial como condição para equilíbrio externo. Thirlwall (1979) assim especifica a condição de equilíbrio externo: PdX = PfEM (1) 5 Tem-se que X é a quantidade de exportações de bens e serviços não-fatores, Pd é o preço das exportações em moeda nacional, M é a quantidade de importações de bens e serviços não-fatores, Pf é o preço das importações em moeda estrangeira, E é a taxa de câmbio nominal. Aplicando o logaritmo natural, expressa a eq. (1) em termos de taxa de crescimento, obtem-se: pd + x = pf + m+ e (2) em que as letras em minúsculo indicam as respectivas taxas de crescimento. Assumindo uma função multiplicativa tradicionais para a função demanda das importações e exportações, obtem-se: M = (PfE)ΨPΦdYπ (3) Pδd ZE (4) X= em que M e X são as importações e as exportações, respectivamente. Ψ é a própria elasticidade-preço da demanda por importações (Ψ < 0), ɸ é a elasticidade cruzada da demanda por importações (ɸ > 0), Y é a renda doméstica, e π é a elasticidade-renda da demanda por importações (π > 0); ɳ é a elasticidade preço da demanda por exportações (ɳ < 0), δ é a elasticidade cruzada da demanda para as exportações (δ> 0), ε é a elasticidaderenda da demanda por exportações (ε> 0) e Z é o nível de renda mundial. Aplicando os logaritmos naturais e diferenciando, reescrevemos as equações acima em termos de suas respectivas taxas de crescimento: m = Ψ(pf + e) + Φ(pd) + π(y) (5) x = ɳ (pd - e) + δ pf + εz (6) Por meio da substituição as equações (5) e (6) em (2) temos uma equação em que a variável dependente é a taxa de crescimento do PIB restringida pelo equilíbrio externo YB: YBp= (7) 6 Thirlwall (1979), supõe que os preços relativos medidos em moeda comum não se alteram ou apresentam variações negligenciáveis no longo prazo, validando a hipótese da paridade do poder de compra, de tal forma que a equação (7) se reduz a: YBp= = (8) Assim sendo, YBp é a taxa de crescimento do produto de um país, x é a taxa de crescimento das exportações, e π a elasticidade-renda da demanda por importações. A equação (8) é a expressão que foi denominada pela literatura como a Lei de Thirlwall. Dessa forma, a taxa de crescimento do produto de um país ao longo prazo, será determinada pela razão entre as suas exportações e as elasticidade-renda das suas importações. Posto isto, o crescimento econômico no longo prazo é explicado, portanto, pelas características estruturais da economia, refletidas nas elasticidades-renda das importações e exportações. Logo, diferenças no desempenho econômico de longo prazo entre países são reflexos dos diferentes comportamentos destas elasticidades. Com base na equação (8) podemos fazer algumas importantes inferências: Primeiro, uma expansão dos preços domésticos em comparação aos preços externos reduzirá a taxa de crescimento sob a restrição externa caso a soma das elasticidades-preço da demanda por importações e exportações for, em valor absoluto, maior que 1. Segundo, uma depreciação cambial doméstica contínua melhoraria a taxa de crescimento com restrição do balanço de pagamentos se a soma das elasticidades for maior que a unidade. Terceiro, uma maior taxa de crescimento da produto mundial aumentaria a taxa de crescimento com restrição no balanço de pagamento, mas a resposta da economia iria depender basicamente das dimensões da elasticidade renda da demanda por exportações. Por fim, um aumento da elasticidade renda da demanda por importações diminuiria a taxa de crescimento com restrição no balanço de pagamentos. Esse modelo de 1979 foi posteriormente estendido e passou a incluir outras variáveis como, por exemplo, o fluxo de capitais que foram considerados no trabalho de Trirlwall e Hussain (1982), e mais tarde melhorias foram acrescentadas por MorenoBrid (1998) ao introduzir uma restrição que impõe que o crescimento do déficit em conta corrente como proporção da renda doméstica. Conforme este modelo, para que um país obtenha um crescimento sustentável no longo prazo, deve manter certa proporção entre déficit externo e nível de renda. Progressos similares foram feitos por McCombie e Thirlwall (1997) no que se refere na introdução uma restrição para que a razão entre os déficits comerciais e a renda seja constante. Entretanto, segundo Barbosa Filho (2002), esta condição não é suficiente para impossibilitar uma elevação da dívida externa a níveis insustentáveis, pois mesmo com uma 7 razão constante entre déficit em conta corrente e renda doméstica, que poderiam gerar crises de confiança de modo a tornar insustentável o padrão atual de crescimento. Ele, ainda, inclui na análise o pagamento de juros e a dinâmica da dívida externa para solucionar o problema. Qualquer destas versões do modelo original de Thirlwall (1979) conserva sua ideia central, isto é, que a taxa de crescimento do produto no longo prazo precisa ser compatível com a restrição do Balanço de Pagamentos. Em algum ponto no tempo, a restrição externa se impõe, obrigando ajustes ou limitando a própria taxa de crescimento. Desta forma, ao abordar sobre economias abertas, a barreira principal ao crescimento da demanda e, portanto, ao crescimento econômico sustentável, é o Balanço de Pagamentos. Conforme as palavras de Thirlwall (2005, p. 61), “[...] nenhum país consegue crescer mais depressa que a uma taxa compatível com o equilíbrio no balanço de pagamentos [...]”. Como foi anteriormente exibido, na Lei de Thirlwall as exportações possuem papel primordial para explicar o desempenho do produto de cada país, pois conforme apresentado por Porcile (2008), os setores exportadores são mais dinâmicos e o grau de dinamismo de suas demandas, isto é, a elasticidade renda da demanda de exportações, são delimitados pela estrutura da economia. A teoria de Thirlwall supõe que os termos de trocas são constantes, ou oscila muito pouco, assim como o coeficiente de influxo de capital externo. Desta maneira, Thrilwall (2005), mostra o coeficiente econômico de longo prazo é dado pela razão entre a taxa de crescimento do volume das exportações e da elasticidade renda das importações. Os déficits em conta corrente são financiados por meio de investimentos externos e transações unilaterais. Assim, o crescimento de longo prazo, pode ser restringido pela evolução dos fluxos de capitais externos, pelas exportações líquidas e por mudanças nos termos de trocas. Como foi visto a essência da teoria é que o país deve manter em equilíbrio o saldo do balanço de pagamentos, no longo prazo, pelo fato que um nenhum país pode se endividar ininterruptamente sem pagar sua dívida. Supondo que um país possua um déficit contínuo em transações correntes, fará com que reduza seu crescimento em algum um momento, eleve a quantidade de bens e serviços exportados ou reduza a elasticidade renda das importações para reverter o déficit. Por outro lado, do mesmo modo que uma taxa de crescimento alta é acompanhada por incrementos das importações de forma quase proporcional, para que um país mantenha um crescimento econômico de modo sustentável é preciso que o setor exportador obtenha um bom desempenho com a finalidade de manter o saldo em transações correntes em equilíbrio. Dito em outras palavras, em conformidade com a teoria apresentada, se um determinado país deseja obter taxas de crescimento elevadas ao longo de um período de tempo considerável, é absolutamente necessário manter as contas externas em equilíbrio, 8 senão elas tornam uma restrição ao próprio crescimento. Se o crescimento do produto não for seguido por um bom desempenho do setor exportador, isto poderia causar crises de balanço de pagamentos com fortes impactos no nível de investimento e no crescimento da renda. Duas variáveis muito importantes são o saldo da balança comercial e da conta de transações correntes para o montante de investimentos e no crescimento de um determinado país, pois se houver uma piora na balança comercial as consequências são efeitos contracionistas sobre os setores diretamente influenciados pela queda das exportações e/ou aumento das importações. Mais um ponto a destacar, nenhum país pode crescer, pelo menos no longo prazo, a taxas maiores do que as compatíveis com equilíbrio no Balanço de Pagamentos em razão de déficits crescente na conta corrente financiado por meio da conta capital aumentaria o risco de desvalorizações cambiais até que o investimento no país torne inviável. Desta maneira, faria o país se ajustar diante a nova situação por meio de medidas recessivas espontâneas ou forçadas. Caberiam as crises de confiança com fugas de capital fazer os ajustes forçados. Isto levaria a grande depreciação da taxa de câmbio, o que causa fragilidade financeira do setor público e privado, assim como contração no nível de investimentos. Por fim, um déficit crescente em transações correntes deixaria a taxas de juros doméstica mais sensível, o que faria o país a praticar uma políticas de juros elevados para atrair fluxos internacionais de capital, estimulando a especulação financeira em detrimento do investimento produtivo e do crescimento real da economia. Portanto, um bom desempenho econômico de modo sustentado está sujeito a um bom desempenho do setor exportador de forma a manter em equilíbrio o saldo da conta de transações correntes é indispensável. Essa dependência das exportações, para os países em desenvolvimento é ainda mais importante, pois os mesmos apresentam a conta de serviços negativa na maior parte do tempo. Isso é resultado de entradas anteriores de capitais que pressionam a conta de serviços pela remessa de lucros e pagamento de juros ao exterior. Isso é notadamente verdade no caso da economia brasileira, como veremos posteriormente. 3. Procedimentos Metodológicos Para atingir o objetivo deste trabalho foi escolhido o método de dados em painel. Ou seja, combinação das unidades individuais, os 25 estados do Brasil mais o Distrito Federal, em diferentes períodos de tempo, 1992-2007. Dentre as vantagens de se estimar por dados em painel, destaca-se o aumento no número de observações, aumentando assim os graus de liberdade e a eficiência dos parâmetros estimados. Para a análise deste trabalho considere as equações (3) e (4) na forma de modelo econométrico, nesse caso de dados em painel estático: 9 ln Xit = η1 + α1 ln eit + α2 ln Y*it + Eit (9) Onde X é as exportações, e taxa de câmbio real, e Y* renda internacional. Portanto, o objetivo aqui é calcular α1 e α2 que são as respectivas elasticidades-preço e renda das exportações. Como o banco de dados possui tanto observações de cross-section quanto de séries de tempo, a técnica econométrica mais indicada é a de painel de dados. A vantagens do uso de dados em painel é enumerado por Pindyck e Rubinfeld (2004): o fato dos conjuntos de dados em painel, em geral, fornecerem maior número de pontos de amostragem, o que fornece graus de liberdade adicionais; e a incorporação de informações tanto em corte transversal quanto de séries temporais pode diminuir as dificuldades que surgem quando há omissão de variáveis. Ao descrever-se o modelo com dados em painel, modelo gera dois modelos típicos que são estimados a fim de captar a dinâmica intertemporal e a individualidade das variáveis analisadas: modelo de efeitos fixos e modelo de efeitos aleatórios. No modelo de efeitos fixos o intercepto αi da regressão (Yit= αi+ Xitβ + εit), pode diferenciar-se entre as unidades de corte transversal por ser capturadas por meio do intercepto entre indivíduos ao se considerar que cada unidade individual ou de corte transversal poderá ter algumas características especiais (GUJARATI, 2011). Essa diferenciação do intercepto se dá, segundo Greene (2003), por meio da introdução de variáveis dummies no modelo a ser estimado. Outra alternativa aos modelos de efeitos fixos são os modelos com efeitos aleatórios. Para este modelo, o pressuposto é que o intercepto de uma unidade individual seja uma extração aleatória representativa de uma população maior, ou seja, em vez de tratar como fixo, supõe-se que ele é uma variável aleatória que apresenta um valor médio constante, sendo sua aplicação adequada a situações em que o intercepto de cada unidade do corte transversal não seja correlacionado com os regressores (GUJARATI, 2011). O modelo de efeitos aleatórios pode ser estimado de duas maneiras, de acordo com a condição de conhecimento, ou não, da estrutura de variância. Quando a estrutura da variância for conhecida é adequado usar o modelo de Mínimos Quadrados Generalizados (MQG), em caso contrário, é propício o uso do modelo de Mínimos Quadrados Generalizados Factíveis (MQGF). 10 Uma das ferramentas mais utilizadas para indicar qual modelo é mais adequado é o Teste de Hausman. Para realiza-lo, é necessário primeiramente encontrar os estimadores desejados tanto pelo modelo de efeitos fixos como o de efeitos aleatórios. A estatística do teste é obtida a partir da equação a seguir: H = (β^EA – β^EF)’(∑EF - ∑EA)-1(β^EA – β^EF) em que β^EA representa o vetor de coeficientes estimados pelos efeitos aleatórios e β^ (10) EF o vetor de coeficientes estimados. A hipótese nula do teste é que os estimadores de efeitos aleatórios e efeitos fixos não são substancialmente diferentes. Visto que se a hipótese nula for rejeitada, conclui-se que o de efeitos fixos são preferíveis. Ao contrário, o modelo mais adequado é o de efeitos aleatório. Executados todos os testes e definido o modelo mais apropriado, os modelos são estimados, realizando as devidas correções para os possíveis problemas de autocorrelação e heterocedasticidade, obtidas por meio da obtenção de erros padrões robustos. Concluídos todos estes procedimentos, os principais resultados encontrados nas regressões realizadas será analisado. 4. Análise e Discussão 4,1 Desempenho do setor externo da economia paranaense nos anos recentes O Paraná é caracterizado por uma forte base produtiva agropecuária e uma vocação econômica agroindustrial que o fazem um tradicional exportador de produtos agropecuários. Outro ponto a ressaltar é a grande presença do cooperativismo e sua contribuição na verticalização das cadeias agrícolas e agroindustriais paranaense. Segundo Pereira (1996), alterações na base técnica de produção possibilitou a ampliação da produção e da produtividade dos fatores produtivos, formando excedentes exportáveis crescentes, especialmente de soja, da qual o estado se tornou um grande exportador. A esse respeito, o complexo soja na região superou o café a partir de meados da década de 1970 e passou a ocupar uma posição de destaque na pauta de exportação a partir de então. Essa aptidão produtiva do estado contribui de forma positiva para os saldos na balança comercial brasileira. Com base na Tabela 1, o Paraná seguiu a tendência nacional de ampliação dos fluxos comerciais com o resto do mundo, praticamente triplicando a receita obtida com exportações e duplicando os dispêndios com produtos importados, no comparativo entre os anos de 2000 e 2007. Esse fato fez com que o estado saísse de uma condição de déficit comercial em 2000, obtendo superávits a partir de então, chegando a representar 18% do 11 total de superávit comercial obtido pelo Brasil, no ano de 2002 de acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC (2008). Tabela 1 - Balança Comercial do Paraná (US$ milhões) Exportação Ano Importação Paraná Brasil Total (%) Saldo Comercial Total Paraná Brasil (%) Paraná Brasil Total (%) 2000 43914,6 55118,9 7,97 46862,3 55850,7 8,39 -2920.7 -731.7 39.91 2001 53202.1 58286.6 9.13 49289.5 55601.8 8.86 3912.6 2684.8 14.57 2002 57030.8 60438.7 9.44 33333.9 47242.7 7.06 23696.9 13196.0 17.96 2003 71578.5 73203.2 9.78 34860.5 48325.6 7.21 36718.0 24877.7 14.76 2004 94050.3 96677.5 9.73 40261.5 62835.6 6.41 53788.8 33841.9 15.89 2005 100335.3 118529.2 8.47 45272.4 73600.4 6.15 55063.0 44928.8 12.26 2006 100163.4 137807.5 7.27 59779.7 91350.8 6.54 40383.7 46456.6 8.69 2007 123528.6 160649.1 7.69 90179.9 120617.4 7.48 33348.7 40031.6 8.33 2008 152471.8 197942.4 7.70 145702.2 172984.8 8.42 6769.6 24957.7 2.71 2009 112228.3 152994.7 7.34 96208.4 127722.3 7.53 16019.8 25272.4 6.34 2010 141758.4 201915.3 7.02 139569.6 181768.4 7.68 2188.9 20146.8 1.09 2011 173942.8 256039.6 6.79 187675.7 226245.9 8.30 -13733.0 29793.7 -4.61 2012 177095.9 242579.8 7.30 193871.0 223149.1 8.69 -16775.2 19430.6 -8.63 Fonte: MDIC Essa evidência é reforçada quando se observa a participação relativa do Paraná, nas importações e exportações brasileiras. A Tabela 1 mostra que a participação do estado, respondia no início da década de 2000, a cerca de 7,97% das exportações e 8,39% das importações. As exportações paranaenses chegaram a representar aproximadamente 10% das exportações brasileiras em 2004, decrescendo a partir de então. Quanto às importações, a maior representatividade ocorreu em 2001, com aproximadamente 9% do total, ficando em torno de 7% nos períodos seguintes. Nakabashi e Cruz (2007) destacam que a apreciação da taxa de câmbio, retarda a expansão do setor exportador e estimula as importações. Na persistência dessa apreciação é possível que ocorra uma reversão no quadro histórico de saldos comerciais no Paraná, impactando de forma significativa na economia desse estado. Outro fator elencado pelos autores se refere à taxa de juros praticada no mercado doméstico, que também afeta o desempenho do setor exportador, pois impacta no custo de oportunidade realizado nos investimentos realizados no setor produtivo. Assim, o setor externo da economia paranaense sofre duplamente, com o nível elevado de taxa de juros e a valorização cambial. O aumento significativo dos fluxos de comércio paranaense e a participação na pauta brasileira foram afetados pela implantação do plano real, pelo dinamismo do comércio internacional, pelas oscilações do preço internacional das 12 commodities, a condução da política cambial, as taxas de juros adotadas, enfim, por uma infinidade de fatores. Cabe destacar que um fator preponderante foi alteração no perfil da pauta exportadora com a incorporação de bens com maior conteúdo tecnológico, que proporcionou um redesenho na estrutura produtiva e econômica do estado. A pauta de exportação paranaense, dada as raízes históricas do desenvolvimento econômico da região, é composta por um reduzido número de produtos, sendo que os principais complexos agroindustriais paranaenses representam em média 60% das exportações paranaenses. Segundo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - IPARDES (2012), em 2012 a pauta de exportações foi composta principalmente por setor automobilístico (21%), complexo soja (19,76%), madeira (10,58%) e o complexo carne (9,80%). Gráfico 1 – Exportações Paranaenses por Setores Industriais por Intensidade Tecnológica - 2000 a 2012 14,000 10,000 6,000 2,000 -2,000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Alta Intensidade Tecnológica Média-alta Intensidade Tecnológica Média-baixa Intensidade Tecnológica Baixa Intensidade Tecnológica Produtos Primários Fonte: MDIC A baixa diversificação da pauta de exportações paranaenses, centrada principalmente em produtos do agronegócio, faz com que os fluxos de comércio do estado fiquem a mercê das condições climáticas e das flutuações dos preços internacionais das commodities. Segundo Lourenço (1999) a deficiência da política agrícola formulada e implementada pelo governo federal, particularmente quanto à vertiginosa redução da oferta de crédito oficial e à ausência de mecanismos compensatórios faz com que haja uma concorrência desleal com os países desenvolvidos. 13 4.1 Estimação das elasticidades-renda das exportações e importações Na Tabela 2 citam-se os resultados obtidos das elasticidades-renda e preço das exportações dos setores industriais por intensidade tecnológica brasileiras e paranaense. Como esperado, os parâmetros setoriais que refletem as variações nas rendas brasileira e mundial tiveram sinais positivos e significativos. Já para os demais setores, principalmente no caso dos níveis mais intensivos de tecnologia, a competitividade estava baseada principalmente na qualidade. Tabela 1 - Elasticidades-renda e Preço das Exportações e Importações Setoriais – 2000 a 2012 Brasil Setores Paraná Elast. Renda Elast. Preço Elast. Renda Elast. Preço 3,143** 0,381** 1,304** -0,639 (2,618) (1,563) (2,652) (0,746) 1,479** -0,056 1,678*** 0,565 (2,210) (-1,964) (2,547) (1,422) 1,122** -0,444** 1,830*** -0,971 (1,943) (-1,742) (2,172) (1,983) Baixa Intensidade Tecnológica 0,744** 0,580 1,227** 0,380 (2,059) (1,944) (2,976) (1,836) Produtos Primários 0,557** -0,324** 0,636** -0,569 (2,058) (0,439) (1,964) (0,654) Alta Intensidade Tecnológica Média-alta Intensidade Tecnológica Média-baixa Intensidade Tecnológica ***Significativo ao nível de 1%. **Significativo ao nível de 5%. Fonte: Resultado da pesquisa Considerando-se o efeito do câmbio efetivo sobre o comércio exterior brasileiro. Por definição a elasticidade-preço tem sinal positivo para as exportações. No caso das exportações brasileiras, as elasticidades-preço setoriais para os setores de alta tecnologia apresentaram sinais positivos e significativo a um níveis de significância de 5%. Os demais setores que tiveram sinais inversos e foram significativos, exceto o setor de média alta tecnologia. Essas categorias foram influenciadas pelo câmbio, isto é, a competitividade dessas categorias foi sensível pelo diferencial de preço. Isso deve-se a manutenção de uma taxa de câmbio real sobrevalorizada desde 2004. Os resultados obtidos corroboram com a existência de uma relação positiva entre a elasticidade-renda das exportações e o nível tecnológico, visto que o setor de alta tecnologia apresentou a maior elasticidade-renda, seguido da indústria de média-baixa, média-alta tecnologia. Os resultados encontrados indicam que um aumento de 1% no crescimento mundial, ceteris paribus, eleva as exportações de alta tecnologia do país em torno de 3,14%, enquanto que as exportações da indústria de baixa tecnologia aumentam apenas 0,55%. 14 Um importante ponto a frisar é que o Brasil passou a adotar o regime de câmbio flutuante a partir de 1999. Desde então, as autoridades monetárias segundo Pires de Souza e Hoff (2011), lançou-se mão de uma política cambial bastante ativa, utilizandose como instrumento não somente as intervenções no mercado de câmbio à vista, como também a venda de títulos indexados e swaps cambiais. Dessa forma, acredita-se que a política cambial adotada a partir de 1999 beneficiou o padrão de especialização do comércio internacional do país apenas nos no período 2000 a 2004, mas a partir deste ano o câmbio voltou a se apreciar, contribuindo para o aumento das importações a mesma sobretudo a dos produtos de alta e média tecnologia (conforme Tabela 2). Por conseguinte, nesse período o câmbio indiretamente afetou as indústrias domésticas de alta e média tecnologia, pois os seus produtos passaram a ter maior concorrência dos importados. Assim, o Gráfico 2 apresenta a participação das indústrias, distribuídas por níveis tecnológicos, e a participação dos outros produtos não industriais nas exportações do país. Em 2000, a indústria de baixa tecnologia tinha a maior participação nas exportações do país, seguida da média-baixa, da média-alta, dos produtos não industriais e da alta tecnologia. Gráfico 1 – Participação dos Setores Industriais por Intensidade Tecnológica nas Exportações Brasileiras - 2000 a 2012 Fonte: MIDIC, elaboração própria. A partir de 2008, todas as indústrias de intensidade tecnológica tem perdido espaço das exportações. Além de terem as menores contribuições, a alta tecnologia e a indústria de média-alta tiveram perdas de participação se comparado com sua contribuição de 2000. Mesmo assim, as exportações de produtos manufaturados ainda se concentra em segmentos de baixas intensidade tecnológicas. 15 Isso significa que o padrão de especialização das exportações do país está ancorado basicamente em produtos de média-baixa e baixa intensidade tecnológica, explorando vantagens comparativas do país por meio do uso de recursos naturais e mão de obra de baixo custo. Vale destacar que os produtos da agropecuária, que pertencem a classe de produtos não industriais, favorecidos pelos preços internacionais, crescimento da demanda mundial e dado o potencial poder competitivo vem cada vez mais ganhando participação na pauta de exportações brasileira. A especialização em produtos agropecuários é determinado conforme Martins (2008), pela elevada elasticidade-renda de exportações e baixa elasticidade-renda de importações nesse segmento que faz o país efetivamente possuir liderança na produção agropecuária. Ao mesmo tempo, os setores que compõem a indústria intensiva em tecnologia vem cada vez mais perdendo espaço. Uma vez que, as exportações dessas indústrias apresentam maiores elasticidades-renda, maior potencial de aprendizado tecnológico e de geração de externalidades tecnológicas positivas nos demais setores da indústria, sua diminuição na participação das exportações torna-se um problema, limitando qualquer expectativa de crescimento econômico mais intenso do país nos anos seguintes (GÔUVEIA, 2010). Para o Paraná, os resultados mostram que o estado possui maior elasticidade-renda setorial em comparação a exportações setoriais brasileiras, exceto no produtos de alta intensidade tecnológica. Um ponto a destacar é que o Paraná possui mais competitividade em produtos de média-alta e média baixa tecnologia, uma vez que encontra no estado uma forte indústria do segmento metal mecânica que a atualmente puxa pra cima a produção brasileira nesse setor. 5. Considerações Finais O presente trabalho procurou demonstrar que existe uma conexão entre o padrão de especialização da economia brasileira no comércio exterior, o nível tecnológico e o crescimento econômico. Deste modo, o crescimento da economia brasileira foi restrito pelo balanço de pagamentos no período 2000-2012: a demanda externa e a estrutura produtiva captada pela razão das elasticidades-renda da demanda por exportações e importações são os determinantes do crescimento de médio e longo prazo da economia brasileira. Em seguida, estimaram-se as elasticidades-renda das exportações e importações, tendo sido identificado que as mesmas possuem relação positiva com o nível de intensidade tecnológica da indústria. Nessa situação, os setores de alta intensidade tecnológica apresentaram, em média, maiores elasticidades-renda da demanda por exportações e importações do que todos os demais setores industriais. 16 Assim, como o crescimento do Brasil é restrito pelo Balanço de Pagamentos, e como em termos de indústrias a de alta tecnologia foi a que apresentou a maior elasticidade-renda de exportação, seguida da indústria de média-baixa e média-alta tecnologia, o crescimento do país a taxas mais elevadas poderia ser induzido diretamente via fomento dos setores mais intensivos em tecnologia. Analisou-se o peso dos setores industriais na pauta de exportações do Brasil e do Paraná no período de 2000 a 2012. Nesse caso, verificou-se que as exportações concentramse nos setores de média-baixa e baixa tecnologia. Por sua vez, o padrão de especialização das exportações da economia brasileira busca explorar a abundância de recursos naturais e de mão de obra de baixo custo. Portanto, uma mudança na estrutura de produção e na exportação para bens de alta e média-alta tecnologia, poderá contribuir para elevar o potencial de crescimento de médio e longo prazo da economia. Referências bibliográficas ARMSTRONG, M.; TAYLOR, J. Regional Economics & Policy, 2. ed., Londres: Philip Allan, 1993. ASSOCIAÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL (AEB). Radiografia do comércio exterior brasileiro. Disponível em http://www.aeb.org.br/userfiles/file/AEB%20%20Radiografia%20Com%C3%A9rcio% 20Exterior%20Brasil.pdf Acesso em 06-01-2014. BARBOSA FILHO, N.H. The Balance of Payments Constraint: From Balanced Trade to Sustainable Debt. Center for EconomicPolicyAnalysisWorkingPaper, v.6, p.1-24, 2002. BARRO, R. J.; SALA-I-MARTIN, X. Technological Diffusion, Convergence, and Growth. 2Journal of Economic Growth, v.2, 1997, p. 1-2 DAVIDSON, P. A Lei de Thirlwall. Revista de Economia Política, vol.10 n 4 (40), 1990. BACHA, E. L; BONELLI, R. 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