Doenças do aparelho respiratório

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Componente Curricular: Enfermagem Médica
Profª Mônica I. Wingert
Módulo III
Turma 301E
DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO
Insuficiência Respiratória
Insuficiência respiratória é toda a situação que não permite uma adequada troca de gases entre o ar e o
sangue a nível pulmonar.
Em condições normais, costuma-se produzir, no tecido pulmonar, através das finas paredes alveolares
e dos capilares sanguíneos que as rodeiam, entra o O² proveniente do ar inspirado passa para o sangue
captado pelos glóbulos vermelhos e distribuído por todo o corpo, enquanto o CO² produzido como
resíduo do metabolismo passa para o ar e é expulso para o exterior.
Causas
Pode ser provocada por várias doenças, que acabam alterando fatores dos quais depende a troca de
gases entre o ar e o sangue a nível pulmonar:

Ventilação pulmonar (entrada e saída de ar dos pulmões);

Disfunção alveolocapilar;

Deficiência na irrigação sanguínea doa alvéolos.

Sintomas
Existem dois quadros:

Aguda: a doença aparece de forma súbita;

Crônica: desenvolve-se de forma progressiva;

Outras manifestações:
- Cianose; - Alteração do sistema nervoso; - Irritabilidade; - Dificuldade de concentração;
- Dificuldade de dormir; - Dores de cabeça.
Tratamento
- Oxigenioterapia; - Fisioterapia respiratória; - Ventilação mecânica; - Antibioticoterapia;
- Hidratação; - Nutrição.
Embolia pulmonar
Êmbolo é um coágulo sanguíneo (trombo), mas podem ser de gordura, líquido amniótico, bolhas de ar
que se deslocam através da corrente sanguínea até obstruir um vaso sanguíneo.
A embolia pulmonar é a obstrução repentina de uma artéria pulmonar.
O dano é reduzido ao mínimo quando o organismo consegue desfazer pequenos coágulos, mas os de
tamanho maior podem causar morte súbita.
Causas
O trombo mais comum é formado habitualmente em veias das pernas.
Os coágulos tendem a se formam quando o sangue circula lentamente, isso pode ocorre quando se
passa muito tempo na mesma posição.
Sintomas
- Náuseas; - Desfalecimentos; - Convulsões; - Ritmo cardíaco irregular; - Cianose; - Falta de ar;
- Edema nos tornozelos e pés; - Dificuldade caminhar.
Tratamento
- Administrar oxigênio; - Analgésicos; - Anticoagulantes (EV – efeito mais rápido); - Evitar o
aumento de volume sanguíneo; - Terapia trombolítica e; - Cirurgia
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
O edema agudo de pulmão é uma grave situação clinica, de muito sofrimento, com sensação de morte
iminente e que exige atendimento médico urgente.
Causas
- Infarto agudo do miocárdio: causa mais comum; - Disfunção do músculo cardíaco; - Doenças das
válvulas aórtica ou pulmonar;
- Administração exagerada de líquidos, comum em crianças ou
pacientes que recebem soroterapia em excesso pela via parenteral.
O coração é dividido em quatro partes (câmaras) responsáveis pela entrada de sangue no coração; um
átrio e um ventrículo à direita, um átrio e um ventrículo à esquerda, responsáveis pela circulação do
sangue no coração e por todo o corpo. Na insuficiência cardíaca esquerda, há um acúmulo de sangue
nas veias e capilares pulmonares a tal ponto que acontece um extravasamento de fluídos para os
espaços aéreos dos pulmões. Isso deixa o pulmão menos elástico e com menos superfície de contato
entre os gazes inspirados e o sangue.
Prevenção
Na maioria dos casos, não temos possibilidade de evitar o edema agudo.
Os riscos podem ser diminuídos pelo pronto tratamento e pela condução adequada das doenças que
podem levar ao edema agudo.
Sinais e sintomas
- Respiração curta com severa dificuldade respiratória; - Fome de ar respiração estertorosa;
- Pode-se escutar o borbulhar do ar no pulmão. - Ortopnéia, doente sente necessidade de sentar, não
tolera permanecer deitado; - Batimento das asas do nariz (eventual); - Expectoração sanguinolenta
e espumosa; - Radiografia de tórax mostra o acúmulo de líquidos nos pulmões.
Tratamento
O edema agudo de pulmão é uma emergência médica e necessita de:
- Tratamento imediato; - Transferência para um serviço de urgência ou emergência de um hospital.
- Se possível, dar oxigênio por máscara ou através de intubação da traqueia.
- O garroteamento alternado de pernas e braços pode ser feito enquanto se aguarda um atendimento
especializado.
- Acesso venoso calibroso; - Furosemida por via intravenosa na tentativa de forçar a eliminação de
líquidos;
- Morfina para aliviar a congestão pulmonar e a ansiedade;
- Nitroglicerina, isordil,
dobutamina; - As demais medicações usadas são para tratar as doenças que estão por trás do edema
agudo. Isso deve ser feito por médico e num ambiente hospitalar, de preferência.
Por ser o edema agudo de pulmão uma emergência médica, a prioridade no momento do atendimento
é a administração dos medicamentos e as medidas que aliviem o trabalho do coração. A remoção para
um local adequado é a segunda prioridade.
Esteja preparado para emergências!
DPOC
A DPOC constitui um grupo de doenças que acarretam uma limitação crônica do fluxo aéreo, visto
que a dificuldade expiratória pode ser decorrente de obstrução de estreitamento ou de perda da
elasticidade pulmonar.
As doenças que constituem o grupo são bronquite crônica, asma brônquica e enfisema pulmonar.
BRONQUITE CRÔNICA
Processo inflamatório que acomete brônquios e bronquíolos, ocorrendo um aumento da produção de
muco.
Manifestações clínicas
Tosse persistente, com expectoração espessa e purulenta, sibilos, dispneia de intensidade variada e
cianose de extremidades, podendo chegar ao baqueteamento digital ou dedo de baqueta de tambor.
Cuidados de enfermagem
 Tratar adequadamente as infecções do trato respiratório;
 Orientar quanto à importância da fisioterapia respiratória;
 Manter o paciente em ambiente calmo e tranquilo e orientar quanto à importância de que ele
assim mantenha seu dia-a-dia;
 Manter cuidados quanto à oxigenoterapia sempre que for usada;
 Medicar conforme prescrição médica com broncodilatadores, corticosteróides e antibióticos,
mantendo cuidados como:
 Infundir lentamente, quando por via endovenosa, os broncodilatadores;
 Monitorar a FR e a FC.
 Estimular a ingesta hídrica;
 Manter o ambiente aquecido, arejado e umidificado;
Orientar para o uso correto dos medicamentos e o reconhecimento de contra-efeitos:
Palpitação e taquicardia; - Hipotensão; - Insônia; - Náuseas e vômitos; - Urticária.
ASMA BRÔNQUICA
É definida como a função pulmonar diminuída devido a broncoespasmos, edema da mucosa e
produção excessiva de muco, sinais causados por uma hiper-reação das vias aéreas a alguns
estímulos. A “crise asmática” é o estado agudo, grave que não responde ao tratamento convencional e
coloca o indivíduo em uma situação de risco de vida, exigindo ação imediata.
Manifestações clínicas
A dispneia é o sinal mais característico da doença, podendo ocorrer tosse. Nas crises, a dispneia está
acompanhada de tiragens, batimento de asa de nariz e cianose, assim como ansiedade e agitação.
Cuidados de enfermagem
O principal cuidado está em orientar o paciente para que reconheça e evite os fatores desencadeantes
da crise:
- Situações de estresse; - Mudanças bruscas de temperatura; - Locais muito frios; - Inalação de
produtos químicos; - Fumo; - Medicar conforme prescrição com broncodilatadores, corticosteróides
e antibióticos, mantendo os cuidados devidos; - Orientar para o uso correto dos medicamentos e o
reconhecimento de contra efeitos; - Estimular e orientar quanto à importância de uma adequada
ingestão hídrica.

Em casos de crise, procurar atendimento de emergência.

ENFISEMA PULMONAR
É definido como um padrão não uniforme de distensão permanente e anormal dos espaços aéreos,
com destruição dos septos alveolares.
Ocorre quando os alvéolos pulmonares se distendem ou se rompem. Há uma perda simultânea de
elasticidade dos pulmões.
O enfisema pulmonar parece um processo final de uma degeneração que se iniciou há algum tempo.
Na realidade, quando o paciente manifesta os sintomas, a função pulmonar já está comprometida de
maneira irreversível.
O cigarro é a principal causa da doença, existindo uma predisposição genética em pequeno número de
pacientes.
Manifestações clínicas
A dispneia é o principal sintoma, em geral, o paciente tem história de tabagismo e longa tosse
crônica, sibilos, taquipneia, dispneia aos mínimos esforços e infecções respiratórias repetitivas. O
paciente pode ficar cianótico e ter modificação anatômica “tórax em barril”.
Sintomas

Fraqueza e perda de peso;

Agitação e dispnéia mais tardiamente.

Tratamento
O enfisema é uma doença irreversível. O tratamento consiste em aliviar os sintomas da doença e
tentar impedir seu progresso, elevando a qualidade e a expectativa de vida do paciente. A terapia mais
comum é o uso de medicamentos (principalmente por via respiratória, as chamadas “bombinhas”) e a
reabilitação pulmonar (um programa intensivo de exercícios, além de orientações nutricionais,
psicológicas, educativas). Pode haver a indicação de tratamento endoscópico. Raramente é necessária
cirurgia.
Cuidados de enfermagem
 A suspensão do fumo impede a progressão da doença, porém não reverte o processo.
 Execute as tarefas enquanto estiver expirando;
 Adote o critério de respirar com os lábios contraídos (posição de assobio), deixando apenas
uma passagem pequena para o ar. Inale pelo nariz.
 Expire vagarosamente e com firmeza;
 Pare e descanse assim que sentir falta de ar;
 Inale oxigênio suplementar sempre que necessário;
 Planeje seus afazeres. Defina o meio mais eficiente e menos cansativo para executar suas
tarefas;
 Estabeleça prioridades. Escolha o que é prioritário;
 Mantenha um ritmo lento e contínuo para executar suas tarefas.
 Estabeleça períodos de descanso ao longo do dia;
 Para vestir-se, barbear-se ou aplicar maquiagem, sente-se;
 Sempre que possível, use roupas folgadas, fáceis de vestir e de despir;
 Se você estiver acima de seu peso, emagreça. O esforço para suportar o peso excedente é
grande e desnecessário.
 Coma alimentos com pouca gordura e muita fibra. Nas relações sexuais, aprenda a valorizar as
atitudes preliminares: conversar, tocar, beijar e afagar;
 Planeje sua atividade sexual para os dias que estiver com mais energia. Não tente fazer sexo
quando estiver cansado (a) ou após uma refeição substancial. Peça ao parceiro(a) para ser mais
ativo(a).
Pneumonia
É um processo inflamatório nos pulmões causado por vírus, bactérias, produtos químicos ou
alergenos. É a quarta causa de morte entre pessoas idosas nos EUA.
Principais Diagnósticos de Enfermagem

Desobstrução de vias aéreas insuficientes devido a secreção.

Troca de gases insuficientes devido ao desequilíbrio entre ventilação e perfusão.

Alteração de nutrição, devido a perda de apetite e cansaço.
Normalmente, a doença se desenvolve quando, por algum motivo, há uma falha nos mecanismos de
defesa do organismo.
A pneumonia pode desenvolver-se por três mecanismos diferentes:
*Um deles, bem freqüente, ocorre quando a pessoa inala um micro-organismo, através da respiração,
e este chega até um ou ambos pulmões, onde causa a doença.
*Outra é quando as bactérias, que normalmente vivem na boca, se proliferam e acabam sendo
aspiradas para um local do pulmão.
*A mais incomum de contrair a doença é através da circulação sanguínea. Uma infecção por um
micro-organismo em outro local do corpo se alastra e, através do sangue que circula, chega aos
pulmões, onde causa a infecção.
A pneumonia bacteriana inicia abruptamente, com febre, calafrios, dor no tórax e tosse com
expectoração (catarro) amarelada ou esverdeada que pode ter um pouco de sangue misturado à
secreção.
A respiração pode ficar mais curta e dolorosa, falta de ar e cianose.
Confusão mental pode ser um sintoma freqüente, além da piora do estado geral (fraqueza, perda do
apetite e desânimo, por exemplo). Nas crianças, os sintomas podem ser vagos (diminuição do apetite,
choro, febre).
Em alguns casos, pode ocorrer dor abdominal, vômitos, náuseas e sintomas do trato respiratório
superior como dor de garganta, espirros, coriza e dor de cabeça.
Tratamento

A pneumonia bacteriana deverá ser tratada com antibióticos, se necessário internação.

Nos casos graves, até mesmo a internação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

Os antibióticos e demais medicações podem ser utilizados por via oral ou através de injeções,
que podem ser na veia ou no músculo.

Fisioterapia respiratória.

Na maioria dos casos de pneumonias virais o tratamento é só de suporte. Visa melhorar as
condições do organismo para que este combata a infecção.

Dieta apropriada,.

Oxigênio (se for necessário) e medicações para dor ou febre.

Nos casos de pneumonia por parasitas ou fungos, antimicrobianos específicos são utilizados.
Prevenção

Muitas vezes uma gripe ou resfriado podem preceder uma pneumonia.

Vacina contra o vírus influenza e outra contra o pneumococo.

Medidas simples para prevenção de pneumonias incluem cuidados com a higiene, como a
lavagem de mãos com sabonetes simples.

Uma dieta rica em frutas e vegetais, que possuem vitaminas, ajudam a reforçar o sistema de
defesa do organismo às infecções.
Prescrição de Enfermagem

Aumentar ao máximo o esforço da tosse auxiliando e ensinando ao paciente a respirar fundo,
respirar de novo, e tossir na segunda expiração.

Auscultar os pulmões com frequência para verificar a presença de ruídos adventícios e a
eficiência da desobstrução das vias aéreas.

Fornecer o alimento em pequenas porções em lugar de grandes refeições, em horas regulares e
auxiliar o paciente a se alimentar, se for preciso.
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