Baer capítulo 3 O início do desenvolvimento industrial Antes da I

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Baer
capítulo 3
O início do desenvolvimento industrial
Antes da I Guerra Mundial, a política do governo, que havia recentemente conquistado sua independência
era de abertura econômica. O desenvolvimento industrial (têxtil) existente era resultado de decisões de
taxação do governo feitas no período anterior e que visavam apenas ao aumento das receitas do governo
e não fomentar a produção local.
Os primeiros industriais foram antes importadores, que, em certo momento, tiveram capital e oportunidade
para produzir a melhores custos os produtos que vendiam. O crédito inflacionário (encilhamento) também
favoreceu a criação de novos empreendimentos, juntamente com a desvalorização da moeda nacional,
que encareceu os produtos importados.
A importação e a movimentação dos bens de capital necessários para a produção industrial foram,
entretanto, travadas com o estouro da guerra. A solução foi aproveitar melhor a capacidade produtiva já
existente.
Nos anos 20, houve pequeno crescimento econômico devido ao favorecimento das importações, uma vez
que havia aumento dos preços internos e valorização da moeda. Isso favoreceu a importação de bens de
capital (equipamentos e máquinas). Tudo isso, somado à ajuda do governo, contribuiu para a
diversificação da indústria.
Nos anos 30, com a Grande Depressão, as exportações brasileiras caíram drasticamente (50%). E o
Governo negociou a concordata da dívida pública, pois cessaram os recursos externos. Nesta época que
houve a proteção do governo aos produtores de café (que representavam 10% do PIB), comprando e
queimando o excedente. A receita advinda do café e a restrição às importações resultaram na pressão do
mercado interno por desenvolvimento industrial nacional, pois a intervenção do governo permitiu a
manutenção do poder aquisitivo, dinamizando o mercado interno.
Na II GM, o desenvolvimento também foi com aumento da produção sem expansão da capacidade
produtiva. A formação de capital praticamente se restringiu às indústrias siderúrgicas e de cimento. Ao
final da guerra, os setores que expandiram a produção, mantendo a capacidade produtiva se encontravam
em estado de obsolescência. As exportações cresceram, agora, de produtos manufaturados, que devido
ao mau serviço e a reconstituição das indústrias internacionais (pós-guerra) acabaram saindo da pauta de
exportações.
Até o final de 1920 – crescimento industrial, aumento das exportações agrícolas, desenvolvimento
de indústrias leves.
Anos 30 – período de industrialização, mudança estrutural na economia, a indústria se tornou o
principal setor de crescimento da economia (metalurgia, maquinários e produtos elétricos).
capítulo 4
O impulso da industrialização pós- II Guerra Mundial: 1946-61
Até 1960, as exportações agrícolas de fumo, algodão e café entraram em recessão e havia poucas
esperanças para as exportações de bens primários.
A industrialização foi incentivada, inicialmente, como forma de conter o saldo negativo do balanço de
pagamento. O controle cambial e as licenças de importação do CEXIM exerceram papel fundamental no
desenvolvimento industrial. Também se restringiu a repatriação do capital e as remessas de lucro (8%).
Em 53, o câmbio deixou de ser fixo e supervalorizado para flutuar a uma política mais flexível. O câmbio
múltiplo durou até 57 e consistia na oferta de divisas em leilões para cada categoria de exportação. Esta
prática trouxe o lucro das importações para o governo, coordenou a demanda por moeda e acabou com a
corrupção das licenças para produtos importados considerados supérfluos.
Após 1957, o governo introduziu medidas que favoreceram o desenvolvimento de novas indústrias
nacionais:
- a Lei Tarifária;
- a Reforma Cambial, de 61 a 63, que trouxe as trocas comerciais entre os países para o mercado
livre, com exceção do café;
-a Lei dos Similares, que permitia os produtores locais reivindicarem a proteção tarifária de bens
concorrentes.
Como medidas de consolidação econômica, foram estruturados diversos planos e programas de
desenvolvimentismo:
-Plano Salte (1950), que previa gastos públicos em Saúde, Alimentação, Transporte e Energia e
que durou apenas 1 ano por falta de recursos financeiros;
-Comissão Econômica Conjunta Brasil- Estados Unidos, que realizou o primeiro levantamento da
economia brasileira para investimento externo e nacional em diversos projetos de infra-estrutura, como
linhas férreas, portos e energia. Não foi oficialmente adotado, mas contribuiu para a criação do BNDE.
-Juscelino Kubitschek durante sua gestão (1956-1961) formulou o Programa de Metas para 5 áreas
principais: Energia, Transporte, Alimentação, Indústria de Base e Educação. Para determinadas indústrias,
os programas foram muito bem sucedidos, como o GEIA (de Automobilística).
A indústria passou a ser o setor mais dinâmico da economia, principalmente no que se referia às
indústrias-chave de substituição de importações (como transporte, máquinas, aparelhos elétricos e
produtos químicos)
As conseqüências negativas foram que a produtividade agrícola não evoluiu conforme a demanda
recorrente da recém urbanização, ressaltando os problemas do sistema comercial e de transporte vigente
e acarretando na alta da inflação com o aumento dos preços dos alimentos. A industrialização também
salientou a desigualdade social e aumentou as pressões sobre o deficiente sistema educacional da época,
que produzia mão-de-obra pouco capacitada. E os IED e empréstimos aumentavam o passivo nacional.
capítulo 5
Os anos 60 começaram com estagnação econômica devido à crise política que se instaurava após a
renúncia de Jânio Quadros, sob pressão daqueles contra seu governo reformista e seus planos de
estabilização. O governo que o sucedeu (Goulart) foi carente de qualquer planejamento econômico
eficiente. A crise dos anos 60 trouxe críticas à prática de ISI, afirmando que esta não se sustentaria após o
dinamismo inicial, além de contribuir para maior desigualdade de renda e de não demandar empregos
suficientes para a crescente população urbana. A estagnação continuou até 1967, dando lugar a um boom
econômico, cuja maior polêmica girava em torno da questão de que se esse crescimento traria
desenvolvimento de fato ao país.
As políticas econômicas de 64 focaram no controle da inflação, acumulação de poupança,
desenvolvimento de setores considerados essenciais e atração de capital estrangeiro.
Após 1964, as medidas de estabilização e os investimentos preparavam a economia para sair da
estagnação com crescimento médio de 11% nos anos seguintes a 1968, abrindo a economia ao comércio
exterior. A pauta de exportações passou a ser mais diversificada e os bens de capital eram predominantes
nas importações.
A intervenção do governo foi o grande marco da época e a principal razão do desenvolvimento das
indústrias de base. A presença estatal também era significantemente maior no sistema financeiro.
O crescimento econômico foi acompanhado por uma intensificação da desigualdade de renda, que no
aspecto econômico não se tornou um obstáculo, pois a extensão do governo e o tamanho da classe alta
(que, ainda que relativamente pequena, representava um número absoluto grande) eram suficientes para
se constituírem um mercado consumidor adequado à produção em crescimento. Além disso se
argumentava que com renda concentrada, a poupança interna para investimentos era maior do que se os
recursos fosses divididos.
capítulo 6
Dos ajustes aos choques externos à crise provocada pela dívida: 1973-1985
Em frente à crise do petróleo de 73, o Brasil optou por manter um alto crescimento econômico financiado
por empréstimos externos. Geisel assumiu o governo com a responsabilidade de limpar a desfavorável
reputação que Médici deixou com suas práticas ditatoriais e de desigualdade social. Sua escolha a favor
do crescimento econômico se deu pelo fato de ser mais fácil de alcançar esses objetivos em um clima de
crescimento.
O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (PND II) de Geisel, para tanto, consistiu em investimentos
massivos na indústria e em infra-estrutura, principalmente em setores de retornos de longo prazo.
Quando Figueiredo assumiu em 1979, uma nova crise do petróleo fez com que os juros do mercado
mundial subissem, encarecendo mais ainda a dívida pública não liquidada. Pressões internacionais pelo
fim dos subsídios brasileiros e fatores climáticos também contribuíram para a crise nacional. O pacote
econômico de Delfim Neto incluiu a eliminação dos subsídios e dos incentivos fiscais, o aumento nos
preços dos serviços públicos, cortes nos gastos públicos e menor investimento nas estatais. Mais tarde, o
governo impôs uma política macroeconômica mais rígida para controlar a dívida externa. Os resultados
não foram os esperados. E em 1982, o crédito internacional para os países em desenvolvimento cessou
devido à moratória do México.
O governo precisou se submeter às regras de controle do FMI para obter recursos externos. Os ajustes
durante as décadas de 70 e 80 foram principalmente resultantes de ações governamentais e a partir de
Geisel, foi amenizada a desigual distribuição dos recursos resultantes do crescimento econômico.
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