XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável SCB1753 DESENVOLVENDO O CONHECIMENTO SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL COM CRIANÇAS CARENTES FEIPE ARTHUR DE ALMEIDA JORGE RAYSSA REIS CRISPIM ISABEL PIZARRO AROEIRA MARIA POLLYANA ALCANTARA LUCARELLI ISABELA TEIXEIRA MACEDO [email protected] MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA ORIENTADOR(A) DÉBORA CARVALHO FERREIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA RESUMO A saúde e a alimentação das crianças é uma questão muito importante, porém muito controversa devido à dificuldade de ser trabalhada. Isso se deve ao fato delas já terem conceitos formados, muitas vezes recusando alimentos e ideias. O problema pode ser ainda agravado em se tratando de crianças carentes, que além da falta de recursos financeiros para adquirir bons alimentos ainda sofrem de uma carência na educação sobre nutrição e alimentação saudável. Por meio do projeto de Extensão “Comunidade Saudável” da Universidade Federal de Juiz de Fora, alunos de medicina têm a oportunidade de trabalhar esse tema com as crianças de uma instituição denominada Lar Fabiano de Cristo, situada em um dos bairros carentes da cidade. Os estudantes têm ainda o papel de promotores de saúde, pois também desenvolvem a educação popular sobre a saúde como um todo, colaborando para formação de indivíduos conscientes sobre o seu bem estar e também sobre o bem estar do mundo a sua volta. A turma escolhida contém 20 alunos com idades entre 9 e 11 anos. Foi elaborado um plano de atividades baseado no dialogo com os pais e coordenadores da instituição, os quais apontaram os problemas diários e os desafios encontrados com relação à temática exibida, e ainda foram passadas informações sobre as crianças e como seria possível desenvolver um trabalho frutífero, por meio de brincadeiras e estratégias mnemônicas que garantissem que o conhecimento fosse absorvido de forma clara e divertida. Esse plano definiu como seria realizado o trabalho. Primeiramente, a fim de analisar qual o cardápio diário, foi pedido que as crianças recortassem de revistas figuras dos alimentos que eles costumam comer em suas casas e nas escolas. Assim, apareceram diversos alimentos de todas as categorias, tanto os benéficos para saúde, quanto alimentos industrializados repletos de conservantes, corantes e gorduras saturadas. Posteriormente, com o intuito de analisar melhor a alimentação, as crianças deveriam escrever seu cardápio diário, e ainda elucidar em que hora do dia eles realizavam essas refeições. Com isso foi explorado também a quantidade de refeições diárias e sua regularidade. Muitos afirmaram que só tinham acesso a uma refeição diária na escola e em casa comiam bolachas recheadas e afins quando sentiam fome. Outras disseram possuir três refeições: café, almoço e janta. Nenhuma das crianças sabia sobre a importância de realizar seis refeições diárias e principalmente de comer frutas. Por fim, foi realizado um teatro ilustrativo, onde os personagens fantasiados representavam alienígenas de um planeta onde todos se alimentavam de forma saudável, o que de já de inicio cativou a atenção das crianças. No teatro foram utilizadas as figuras por eles recortadas no inicio do projeto, os atores discutiram na forma de um verdadeiro teatro espontâneo se os alimentos por eles recortados eram realmente benéficos para saúde e se sim, quais as qualidades nutricionais desse alimento e para que partes do corpo seriam importantes. Assim foi também montado em um cartaz educativo de um boneco humano com figuras de alimentos saudáveis. O boneco se tornou muito querido pelas crianças e está afixado na sala de aula como exemplo de boa alimentação mesmo muito tempo depois da dinâmica. Após as atividades foi possível perceber a mudança de comportamento alimentar, pois as crianças passaram a se interessar mais por frutas e verduras e ainda a indagar os pais sobre a disponibilidade de refeições saudáveis em suas residências. Também foi perceptível que as crianças, apesar da extrema carência de recursos, começaram a reconhecer a importância do bem estar, não só o próprio como também do ambiente que as cerca, numa forma de valorização do bem de toda sua família e comunidade.